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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

LICENCIATURA EM ANÁLISES CLÍNICAS E SAÚDE PUBLICA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR

ESTUDANTE: BENEDITO KANGUENO QUINTAS

BENGUELA/2024
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

LICENCIATURAEM ANÁLISES CLÍNICAS E SAÚDE PUBLICA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR

ORIENTADOR:

BENGUELA/2024
AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida.


A toda minha família pelo apoio incondicional;
Ao meu Orientador pelo apoio e incentivo o meu muito obrigado.
A nossa gratidão é estendida também a todos os professores que, com a sua sapiência
puderam passar os conhecimentos necessários.
A todos que directa ou indirectamente contribuíram para a concretização deste trabalho.
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus estimados familiares, ao Instituto Superior


Politécnico Piaget e Benguela e aos meus estimados professores e colegas de turma com os
quais compartilhei vários saberes.
PENSAMENTO
"A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender"

(Anónimo)
ÍNDICE
RESUMO

O presente Relatório de Estágio, foi realizado no Laboratório do Hospital Municipal


de Benguela, teve início no dia -- de ---- e terminado no dia *** de *** de 2023, com uma
duração total de 3 meses uteis, com objectivo de proporcionar ao aluno do curso de Análises
Clínicas, uma interacção com as práticas laboratoriais, bem como a orientação de um
profissional em Análises, suas competências, técnicas e ética na realização das actividades,
aplicar conceitos e conhecimentos teóricos e práticos constituído no decorrer das aulas,
descrição dos exames, equipamentos e técnicas das actividades realizadas durante o estágio
curricular. O estágio incluiu integração nos sectores da Coleta de amostras, Hematologia,
Bioquímica, Urianalise, Sorologia e Parasitologia, sob orientação da MSC. Maria Laurinda
Baptista Correia. O relatório inclui uma breve caracterização do local de estágio,
experiencias aí adquiridas, assim como as actividades realizadas em cada sector de forma
detalhada e os parâmetros analíticos de cada exame efectuado.

Palavras-chave: Estágio, Relatório, Exames.


ABSTRAT
INTRODUÇÃO

Os Laboratórios de Análises Clínicas, prestam serviço público através da realização de


análises, de acordo com a prescrição do médico da família, médico especialista ou por pedido
do próprio paciente ou cliente, é fundamental para diagnóstico e prevenção das patologias
existentes e posteriores. O presente trabalho, consiste no relatório de estágio curricular,
efectuada como parte integrante e conclusivo da Licenciatura no curso de Análises Clínicas
e Saúde Pública, do Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela, com objectivo
de proporcionar ao aluno do curso de Análises Clínicas e Saúde Pública, uma interacção com
as práticas laboratoriais, bem como a orientação de um profissional em Análises, suas
competências, técnicas e ética na realização das actividades, desde os tipos de exames
efectuados, equipamentos, técnicas e métodos utilizados para execução dos exames,
conhecer a realidade profissional laboratorial, sua dinâmica de funcionamento, organização,
fornecendo elementos que possam subsidiá-lo em sua escolha profissional.

As atividades foram realizadas em várias áreas abrangentes do laboratório, que serão


debruçadas no decorrer do trabalho. Realçando que, o estágio é um período de extrema
importância na formação, sendo académica ou profissional, pós permite adquirir
experiencias práticas. Assim, apresenta-se este trabalho como, Relatório Final do Curso em
Análises Clínicas e Saúde Pública, realizado no Laboratório do Hospital Geral do Lobito,
pelo autor como componente curricular.
OBJECTIVOS

Geral:

 Proporcionar ao aluno do curso de Análises Clínicas, uma interacção com as


práticas laboratoriais, bem como a orientação de um profissional em Análises Clínicas e
Saúde Pública, suas competências, técnicas e ética na realização das actividades.

Específicos:

 Conhecer a realidade profissional laboratorial, sua dinâmica de funcionamento,


organização, fornecendo elementos que possam subsidiá-lo em sua escolha profissional;
 Aplicar conceitos e conhecimentos teórico-práticos constituídos no decorrer do
curso;
 Promover o relacionamento multiprofissional e observar a importância do
trabalho em equipa;
 Descrever os exames, equipamentos e actividades realizadas em cada sector.
CAP. I – ESTRUTURA FÍSICA, ORGANIZACIONAL E
FUNCIONAL
1.1.-BREVE RESENHA HISTÓRICA DAS ANÁLISES CLÍNICAS E
SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DO TEMPO

A origem da tecnologia médica pode ser observada no decorrer de vários seculos.


Escritos em papiros datados de antes 1.000 a.C. Relatam descrições de parasitas intestinais,
um exemplo inicial da parasitologia. Na idade média, doutores hindus executaram urianálise
bruta quando observavam que, em alguns casos a urina tinha sabor doce e atraía formigas.
Com a invenção do microscópio, no seculo XVII, o estudo de amostras biológicas progrediu
do simples exame visual para exame microscópico (BARBARA & ANNA, 2011, p.32).

Os primeiros laboratórios clínicos nos Estados Unidos surgiram no final do seculo


XIX e, pelos padrões de hoje em dia, eles eram bastante primitivos. Alguns consistiam de
apenas uma mesa e um microscópio. E eram encontrados somente em consultórios de
médicos que tinham um interesse especial na medicina laboratorial. O censo de 1900 nos
Estados Unidos, listou apenas 100 técnicos de laboratórios, todos do sexo masculino. Após
a I Guerra Mundial, os laboratórios cresceram em tamanho e quantidade. Logo se tornou
claro que era necessário: educar os funcionários do laboratório; definir exigências
educacionais; identificar adequadamente as pessoas treinadas (BARBARA & ANNA, 2011,
p.32).

Nos anos 1930, foram estabelecidas exigências educacionais básicas, e as escolas


de tecnologia médica passaram a treinar funcionários de laboratórios. A partir de então,
começaram a ser ministrados exames de certificação para garantir o conhecimento e as
habilidades dos funcionários (BARBARA & ANNA, 2011, p.32).

1.2. Caracterização do Local de estágio

O estágio foi realizado no Hospital Municipal de Benguela (HMB) geograficamente,


está localizado no Bairro 70, Zona “A” Município de Benguela, Província de Benguela,
sendo que situa-se num município com uma extensão de 2100km2, distribuídos por 54
bairros, 318 sectores e 9 Zonas, com uma população estimada em um milhão e cem mil
habitantes, sob a direcção do Dr. Eduardo Fragoso e foi inaugurado no dia 28 de Junho de
2010, e está sob tutela da Admiração Municipal de Benguela como unidade orçamental e da
Direcção Municipal de saúde de Benguela.
1.2.1. Estrutura Física

O Hospital dispõe-se, de dois laboratórios, sendo o Central do Banco Externo, que


funciona das 7h as 15horas, e do Banco de Urgência que funciona das 16h as 6h, O
laboratório central, é constituído por uma recepção, onde os pacientes são mantidos antes de
serem atendidos, duas salas de coletas, uma sala de processamento que esta divida não
estruturalmente em várias áreas, dentre elas, Hematologia, Bioquímica, Parasitologia e
Imunologia/Sorologia, áreas que serão descritas no decorrer do trabalho, sala de vestuário
param os funcionários daquela área, um gabinete da responsável do laboratório e sala de
observação. Ao contrário do laboratório do banco de urgência que possui apenas uma
recepção, sala de coletas e uma sala de processamento.

