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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

THAINÁ ASSIS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS:


HEMATOLOGIA

Dourados
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

THAINÁ ASSIS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ANÁLISES CLÍNICAS:


HEMATOLOGIA

Trabalho apresentado na Disciplina de Estágio


Supervisionado em Análises Clínicas do 4
ano, Curso de Biomedicina, Faculdade de
Ciências da Saúde.

Prof. Esp. Felipe Leoratto Parizoto.

Dourados
2023
COLORAÇÃO DE LÂMINAS

A coloração de lâmina com reagentes panóticos refere-se a um tipo de coloração


que permite visualizar e diferenciar diferentes componentes celulares em uma amostra
microscópica. Esses reagentes são chamados de panóticos porque têm a capacidade de
corar várias estruturas celulares simultaneamente. Esses corantes permitem a leitura das
células sanguíneas, como os glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.
No laboratório, os corantes que mais utilizamos são os panóticos, pois eles têm
várias vantagens, como: são mais rápidos, sendo assim, obtemos a coloração em um
minuto e tem um ótimo custo benefício comparado com outros corantes.
São três que utilizamos. O primeiro, tem uma base alcoólica e serve para a
fixação, nesse, a lâmina é mergulhada por 10 a 15 segundos. O segunda, é o corante
vermelho (eosina), ele se liga as bases, pois é um corante ácido. Na coloração, a lâmina
é mergulhada nele por 8 segundos. O terceiro e último, é o corante azul (azul de
metileno) e ele se liga as estruturas ácidas e na leitura, expressa o núcleo das células. A
lâmina é mergulhada por aproximadamente 35 segundos.

. A coloração permite que as células sejam observadas ao microscópio,


facilitando a identificação de diferentes tipos celulares e a detecção de alterações
morfológicas e isso facilita na detecção do diagnóstico de várias doenças hematológicas,
como anemias, leucemias e outros distúrbios sanguíneos. A análise das características
morfológicas das células coradas pode fornecer informações importantes para o
diagnóstico e acompanhamento dessas condições.
LEITURA DE LÂMINAS E TÉCNICAS

A leitura da lâmina faz parte da fase analítica da amostra e pode fornecer


informações valiosas sobre a saúde do paciente. Por exemplo, pode ajudar a identificar
anemias, infecções, doenças falciformes, leucemias e outras condições relacionadas ao
sangue.
Para iniciar, é necessário fazer o esfregaço sanguíneo com a técnica de arraste e
corar em seguida com os reagentes citados anteriormente.
O esfregaço envolve a aplicação de uma pequena gota de sangue
(aproximadamente 10µl) em uma lâmina de vidro, espalhando-a e deixando-a secar
naturalmente. É importante obter um esfregaço fino e uniforme para uma leitura
adequada.

Após a lâmina corada e seca, faz-se a leitura no microscópio, onde ela será
examinada em diferentes objetivas (geralmente 10x, 40x e 100x de ampliação) com a
ajuda de um óleo de suspensão para melhorar a visualização das células.
O melhor campo de leita é na cauda da lâmina, ou seja, é aquele em que as
células estão distribuídas homogeneamente, sem agrupamento e que não estejam tão
afastadas umas das outras.

O ideal é que essa lâmina seja contada em zigue-zague para não confundir os
campos e fazer uma boa leitura. A contagem é feita com um contador, onde colocamos
todos os leucócitos encontrados até chegar ao número 100 e assim comparamos com o
hemograma emitido pela máquina.

