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Estudo completo para P1 Patologia 2018 –

Matheus Vinicius Rosa dos Santos

Patologia - resumo P1
Introdução à Patologia:
o Investigação das causas da doença e as alterações associados em nível de células, tecidos e órgãos, que resultam em
sinais e sintomas no paciente
o Identifica alterações na aparência macro ou microscópica (morfologia) das células e tecidos, e as alterações
bioquímicas nos fluidos corporais
o Alicerces: observação, anatomia
o Surgimento do microscópio: correlação de sistemas, órgãos e tecidos especificamente → toda doença tem base
celular
o Microscópio eletrônico permitiu o surgimento da Imunohistoquímica, que permitiu que a ciência marcasse com
anticorpos algumas organelas e aprimorasse o conhecimento das doenças
o Biologia molecular, embasamento genético e imunohistoquímica trabalham em conjunto para aumentar o
conhecimento acerca de doenças
o A patologia tenta sistematizar a medicina, ela forma o tronco que liga a parte básica à clínica
o Patologia geral: foca nas alterações das células e tecidos causados por estímulos patológicos; decodifica os processos
de doenças pelos conhecimentos básicos
o Anatomia patológica: examina as reações e anormalidades de diferentes órgãos especializados; refinamento da
aplicação da patologia geral nos órgãos; trabalha mais com biópsias e necrópsias;
o Patologia clínica: trabalha com exames subsidiados (biópsia, citologia, imunohistoquímica, biologia molecular), dando
subsistência ao diagnóstico
o Patologia forense: através da análise produz provas que são traduzidas para o juiz
o Técnica BAG/CORE: é uma técnica, por meio radiológico busca-se a introdução de uma agulha grossa (2-5 mm) no
órgão afetado, até alcançar a lesão. Obtém-se um cilindro de tecido para ser estudado. Frequentemente substitui
biopsias incisional e excisional por ser rápida, fácil de realizar, utilizar anestesia local, dispensar internação e diminuir
os custos. Muito utilizada em tumores da mama e próstata e em doenças hematológicas onde uma biopsia medula
óssea é necessária.
o Papanicolau: serve para estudar a morfologia das células. As alaranjadas têm ação do estrógeno. Esverdeada da
progesterona. Sei se tem processo inflamatório. Citologia cérvico-vaginas. Colocar as lâminas em tubo, com álcool
95%.
o Biópsia: estudo tecidual/histológico de alta especificidade e linguagem universal
- Incisional: retira-se parte da lesão, bem como pequena área marginal de tecido normal para comparação; a maior
parte da lesão continua no paciente, aguardando o resultado do exame histopatológico para definir a forma de
tratamento mais adequada
- Excisional: retira-se toda a lesão, com pequena margem de tecido normal como segurança; muito utilizada em
lesões pigmentadas ou tumorais da pele - processo da normal:
- Fixação em formalina (formol a 10%), impedindo que o tecido sofra autólise (pois desidrata a célula
rapidamente), mantendo a arquitetura tecidual e a organização celular, e esterilizando completamente a
amostra; feita em, no mínimo, 24h
- O volume de formalina deve ser 10x o tamanho do tecido
- Identificação do tecido, mandando um histórico e a pergunta para o patologista
o Histologia convencional:
- macroscopia → mede-se e descreve-se pedaços histológicos, resultando numa amostra (pedaço que representa o
todo); feita em 12h
- amostra dirigida: deve-se fazer cortes no tecido de forma a pegar os fragmentos onde se acha que há maior
probabilidade de encontrar lesão; para fazê-la de forma segura e confiável, o corte deve ser feito a cada 1cm de
tecido
- inclusão → coloca-se o fragmento numa caçapa e enche-a de parafina a 61ºC, que permeia o tecido quando este