1.2.2. Estrutura orgânica

O laboratório constitui uma estrutura orgânica, na base de onze (…12) profissionais


de saúde, sendo uma catalogadora e os demais actuando direitamente com a área laboratorial,
os técnicos do mesmo, trabalham num turno de 24h, das 7 as 15h no laboratório externo, os
mesmos entram para o laboratório de urgência das 16h as 6h da manha. Os laboratórios
possuem uma responsável Msc. Maria Laurinda Baptista Correia. que trabalha de segunda a
sexta- feira no período das 7h as 15h, os demais técnicos trabalham no turno de 24h. A cada
turno é empregue a dois técnicos, no caso estive incluído no terceiro turno com os técnicos
lllll e lllll, que prestaram o seu contributo de forma profissional e multidisciplinar, sempre
presentes para actuar no âmbito do que a profissão exige.

1.2.3. Equipamentos Existentes E Tipos De Exames Efectuados

Os Laboratórios do Hospital Municipal de Benguela, possuem os seguintes


equipamentos no seu todo.

 Microscópios
 Sysmex
 Cobas C 111
 Mini vidas
 Centrifuga
 Destilador de água
 Aquecedores de Laminas
 Mufla
 Geleira Laboratorial
 Agitador Magnético
 Homogeneizadores
 Glicosímetro
 Hemoglobinómetro
 Urisys 1100

O Laboratório, efectua os seguintes exames:

 PP- Pesquisa de Plasmódio,


 Glicemia capilar,
 Hemoglobina,
 Hemograma,
 VHS
 Reacção de Widal,
 Urina tipo I e II,
 Fezes,
 Exsudado vaginal,
 Falciformação
 TDR (H.pilory, VDRL, Dengue, Tchikungunha, HIV, HBsAg, HCV)
CAP. II – ENQUADRAMENTO EMPÍRICO
2.1. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CADA SECTOR DO
LABORATÓRIO

Foram desenvolvidas várias actividades, desde o primeiro e último dia de estágio


em cada sector com seus respectivos exames que serão ilustrados de forma detalhada,
começando pelo sector da coleta de amostras.

2.1.1-Recepção e registo de utentes/pacientes

 Fase pré analítica


Área da primeira fase laboratorial à Pré -Analítica, que começa desde a recepção
do paciente e da requisição com os exames solicitados pelo seu Médico ou Especialista,
área onde todas as amostras biológicas em análises são coletadas, desde sangue, secreções,
urina e fezes, entre outras amostras.

Principais materiais utilizados na coleta de amostras são, seringas de 10ml, 5 ml e


2ml; Lancetas, Tubos de ensaio, Suportes de tubos, Algodão, Lâminas de cristal, Reagentes
(de acordo com o exame solicitado), marcador, torniquete, Pipetas de Pasteur, Adesivo,
Bandejas, Álcool, Luvas, Tubos com Anticoagulantes ou gel, e sem, nunca esquecer as
lixeiras para descarte de materiais utilizados para perfuro cortantes e não cortantes, um dever
de biossegurança.

 Fase Analítica

 Coleta de Sangue Venoso


O sangue é o produto biológico mais utilizado nas análises clínicas, devido à
presença da maior parte dos analitos estudados. De acordo com as fases laboratoriais coleta
de sangue obedece a uma série de metodologias que visam assegurar a boa qualidade dos
resultados, bem como a satisfação do paciente.

Antes da realização de qualquer colheita, é fundamental a higienização das mãos


com água e sabão ou passar uma solução alcoólica a 70%, e em seguida calçar as luvas para
início da coleta seguindo a preparação do material que será utilizado para este processo.
 Primeiro verificar o tipo de exame, para sabermos a quantidade exata de amostra
que precisamos.
 Identificar o material a ser usado, no caso do laboratório em causa, identificamos
com números de 1 em diante, no material e na ficha de solicitação.
 Posicionar o paciente corretamente na cadeira, avisando sobre o processo.
 Selecionar uma veia que seja facilmente palpável para coletar, mas antes
visualizar presença de ferimento, hematoma ou se já foi picada no local em causa.
 Garrotar, para melhor viabilização e maior fluxo.
 Desinfetar a área com algodão embebido com álcool a 70%

Mantendo sempre o braço apoiado na braçadeira da cadeira, a palma da mão deve


estar voltada para cima, seguindo com a introdução da agulha, de forma rápida e suave, com
bizere sempre voltado para cima, minimizando a dor, num angulo de 15 a 45º. O paciente
deve manter o punho fechado abrindo apenas quando o sangue começar a fluir, e
desprendendo assim o garrote também. Em seguida puxando o êmbolo da seringa ate obter
o volume da amostra pretendida. Retirar a agulha e cobrir o local puncionado com algodão
seco, prendendo com ajuda de um adesivo. Distribuir a amostra nos tubos conforme a
solicitação dos exames, e descartar a agulha no contentor de perfuro cortantes e o corpo da
seringa no contentor para plásticos.

 Coleta de Sangue Capilar


A coleta de sangue capilar é a mais simples e por vezes a mais dolorosa. Antes da
mesma ser efectuada devemos verificar as extremidades superiores dos dedos, avaliando a
existência de uma ferida, contusão, indicação de possível queimadura, entre outros factores
que podem interferir na colheita e nos resultados, porém deve-se evitar acolheitar em locais
com possíveis danos. Para esta coleta, os materiais utilizados são poucos e bem específicos,
sendo eles: lancetas, lamínulas, laminas cristalizadas, algodão seco e embebido com álcool
a 70%, bandeja e luvas.

 Coleta de Urina
É uma colheita fácil de executar, que pode ser acolheitada pelo próprio paciente,
com excepção dos casos especiais, como os bebés ou os imobilizados/acamados, em que são
usados sacos coletores. Os diferentes tipos de urina, designados de acordo com o
modo/período do dia em que são colidas, bem como o seu propósito analítico.
 Primeira urina da manhã – Urina tipo I (mais concentrada);
 Urina aleatória (colida a qualquer hora do dia) – Testes de rotina;
 Urina de 24 horas – Determinação de analitos que apresentem variação
diurna.

SECTOR DE IMUNOLOGIA/SOROLOGIA
Nesta área de imunologia incluem a sorologia, que consiste no doseamento de
proteínas, autoimunidade, alergologia, sendo análises automatizadas no aparelho denominado
Mini Vidas e em sorologia alguns exames são realizados manualmente.

 Reacção de Widal

É um exame sorológico, para detectar a presença de antígenos da bactéria Salmonella typhi, o


Laboratório Central do HGBF realiza o exame da R.W pelo método qualitativo em placa.

Material Necessário

 Placas;
 Pipeta automática;
 Tudo de ensaio;
 Seringa de 5 ou 2 ml (para coleta);
 Reagentes;
 Luvas;
 Ponteiras para fazer a homogeneização.

Princípio do método (Qualitativo em Placas).

O método consiste em, identificação de um tubo seco com número e o tipo de exame
utilizando marcador, explicamos o procedimento de coleta para o paciente, garrotamos o local
para a punção, desinfectamos a área e com a seringa puncionamos ate 2ml da amostra.
Colocamos o sangue total tubo acima referido, transferindo sempre a partir das paredes do tudo
evitando assim interferências na leitura, e em seguida colocamos para centrifugar para obtenção
do soro.

Feito esse processo, pipetamos 50 ul do soro e do reagente (H) e colocamos num dos
círculos da placa, repetindo o processo para o outro reagente (O), seguindo para o agitador de
placas, na ausência o processo é feito manualmente com movimentos circulares durante 1
minuto, assim observando macroscopicamente a presença de aglutinação ou não. A aglutinação
indica positividade e ausência indicando negatividade.

PARASITOLOGIA
Uma parte do departamento de microbiologia, onde as amostras são examinadas para
pesquisa de parasitas, o laboratório realiza neste sector os seguintes exames: pesquisa de
plasmódio e fezes.

 Pesquisa de Plasmódio (PP)

Pesquisa de Plasmódio, é um exame parasitológico, cuja finalidade é pesquisar os


parasitas denominados Plasmódio, independentemente da espécie do Plasmódio, tendo em
conta que a espécie dominante em Angola é a espécie falciparum.

