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Índice

Avaliação de Risco ........................................................................................................................2


Contexto: Laboratório de Química Clínica ................................................................................2
Análise dos riscos .....................................................................................................................3
Identificação dos perigos ......................................................................................................3
Trabalhadores expostos .......................................................................................................4
Estimação dos riscos ............................................................................................................4
Valoração dos riscos .................................................................................................................5
Mitigação dos riscos .................................................................................................................6
Controlo dos riscos ...................................................................................................................6
Comunicação de riscos .............................................................................................................6
Conclusões ...............................................................................................................................7
Referências bibliográficas ............................................................................................................7

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Este trabalho será iniciado por uma contextualização do local e atividade escolhidos para a
avaliação de risco. De seguida, são definidas teoricamente cada uma das etapas da avaliação de
risco e, subsequentemente a cada uma, procede-se à aplicação prática de cada etapa ao
contexto inicialmente determinado (em anexo em livro excel).

Avaliação de Risco
O perigo é um agente que é capaz de potenciar um dano, enquanto o risco constitui a
probabilidade de ocorrer o perigo (incluí o dano e a sua gravidade).

Estar em segurança não significa não correr risco, pelo que a avaliação de risco é essencial.
Pretende criar ambientes saudáveis e seguros, onde os profissionais possam desenvolver
adequadamente com o mínimo de ricos para a sua atividade.

Figura 1 Dinâmica da avaliação de risco segundo a ISSO 14971:2000.

O objetivo principal da avaliação de risco neste âmbito é garantir a segurança de todos e tudo:

• O técnico laboratorial;
• Outras pessoas que trabalham no laboratório;
• Responsáveis pela limpeza;
• Visitas (que têm acesso apenas à sala de espera – sala antes da de receção);
• Património;
• O trabalho e as amostras.

Contexto: Laboratório de Química Clínica


Um laboratório de química Clínica é um espaço físico normalmente equipado com diversos
instrumentos de medição, reagentes e equipamentos analíticos para a realização de análises
químicas a matrizes biológicas diversas (sangue, urina). É um trabalho que existe atenção e
cuidado.

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Uma vez que a variedade de produtos tóxicos, inflamáveis e corrosivos é bastante grande torna-
se essencial a avaliação de riscos para esta atividade.

É constituído por hottes completamente fechadas.

As salas de receção de amostras, de armazenamento, de preparação, de análise, de pré-limpeza


de instrumentos, de limpeza e gabinetes de emissão de resultados seguem um sentido único
(para evitar contaminações cruzadas de espaços).

Edifício de 1 piso (sem desníveis).

A entrada é interdita ao público em geral (apenas a receção de amostras tem uma sala pública).

É um laboratório que é acreditado pelo Instituto Português de Acreditação.

O laboratório aplica a política Green Chemistry, que consiste, entre outras coisas, em reduzir da
toxicidade (substituir substâncias tóxicas por outras menos tóxicas, reduzir ao máximo o
volume/ peso de reagentes, reduzir os tempos de exposição).

A empresa tem clínicas para recolha das amostras, mas no espaço em estudo existe apenas
receção de amostras e não colheita (para minimizar a exposição de terceiros não formados/
visitantes aos riscos).

A empresa não contem colaboradores recentes nem estagiários (todos têm anos de experiência
e conhecem os protocolos e as infra-estruturas).

Análise dos riscos

Identificação dos perigos


Consiste na identificação de todos os perigos existentes nos locais de trabalho.

Neste tipo de contextos os perigos são de 3 tipos, essencialmente:

• Reagentes
• Instrumentos/ Equipamentos
• Amostras
• Conduta humana (requer a necessidade da elaboração de um manual de boas práticas)

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Trabalhadores expostos
Etapa que identifica a interação entre o perigo e os trabalhadores presentes (da empresa e de
outras empresas), definindo grupos de risco.

Todos os técnicos de laboratório que rotineiramente trabalham na área e os chefes podem ser
afetados pelos perigos que foram identificados. No entanto, devem ser consideras outras
pessoas, como visitantes (embora estes tenham um acesso muito limitado), funcionários de
limpeza e de segurança e técnicos de manutenção (de equipamentos, de manutenção de
espaços).

Estimação dos riscos


Medição da probabilidade de ocorrência do dano e da gravidade.

É de consenso entre os avaliadores de risco que a ausência de risco é impossível. Existe sempre
um risco, mesmo que ínfimo, pelo que é importante

O Método Simples de Dois Parâmetros permite uma semi-quantificação do risco através à


probabilidade de ocorrência e da gravidade (equação 1; tabelas 1 e 2). Diz-se semi-quantificação
porque não existe um valor associado ao risco, mas, sim, uma escala com ordem hierárquica,
com um mecanismo semelhante à escala de Likert utilizada em questionários (tabela 3).

𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 = 𝑃𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 × 𝐺𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 Equação 1

Tabela 1 Escala do índice de Probabilidade.

Probabilidade Descrição
Baixa Espera-se que possa ocorrer raramente
Média Espera-se que possa ocorrer com relativa facilidade
Alta Espera-se que possa ocorrer com muita facilidade

Tabela 2 Escala do índice de Gravidade.