é colocado no histotécnico (aparelho que passa o fragmento em várias soluções - formol, formol, álcool, álcool,
xilol, xilol, parafina e parafina -, tendo cada etapa uma duração de ~1h)
- blocagem + congelamento → pega-se então o tecido transformado e faz-se um bloquinho, todo esse processo
dura no mínimo 12h; e cada bloco recebe uma etiqueta com a designação do paciente
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- microtomia → o bloco é cortado, coloca-se o tecido-alvo num aparelho que tira fatias muito finas (3-5µm), que
são abertas em água morna com álcool
- laminação → corte do fragmento para formar uma lâmina
- coloração → aquece-se o fragmento para derreter a parafina e, então, colore-se o fragmento com algum corante,
e, só depois disso, o patologista analisa a lâmina
Hematoxilina-eosina: coloração histológica universal, usada em 90% dos casos
Ziehl-Neelsen: cora bacilos álcool-ácido resistentes (BAARs) →usa-se para detectar bacilos como de
tuberculose, hanseníase
Grocott (prata) e PAS (ácido periódico de Schiff): acentua o contorno dos túbulos contorcidos, assim como a
capsula de bowman e alças glomerulais. Ele cora a membrana basal dessas estruturas. Cora fungos e protozoários
Giemsa: cora bacilos espiralados, como é o caso da H. pylori (gastrite)
Vermelho congo: fibras amiloides. Substância extracelular, corante de citoplasma. Pode diagnosticar
carcinomas de tireoide ou amiloidose pelo fígado. Pode se ligar a LPS de bactérias gram negativas, além disso pode
diagnosticar cândida causada por fungos.
Azul da prússia de Perls: identificar ferro nos tecidos, quantidades anormais podem indicar hemocromatose e
hemossiderose.
✴ a passagem crítica para esse processo é a formação do bloco, com ele eu consigo fazer imunohistoquímica, biologia
molecular e pesquisas genômicas, além análise do DNA
- Biópsia tic-tac: usada para análise de transplantados, dura ~12h, mas o tecido deve ter diâmetro, comprimento e
dados específicos, e a técnica não é a mesma
- Biópsia por congelamento: para consulta intraoperatória; pega-se um fragmento da lesão, coloca num frasco
envolto de gaze, congela-se o material com nitrogênio líquido ou gás de geladeira e, com isso, consegue-se cortar
rapidamente o tecido, formando uma lâmina para a análise e diagnóstico rápido
o Toda célula, quando cortada e parafinada, preserva em sua superfície anticorpos (receptores), e, a partir deles, pode-
se criar anticorpos e marcá-los com cores, então eu confiro especificidade ao processo → imunohistoquímica pega
casos que não se
Consegue detectar com exames de rotina e diferencia Imunohistoquímica:
o Conjunto de procedimentos que utiliza anticorpos como reagentes específicos para a detecção de antígenos presentes
em células ou tecidos
o Antígenos: proteínas de mb., elemento exógeno/estranho
o Possui grande sensibilidade e especificidade
o Técnica qualitativa com objetivo fundamental de encontrar e localizar de forma topográfica antígenos nos tecidos ou
células; permite métodos quantitativos
o Interpretação: técnica qualitativa leva em conta o contexto clínico e cirúrgico e a microscopia
o Princípios:
- Anticorpos policlonais → soro; monoclonais → anticorpo purificado, elevada especificidade
- Reconhecimento: os anticorpos são marcados com alguma substância visível e seletiva → tipos de marcação:
substâncias fluorescentes (imunofluorescência), enzimas (técnica imunoenzimática)
- imunofluorescência direta: anticorpo específico é ligado diretamente ao composto fluorescente (isocianato de
flurosceína → emite luz verde com o estímulo da UV). Pode
identificar nefropatologia.