Material utilizado para Pesquisa de Plasmódio


Duas lâminas cristalizadas, algodão uma porção embebida em álcool a 70% e outra
porção não embebida, lanceta e luvas latex.

Para coloração das lâminas existem dois (2) métodos:


Método de Giemsa a 3% e 10%. Método de diluição do Giemsa a 10%, utilizamos
90 ml de água (H2O) destilada e 10 ml do Giemsa para coloração das lâminas. Para a diluição
da Giemsa a 3%, utilizamos 97 ml de água (H2O) destilada e 3 ml de Geimsa. No laboratório
em causa utiliza-se o método de diluição a 10% pelo facto de possuir menos tempo de
homogeneização que varia de 8 á 10 minutos.

A amostra para esse exame é obtida por punção capilar ou venosa sem
anticoagulante, desinfectamos a área da punção com o algodão embebido e com ajuda da
lanceta puncionamos, desprezando a primeira gota, em seguida colocamos duas gotas de sangue
na lâmina em locais diferentes que servira para gota espessa e esfregaço delgado. Pois a coleta
colocamos a lâmina numa superfície plana, para facilitar a execução do esfregaço e da gota
espessa, deixamos a lâmina secar.
Em seguida fixamos apenas o esfregaço delgado com álcool à 96% e deixamos
secar, seguida para coloração por 10 a 20 minutos, passamos por água para retirar o excesso da
coloração e deixamos secar à temperatura ambiente ou num secador de lâminas. Pós secas são
transportadas a sala de observação onde serão observadas com ajuda de um microscópio óptico,
óleo de emersão, e para melhor visibilidade, usamos a objectiva de 100x.

URINÁLISE
No departamento de urinálise, são feitos exames físicos, químicos, e microscópicos
de amostras de urina. A urinálise pode ser um departamento separado em laboratório de grande
porte ou uma subdivisão de outro departamento, como os departamentos de hematologia ou
química.

 Exame de Urina
O exame de urina, com fins de diagnóstico ou prognóstico, de estado fisiológico
e patológico do paciente. No laboratório do HGBF, o exame da urina, abrange os três passos
analíticos, sendo físico, químico e microscópico. Com forme orientada ao paciente, a coleta é
feita dependendo do tipo de avaliação do exame na urina.

Exame Físico da Urina: Onde avaliamos dois parâmetros muito importante, a


Cor e Especto da urina.

Exame Químico da Urina: Utilizamos uma fita reagente, nesta fase, colocamos
uma gota de urina em cada almofada da fita, para avaliar os seguintes parâmetros: Densidade,
Ph, Proteínas, Leucócitos, Nitrito, Cetona, Sangue, Glicose, Bilirrubina e Urobilinogênio. O
laboratório do HGBF nesta fase utiliza também o método automatizado pelo aparelho Urisys
1100.

Exame Microscópico da Urina: Nessa fase, fizemos a decantação da urina,


colocando no tudo de ensaio com fundo cónico e no outro tubo água para equilibrar a centrífuga.
Centrifugamos a amostra, em seguida colocamos a parte sólida na lâmina com auxílio de uma
pipeta de Pasteur, colocamos uma lamela por cima, levamos ao microscópio para ser observada.
SECTOR DE HEMATOLOGIA
Hematologia, uma das áreas do Laboratório, que tem como finalidade, estudar os
elementos do sangue periférico, os seus percursores, bem como o processo de coagulação. São
os exames mais requisitados pelo Clínico, como principal exame para triagem da condição da
saúde de um paciente, pertencem a está área. O laboratório do Hospital Geral da Baía-Farta,
realiza os seguintes exames hematológicos: Hemograma, Hemoglobina, e Velocidade de
Hemossedimentação.

Figura 1- Aparelho Sysmex - Hemograma

Hemograma é um exame hematológico, com finalidade qualitativa e quantitativa


das células sanguíneas, é o principal exame solicitado em hematologia pelos médicos. Durante
o estágio não foi efetuado exame de hemograma por falta de reagentes. O exame será esmiuçado
posteriormente no terceiro capítulo, desde o seu conceito, valor de referência e cada parâmetro
que o mesmo avalia. O Hemograma, no laboratório do hospital geral da baía -farta, é realizado
de forma automatizada, com o aparelho denominado Sysmex, que trabalha com ajuda de alguns
reagentes como, Cellpack e Stromatolyser, e sem esquecer do Cellclean para limpeza pós uso
do aparelho.

 VHS (Velocidade de Hemossedimentação)

É um exame de rotina, que mede a estabilidade da suspensão das hemácias no


plasma por ser menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos por acção da gravidade,
quando colocada numa pipeta graduada de 0 à 200 mm, com 2,5 de diâmetro e 1 microlitro (ul)
de capacidade, é um indicador não específico da inflamação. O laboratório do HGBF utiliza o
método de Westergren, para a execução do exame da VHS.

Materiais Utilizado:

 Tubo de ensaio
 Seringa de 5ml
 Algodão e álcool a 70%
 Luvas descartáveis
 Torniquete

Técnica Utilizada para Determinação da VHS no Laboratório do Hospital


Geral da Baia-Farta: Método de Westergren.

Primeiro identificamos o tubo de ensaio a ser utlizado, colocamos 0,5ml do reagente


citrato de sódio a 3,8% um anticoagulante, com ajuda de uma seringa puncionando de 3 a 4ml
de sangue total. Em seguida colocamos o sangue coletado no tubo com citrato de sódio
anteriormente preparado, agitar com movimento circulares dissolvendo completamente, com
ajuda de uma pêra e pipeta graduada de Westergren, pipetamos o sangue ate a marca zero da
pipeta, em seguida colocamos no suporte de Westergren. Com ajuda do cronómetro
sincronizamos 1 hora de tempo, que é o tempo para obtenção da leitura do resultado, o resultado
e expresso por mm/h. Salientar que existe vários erros que podem causar falso aumentativo ou
diminutivo da VHS, tais como, insuficiência de amostra, tubos inclinados, vibração do tubo
durante o teste, horas a crescidas ou reduzidas, pouco ou maior quantidade de reagente na
diluição e má homogeneização.

Valores De Referências:

Homens: 0 a 15 mm/h;

Mulheres: 0 a 20 mm/h;

Crianças: 0 a 20 mm/h (sexo masculino) e 0 a 30 mm/h (sexo feminino)

 Doseamento de Hemoglobina

Para o doseamento da hemoglobina, o Laboratório do HGBF, utiliza o método


de SAHLI, que consiste na conversão da hemoglobina em hematina ácida, que possuí uma cor
marrom em solução, a intensidade da cor está relacionada com amostra de sengue coletada.
Material e Técnica utilizada no Laboratório do Hospital Geral da Baía-Farta:
Utiliza-se o Método tradicional de SAHLI

Começamos por lavar as mãos, calçar as luvas, seguida da preparação dos materiais
para uma colheita capilar, lanceta, algodão embebido e seco, tubo de ensaio com identificação
numérica e o tipo de exame, reagente a ser utilizado no caso Ácido Clorídrico, colocamos 3
microlitros do reagente no tubo com a identificação, reservamos num suporte de tudo em
seguida com ajuda de um algodão embebido desinfectamos a extremidade do dedo anelar ou
mediana, para uma punção capilar com ajuda de uma lanceta. Com a pipeta de Sahli pipetamos
até a marcação indicada pelo fornecedor e colocamos no tubo acima descrito e agitamos num
movimento circular, e deixamos a amostra reagir com o reagente durante 5 minutos antes da
diluição. Em seguida colocamos a amostra num tubo graduado, com números pares, a cada grau
no tubo equivale a 2 do Hemoglobinómetro de Sahli, que possui dois tubos com amostras
diluídas conforme ilustra a figura2 abaixo, diluindo com água destilada, até a concentração
atingir a cor da amostra padrão, o resultado é expresso em g%.