Contador de células sanguíneas Analisador hematológico


Os leucócitos são células do sistema imunológico responsáveis pela defesa do
organismo contra infecções, patógenos e substâncias estranhas. Existem diferentes tipos
de leucócitos, e cada um deles desempenha funções específicas na resposta imune. Os
principais tipos de leucócitos são:
1. Neutrófilos: São os mais abundantes e desempenham um papel importante na
resposta imune inicial. Eles são especializados em fagocitar bactérias, fungos e
outros microrganismos invasores.
2. Linfócitos: São responsáveis pela resposta imune adaptativa. Existem dois
principais subtipos de linfócitos: os linfócitos B, que produzem anticorpos para
neutralizar patógenos, e os linfócitos T, que coordenam a resposta imune e
podem destruir células infectadas.
3. Monócitos: São células fagocitárias que têm a capacidade de migrar para os
tecidos e se diferenciar em macrófagos. Os macrófagos atuam na fagocitose de
microrganismos, na apresentação de antígenos e na modulação da resposta
imune.
4. Eosinófilos: São células envolvidas na resposta a parasitas e também
desempenham um papel na resposta alérgica. Eles liberam substâncias que
atacam e matam parasitas, além de estarem envolvidos em reações de
hipersensibilidade.
5. Basófilos: São leucócitos menos comuns, que desempenham um papel na
resposta alérgica. Eles liberam substâncias, como histamina, que estão
envolvidas na resposta inflamatória e no recrutamento de outros leucócitos para
o local da infecção.
HEMOGRAMA

O hemograma é o exame laboratorial mais utilizado para avaliar as células


sanguíneas presentes em uma amostra de sangue. É analisado através de uma amostra de
sangue periférico em um tubo de EDTA.
Os principais componentes que são informados no hemograma são:
1. WBC (Leucócitos): Indica o número total de glóbulos brancos no sangue.
2. RBC (Hemácias): Indica a quantidade de glóbulos vermelhos presentes no
sangue.
3. HGB (Hemoglobina): Avalia a concentração de hemoglobina, uma proteína
encontrada nos glóbulos vermelhos responsável pelo transporte de oxigênio. É
expressa em gramas por decilitro (g/dL) de sangue.
4. HCT (Hematócrito): Refere-se à porcentagem do volume total de sangue
ocupado pelos glóbulos vermelhos.
5. VCM (Volume Corpuscular Médio): Volume médio do glóbulo vermelho
(fL).
6. HCM (Hemoglobina corpuscular média): demonstra a quantidade média de
hemoglobina contida num glóbulo vermelho e é medida em picogramas (pg x 10
elevado a – 12).
7. CHCM (Concentração de hemoglobina corpuscular média): é a
concentração média de hemoglobina presente nas hemácias (g/dL).
8. PLT (Plaquetas): Indica o número de plaquetas presentes no sangue. As
plaquetas são responsáveis pela coagulação sanguínea e são expressas como o
número de células por microlitro (milímetro cúbico) de sangue.
9. RDW (Amplitude e distribuição dos glóbulos vermelhos): É um índice que
indica a variação de tamanho entre as hemácias, representando a porcentagem da
variação entre os tamanhos obtidos (%).
10. RDW – SD: Amplitude de distribuição dos eritrócitos medido como desvio
padrão (fL).
11. RDW – CV: Amplitude de distribuição de eritrócitos medido como coeficiente
de variação (%).
12. Diferencial de leucócitos: Avalia a proporção e contagem de diferentes tipos de
glóbulos brancos, incluindo neutrófilos (NEUT), linfócitos (LYM), monócitos
(MON), eosinófilos (EOS) e basófilos (BASO).

ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVAS

As anemias hipoproliferativas são caracterizadas por insuficiência na produção


de glóbulos vermelhos na medula óssea, ou seja, há diminuição da eritropoiese por
defeitos nos precursores das células hematopoiéticas e pode acontecer devido a alguns
fatores como: anemias carenciais (anemia ferropriva, anemia megaloblástica),
insuficiência renal crônica e aplasia medular.
Nesses casos, a medula óssea simplesmente para de produzir eritrócitos, fazendo
com que baixem os níveis de hemoglobina e a contagem de glóbulos vermelhos. Os
reticulócitos também diminuem.
O diagnóstico dessas anemias é feito por meio de exames de sangue, como o
hemograma completo e possível alteração no tamanho e na forma dos glóbulos
vermelhos. Já o tratamento, depende da causa específica e pode envolver a
administração de suplementos de ferro, vitamina B12 ou ácido fólico, tratamento de
doenças subjacentes, terapia imunossupressora, transfusões de sangue ou até mesmo um
transplante de medula óssea em casos graves. O acompanhamento médico regular é
essencial para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar a abordagem, se necessário.

ANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS

As anemias hiperproliferativas são caracterizadas como aquelas em que há perda


excessiva do numero de hemácias ou hemólise e a medula óssea começa a produzir
hemácias disparadamente, para suprir essas que foram perdidas. Pode acontecer em
casos de anemias falciformes, hemolíticas e em hemorragias agudas.
Nesses casos, há uma proliferação de células vermelhas aumentada, como
tentativa de reagir ao quadro de baixa na contagem de hemácias e de hemoglobina. Nos
exames, são observados um elevado número de reticulócitos, o que evidencia um
esforço da medula óssea em reagir ao quadro anêmico.
RETICULÓCITOS

Os reticulócitos indicam a atividade de eritropoiese (produção de glóbulos


vermelhos) na medula óssea. Eles contêm RNA residual, que lhes confere um aspecto
granular quando corados. À medida que amadurecem, o RNA é perdido e se tornam os
glóbulos vermelhos maduros.
A contagem de reticulócitos é um exame que mede a quantidade de reticulócitos
presentes no sangue periférico. Essa análise serve para avaliar a capacidade da medula
óssea em produzir glóbulos vermelhos e para diagnosticar e monitorar diversas
condições relacionadas à produção anormal de eritrócitos.
Aumentos na contagem de reticulócitos podem indicar uma resposta normal do
organismo para compensar uma perda de sangue, anemia por deficiência de ferro,
hemólise (destruição prematura dos glóbulos vermelhos), entre outras condições. Já
uma contagem de reticulócitos reduzida pode estar associada a deficiências nutricionais,
doenças da medula óssea, anemia aplástica, entre outros.
TIPAGEM SANGUÍNEA

A tipagem sanguínea é um teste realizado para determinar os tipos sanguíneos de


uma pessoa. Existem diferentes sistemas de classificação sanguínea, mas o sistema mais
conhecido é o sistema ABO, que divide os tipos sanguíneos em quatro grupos
principais: A, B, AB e O.
A tipagem sanguínea é baseada na presença ou ausência de antígenos específicos
nas células vermelhas do sangue e na presença de anticorpos correspondentes no plasma
sanguíneo. Os antígenos são substâncias encontradas na superfície das células
vermelhas do sangue, e os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema
imunológico em resposta à presença de antígenos estranhos.
Aqui estão os diferentes tipos sanguíneos do sistema ABO e como são
determinados:
1. Tipo sanguíneo A: As células vermelhas do sangue têm antígenos A na
superfície, e o plasma contém anticorpos anti-B.
2. Tipo sanguíneo B: As células vermelhas do sangue têm antígenos B na
superfície, e o plasma contém anticorpos anti-A.
3. Tipo sanguíneo AB: As células vermelhas do sangue têm antígenos A e B na
superfície, e o plasma não contém anticorpos anti-A nem anti-B.
4. Tipo sanguíneo O: As células vermelhas do sangue não têm antígenos A nem B
na superfície, mas o plasma contém anticorpos anti-A e anti-B.
Além do sistema ABO, o fator Rh também é importante na tipagem sanguínea.
O fator Rh pode ser positivo (+) ou negativo (-), dependendo da presença ou ausência
do antígeno Rh nas células vermelhas do sangue.

TIPAGEM SANGUÍNEA DIRETA

A tipagem sanguínea direta é realizada com a mistura de amostras de sangue do


paciente com reagentes específicos para determinar os tipos sanguíneos ABO e Rh. O
objetivo principal da tipagem sanguínea direta é identificar a presença de antígenos
ABO e do fator Rh nas células vermelhas do sangue. Isso é feito por meio da
aglutinação das células vermelhas com reagentes contendo anticorpos específicos para
os antígenos A, B e Rh.
TIPAGEM SANGUÍNEA REVERSA

A tipagem sanguínea reversa é utilizada para determinar a compatibilidade entre


o plasma sanguíneo do paciente e as células vermelhas do sangue de possíveis doadores.
O objetivo principal da tipagem sanguínea reversa é identificar a presença de
anticorpos irregulares no plasma sanguíneo do paciente. Esses anticorpos podem ter se
desenvolvido em resposta a transfusões sanguíneas prévias, gravidez, transplante de
órgãos ou outras situações em que houve exposição a diferentes tipos de antígenos
sanguíneos.
Durante o teste de tipagem sanguínea reversa, o plasma do paciente é misturado
com células vermelhas do sangue de doadores conhecidos, que têm diferentes tipos
sanguíneos. A mistura é observada para verificar se ocorre aglutinação das células
vermelhas. A presença de aglutinação indica que o plasma do paciente contém
anticorpos que reagem com os antígenos presentes nas células vermelhas do doador.