- imunofluorescência indireta: anticorpo primário liga-se a um
antígeno de interesse; a substância fluorescente liga-se a um
anticorpo secundário e este reconhece o anticorpo primário; é
mais específica pois o anticorpo primário encontra-se livre do
marcador e o sinal só aparece após duas ligações antígeno-
anticorpo. Pode identificar dermatopatologia
- Técnicas imunoenzimáticas (déc. 60): emprego de
imunoglobulinas marcadas
o Reconhecimento: depende da formação de m sinal colorido no local
da reação, produzido pela ação de uma enzima - peroxidase (H2O2 +
peroxidase → oxidação do heme + complexo molecular)
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- imunoação da peroxidase: substância doadora de elétrons → oxida, polemiza e precipita,


colorido - marcador, no local da reação
- Regenera a peroxidase no estado reduzido Etiopatogênese geral das lesões celulares:
o As células, quando encontram um estresse fisiológico ou estímulo patológico, podem sofrer uma adaptação,
alcançando um novo estado constante, preservando sua viabilidade e função
o Principais respostas adaptativas: hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia
o Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse externo é inerentemente nocivo, desenvolve-se a lesão
celular, que é reversível dentro de certos limites (células retornam ao estado basal estável), mas, mediante a um
estresse grave, persistente e de início rápido, é irreversível, culminando em morte celular
o Estresses e lesão afetam não apenas a morfologia, mas o estado funcional das células e tecidos
o Adaptações celulares ao estresse:
- São reversíveis em nº, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das funções celulares em resposta às
alterações no seu ambiente. A célula precisa manter uma organização capaz de suprir suas necessidades
energéticas. Precisa estabelecer uma barreira estrutural e funcional com o meio externo e por isso adapta-se as
condições do meio:
adaptações: respostas estruturais e funcionais reversíveis a estresses fisiológicos mais excessivos e a alguns
estímulos patológicos, em que a célula sobrevive e continua a funcionar.
- Adaptações fisiológicas: normalmente respostas celulares à estimulação normal pelos hh. ou mediadores
químicos endógenos
- Adaptações patológicas: respostas ao estresse que permitem às células modularem sua estrutura e função,
escapando da lesão
- Modificações morfológicas adaptativas:
- Hipertrofia:
Aumento do tamanho das células, que resulta em aumento do tamanho do órgão acompanhados de maior
demanda funcional
Resposta a sinais tróficos ou ao aumento de demanda funcional
Induzida por fatores de crescimento produzidos em resposta ao estresse mecânico ou outros estímulos
Não forma células novas, apenas maiores, com mais proteínas estruturais e organelas
Pode ser fisiológica (hormonal, ex.: aumento do útero na gravidez estimulado pelo estrógeno; ou por aumento
de demanda, ex.: aumento muscular por exercícios - ↑demanda)
Patológica (ex.: aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença de valva aórtica)
- Hiperplasia:
Aumento do tamanho do tecido/órgão graças ao aumento da quantidade de células (proliferação celular)
Ocorre em células capazes de se replicar ou que contenham abundantes células-tronco
Pode ser fisiológica (hormonal, ex.: proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e
durante a gravidez; ou compensatória, ex.: crescimento de tecido residual após a remoção/perda da porção de um
órgão)
Patológica (maioria causada por estimulação excessiva hormonal ou por fatores de crescimento, ex.: após um
período menstrual normal, o equilíbrio entre estrógeno e progesterona pode ficar alterado, gerando hiperplasia do
endométrio → sangramento menstrual anormal
- Atrofia:
Resposta adaptativa ao estresse com diminuição do tamanho, paralisia das funções e redução das
necessidades energéticas
Causas: redução da demanda funcional (desuso), diminuição do aporte sanguíneo (O2), compressão/
restrição, interrupção de sinais tróficos (endócrino e denervação de m.), lesão celular persistente,
envelhecimento
A redução do tamanho de um órgão pode refletir atrofia celular reversível ou pode ser causada pela perda
irreversível de células
Mecanismos: ↓síntese proteica (pela diminuição da atividade metabólica) e ↑degradação proteica
ex.: atrofia do cérebro de um portador da doença de Alzheimer
- Metaplasia:
Substituição reversível de um tipo celular por outro, ambos adultos e normais
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Célula sensível ao estresse é substituída por um tipo celular mais capaz de suportar o ambiente
Se as influências que induzem a transformação metaplásica persistirem, podem predispor à transformação
maligna
Pode ser epitelial (escamosa, apócrina, intestinal) ou mesenquimal (cartilaginosa, óssea)
ex.: mudança escamosa do epitélio respiratório de fumantes (células epiteliais colunares e ciliadas→células
epiteliais escamosas estratificadas).
pode acontecer na junção escamocolunar (JEC) no colo do útero das mulheres e se isso permanecer pode ser que
desenvolva uma malignidade celular.