SECTOR DE BIOQUÍMICA
Bioquímica é uma das áreas do laboratório de análises clínicas, responsável por
uma variedade de exames, entre eles, os exames realizados no laboratório do Hospital Geral da
Baía-Farta, são os seguintes (Creatinina, Ureia, Bilirrubina Total e Directa, TGO, TGP, Ácido
Úrico, Glicose, Colesterol entre outros), realizados de forma automatizados, pelo aparelho
designado Cobas c 111, que permitem esclarecer o estado funcional de vários órgãos e seu
metabolismo.

Cada parâmetro ou exame a ser processado neste aparelho exige um reagente


específico. As amostras depois de serem colidas, por punção venosa, são colocadas em tubos
com gel ou anticoagulante e seguindo para centrífuga, para obtenção do soro. Os exames deste
sector por serem mais complexos, foram executados pela chefe de secção, sendo transmitido
conhecimento teórico e observacional. O exame de glicemia, foi o único que executado na área
de bioquímica durante o estagio, que será posteriormente descrito detalhadamente.
Figura 2 - Aparelho Cobas c 111 - Bioquímica

 Glicemia Capilar
Um teste para avaliar a quantidade de açúcar presente na circulação sanguínea.

Material e Técnica utilizada:

O exame é feita no método automático, com uma punção capilar, colocamos a fita
no aparelho abaixo ilustrado, com ajuda do algodão embebido desinfetamos a área (Dedo
mediano ou anelar) e em seguida com uma lanceta fizemos a punção, numa picada rápida e
ligeira, colocamos o sangue na fica quando o aparelho sinalizar que podemos colocar,
esperamos a leitura ser feita.

O aparelho emite o resultado em mmol/dl, multiplicamos o valor por 18 para obter


os resultados em mg/dl que é a unidade para avaliação da Glicemia.

RECEPÇÃO E REGISTO DE UTENTES/PACIENTES


A recepção do utente/paciente no laboratório do hospital geral da Baía-Farta, pós a
chegado do paciente na ala externa do hospital onde se localiza o laboratório central, o paciente
chega a sala de espera onde lhe é dada uma ficha para triagem, funcionando sempre pela ordem
de chegada.

Na triagem são recolhidos algumas informações, seguindo do consultório médico


que possibilitará ter conhecimento do tipo de exame que será realizado, é dada uma requisição
que servirá de guia ao laboratório, onde o técnico em serviço receberá a requisição, seguida a
chamada do paciente, seguindo sempre a ordem de chegada, com excepção dos pacientes
urgentes ou internados.
Com base nas requisições e ordem de chegada, são registadas por números de 1 em
diante, este número que será o código de identificação de cada paciente, o mesmo número vai
ser colocado no material a ser utilizado para execução dos exames de cada paciente, e será
colocado na folha de resultado, facilitando assim organização e a identificação do paciente. O
número registado para cada paciente não pode em momento algum ser repetido, evitando assim
troca de resultados. Sendo um dos erros comuns da fase pré- analítica.

FASE PRÉ-ANALÍTICA
É a fase, dentro das actividades do laboratório clínico que vai desde a requisição
dos exames até a disponibilização das amostras do paciente para fase analítica ou do processo
(JOSÉ, 2019).

ETAPAS DA FASE PRÉ- ANALÍTICA


 Requisição de exames e atendimento ao paciente;
 Preparação do paciente;
 Instruções para paciente
 Identificação do paciente
 Cadastro do paciente
 Coleta da amostra
 Recebimento do material coletado pelo paciente
 Identificação da amostra
 Triagem das amostras
 Transporte e estocagem da amostra
 Instalações para coleta de sangue
 Cadeiras para punção venosa
 Manual de coleta
 Critérios para rejeição de amostras

Etapas que têm início, em ordem cronológica, com a solicitação do médico clínico e
inclui a requisição de exame, a preparação do paciente, a coleta de amostra principal, e o
transporte param o laboratório, e no seu interior, e que termina quando tem início o
procedimento do exame ou fase analítica (JOSÉ, 20219).
FASE-ANALÍTICA
É a fase de realização do processo, onde o operador executa ou comanda os
procedimentos analíticos dos exames para se obter um resultado de um analito, rastreável a um
padrão ou calibrador. Conjunto de operações, descritas especificamente, usada na realização de
exames de acordo com determinado método. (JOSE, 2019).

As instruções de trabalho analítico devem incluir, obrigatoriamente, o seguinte:


 Finalidade do exame;
 Princípio de procedimento usado para os exames;
 Especificações do desempenho;
 Tipo de amostra (Ex: plasma, soro, urina);
 Equipamentos e reagentes exigidos;
 Procedimentos de calibração (rastreabilidade metrológica);
 Etapas do processo;
 Procedimentos do controle da qualidade;
 Interferência (Ex: lipemia, hemólise, bilirrubinemia) e reações cruzadas;
 Princípios de procedimento para o cálculo de resultados, incluindo incerteza de
medições;
 Intervalo para laudo de resultados de exames de pacientes;
 Valores de alerta ou críticos, quando for o caso;
 Interpretação do laudo pelo laboratório, quando necessário;
 Precauções de segurança;
 Fontes potenciais de variabilidade.

Os procedimentos em formatos electrónicos são aceites, desde que as informações


acima referidas estejam incluídas e os mesmos sejam também controlados (JOSḖ, 2019).

FASE PÓS-ANALÍTICA
A fase pós-analítica no laboratório clinico inicia quando termina o processo de
dosagem. É a entrega do laudo com as informações dos resultados para a interpretação do
solicitante (JOSÉ, 2019).

Revisão e liberação dos resultados analíticos dos exames:


A liberação dos resultados deve contar com pessoal capacitado e autorizado para
revisar sistematicamente os resultados dos exames, avalia-los de acordo com as informações
clínicas disponíveis sobre o paciente e autorizar a liberação dos laudos (JOSE, 2019).

O laudo é o resultado analítico de uma dosagem e que serve como um documento


básico de comunicação entre o laboratório clinico e o médico. O laboratório clinico tem a
responsabilidade de fornecer um laudo de fácil compreensão para o solicitante e para o paciente.
Os laudos devem conter todas as informações necessárias para facilitar o entendimento dos
resultados obtidos analiticamente, permitindo ao solicitante o entendimento, para facilitar a
correlações da suspeita diagnóstica previamente sugerida. (JOSÉ, 2019).

CONTROLO DE QUALIDADE
Os laboratórios clínicos devem ter programas em vigor que avaliem continuamente
a qualidade do seu desempenho. Durante muitos anos, os programas relacionados com
qualidade receberam vários nomes. Poucas décadas atras o termo como era controlo de
qualidade (BARBARA & ANNA, 2011).

Os programas de controlo de qualidade estavam envolvidos, em grande parte, em


garantir que os procedimentos dos testes fornecessem resultados com maior acurácia possível.
Então surgiu a expressão garantia de qualidade, que avaliam e monitoram uma faixa mais ampla
de factores que afectam a qualidade, como a coleta de amostra, e o relato do resultado. Outros
termos, como gestão de qualidade total (GQT), e contínua melhoria da qualidade (CMQ),
também tem sido usados para se referir aos abrangentes programas de qualidade (BARBARA
& ANNA, 2011).
 Controlo de Qualidade Interno

Meio utilizado no laboratório clinico para avaliar o sistema analítico de dosagem de


uma amostra biológica (JOSÉ, 2019).

 Controlo de Qualidade Externo

Meio utlizado para avaliar a exactidão de um exame, através de comparações entre laboratórios
(JOSÉ, 2019).
CAPÍTULO III - METODOLOGIA UTILIZADA PARA REALIZAÇÃO
DE EXAMES
Determinações Analíticas e Parâmetros Utilizadas Em Cada Exame Efetuado.
Para determinação analítica e parâmetro, cada exame e departamento ou sector traz consigo
respectivas técnicas para sua execução.

