Você está na página 1de 12

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ROMEU CORREIA

ESCOLA SECUNDÁRIA C/3º CICLO ROMEU CORREIA

BIOLOGIA

Observação e identificação de leucócitos

Prof.ª Leonor Vaz Pereira


Yelyzaveta Nazar nº18, 12ºB1

26 de abril de 2023
Índice

Introdução................................................................................................................................ 2

Metodologia..............................................................................................................................3

Material...............................................................................................................................3

Procedimento..................................................................................................................... 3

Resultados............................................................................................................................... 4

Análise crítica dos resultados.................................................................................................. 7

Conclusão.............................................................................................................................. 10

Referências bibliográficas...................................................................................................... 11

1
Introdução

O sistema imunitário é um conjunto de órgãos, tecidos e células capazes de reconhecer os


elementos pertencentes ou não a um determinado organismo e de desenvolver
mecanismos de defesa, protegendo-o de células que originam cancros e de agentes
patogénicos tais como: bactérias, vírus, fungos, etc.. A fim de combater estes
microrganismos, são envolvidas células efetoras, constituintes do sistema imunitário, os
leucócitos.
O objetivo desta atividade laboratorial foi perceber a técnica do esfregaço, assim como
observar e identificar nas preparações do sangue humano os seus constituintes, entre os
quais os vários tipos de leucócitos envolvidos na defesa do organismo.

2
Metodologia

Para observar os vários tipos de leucócitos era necessário obter preparações de sangue
humano a partir da aplicação da técnica do esfregaço. Apesar da execução desta técnica
ser o processo mais correto para observar as estruturas pretendidas, os resultados obtidos
poderiam não ser eficientes e o procedimento ser mais demorado, por isso recorreu-se ao
uso de preparações definitivas.

Material

● Microscópio Ótico Composto (MOC);


● 2 preparações definitivas de sangue humano.

Procedimento

1) Ao ligar o MOC (Microscópio Ótico Composto) verificou-se:


a) A presença da objetiva de menor poder amplificador;
b) Posicionamento correto da platina (platina em baixo):
2) Colocou-se a 1ª preparação definitiva, prendida pela pinça, subiu-se a platina
com a ajuda do parafuso macrométrico;
3) Iniciou-se a focagem, espreitando pela ocular, desceu-se lentamente a
platina usando o parafuso macrométrico, e em seguida para se obter uma
imagem nítida ajustou-se o parafuso micrométrico.
a) Mudou-se de objetiva rodando o revólver;
b) Focou-se novamente usando o parafuso micrométrico.
4) Repetiram-se os processos mencionados em 3)a) e 3)b) para todas as
objetivas;
5) Baixou-se a platina rodando o parafuso macrométrico;
6) Posicionou-se a objetiva de menor poder amplificador;
7) Removeu-se a 1ª preparação;
8) Repetiu-se o mesmo processo anteriormente anunciado de 2) a 7) para a
observação da preparação seguinte.

3
Resultados
Tipos de leucócitos observados:

1) Neutrófilos

Fig. 1 - Observação da preparação definitiva do sangue humano na objetiva 100x.


Identificação das seguintes estruturas: glóbulos vermelhos (células anucleadas), plaquetas
e neutrófilo com um núcleo polilobado e citoplasma com granulações.

2) Eosinófilos

Fig. 2 - Observação da preparação definitiva do sangue humano na objetiva 100x.


Identificação das seguintes estruturas: glóbulos vermelhos (células anucleadas), plaquetas
e eosinófilo com um núcleo bilobado e citoplasma com granulações.

4
3) Basófilos

Fig. 3 - Observação da preparação definitiva do sangue humano na objetiva 100x.


Identificação das seguintes estruturas: glóbulos vermelhos (células anucleadas), plaquetas
e basófilo com um núcleo em forma de «S» irregular e citoplasma cheio de granulações.

4) Linfócitos

Fig. 4 - Observação da preparação definitiva do sangue humano na objetiva 100x.


Identificação das seguintes estruturas: glóbulos vermelhos (células anucleadas), plaquetas
e linfócito de núcleo relativamente grande e citoplasma sem granulações.

5
5) Monócitos

Fig. 5 - Observação da preparação definitiva do sangue humano na objetiva 100x.