Consequência Descrição: exemplos


Danos, em certa medida, reversíveis e sem cuidados
Ligeiramente danoso médicos ou primeiros socorros: pequeno corte, irritação
dos olhos, dor de cabeça, desconforto
Danos que diminuem a capacidade de trabalho
temporariamente, mas não provocam a morte:
Danoso lacerações, queimaduras de 1º e 2º graus, fraturas
menores, surdez, dermatoses, asma, lesões músculo-
esqueléticas

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Danos que diminuem a capacidade de trabalho
temporariamente ou absolutamente/ permanentemente,
cujas situações clínicas, devido à gravidade extrema,
podem potencialmente conduzir à morte.
Extremamente danoso
Associado a invalidez permanente parcial ou total.
Exemplos: queimaduras de 3º grau, amputações, fraturas
maiores, intoxicações, lesões múltiplas, cancro, doenças
crónicas, morte

Tabela 3 Escala semi-quantitativa e de cores que representa o cruzamento entre os índices de probabilidade e de
gravidade.

GRAVIDADE Ligeiramente Extremamente


Danoso
PROBABILIDADE a danoso danoso
Baixa Trivial Aceitável Moderado

Média Aceitável Moderado Importante

Alta Moderado Importante Intolerável

Este método têm a vantagem de ser acessível e de fácil aplicação, porém existem outros
métodos mais complexos, como o método utilizado na Divisão de Riscos Alimentares da
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (conhecida popularmente como ASAE). Este
método utiliza uma Matriz de Risco Composta e define um Número Prioritário de Risco (NPR). O
NPR consiste numa fórmula que considera a probabilidade de detetar o perigo, a gravidade dos
perigos e a ocorrência dos riscos face ao ano anterior - assim torna-se possível determinar a
dimensão amostral respetiva e identificar as tendências de controlo. A vantagem deste método
é que é quantitativo, pelo que o risco é mesurado, ou seja, existe um número, o NPR, que
permite perceber se o risco aumentou ou não (estes valores podem variar consoante o número
de categorias de cada índice; no caso da ASAE, o NPR varia de 1 a 1000).

Este método permite, tal como o de Dois Parâmetros, permite ajustar o controlo dos
riscos à medida que estes vão aparecendo (índice de ocorrência).

Valoração dos riscos


Processo de comparação entre o valor obtido na estimação do risco e um referencial de risco
aceitável.

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Mitigação dos riscos
Redução ou adequação do risco a valores considerados aceitáveis, sem dar origem a novos
riscos.

Controlo dos riscos


Eliminar ou reduzir a probabilidade de exposição a um perigo que possa causar acidente ou
doença profissional através de medidas, que devem ser constantemente monitoradas e
avaliadas.

Tabela 4 Medidas corretivas ou redutoras dos riscos identificados.

Assim, consoante a estimativa de risco, serão tomadas as seguintes ações:


Tabela 5 Medidas preventivas/ corretivas a tomar consoante o nível de risco.

RISCO MEDIDAS
Os trabalhos em curso devem ser parados e não serem reiniciados
Intolerável
sem serem tomadas medidas de controlo do risco
Não devem ser iniciados trabalhos sem serem tomadas as medidas
Importante de controlo do risco. Nos trabalhos em curso devem ser tomadas
medidas de imediato
Devem ser tomadas medidas de redução de risco num prazo
Moderado
definido, tendo em conta a relação custo-eficácia
Podem ser tomadas medidas de redução de risco atendendo a
Aceitável
critérios de custo

Trivial Não é necessário tomar medidas de redução de risco

Comunicação de riscos
A comunicação é um processo interativo de troca de informação e opinião entre indivíduos,
grupos e instituições, que envolve múltiplas mensagens sobre a natureza do risco e outras

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expressam preocupações, opiniões e reações às mensagens sobre o risco ou às medidas legais
e institucionais da gestão do risco.

Figura 2 Processo de gestão do risco.

Conclusões
Os laboratórios são lugares de trabalho que necessariamente não são perigosos desde que
sejam tomadas precauções e que os seus utilizadores sejam responsáveis e conscientes dos
perigos envolvidos. Todos os que trabalham no laboratório devem ter a responsabilidade no seu
trabalho e evitar atitudes que possam acarretar acidentes e possíveis danos para si e para os
demais.

A avaliação de risco pretende garantir que todos consigam focar a sua atenção e prevenir contra
os perigos que possam surgir do trabalho de outros como do seu próprio.

Todos devem participal e intervir. A segurança é uma responsabilidade coletiva que requer a
cooperação de todos os indivíduos do laboratório (desde as pessoas responsáveis pela limpeza
até ao chefe do laboratório e da instituição).

O seu primeiro acidente pode ser o últimoÉ essencial que todos conheçam os riscos e respetivas
medidas de segurança, de modo a minimizar a ocorrência de acidentes, preservar o local de
trabalho e o bem-estar dos utilizadores. Só com uma correta comunicação e informação se pode
conhecer os riscos e valorizar os comportamentos seguros.

Referências bibliográficas
José, R. (03/2017). Avaliação de Riscos - Guia Passo a Passo. Lisboa, Portugal: Espiral Soft -
Soluções Informáticas.

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José, R. (2017). Processo de Avaliação de Riscos. Lisboa, Portugal: Espiral Soft - Soluções
Informáticas.

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Vale, Ana Paula (2005). Serviços Analíticos - Manual de Boas Práticas. Escola Superior
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004). Segurança e Controle de Qualidade no


Laboratório de Microbiologia Clínica
Cunha, Sérgio Santos Gaspar da (2014). Perceção dos Riscos Ocupacionais em Laboratórios
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de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa e Escola Superior de Saúde Perceção da
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