- Depósitos intracelulares: retenção de materiais do metabolismo ou não no interior da célula. existem 4 vias de
acumulação intracelular:
1. Remoção inadequada de uma substancia normal, secundária a defeitos no mecanismo de empacotamento e
transporte, como na degeneração gordurosa do fígado.
2. Acúmulo de uma substancia endógena anormal resultante de defeitos adquiridos ou genéticos no seu
dobramento, empacotamento, transporte e secreção, como com certas mutações de alfa1-antitripsina.
3. Deficiência em degradar um metabólito devido a defeito herdado em uma enzima. Os distúrbios resultantes
são chamados de doenças de armazenamento.
4. Depósito e acúmulo de uma substancia exógena anormal quando a célula não possui maquinaria enzimática
para degradar a substancia e nem a habilidade para transporta-la para outros locais. Os acúmulos de partículas de
carbono e sílica são exemplos desse tipo de alteração.
- Água, lipídios/colesterol, proteínas hialinas, municia, glicogênio, pigmentos, cálcio
- Nutrientes: gordura, glicogênio, vitaminas, minerais (armazenados para uso posterior)
- Fosfolipídios degradados → resultam da renovação das mb., são armazenados nos lisossomos e podem ser
reciclados
- Resíduos não metabolizáveis: acúmulos por falta de enzima (doença de depósito hereditária), pigmentos
endógenos insolúveis (lipofucina e melanina), partículas solidas exógenas (sílica, carbono e tatuagens) -
sobrecarga de constituintes normais: ferro, cobre, colesterol
- Proteínas anormais podem causar doença de Parkinson, devido ao acúmulo de corpúsculos de Lewy, já que
ocorreu um erro na alfa1-antitripsina
- Displasia:
- Crescimento e maturação desordenados dos componentes celulares de em um tecido e que se manifesta por:
variações no tamanho e na forma das células; aumento, irregularidade e hipercromatismo dos núcleos; desordem
arquitetural do tecido. É uma mudança irreversível que acontece no genoma da célula, acontecendo um
descontrole exacerbado da replicação celular. Se repararmos na metaplasia, lá troca-se o fenótipo da célula que
apresenta a mesma carga genética, na displasia muda o jogo, podemos entender como uma mudança no
genótipo da célula que vai alterar o fenótipo.
- Pode ser encarada como uma lesão pré-neoplásica, muitas lesões neoplásicas malignas apresentam a displasia
como fase necessária no sentido em que representa uma fase necessária na evolução celular de múltiplos
estágios até o aparecimento do câncer. A displasia é uma forma transitória do que pode ser controlado para o
que não pode ser controlado.
- Consequente a mutações sequenciais em uma população celular em proliferação
- Ocorre imperfeição na “fidelidade” de cópia do DNA gerando mutações ocasionais
- As mutações que permitem uma vantagem à célula afetada fazem com que ela predomine
- As células ainda possuem um grau de controle de replicação
- Pode regredir
- ex.: pele - ceratose actínica; cólon - colite ulcerativa; cólo uterino – NIC – LIE. Próstata – PIN.
- Se a mutação acontece em genes que controlam o ciclo celular, pode ser que desenvolva um escape para
neoplasia. Nem toda a displasia vai caminhar para neoplasia.