Identificação das seguintes estruturas: glóbulos vermelhos (células anucleadas), plaquetas
e monócito de núcleo em forma de rim e citoplasma sem granulações.

6
Análise crítica dos resultados

A partir da observação das preparações definitivas de sangue humano consegue-se


identificar todos os constituintes do sangue, nomeadamente: as hemácias ou glóbulos
vermelhos são células anucleadas em forma de disco bicôncavo, contêm um pigmento
chamado hemoglobina que é responsável pelo transporte de CO2 e O2. As plaquetas são
responsáveis pela coagulação do sangue, limitando hemorragias. E os leucócitos ou
glóbulos brancos, células incolores com núcleo, são importantes na defesa do organismo
contra os agentes patogénicos. Estes últimos são produzidos pela medula óssea e podem
ser classificados com base na presença/ausência de granulações no citoplasma em 2
grandes grupos: os granulócitos e os agranulócitos.
Fazem parte dos granulócitos:
● Neutrófilos (núcleo polilobado): também chamados de vigilantes imunitários,
representam cerca de 45-75% dos leucócitos e correspondem a uma das primeiras
linhas de defesa do organismo contra bactérias e fungos. Os neutrófilos são
denominados de fagócitos, pois realizam a fagocitose que consiste na ingestão e
posterior destruição de partículas (microrganismos estranhos). Por possuírem uma
vida curta, estes libertam substâncias químicas que atraem outras células efetoras
para a área lesionada, quimiotaxia, contribuindo assim para o aumento da resposta
imunitária do corpo. Os níveis de neutrófilos no sangue podem ser usados como um
indicador de infeções bacterianas ou inflamações no corpo. Regra geral, a
quantidade de neutrófilos aumenta, uma vez que o organismo está a tentar livrar-se
do problema em causa.
● Eosinófilos (núcleo bilobado): constituem 7% dos leucócitos. Tal como os
neutrófilos, os eosinófilos são considerados fagócitos por realizar a fagocitose, mas
de uma forma mais lenta e seletiva, atuando especialmente contra parasitas. Estes
ainda são capazes de controlar as inflamações associadas a alergias. Os eosinófilos
podem se acumular nos tecidos afetados e libertar enzimas que ajudam a destruir as
células danificadas. Os seus níveis no sangue podem ser usados para diagnosticar
e manter sob o controle várias doenças, incluindo alergias, doenças autoimunes,
infeções de parasitas e algumas doenças malignas. Deste modo, quando o corpo
está a enfrentar uma alergia ou infeção de algum parasita, o número de eosinófilos
no sangue tende a aumentar.
● Basófilos (núcleo em forma de «S» irregular): constituem 2% dos leucócitos e
desempenham um papel importante na resposta inflamatória do corpo. Os basófilos
contêm granulos que possuem substâncias químicas, como histamina, que é

7
responsável pela vasodilatação que aumenta a permeabilidade dos vasos, e permite
que as outras células do sistema imunitário entrem no tecido inflamado. A ação dos
basófilos está associada ao combate de muitas doenças, como asma, rinite alérgica
e urticária, devido ao seu papel na libertação de histamina e outras substâncias
químicas que desencadeiam sintomas alérgicos. No entanto, devido a valores muito
baixos de basófilos no sangue, estes não são usados como indicadores de doença.
Já os agranulócitos são constituídos por:
● Linfócitos (núcleo relativamente grande): são o 2º tipo de leucócitos, a seguir dos
neutrófilos, mais facilmente encontrado nas amostras de sangue devido à sua
relativa abundância, representando 16-45%. Os linfócitos têm um papel fundamental
na defesa do organismo contra agentes patogénicos em geral. Estes são divididos
em três grupos: os linfócitos B, os linfócitos T e as células natural killer (NK). Os
linfócitos B produzem anticorpos, após a sua diferenciação em plasmócitos, e os
linfócitos T são responsáveis por reconhecer e destruir as células infetadas por vírus
e outras células anormais. As células NK podem matar tanto células infetadas por
certos tipos de vírus como as células tumorais. Os níveis de linfócitos no sangue
podem ser utilizados para identificar e diagnosticar várias doenças, incluindo
infeções virais, doenças autoimunes e cancros do sangue. Por exemplo, uma
diminuição da quantidade de linfócitos pode ser um sinal de uma infeção viral,
enquanto que um aumento pode indicar um cancro do sangue como a leucemia.
● Monócitos (núcleo em forma de rim): representam cerca de 4-10% dos leucócitos.
Ao migrarem para fora da corrente sanguínea, se transformam em células
fagocitárias maiores, por diferenciação, chamadas de macrófagos. Estes têm a
capacidade de fagocitar e digerir bactérias, vírus, células danificadas, entre outros
materiais estranhos ao corpo. Os monócitos desempenham um papel importante na
imunidade inata, o mecanismo de defesa não específico do organismo contra
patógenos invasores, nomeadamente na resposta inflamatória. Isso deve-se ao facto
de terem uma duração muito mais longa do que os neutrófilos e a sua eficácia
fagocítica ser maior. Os níveis de monócitos no sangue podem ser usados como um
indicador de infeções bacterianas ou virais, inflamações crónicas e doenças
autoimunes. Por exemplo, a quantidade de monócitos aumenta em resposta a uma
infeção bacteriana aguda, mas se o aumento persistir ao longo do tempo pode ser
um sinal de inflamação crónica ou de uma doença autoimune, como a artrite
reumatóide.