COLETA DE AMOSTRA
Os funcionários responsáveis pela coleta de materiais devem ser instruídos e
treinados para realizar correctamente o procedimento de coleta, caso tenham algumas dúvidas
devem ser orientados para consultar o manual de coleta ou laboratório de apoio, de referência
ou então os seus supervisores para os devidos esclarecimentos (JOSÉ, 2019).

No laboratório, a coleta do material do paciente deve ser realizada do seguinte


modo:
 Preenchimento do cadastro do paciente, de acordo com respectiva requisição de
exames e os documentos de identificação;
 O paciente deve ficar em repouso 15 minutos apos a sua chegada ao laboratório;
 Inicialmente, o coletor, pela leitura do cadastro do paciente, verifica os exames
a serem realizados e selecciona os tubos que devem ser usados na coleta, já identificados no
cadastramento;
 Apos isto, instrui e prepara o paciente para efetuar a coleta;
 Faz a coleta e envia o material coletado para área técnica, juntamente com o
cadastro do paciente, com as informações necessárias para o processamento das amostras.

Material Necessário Para Coleta De Sangue


 Agulhas (calibre de 19 a 23)
 Agulhas de coletas múltiplas
 Seringas
 Tubos a vácuo
 Tubos com meio de cultura quando necessário
 Lancetas
 Álcool etílico 70%
 Solução de iodo povidona a 10%
 Algodão ou gaze
 Ataduras adesivas
 Luvas;
 Torniquete;
 Bandejas de coleta;
 Dispositivo para descarte de resíduos normais e perfuro cortante.

 Coleta De Sangue Venoso

O sangue venoso é usado para maioria dos exames no laboratório clinico. A coleta
é feita por meio de seringas de plásticos e agulhas estéreis adequadas, ou em tubos a vácuo,
com ou sem anticoagulante. O sangue venoso, em princípio, deve ser coletado das veias cubital
ou mediana, na dobra do antebraço, em adultos e crianças menores, ou então da veia jugular,
no caso de crianças pequenas (JOSE, 2019).

Procedimento para coleta de sangue venoso


 O paciente deve estar psicologicamente preparado;

 O local da coleta deve ser apropriado para se conseguir amostra de sangue suficiente
para as determinações;

 Durante a coleta e fundamental que a agulha penetre e permaneça dentro


do vaso puncionado;

 O garroteamento no braço não deve ultrapassar um minuto, pela inspecção e


palpação, determinar a veia a ser puncionada, deve ser calibrosa e bem firme. Deve se tomar
cuidado com pacientes frequentemente puncionados e com idosos; colocar a luva de
procedimento, desinfectar a pele sobre a veia seleccionada com álcool 70% e deixar secar antes
de puncionar;

 Não tocar o local que será puncionado e não deixar que o paciente dobre o braço;
pedir ao paciente que mantenha a mão fechada; pegar a seringa ou tubo a vácuo e colocar o
dedo dobre o mandril da agulha, para guia-la durante a introdução na veia;
 Esticar a pele do dobro do cotovelo com o dedo indicador da outra mão; retirar a
seringa ou tubo a vácuo da embalagem estéril, acoplar a agulha estéril. Introduzir a agulha na
veia que vai ser puncionada e, lentamente penetrar em seu interior; cuidado para não transfixar
a veia;

 Na punção com seringa o sangue fluirá para dentro da agulha espontaneamente;


na coleta normal, após a retirada da quantidade de sangue necessária, soltar o garrote, e retirar
a agulha e colocar um pedaço de algodão seco no local;

 O paciente com braço esticado, deve segurar o algodão ou gaze no local com a
outra mão por 3 ou 5 minutos, depois o coletador deve vedar o local;

 No caso de coleta com seringas transferir o sangue coletado para os tubos ou


frascos com ou sem anticoagulante, de acordo com o exame solicitado, escorrer lentamente
pelas paredes dos tubos ou frascos, sem provocar formação de espuma;

 Tampar os frascos e tubos, para evitar evaporizarão ou contaminação. Os tubos


com anticoagulantes devem ser agitados por inversão no mínimo 5 vezes, lentamente, pois uma
agitação violente causa hemólise.

 Coleta de sangue capilar

A coleta do sangue capilar é utilizada em hematologia, em pesquisa de Hemo-


parasitas, na coleta de amostra para execução de micro técnicas e nos testes laboratoriais
remotos (TLR). Anatomicamente, a punção causa o sangramento dos capilares, das arteríolas
que fornecem sangue aos capilares da região e das vénulas, que drenam o sangue desses
capilares (JOSE, 2019).

Procedimento Para Coleta de Sangue Capilar


 A punção da pele é geralmente feita na superfície póstero-lateral do calcanhar, em
crianças ate a idade de 1 ano e depois dessa idade, na polpa do 3ºou 4º dedo da mão ou do grande
artelho;
 Em adultos utiliza-se a face lateral externa da polpa do 3º ou 4º dedo da mão, onde
a pele é mais macia;
 Podem ser usados outros locais de coleta tanto para adultos e crianças, como, o
lóbulo da orelha;
 Nunca devemos colher sangue capilar de um local edematoso;
 A assepsia do local é feita com álcool a 70%, o álcool deve secar completamente,
ou ser eliminado com gaze estéril para evitar hemólise;
 Não se deve colher amostra para contagem hematológica da mesma punção feita
para determinação de tempo de sangramento ou de coagulação;
 As coletas são feitas gota a gota em tubo de ensaio, em tubos capilares ou mesmo
em papel de filtro, dependendo do tipo de exame;
 Quando necessário o usa de anticoagulante, geralmente é empregada a heparina.

BIOQUÍMICA CLÍNICA
Bioquímica clínica ramo da medicina laboratorial no qual métodos químicos e
bioquímicos são aplicados para o estudo de doenças. Enquanto na teoria esse ramo abrange
todos os estudos não morfológicos, na prática ele geralmente, mas não exclusivamente, se
restringe a estudos do sangue e da urina devido a relativa facilidade de se obter tais amostras.
Podem ser feitas análises em outros fluídos do corpo, como o aspirado gástrico e líquido
cefalorraquidiano (ALLAN, 2015).

Os exames bioquímicos são utilizados em diagnósticos, monitoramento de


tratamento, triagem e prognósticos (ALLAN, 2015).

O laboratório do Hospital Geral da Baía-Farta, para realização dos exames


bioquímico, utiliza-se o método automatizado com o aparelho denominado Cobas c 111 (figura-
5).

Figura 2- Analisador usado para exames bioquímicos, Cobas C 111.


O equipamento Cobas C 111 é um analisador de acesso aleatório contínuo que se
destina à determinação in vitro de bioquímica clínica e parâmetros dos eletrólitos no soro,
plasma, urina ou sangue total (ROCHE, 2014).

O laboratório do HGBF, utiliza este analisador para execução dos exames


bioquímicos, apesar do aparelho realizar mais de 30 exames, o laboratório apenas dispõe-se de
reagentes para exames de:
 TGO
 TGP
 Colesterol
 Bilirrubina Total
 Bilirrubina Direta
 Ureia
 Creatinina
 Ácido Úrico
 Glicose.

 Glicemia Capilar

O teste da glicemia capilar consiste em um exame sanguíneo que oferece resultado


imediato acerca da concentração da glicose nos vasos capilares da polpa digital. (LUCIANA,
2017).

Material Necessário
 Bandeja regular;
 Fita teste para glicemia;
 Glicosímetro (aparelho utilizado para o exame);
 Lanceta ou agulha (13x4,5);
 Algodão;
 Álcool 70%;
 Luvas de procedimento;
 EPI- Equipamento de Proteção Individual;
 Descarte.
O glicosímetro é um dispositivo utilizado para monitorar, a glicemia capilar
(DAIANA, 2020).