- Isso pode acontecer no colo uterino das mulheres. Devido a lesões como a gravidez, vai substituindo o epitélio
glandular por um epitélio metaplasico escamoso. As células do epitélio escamoso são advindas de células da base
do epitelio endocervical, as células de reserva, elas não são eliminadas pela lesão porque estão bem na base,
perto da lâmina basal, e quem se transforma de cilíndrica para metaplasica escamosa são essas células de reserva,
já que é mais fácil formar as células escamosas do que se especializar em célula secretora. Se a mulher continua
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nesse regime de agressão, vai acontecer uma multiplicação metaplasica muito intensa, muito acelerado, que
pode ocasionar em uma neoplasia. No exame preventivo do Papanicolau, é feito a raspagem dessa JEC, para ver
como está o desenvolvimento de células metaplasicas, para tomar cuidado para que não evolua em displasia e
possível neoplasia. A displasia nunca fura a mb basal, fica retida onde é o epitélio. O HPV pode causar níveis de
lesões nessa região, também. Pode ser chamado de NEOPLASIA INTRACERVICAL, em que possui alguns níveis, 1, 2,
3. O NIC 1, não precisa ser tratado, é passageiro. A NIC 2, pode ser apenas acompanhada, já que na maioria das
vezes regride, sendo passageira, também. Já a NIC 3, até pode ser seguida, porque pode evoluir para
características levemente malignas.
Qualquer epitélio em transição pode estar submetido a metaplasia para escamoso, pode acontecer até em
homens como neoplasia intraepitelial peniana. Na pele pode ser ceratose actinica. Colón pode ser colite
ulcerativa, pode ocorrer até na bexiga.
- Injúria celular:
lesão celular ocorre quando as células são tão estressadas que não são mais capazes de se adaptar
- Reversível: a lesão ainda não progrediu para um dano severo à mb. e dissolução nuclear
- Principais características morfológicas:
- Tumefação celular: aumento do turgor e peso do órgão - pela falência das bombas de íons dependentes de
energia da MP, que incapacita a célula de manter a homeostasia iônica e líquida. É uma das primeiras
manifestações de quase todas as formas de lesão celular.
- Degeneração gordurosa: surgimento de vacúolos lipídicos grandes no citoplasma, observada principalmente em
hepatócitos e células miocárdicas.
- Alterações na MP, alterações mitocondriais, dilatação do RE
Com destaque de ribossomos e dissociação dos polissomos em monossomos (fazendo com que não haja síntese
proteica), alterações nucleares com condensação da cromatina
- Depleção de ATP→ bomba de Na+ falha (Na+ aumenta no meio intracelular e K+ diminui) → catabólitos
aumentam no meio IC→ edema
- Glicólise anaeróbia→ ácido lático e Pi→↓pH intracelular→ metabolismo celular alterado
- Ribossomos destacam-se do RER→ dissociação de polissomos em monossomos→↓síntese proteica→ alteração
de função (sem morte celular) →metabolismo celular
- Irreversível: com a persistência do dano, a célula não consegue se recuperar e morre
- A irreversibilidade é caracterizada pela incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial (perda da fosforilação
oxidativa e geração de ATP) e distúrbios na função da mb.
- Quando o dano às mb. é acentuado, as enzimas extravasam dos lisossomos, entram no citoplasma e digerem a
célula, resultando em necrose (constitui sempre um processo patológico)
- Quando a célula é privada de fatores de crescimento ou quando o DNA celular ou as proteínas são danificadas
sem reparo, a célula morre por apoptose (dissolução nuclear sem a perda da integridade da mb.)