DFRACO

O exame de D fraco é utilizado quando ocorre um resultado de tipagem


sanguínea com Rh negativo, pois a maioria das pessoas são Rh positivo, o que significa
que têm o antígeno D presente nas células vermelhas do sangue. No entanto, em alguns
casos, o antígeno D pode estar ausente ou ser menos expresso e o teste do D fraco serve
para expressar essas ligações que não estão tão visíveis.
Em situações clínicas, como transfusões de sangue ou gravidez, o D fraco pode
ter implicações importantes. Por exemplo, uma pessoa com D fraco pode produzir
anticorpos contra o antígeno D quando exposta a sangue Rh positivo, o que pode levar a
reações transfusionais ou complicações na gravidez.

DOENÇA HEMOLITICA DO RECÉM NASCIDO

A Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) é uma condição em que


ocorre a destruição dos glóbulos vermelhos do bebê devido à incompatibilidade
sanguínea entre a mãe e o feto. Essa incompatibilidade ocorre quando a mãe possui um
tipo sanguíneo Rh negativo e o feto herda o tipo sanguíneo Rh positivo do pai.
A DHRN ocorre quando o sangue do feto Rh positivo entra em contato com o
sistema imunológico da mãe Rh negativo durante a gestação ou no momento do parto e
isso pode levar à produção de anticorpos anti-Rh (D), que podem atravessar a placenta e
atacar os glóbulos vermelhos do feto.
Na primeira gravidez de uma mulher Rh negativo com um feto Rh positivo, a
DHRN é geralmente menos grave, pois a produção de anticorpos leva tempo para
ocorrer. No entanto, na próxima gestação com um feto Rh positivo, os anticorpos
maternos já estão presentes e podem causar uma resposta imune mais rápida e agressiva,
levando a complicações mais graves.
A prevenção da DHRN é possível por meio da administração de uma substância
chamada imunoglobulina anti-D para mulheres Rh negativo durante a gestação e após o
parto. Essa imunoglobulina ajuda a prevenir a formação de anticorpos maternos contra o
fator Rh, reduzindo o risco de DHRN em futuras gestações.

VHS

A Velocidade de Hemossedimentação (VHS), é um exame laboratorial que mede


a taxa de sedimentação dos glóbulos vermelhos no sangue. A hemossedimentação é um
processo natural em que os glóbulos vermelhos se separam do plasma sanguíneo e se
depositam no fundo de um tubo vertical.
O exame de VHS é frequentemente solicitado como um teste de rotina para
auxiliar no diagnóstico e monitoramento de várias condições inflamatórias e
autoimunes, além de algumas infecções e certos tipos de câncer. O VHS não é um teste
específico para nenhuma doença específica, mas pode ser usado como um indicador de
inflamação no corpo.
Valores mais altos de VHS indicam um processo inflamatório mais intenso, enquanto
valores normais ou baixos podem indicar a ausência de inflamação significativa.
REFERENCIAS

FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. Artmed Editora, 2015.

Frazão A. Valores de referência do hemograma. Disponível em:


< https://www.tuasaude.com/valores-de-referencia-do-hemograma/>

HOFFBRAND, A.V., MOSS, P.A.H. Fundamentos em Hematologia. 6° ed. Porto


Alegre. Editora Artmed, 2013.

GUIMARÃES, Huyara Carllota Teixeira. Os sistemas de grupos sanguíneos kell, kidd e


duffy. AC&T - Academia de Ciência e Tecnologia, 2019. Disponível em:
<https://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/3-
Os_sistemas_de_grupos_sanguineos.pdf>

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