Descrição Do Procedimento
 Separar o material necessário;
 Verificar se a fita está dentro da data de validade;
 Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado;
 Seleccionar o local da punção: polpas dos dedos (mãos, e pés) ou lóbulo das
orelhas, realizando sempre rodízia do local de punção (pergunte ao paciente o ultimo local que
realizou o procedimento e o local que prefere realizar);
 Higienizar as mãos;
 Calçar as luvas de procedimentos;
 Ligar o aparelho e selecionar a fita e o glicosímetro de modo a facilitar a
deposição da gota de sangue no local adequado;
 Realizar antissepsia do local a ser puncionado;
 Pressionar e puncionar com agulha ou lanceta;
 Fazer com que a área reagente da fita-teste entre em contacto com o
 sangue;
 Secar o local da punção, certificando-se da interrupção do sangramento;
 Aguardar o tempo de leitura da fita teste;
 Registar no prontuário;
 Comunicar alterações de valores para o médico e enfermeiro.

Tabela 2- Resultados Considerados Normais (Glicemia Capilar)

Resultados Considerados Normais


Glicemia Capilar 70 a 110 mg/dl

Taxas abaixo de 60 mg/dl são perigosas, podem levar ao coma ou até a morte
quando prolongado. Reconhecer sinais e sintomas de hipoglicemia que diferenciam de
individuo para individuo (em geral apresentam sudorese, pele fria e pegajosa).
HEMATOLOGIA
É o ramo da medicina voltada principalmente para estudo dos elementos
formadores de sangue e seus tecidos. Os elementos formadores do sangue, os eritrócitos, os
leucócitos e as plaquetas, são examinados no laboratório de hematologia (BARBARA &
ANNA, 2011, p. 304).

O laboratório do Hospital Geral da Baia-Farta, executa os seguintes testes nessa


área, Hemograma, VHS e Hemoglobina.

 Velocidade de Hemossedimentação (VHS)

A velocidade de sedimentação eritrocitária ou velocidade de hemossedimentação é um teste


realizado no laboratório, para medir a velocidade com que os eritrócitos sedimentam no sangue
em condições padrão. É um indicador não específico de inflamação, e esta elevada em
inflamações agudas e crónicas (BARBARA & ANNA, 2011, p. 306).
Método: Westergren
Reagente: Citrato de sódio a 3,8%
Equipamento: Suporte de Westergren, para montar os tubos; Tubo ou Pipetas de Westergren
graduado de 0 a 200 mm.

Figura 3- Pipetas de Westergren montadas no Suporte Westergren

Procedimento do Método de Westergren (manual)


 Cronómetro;
 Aspirador (pera);
 Coletar 3 a 4 ml de sangue, pela punção venosa;
 Colocar no tubo ou frasco contendo 5ul do reagente citrato de sódio 3,8%;
 Homogeneizar com movimentos circulares e lentos;
 Colocar o tubo ou pipeta de westergren dentro do tudo com amostra de sangue e aspirar
com ajuda de uma pera ate a marcação 0;
 Colocar no suporte ou estante de westergren e cronometrar um tempo de 1h;
 A leitura do resultado é obtida depois de 1h, e, é expresso por mm/h.

Tabela 3- valores de referências do exame da VHS em uma hora (Westergren)

Valores de Referencia por hora

Mulheres < 50 anos 0 a 20 mm/h

> 50 anos 0 a 30 mm/h

Homens <50 anos 0 a 15 mm/h

> 50 anos 0 a 20 mm/h


Aumento Da VHS: Doença renal; Gravidez; Febre reumática; Artrite reumatoide; Anemia;
Sífilis; Lupos eritematoso sistemático; Patologia da tiróide e Temperatura ambiente elevada.
Diminuição Da VHS: Insuficiência cardíaca congestiva; Hiperviscosidade; Diminuição dos
níveis de fibrinogénio; Policitémia e Anemia de células falciformes

 Hemograma

Hemograma é o exame que avalia quantitativa e qualitativamente os elementos celulares


do sangue. É o exame complementar mais requerido nas consultas, fazendo parte de todas as
revisões de saúde (RENATO, 2019).

O hemograma actual é feito em contadores electrónicos, que aspiram o sangue e fazem


automaticamente todas as determinações em múltiplos canais (SILVA et al. 2016).
Método: Automatizado, usado no laboratório do HGBF, no contador electrónico Sysmex
2100, ilustrado na figura abaixo.
Figura 4- Aparelho Sysmex- Hemograma

Eritrograma: é a secção do hemograma que avalia o eritrónio, órgão difuso que


engloba os 25 a 30 trilhões de eritrócitos circulantes e o tecido eritroblástico da medula óssea
que lhes da origem. Portanto, destina-se a fazer notar, quantificar e ajudar no diagnóstico causal
das anemias e poliglobulias. (RENATO, 2019).

Análise do Eritrograma: Contagem de eritrócitos (CBC), Dosagem de hemoglobina


(Hb), Hematócrito (HT), Hemoglobina corpuscular média (HCM), Concentração da
hemoglobina corpuscular média (CHCM), Volume corpuscular médio (VCM) e Red cell
distribution width (RDW) (GRAZIELA, 2020).

Contagem de Eritrócito: determinação do número de eritrócitos por mmᵃ de sangue.


(Graziela, 2020).

Dosagem de hemoglobina: é a determinação da quantidade total de Hb por meio da


lise das hemácias e da verificação do valor por espectrofometria. (Graziela, 2020).

Hematócrito: é a proporção que o volume da massa eritrocitária ocupa na amostra de


sangue, estabelecida pela relação percentual entre a massa eritrocitária e o plasma. Pode ser
determinado directamente, por centrifugação, ou indirectamente, pelo cálculo abaixo descrito.
(GRAZIELA, 2020).
Ht = E x VCM/10
Hemoglobina corpuscular média: é a média do conteúdo (em peso) de Hb em uma
população de eritrócitos. Pode ser obtida por método automático, por meio da derivação do
VCM e da CHCM pelo laser ou pelo cálculo abaixo descrito. (GRAZIELA, 2020).
HCM = Hb x 10 / E

Concentração de hemoglobina corpuscular média: corresponde a média das


concentrações internas de Hb da população de eritrócitos, responsável pela cor deles.
Atualmente é um índice menos utilizado do que o HCM, obtido de forma direta, a laser e de
forma indireta pelo cálculo abaixa descrito. (GRAZIELA,2020).
CHCM = Hb x 100 / Ht

Volume corpuscular médio: refere-se à média do volume de uma populaça de


eritrócitos. Pode ser obtido directamente por impedância eléctrica ou dispersão óptica, ou
indirectamente pelo cálculo abaixo descrito. (GRAZIELA, 2020).
VCM = 10 x Ht (%) / E

Distribuição do tamanho dos eritrócitos: é um coeficiente que revela


numericamente a variação de volume dos eritrócitos (grau de anisocitose). Valores de RDW
abaixo do normal não têm significado clinico, valores acima do normal indicam alteração na
maturação ou fragmentação eritrocitária anemias ocorrência por ferro, folato e B12 estão
associadas a RWD elevado (GRAZIELA, 2020).

Leucograma: é o exame que avalia os leucócitos, células de defesa do organismo,


sendo também conhecidas por glóbulos brancos. É ele que quantifica o número de neutrófilos,
bastões ou segmentados, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos encontrados no sangue
(RENATO, 2019).

Plaquetograma: é o exame que avalia a quantidade e analisa a morfologia das


plaquetas, sendo eles de extrema importância (RENATO, 2019).