8
Nas preparações definitivas observadas ao MOC em aula, foi possível apenas identificar 2
tipos de leucócitos: os neutrófilos e os linfócitos, uma vez que ambos surgem com maior
frequência por existirem em maior quantidade. Os restantes tipos de leucócitos foram vistos
e analisados a partir do site anexado no protocolo da atividade.
Tal como referi no item Metodologia, nesta atividade foram utilizadas preparações
definitivas, em vez das preparações feitas a partir da técnica do esfregaço que também foi
alvo de estudo, por causa do tempo que nos foi disponibilizado. Apesar deste facto, quero
explicar a importância deste método e do uso do corante azul de metileno nestas
preparações.
A técnica do esfregaço, também chamada de técnica de dissociação, permite-nos separar o
material biológico em fragmentos mais pequenos, não deixando ocorrer a sua sobreposição,
de modo a facilitar a sua observação. Feito o esfregaço, a este são adicionadas algumas
gotas do azul de metileno que tem como objetivo destacar o citoplasma dos leucócitos de
azul claro e os seus núcleos de azul escuro para a sua posterior identificação.

9
Conclusão

Terminada esta atividade pode-se dizer que os objetivos previamente estabelecidos foram
cumpridos, pois foi possível ver e identificar todos os tipos de leucócitos estudados na aula,
nomeadamente os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. E também
estudar as funções que estes desempenham no nosso organismo, lembrando que todos
eles servem para nos proteger de bactérias, vírus, micróbios, etc..
Do mesmo modo, conseguiu-se perceber melhor a técnica do esfregaço, a sua execução e
relevância no decorrer da experiência. É importante salientar que este procedimento ajuda a
ter uma visão melhor das estruturas que se pretende observar pela sua distribuição em
camada fina e pelo uso de corante contribuindo para o seu destaque.

10
Referências bibliográficas

Corantes usados no esfregaço hematológico. (2013, October 1). Biomedicina Padrão.

Retirado em Abril 27, 2023, de

https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/10/corantes-usados-no-esfregaco.html

Home. (n.d.). YouTube. Retirado em Abril 27, 2023, de

https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/sistema-imuno

Leucócitos (Glóbulos Brancos) - Aula 12 - Módulo VII: Histologia e Fisiologia Humana | Prof.

Gui. (2020, February 18). YouTube. Retirado em Abril 27, 2023, de

https://youtu.be/UQu-h5fVwdo

Leucócitos Granulócitos - Neutrófilo / Eosinófilo / Basófilo - Sangue - Tecido Sanguíneo.

(2021, February 22). YouTube. Retirado em Abril 27, 2023, de

https://youtu.be/wSAh5ls-RDM

Osório Matias. (2020). Biologia 12 (14ª ed.). Areal Editores.

Plaquetas baixas: o que pode significar. (2020, November 20). CUF. Retirado em Abril 27,

2023, de https://www.cuf.pt/mais-saude/plaquetas-baixas-o-que-pode-significar

11

Você também pode gostar