- Morfologicamente (em sequência): edema de mitocôndrias→ dano às mb. celulares→ edema de lisossomos→
dano nuclear
- Fagocitose dos restos e calcificação de ácidos graxos
• causas:
- Privação de O2: tipo mais comum de injúria; é progressiva:
reversível→ ponto de não-retorno (dano ao genoma; desestrutura das
mb.; parada da maquinaria produtora de energia) →irreversível
- Hipóxia: afeta a fosforilação oxidativa e a síntese vital de ATP, falta
somente O2
- Isquemia: perda do suprimento sanguíneo em um tecido devido ao
impedimento do fluxo arterial ou à redução da drenagem venosa; é a
causa mais comum de hipóxia; falta O2 e nutrientes
- Agentes físicos: trauma, extremos de TºC, radiação ionizante, choque
elétrico, alterações bruscas de Patm
- Agentes químicos: a injúria química é baseada em radicais livres de O2,
e pode ser direta ou indireta
- Direta: cianeto, cloreto de mercúrio, agentes antineoplásicos
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- Indireta (via radicais de O2): uma droga pode não ser tóxica, mas,
se metabolizada, os metabólitos são CCl4 e acetaminofen
- Agentes infecciosos: bacteriano e viral (lesões biológicas)
- Reações imunológicas (ex.: reações autoimunes e alérgicas)
- Alterações genéticas - desequilíbrios nutricionais - radicais
livres:
- Fontes de radicais livres → O2—, H2O2, OH
- Absorção de radiação ionizante
- Metabolismo enzimático de químicos e drogas exógenas
- Reações de oxidação-redução normais
- Metais de transição: Fe e Cu
- Óxido nítrico (NO) → células endoteliais etc.
- Efeitos: peroxidação de mb. lípidicas, modificação oxidativa de
proteínas, lesões no DNA
- Envelhecimento: leva a alterações nas habilidades replicavas e de reparo das células e tecidos
o As respostas celulares às injúrias dependem do tipo de injúria e de sua duração e severidade
o As consequências da injúria celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula, e vulnerabilidade dos
sistemas intracelulares
o Sistemas intracelulares vitais: manutenção da integridade das mb., respiração anaeróbia, síntese proteica,
preservação da integridade do aparelho genético
o “Efeito-dominó”: os elementos estruturais e bioquímicos celulares são inter-relacionados; qualquer ponto afetado
inicialmente, logo causa amplos efeitos secundários
o As alterações morfológicas da injúria celular tornam-se
aparentes somente após lesão de algum sistema
bioquímico intracelular vital
- Mecanismos bioquímicos vitais: depleção de ATP,
oxigênio e seus radicais livres, cálcio intracelular e
perda da homeostase do cálcio
o Morfologia da lesão celular e tecidual: os
desarranjos celulares da lesão reversível podem
ser reparados, e, se o estímulo nocivo cessa, a
célula retorna à normalidade; porém, a lesão
persistente ou excessiva faz com que as células
passam do ponto de não retorno para lesão
irreversível e morte celular
o Tipos de lesão e adaptação celular → padrões de
alterações celulares:
- Alterações progressivas: cursam com o aumento da função celular
- Alterações regressivas: cursam com diminuição da função celular
- lesões reversíveis; também denominadas degenerações; caracterizam-se (a grosso modo) pelo acúmulo de
substâncias (no citoplasma da célula ou em suas imediações)
- Depósitos intracelulares → alterações celulares regressivas - classificação:
- Degeneração hidrópica:
- É a entrada de fluido extracelular e eletrólitos dentro de uma célula → acúmulo intracelular de água
- Causa: secundária à deficiência na atividade das ATPases (bombas de Na+/K+) da mb. Celular
- Aplicação prática: anóxia sistêmica grave, sufocamento, ESTADO DE CHOQUE
- Sinônimos: inchação turva, tumefação turva, degeneração vacuolar, edema celular
- Acúmulos de colesterol e lipídios: colesterol e ésteres de colesterol (ex.: aterosclerose, hipercolesterolose)
- Degeneração gordurosa:
- Acúmulo intra e extracelular de lipídios
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- Sinônimo → esteatose
- Lipidoses: grupo de doenças que cursam com acúmulos anormais de lipídios
- Degeneração Proteica: pode acontecer em epitélios acontece um hialinos de mallory, relacionado com o
etilismo. E pode ser que aconteça em conjuntivos, devido ao depósito de hialina.
Degeneração hialínica: o termo hialina se refere ao LEC, que vai conferir uma aparência rósea, vítrea e
homogênea na coloração de H/E. ex acúmulos de proteínas, gotículas de absorção, corpúsculo de Russel, hialino
alcoolico. glomerular -> isquemia
sanguínea -> HAS e DM
Substancia fibrinóide
degeneração amiloide – pode usar o vermelho do congo
- Degeneração de glicogênio: anormalidade no metabolismo da glicose ou glicogênio. Ex. DM, encontramos
glicogênio em células epiteliais dos túbulos renais, dentro de células hepáticas, células beta das ilhotas de
langerhans e em células miocárdicas.