Tabela 4 - Valores de Referências- Hemograma (Sysmex)


Valores de Referencia

Homens Mulheres Crianças R/N


Hemácias 4,5 a 6,5 3,9 a 5,6 4,21 a 4,85 4,0 a 5,6 milhões/m

Hemoglobina 13,5 a 18 11,5 a 16,4 11,2 a 14,4 13,5 a 19,6 g/dl
Hematócrito 39 a 54 36 a 47 36 a 42 44 a 62 %
Vcm 76 a 96 76 a 96 76 a 98 106 a 120 Fl
Hcm 27 a 32 27 a 32 25 a 31 35 a 39 Pg
Chcm 32 a 36 32 a 36 30 a 35 32 a 34 g/Dl
Rdw 11 a 15 11 a 15 11 a 15 11 a 15 %
Leucócitos 4000 a 10.000 4.000 a 10.000 3.800 a 11.000 10.000 a 25.000 mm³
Neutrófilos 2.500 a 7.500 2.500 a 7.500 950 a 3850 950 a 3850 mm³
40 a 75% 40 a 75% 25 a 35% 25 a 35%
Linfócitos 1.500 a 3.500 1.500 a 3.500 1.710 a 6.710 1.710 a 6.710 mm³
20 a 50% 20 a 50% 45 a 61% 45 a 61%
Monócitos 200 a 800 200 a 800 76 a 2.200 76 a 2.200 mm³
1 a 6% 1 a 6% 2 a 20% 2 a 20%
Eosinófilos 40 a 440 40 a 440 40 a 440 40 a 440 mm³
1 a 6% 1 a 6% 1 a 6% 1 a 6%
Basófilos 0 a 1000 0 a 1000 0 a 1000 0 a 1000 mm³
0 a 1% 0 a 1% 0 a 1% 0 a 1%
Plaquetas 150.000 a 450.000/mm³
3.1.4-SOROLOGIA
Este sector esta directamente ligado ao sector de imunologia, no laboratório do hospital
geral da baia farta, possui o aparelho denominado Mini vidas, que é usado para execução de
exames imunológicos, o meu acompanhamento no setor de imunologia foi observacional.
Deferente do setor sorológico, tive a oportunidade de realizar alguns testes, Reação de Widal,
e alguns testes imunocromatográficos (HBsAg e HCV).
 Reacção de Widal

A Reacção de Widal, auxilia o diagnóstico da febre tifoide e paratifoide, através de


suspensões homogéneos de bacilos tíficos e paratíficos A ou B, colocados in vitro em contacto
com o soro, diagnostica-se o agente específico causador da infecção. Empregando- se também
reacção de Widal (EBRAN, 2020).
Material Necessário
 Relógio;
 Placas de leitura;
 Tubos de ensaio para as titulações;
 Estante para tubos;
 Pipetas sorológicas;
 Ponteiras;
 Espátulas descartáveis;
 Salina 0,85%.

Amostra: Soro

Procedimento para o Método Qualitativo


 Colocar 50µl do reagente em divisões separadas da placa, para as amostras a serem
testadas bem como para os controles positivos e negativos;
 Adicionar 50µL de cada amostra não diluída e uma gota de cada controle não diluída;
 Homogeneizar, estendendo o líquido igualmente sobre cada divisão da placa. Agitar a
placa com suave movimento de rotação manualmente ou em agitador automático de 80-
100 rpm durante 10 minutos;
 Observar a aglutinação sob luz incidente. Marcar os resultados

Interpretação dos Resultados

Figura 5- Interpretacao dos resultados por aglutinacao e não aglutinacao.

Qualitativa: examinar macroscopicamente a presença, ou ausência de aglutinação logo após


1minuto. Amostras que apresentarem aglutinação no teste qualitativo deve-se proceder o teste
semi-qualitativo para confirmação. (EBRAN, 2020).
Procedimento para o Método Semi-Qualitativo
 Identificar 8 tubos para cada diluição (1/20, 1/40, 1/80,1/160, 1/320, 2/640, controle
negativo e positivo);
 Pipetar conforme a tabela abaixo os volumes da amostra em cada divisão;

Tabela 5 – Volumes de amostras e solução salina para diluição


Tubos 1 2 3 4 5 6

Sol. Salina 1,9Ml 1,0mL 1,0mL 1,0mL 1,0mL 1,0mL

Amostra 100 ---- ---- ---- ---- ----

Transferir 1,0mL 1,0mL 1,0mL 1,0mL 1,0mL

Diluição 1/20 1/40 1/80 1/60 1/320 1/640

 Homogeneizar a salina com amostra do primeiro tubo e transferir 1,0mL do primeiro tubo para
o segundo, homogeneizar e transferir 1,0mLda diluição para o próximo tubo e assim até o sexto
tubo, desprezando a última alíquota;
 Pipetar nos tubos dos controles (7 e 8), 0,9% de salina e 100µL de cada controle. Adicionar em
seguida 50µL do reagente dentro de cada tubo,
 Homogeneizar, incubar todos os tubos a 37ºC por 24h.

Interpretação dos Resultados: o título no método semi-qualitativo, é definido assim que a


maior diluição mostrar resultado positivo.
4+ - Completa aglutinação (sobrenadante claro);
3+ - Cerca de 75% das células aglutinadas (sobrenadante claro);
2+ - Cerca de 50% das células aglutinadas (sobrenadando moderadamente turvo);
1+ - Cerca de 25% das células aglutinadas (sobrenadando turvo). Este Padrão é considerado
negativo.
Valores de Referencias Amostras com títulos entre 1:40 e 1:80 são suspeitas de doença;
 Amostras com títulos maiores que 1:80 (antígeno somático) e 1:160 (antígeno flagelar)
juntamente com a sintomatologia clinicado paciente são considerados provas concluintes para
o diagnóstico da doença.
 Testes Imunocromatográficos das Hepatites B e C

Os testes rápidos são de fácil execução, no exigem infraestrutura laboratorial para sua
realização e podem geral resultados em ate 30 minutos, permitindo ampliar o acesso ao
diagnóstico (MS, 2015)

O diagnóstico das hepatites virais é baseado na detecção dos marcadores presentes no


sangue, soro, plasma ou fluído oral da pessoa infectada por meio de imuniensaios, e/ou na
detenção do ácido nucleico viral, empregando biologia molecular. O constante avanço
tecnológico na área de diagnóstico permitiu o desenvolvimento de técnicas avançadas de
imunoensaios, incluindo o de fluxo lateral, que são actualmente empregadas na fabricação de
testes rápido (MS, 2015).

OS TR utilizados para o diagnóstico das hepatites B e C baseiam-se na tecnologia


imunocromatografia de fluxo lateral. O teste para hepatite B permite a detecção do antígeno de
superfície do HBV (HBsAg), no soro, plasma ou sangue total. Para a hepatite C, o teste detecta
o anticorpo anti-HCV no soro, plasma ou sangue total (MS, 2015).

Figura 7– Interpretação dos resultados Imunocromatográficos

3.1.5-PARASITOLOGIA
Uma parte do departamento de microbiologia, onde as amostras são examinadas para pesquisa
de parasitas.
 Parasitologia- Pesquisa De Plasmódio (PP)

É um exame parasitológico, cuja finalidade é pesquisar o parasita plasmódium a partir de uma


gota espessa ou esfregaço sanguíneo. Podem ser encontradas várias espécies deste parasita, mas
no caso de África, e concretamente em Angola, a espécie dominante é a espécie falciparum.
Existem outras espécies deste parasita como, vivax, ovale e malarie, sendo a espécie falciparum
mais fatal dentre elas.
Material Necessário:
 Luvas látex
 Laminas limpas embrulhadas
 Lancetas estéreis
 Etanol a 70%
 Metanol absoluto
 Algodão absorvente
 Recipiente para objectos cortantes
 Caixa de lâminas ou bandejas para secar as lâminas horizontalmente
 Panos de algodão livre de fiapos
 Livro de registo
 Um lápis de carvão para escrever.

