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Rita de Cássia Lima Martins

PhD, Ciências Morfológicas/UFRJ


rita.martins@unigranrio.edu.br
Histologia Aplicada
Histologia  Estuda as células e o material extracelular que
constituem os tecidos, órgãos e sistemas do corpo.
Histologia Aplicada
Em razão das pequenas dimensões celulares e dos componentes da
matriz extracelular (MEC), seu estudo é realizado com o auxílio de
microscópios.

Eletrônico Óptico
Histologia Aplicada
Histopatologia ou Histologia patológica é o estudo de como uma
doença específica afeta um conjunto de células (tecido).
Do Grego: 'histo' (tecido celular), 'pathos' (doença) e 'logia'(estudo).

Tecido Normal Tecido Anormal/ Patológico


Técnica Histológica
Obtenção de lâminas histológicas
O procedimento mais usado no estudo dos tecidos ao microscópio
de luz (a imagem se forma a partir de raios luminosos de um feixe
de luz que atravessou uma estrutura) consiste na preparação de
lâminas histológicas.
Histologia Aplicada

Técnica Histológica

A técnica histológica é o conjunto de procedimentos


aplicados para se obter uma preparação microscópica que
permita seu exame com um microscópio de luz.

Principal objetivo:
Preservar ao máximo o espécime, mantendo a mesma
composição química e estrutural de quando estava vivo.
Técnica histológica
Obtenção de lâminas histológicas

Coleta da amostra: manuseio delicado para evitar sua


deformação. A amostra pode ser obtida de um indivíduo
vivo (biópsia) ou morto (autópsia).
Fixação: Normalmente são utilizados fixadores químicos num período
de 06 – 24 hs - formol tamponado (fosfatado) e liquído de Bouin.

Objetivo: Preservar permanentemente a estrutura e a composição


molecular dos tecidos para tratamentos subsequentes – estabilizando
as proteínas.
 Interromper o metabolismo celular;
 Evitar a digestão dos tecidos por enzimas existentes nas próprias
células (autodigestão);
 Matar os microrganismos patogênicos (bactérias);
 Endurecer o tecido pela desnaturação das proteínas.
Tipos de Fixação
Fixação química: Os tecidos são imersos em soluções desanaturantes
ou agentes que estabilizam as moléculas ao formar pontes com
moléculas adjacentes - (1);

Pode ser feita a perfusão intravascular do fixador – alcança o interior


dos tecidos rapidamente pelos vasos sanguíneos (melhor fixação) – (2);

Ex.: Formaldeído 4% e glutaraldeído = reagem com os grupos amina


das proteínas.

Leva a retirada de lipídeos da amostra, pois utilizará em etapas


posteriores solventes lipídicos (etanol e xilol).

Fixação por congelamento: utilizado no estudo de lipídeos celulares


e enzimas - estudo de uma biópsia durante o ato operatório.
Tipos de Fixação

(1) (2)
Inclusão ou Embebição
Inclusão: Para obter secções delgadas com o micrótomo
(aparelho de corte) os fragmentos devem, após a fixação,
ser infiltrados com substâncias que lhes proporcionem uma
consistência rígida;

- parafina histológica = microscopia de luz;

- resinas de plástico (matacrilato; resina epon) =


microscopia de luz e eletrônica.

Obs.: As resinas apresentam resultados mais adequados.


Desidratação (6 – 24 hs): Substituir a água do fixador por um
solvente não polar (álcool) como primeira etapa para a inclusão
em parafina.

Água
Álcool

O álcool mais utilizado é o etanol em concentrações crescentes de


70% > 80% > 95% > 100%, durante uma hora ou mais em cada um
deles, conforme o tamanho da amostra.
Diafanização ou clareamento (1 – 6 hs): nesta etapa
intermediária, elimina- se o álcool do tecido (as
substâncias inclusoras dissolvem-se mal no álcool) e este é
impregnado com o mesmo solvente da parafina ou resina
(próxima etapa) que também lhe confere transparência 
xilol ou toluol.
Inclusão em parafina ou resina: Mergulha-se as peças em
parafina ou resina, geralmente de 56 a 60°C, durante 5 a
20 horas, conforme a natureza e as dimensões da amostra.
Devido a alta temperatura o agente clareador (xilol) evapora e a
parafina ou a resina penetram nos tecidos;