- Degeneração de pigmentos: acúmulo de pigmentos endógenos e exógenos. Ex. tatuagem, lipofucsina,
bilirrubina, hemossiderina, melanina, carbono, sílica.
o Aguda → necrose (isquemia ou injúria química) ou apoptose (suicídio celular); crônica → acúmulos intracelulares,
calcificação, envelhecimento
o Necrose: morte celular ocorrida no organismo vivo e seguida de
fenômenos de autólise.
o Morte celular associada à perda da integridade da mb. e
extravasamento dos conteúdos celulares, dissolvendo a célula lesada
letalmente pela ação degradativa de enzimas
o Decorrente da exposição celular à variação extrema das condições
fisiológicas associada a dano à MP (hipertermia, hipóxia, agentes
químicos e físicos)
o Vai ser digerida de alguma forma enzimaticamente, por enzimas dos
lisossomos da própria célula ou dos leucócitos presente no meio
produzindo reação inflamatória no tecido necrótico.
o Um infarto do miocárdio é uma necrose de parte do coração
o Causas: injúrias isquêmicas e hipóxica, por radicais livres e química (baseada em radicais livres de O2)
o Injúrias isquêmicas e hipóxica: é o tipo mais comum de injúria, sendo
progressiva. Pode ser reversível até que se rompa as membranas, a partir
desse ponto ela se torna irreversível, podendo causar danos ao genoma,
desestruturação das membranas e parada da maquinaria produtora de
energia.
processo: acontece a isquemia, as mitocôndrias não conseguem produzir
mais energia, há diminuição da respiração aeróbica e dá-se início à
respiração anaeróbica em maior quantidade, isso faz com que seja
produzido muito ácido lático que não consegue se converter em lactato,
esse ácido lático acidifica o meio aumentando a troca por saída de
hidrogênio e entrada de sódio, essa maior quantidade de entrada de sódio
causa uma alteração na bomba sódio potássio que induz a entrada de
cálcio, a entrada de cálcio desestabiliza a membrana e começa a causar
uma lesão necrótica na membrana plasmática.
o Processos: desnaturação de proteínas (“coagulação” - formação de
grumos), liquefação (digestão enzimática da célula)
o Alterações citoplasmáticas: descontinuidade das mb. das organelas e das
MP
o Alterações nucleares: devido à degradação da cromatina e do DNA, o núcleo pode assumir três padrões morfológicos
da necrose→ cariólise, picnose (retração) ou cariorrexis (núcleo picnótico sofre fragmentação)
o Tipos:
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I. Necrose coagulativa: preserva a estrutura básica da célula e do tecido, coloração diferente mas a forma do tecido
se mantem. Desnaturação predomina (em enzimas estruturais e liquefativas); citoplasma é eosinofílico, com
aspecto de substância coagulada; núcleo alterado, com certa cariólise; contornos celulares preservados no início e
perdidos depois; halo hiperêmico; característica de infartos.
II. Necrose liquefativa: observado em necrose de snc. Perde os limites celulares, acontece liberação do conteúdo
dando um formato pastoso. Observa-se presença de PUS, com morte de neutrófilos. Liquefação predomina (digere
completamente as células mortas, transformando o tecido numa massa viscosa líquida, digerida e removida por
fagocitose); citoplasma vacuolizado; observada em infecções e infarto do SNC
III. Necrose gangrenosa: tipo necrose de membro. Desnaturação; núcleo alterado; forma da célula é mantida;
restos celulares; colônias bacterianas; em geral aplicada a membros que perderam suprimento sanguíneo e
sofreram necrose coagulativa, superposta por uma infecção bacteriana (coagulativa+O2+bactérias). Odor fétido,
cor escura.