Método para Coleta de Sangue


 Usando luvas de proteção látex, segure na mão esquerda do paciente, com a palma para
cima, e selecione o terceiro ou quarto dedo a partir do polegar. Em crianças pode ser
usado o dedo grande do pé, não o calcanhar. Nunca use o polegar, tanto para crianças
como para adultos.
 Faça uma massagem do dedo selecionado com movimentos firmes para estimular a
circulação sanguínea. Limpe o dedo com algodão humedecido em álcool, faça
movimentos firmes para remover a sujidade e óleos da superfície do dedo.
 Seque o dedo com algodão limpo, não sopre com a boca para secar o álcool do dedo.
Utilizando uma lanceta estéril e numa acção rápida de rotação, pique a superfície do
dedo da mão.
 Aplique uma ligeira pressão no dedo da mão ou pé e esprema a primeira gota de sangue.
Limpe com algodão seco, certificando-se que não permanecem fios de algodão que
podem mais tarde ser misturados com o sangue.
 Trabalhando rápido e manuseando as laminas somente pelas arestas, recolha o sangue
como se segue: aplique uma ligeira pressão no dedo, e recolha uma pequena gota de
sangue no meio da lâmina. Isto será para o esfregaço. Aplique mais pressão suave para
espremer mais sangue, e recolher na lâmina duas ou três gotas de sangue maiores, a
cerca de 1cm de distância da gota destinada ao esfregaço, limpe o restante sangue do
dedo com algodão (MINSA, 2016, p.20).
ESFREGAÇO: com a lâmina que contem as gotas de sangue, assente sobre a
superfície plana e firme, toque a pequena gota de sangue com a extremidade do espalhador,
permitindo que o sangue deslize ao longo da exterminada. Empurre firmemente o espalhador
ao longo, da lâmina, mantendo-o a um angulo de 45º, a extremidade do espalhador deve
permanecer em contacto uniforme com a superfície da outra lâmina, enquanto o sangue estiver
a ser espalhado (MINSA, 2016, p.21).

GOTA ESPESSA: manuseando as lâminas pelas arestas ou um canto faça a gota


espessa usando o canto do espalhador para juntar as gotas de sangue, e espalha-las para formar
uma gota uniforme espessa. A gota espessa circular deve ter cerca de 1cm de diâmetro. Deixe
secar na horizontal, e proteja do pó, insectos, da luz solar e do calor extremo (MINSA, 2016,
p.21).
O PNCM (Programa Nacional de Controlo da Malária) recomenda a utilização de
diluições para a preparação da solução de Giemsa: diluição rápida a 10% e diluição a 3%. A
diluição rápida ou 10% é utilizada em ambulatórios e em laboratórios clínicos, onde se requer
resultados de diagnóstico com urgência. O método de diluição lenta ou a 3%, é utilizada para
coloração de rotina e durante pesquisas transversais ou epidemiológicas e investigação
operacional (MINSA, 2016, p.26).

Diluição do Método a 10%


O método é eficaz, mas consome mais corante. A diluição é feita utilizando um stock
de Giemsa concentrado com água tamponada ou destilada com pH entre 7,0 a 7,2. Para cada
volume de 100 ml, prepare uma solução de concentração de Giemsa a 10%, adicionando 10 ml
de solução stock de Giemsa a 90 ml de água tamponada (MINSA,2016, p.26 e 27).

Diluição do Método a 3%
O método é económico porque se consome muito menos corante. A diluição é feita
utilizando um stock de Giemsa concentrado com água tamponada ou destilada com pH entre
7,0 a 7,2. Para cada volume de 100 ml, prepare uma solução de concentração de Giemsa 3%,
adicionando 3 ml de solução stock de Giemsa a 97 ml de água tamponada (MINSA,2016, p.27).

Descrição Do Método De Coloração De Giemsa


 Coloque as lâminas pós secas a corar na tina (placa) com as faces viradas para cima e
despeje o corante até que cada lâmina esteja coberta, ou mergulhe as lâminas de forma
vertical num recipiente com a solução de Giemsa;
 Deixe corar durante 8 a 10 minutos para diluição a 10% e 45 a 60 minutos para diluição
a 3%;
 Retire as lâminas e lave cuidadosamente para retirar o excesso de corante, mergulhando-
as 3 a 4 vezes num recipiente com água limpa;
 Nota: não lave a lâmina com o fluxo de água corrente da torneira;
 Quando o excesso de corante tiver sido eliminado, coloque as lâminas no suporte de
secagem com o lado do esfregaço para baixo, para escorrer e secar. Certifique-se que as
gotas espessas não se raspem na extremidade do suporte;
 Coloque cuidadosamente as lâminas, uma por uma, com o lado do esfregaço virado para
baixo no suporte de secagem em posição vertical (MINSA, 2016, p.27).

Método Microscópico
 Conte campo por campo o número de parasitas observadas na gota espessa num
contador e o número de leucócitos no outro contador;
 Os números de parasitas e leucócitos contados depende de quão numerosos são os
parasitas e o tempo disponível para fazer essa contagem. Quanto menor o número de
parasitas contados, maior o número de leucócitos que devem ser contados, isto é:
1. Se apos 200 leucócitos contar 100 ou mais parasitas, os números devem ser registados em
termos de números de parasitas por 200 leucócitos;
2. Se apos 200 leucócitos contar um número de parasitas igual ou inferior a 99, a contagem deve
continuar ate 500 leucócitos;
3. Em altas parasitémias deve contar-se até 100 leucócitos ou contar o número de leucócitos e
parasitas em 5 campos (assumindo cerca de 15 leucócitos por campo) e aplicar a fórmula.
4. Quando a contagem esta completa, o número de parasitas será relativo ao número de leucócitos
calculado e expresso como ̋parasitas por microlitro (µl) de sanguȅ da fórmula matemática
abaixo:
Obs: terminar sempre a contagem do último campo mesmo que já tenha atingido 200 ou 500
leucócitos (MINSA, 2016, p.12)

N.º de parasitas/µl de sangue = N.º de parasitas contados x 8000


N.º de leucócitos contados
CONCLUSÃO
Com base o processo de relatório realizado no laboratório do Hospital Municipal de
Benguela, dizer que o relatório foi um período de extrema importância, pós, permitiu-me
adquirir experiências práticas, relacionando-os com as teóricas adquiridas durante o percurso
académico no Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela. Durante este período foi
possível acompanhar a dinâmica de trabalho de um laboratório hospitalar, desde a recepção do
paciente até a liberação do laudo.

O estágio permitiu-me enxergar que o trabalho em equipa é fundamental e de


importância mutua e colectiva, pós permite a sintonia profissional dos técnicos, em relação a
prestação de bons serviços aos utentes, evitando assim alguns erros, que podem surgir por falta
de comunicação dos técnicos em serviço, por não terem uma relação de harmonia entre eles,
causando assim danos no que diz respeito a confiabilidade dos laudos laboratoriais desta
instituição. Os meus primeiros dias de estágio não foram produtivos em termos de dinâmica de
trabalho, visto que cada local possui uma totalmente diferente da outra, tive dificuldade na
realização de alguns exames e técnicas, primeiro por não saber o local exacto de cada material,
o hospital em caso dos intransportáveis, e por não conhecer a dinâmica de trabalho do
laboratório em causa.

Com o passar dos dias consegui enquadrar-me no que visa a rotina do funcionamento
do laboratório, houve momentos difíceis, desde recepção do paciente até a liberação do laudo.
Dizer ainda que, as dificuldades nunca vão deixar de existir, é característico da vida humana,
mas graças a Deus, os bons feitos foram maiores, possibilitando-me assim de forma resumida
conhecer a importância de um laboratório de análises clínicas, importância das suas actividades
e tendo mais prazer em seguir essa profissão.
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