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A anatomia patológica faz a análise morfológica e molecular de órgãos, tecidos e células com o objetivo de
determinar ou contribuir decisivamente para o diagnóstico de lesões. Engloba a citopatologia, histopatologia
e necrópsia.
Material histológico – amostra de tecidos saudável com a finalidade e investigar a estrutura e composição
normal.
Biopsias de diagnóstico → Usam-se quando o diagnóstico clínico não foi possível. São pequenos fragmentos
representativos da lesão do tecido do órgão. Após a remoção, o material é cuidadosamente acondicionado
num recipiente identificado e contendo formol salino ou tamponado a 10% e enviado para o Serviço de
Anatomia Patológica. O transporte e acondicionamento do material, a comunicação com o laboratório de
anatomia-patológica e a interpretação dos resultados é da responsabilidade do Médico Dentista.
• Qualquer lesão que persiste por mais de 2 semanas, com etiologia desconhecida
• Lesões inflamatórias, que não regridem até 2 semanas após a remoção do agente irritante
• Hiperqueratose persistente na superfície dos tecidos da cavidade oral
• Tumefação persistente, visível ou palpável em tecidos aparentemente normais
• Lesão que interferem com a função normal da região
• Lesões ósseas não identificadas clínica e radiograficamente
• Qualquer lesão com característica de malignidade
Tipos de biópsias:
Fabiana Portela
As peças cirúrgicas compreendem órgãos inteiros ou parte deles e incluem toda a lesão (são peças de maior
tamanho). Habitualmente são obtidas para realizar o tratamento curativo/paliativo, mas como complemento
imprescindível deve realizar-se o estudo anatomo-patológico.
A autólise (destruição dos tecidos) começa logo após a remoção cirúrgica dos tecidos. Embora porra ser
reduzida por refrigeração o tempo desde a recolha da amostra até à fixação pode diminuir (ou inviabilizar) a
qualidade diagnóstica.
Todas as amostras devem ser consideradas um potencial risco biológico (HIV, hepatite). Por isso, na sala de
estudo macroscópico deve ser sempre utilizado o equipamento de proteção: luvas latex, bata descartável,
máscara e óculos/viseira.
1- Área de disseção – bancada com hotte, régua, balança, bisturi, tesouras, pinças, sonda e longa faca de
corte.
2- Reservatório de formol a 10% tamponado (com um sistema de torneira)
3- Soluções de outros fixadores
4- Recipientes com descalcificadores
5- Sistema de fotografia macroscópica
6- Sistema de refrigeração a 4ºC e arcas a -20ºC e a -80ºC
Todos os tecidos biológicos devem ser tratados com delicadeza, pois correm riscos:
- Possibilidade de a amostra ser esmagada com a pinça (não fazer muita pressão com a pinça)
- Risco de os fragmentos serem perdidos durante o processamento (abrir com cuidado o recipiente onde veem
os fragmentos, contá-los)
Descrição macroscópica:
No estudo macroscópico deve referir-se à forma e coloração, dimensões, consistência, textura, formação de
líquidos/secreções. A área escolhida deve ser representativa da lesão e órgão a analisar.
1- Orientar → usar referencias anatómicas e/ou cirúrgicas Ex: o cirurgião colocou o fio de sutura às 12h
da peça cirúrgica.
2- Abrir → o modo de abertura das peças apesar de obedecer regras depende do tipo de amostra e da
natureza da lesão. 1) localizar a lesão antes de cortar a amostra e 2) abrir a peça operatória de modo
a expor a lesão e a manter as relações das estruturas circundantes.
3- Medir → A dimensão é muito importante: dimensão total do espécimen, dimensões das lesões e
distância à margem cirúrgica.
4- Pintar → a aplicação de tinta na superfície de corte facilita a identificação das margens de resseção.
Fabiana Portela
5- Colher/Amostrar → é a etapa mais importante do exame macroscópico, deve incluir a lesão, tecido
normal e as margens. Os fragmentos não devem ter mais do que 2-3mm de espessura.
6- Amostrar as margens → recolha de um fragmento paralelo quando a lesão está distante da margem.
Um fragmento perpendicular avalia a distância da lesão à margem da amostra. A avaliação da margem
cirúrgica é de extrema importância para documentar a completa remoção da lesão e de eventual
recidiva da doença.
7- Gânglios → em situações oncológicas, a dissecação apenas está completa com a colheita dos gânglios
linfáticos para estadiamento do tumor, prognóstico e tratamento do utente.
Determinar o número de gânglios com metástases é muito importante.
Erros mais frequentes: A colheita ser inadequada porque a amostra não é representativa ou porque a
qualidade dos fragmentos não é adequada, a colheita de fragmentos ser excessiva pois pode produzir um
custo elevado dos recursos humanos e económicos do laboratório de anatomia patológica.
Número histológico
Data do estudo
Identificação do patologista que fez o registo e recolha dos fragmentos
Tipo de tecido incluído
Número total de amostras incluídas
Existência de material para novas inclusões (reservas)
Requisição de técnicas especiais
Outros (fotografias, radiografias, material a descalcificar, etc)
Resumo:
Estudo macroscópico de biópsias e peças cirúrgicas → conjunto de métodos estruturados → atuação sistémica
para cada amostra → procedimentos reprodutíveis por diferentes anatomo-patologistas.
As peças de tamanho muito pequeno, fixam-se de imediato e colocam-se diretamente nas cassetes para não
extraviarem-se, registando o tamanho do fragmento maior e o numero de fragmentos.
Fabiana Portela