IV. Necrose caseosa: a área de necrose é frequentemente encerrada dentro de uma borda inflamatória nítida,
formando granulomas observados na tuberculose (coagulativa+granulomas completos+BK); comum em infecções
tuberculosas (BAAR +++). Pulmão tuberculoso.
V. Necrose lipídica (esteatonecrose): decorrente da ação de lipases pancreáticas; pode calcificar-se, formando
“pingos-de-vela”. Enzimas como lipases encontram tecido adiposo e destroem esses tecidos causando uma lesão
morfológica característica. Ex pancreatite aguda, enzimas do pâncreas se espalham pelo peritônio destruindo o
tecido.
VI. Necrose hemorrágica: infarto vermelho; alvos → órgãos frouxos ou com dupla irrigação; causas → obstrução
arterial (órgãos com irrigação dupla que sofreram trombose seguida por recanalização)/venosa
(seios venosos dura-máter; a. mesentéricas; torção de pedúnculos; compressão de pedículos)
VII. Necrose fibrinoide: é uma necrose que ocorre exclusivamente nas vasculites. Vasculite é a isquemia da parede
do vaso.
o Resultados: digestão enzimática→ fragmentação→ fagocitose; alternativamente pode haver: digestão enzimática→
fragmentação→ caso os restos não sejam logo retirados calcificação distrofia.
o Resumo da necrose: tamanho celular aumentado (tumefação), núcleo pcnótico, cariorrexe ou cariólise, membrana
plasmática rompida, conteúdos celulares podem causar digestão enzimática e podem extravasar da célula, a
inflamação adjacente é frequente, e o papel é inevitavelmente patológico.
o Mecanismos da lesão celular:
- depleção do ATP já foi citado > associado a lesão isquêmica, falta nutriente para realizar a respiração aeróbica e com
isso é desencadeada a respiração anaeróbica que vai acidificar o citoplasma, reduzindo a atividade da bomba sódio
potássio, o que faz com que se acumule sódio dentro da célula, isso causa uma tumefação, já que o sódio atrai a água.
Além disso, a redução do pH causa uma redução da atividade enzimática celular. Ainda, acontece falência da bomba
de cálcio, acontecendo um influxo de cálcio que ocasionara o rompimento das membranas celulares
- danos mitocondriais > aumento do influxo de cálcio, espécies reativas de oxigênio e privação de oxigênio causam
formação de poros de transição de permeabilidade mitocondrial, isso faz com que haja perda do potencial de
membrana mitocondrial, ocorrendo então uma falha na fosforilação oxidativa e depleção progressiva de ATP
resultando em necrose. Acontece ainda um extravasamento de citocromo c para o citosol, ativando enzimas que
levam a morte celular.
- influxo de cálcio e perda da homeostasia do cálcio > causado por isquemia e certas toxinas, o acumulo de cálcio nas
mitocôndrias leva à abertura de poros de transição de permeabilidade mitocondrial e a deficiência da geração de ATP.
Além de ativar fosfolipases, proteases, endonucleases e ATPases e ainda caspases que induz a morte celular
- acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio (estresse oxidativo) > os radicais livres desencadeiam reações
autocatalíticas, convertendo as moléculas que reagem com eles em radicais livres. Espécies reativas de oxigênio (ERO)
são produzidas durante a respiração e geração de energia mitocondrial, sendo degradadas e removidas pelo sistema
celular de defesa. O aumento das EROS causa um estresse oxidativo, gerando lesões acompanhadas de reações
inflamatórias. Ex. peroxidação lipídica das membranas; modificação oxidativa de proteínas; lesões de DNA
- defeitos na permeabilidade da membrana > por espécies reativas de oxigênio, diminuição da síntese de
fosfolipídios, aumento da degradação dos fosfolipídios, anormalidades citoesqueléticas.
- danos ao DNA e às proteínas > se o dano for muito grave a célula inicia um programa de morte que pode
desencadear ou necrose ou apoptose.
Estudo completo para P1 Patologia 2018 –
Matheus Vinicius Rosa dos Santos

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