Logo a amostra é depositada em pequenos recipientes e deixada


solidificar.
Preparação do bloco: o
bloco de parafina ou
resina com a amostra
incluída é colado em um
suporte de plástico (bloco)
para que possa ser fixado
ao micrótomo.
Preparação do Bloco
Corte: A fim de se obter cortes muito finos utiliza-se um
instrumento de precisão chamado micrótomo.
- Parafina: 6-10 μm ;
- Resina : 1-2 μm

Os tecidos fixados por congelamento são seccionados através de um


micrótomo de congelamento ou com um criostato, instrumentos
adequados para manter a amostra em temperatura inferior a –20°C.
Poder de Resolução
Lembre-se: 1 μm = 0,001 mm e 1 nm = 0,001 μm.

Poder de Resolução máximo em microscopia de luz = 0,2 m.

Poder de Resolução máximo – 0,2 m


Micrótomo
Preparação das Lâminas

Montagem de corte sobre uma lâmina de vidro: os cortes são


depositados na superfície de um recipiente com água e logo são
montados sobre uma lâmina de vidro para que sequem.
Preparação das Lâminas

Lâminas:

- Previamente limpas com detergente;

- Podem ser estocadas em álcool 80%;

- Previamente secas;

- Antes da utilização é necessário


revestir suas superfícies com uma fina
camada de albumina para facilitar a
adesão da peça.
Como os cortes parafinizados são incolores, as amostras ainda não
estão apropriadas para o exame no microscópio óptico. Dessa
forma necessitam ser coradas – uso de corantes.
Podem ser:
- Corantes que diferenciam os componentes ácidos e básicos;
- Corantes especializados que diferenciem componentes fibrosos da
MEC;
- Sais metálicos que precipitam nos tecidos.
Desparafinação: esse passo intermediário é
necessário para permitir a penetração do
álcool do passo seguinte.

Hidratação: para permitir a penetração dos


corantes, que em sua maioria estão em solução
aquosa, a amostra deve ser hidratada em
soluções de etanol diluídas progressivamente
(100% > 95% > 80% > 70%), até a lavagem final
em água destilada
O método de coloração convencional mais utilizado em histologia
e histopatologia é conhecido como hematoxilina-eosina ( HE).
Coloração

A maiora dos corantes se comportam como Ácidos ou Bases:

- Corantes básicos:
. Hematoxilina;
. Azul de toluidina;
. Azul de metileno.

- Corantes ácidos:
. Eosina;
. Orange G;
. Fucsina ácida.
- Componentes teciduais que reagem com corantes básicos:
basófilos;
- Componentes teciduais que reagem com corantes ácidos:
acidófilos.
Coloração
Hematoxilina: É um corante nuclear que se comporta como um
corante básico ao corar os componentes ácidos dos tecidos. Por
exemplo, heterocromatina, nucléolo, RNA ribossômico, regiões
ácidas do citoplasma e matriz extracelular da cartilagem  cora em
azul ou violeta.

Eosina: É um corante citoplasmático, corante ácido, que


cora os componentes básicos dos tecidos. Por exemplo, regiões
básicas do citoplasma celular, mitocôndrias, grânulos de secreção,
filamentos citoplasmáticos e fibras colágenas em diferentes
tonalidades do rosa ao vermelho.
Coloração

HEMATOXILINA (Roxo) e
EOSINA (Vermelho)
Coloração

Orceína (Vermelho)
Fibras Elásticas

Pavilhão auditivo () e


Artéria Elástica (→)
Coloração
Montagem da lamínula: a fim de obter uma preparação
permanente, o corte é coberto com um vidro fino, colado com
um meio de montagem natural (Bálsamo do Canadá) ou sintético.
Lâminas Histológicas
Todo o procedimento, desde a fixação até a
observação de um tecido em um microscópio de luz,
pode demorar de 12 h a 2 dias, dependendo do
tamanho do tecido, do fixador e do meio de
inclusão utilizados.
Resumindo...
Epitélio

Conjuntivo

Cartilaginoso

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