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Saúde e Segurança

Análise de Riscos
Prof. Eduardo Coutinho de Paula
ecoutinho@unifei.edu.br
Unifei, 2011
Agenda
• Introdução
• Análise de Riscos
– Estimativas e comparação
• Técnicas de Análise de Riscos
• Avaliação de Riscos
• Gerenciamento de Riscos
Introdução
• Risco - trata-se de uma ou mais
condições de uma variável, com o
potencial necessário para causar danos
às pessoas (como lesões), ao ambiente,
danos a equipamentos ou estruturas,
perda de material em processo, ou
redução da capacidade de desempenho
de uma função pré-determinada.
(DE CICCO; FANTAZZINI, 1994)
• Um fator de risco é uma condição ou
combinação de condições que, se não for
corrigido, pode levar a um acidente,
doença ou outros danos.
• A ciência desenvolveu formas de avaliar e
comparar os riscos, decidir os níveis
aceitáveis e encontrar maneiras mais
econômicas de reduzi-los.
• Com a preocupação e a necessidade de
dar maior atenção ao ser humano,
principal bem de uma organização, além
de buscar maior eficiência, nasceram
primeiramente o Controle de Danos, o
Controle Total de Perdas e por último a
Engenharia de Segurança de Sistemas.
(ALBERTON, 1996)
• A necessidade de segurança total em
áreas como aeronáutica, aeroespacial e
nuclear, trouxe valiosos instrumentos para
a solução de problemas ligados à
segurança.
• Década de 70 em diante: difusão de
conceitos, metodologias e técnicas -
tiveram uma aplicação quase que
universal na solução de problemas de
engenharia em geral.
Análise de Riscos
A Análise de Riscos compreende:
• Avaliação: identificar os perigos e avaliar
os riscos associados;
• Análise dos riscos: comparativamente;
• Gerenciamento dos riscos: determinar
opções e tomar decisões quanto à sua
redução ou eliminação;
• Comunicação: informar os riscos aos
tomadores de decisão e ao público.
Gerenciamento do Risco
Avaliação de Risco

Análise comparativa do
Identificação do risco
perigo Como ele se compara a
O que é um perigo? outros riscos?

Redução de risco
Quanto deve ser reduzido?
Probabilidade de risco
Qual a probabilidade de Estratégia de redução do
o evento ocorrer? risco
Como o risco será
reduzido?
Consequências do
risco Compromisso financeiro
Qual o dano provável? Quanto dinheiro deve ser
gasto?

Figura: Avaliação e Gerenciamento de Riscos


Problemas ecológicos -
comparação
Segundo a EPA* (1990):
• Riscos altos
• Riscos médios
• Riscos baixos

* Agência de Proteção Ambiental, EUA.


• Alto risco: mudanças climáticas globais,
esgotamento do ozônio na estratosfera,
alteração e destruição dos habitats de vida
selvagem, extinção de espécies e perda da
biodiversidade.
• Médio risco: deposição ácida (precipitação
atmosférica com a presença de compostos NOx
e SOx), agrotóxicos, substâncias químicas
transportadas pelo ar, substâncias tóxicas e
sedimentos nas águas superficiais.
• Baixo risco: derramamento de óleo, poluição
da água subterrânea, isótopos radioativos,
drenagens ácidas para as águas superficiais,
poluição térmica.
Problemas de saúde de alto risco
• Poluição da água potável
• Poluição em ambientes internos
• Poluição no meio ambiente externo
• Resíduos de agrotóxicos nos alimentos
• Substâncias tóxicas em produtos para o
consumidor
• Trabalhadores expostos a substâncias químicas
utilizadas nas indústrias ou plantações.

Questão: Na sua opinião, quais os dois mais


graves entre eles?
R = f(P, G)

A análise comparativa de riscos deve


levar em consideração:
• Probabilidade de ocorrência
• Gravidade ou severidade dos danos
causados
Probabilidade de ocorrência
Tabela - Índices de ocorrência

(Fonte: Helman e Andery).


Probabilidade de ocorrer
novamente
• Certa: deverá acontecer novamente e em
breve.
• Provável: poderá acontecer novamente, mas
não frequentemente.
• Possível: poderá ocorrer de tempos em
tempos.
• Improvável: não é esperado acontecer
novamente em um futuro próximo.
• Rara: tão improvável que não se espera ocorrer
novamente.
As probabilidades estatísticas têm por
base:
• Experiências passadas
• Testes em animais de laboratório
• Estudos epidemiológicos
• Modelos
• Nos Estados Unidos, temos a seguintes
probabilidades de morte:
• 1/50 = andar de moto
• 1/1.250 = voar de asa delta
• 1/3.300 = dirigir sem cinto de segurança
• 1/6.070 = dirigir com cinto de segurança
• 1/9 milhões = acidente de avião
• 1/36 milhões = picada de cobra

(MULLER JÚNIOR, 2011)


Taxa de falhas
• Taxa de Falha de Equipamentos
mecânicos (bombas, motores, etc.):
menor que uma vez a cada 1.000 vezes =
< 10-3.
• Taxa de Falha de Equipamentos de
segurança (válvulas de alívio, alarmes,
etc.): uma vez a cada 10.000 vezes = 10-4
• Taxa de Falha de Equipamentos
eletrônicos: menor que uma vez a cada
10.000 vezes = < 10-4 .
Acidentes - Causas múltiplas
Causas múltiplas
• Exemplo: Incêndio
• Falha em equipamento – P1
• Presença de substância inflamável – P2
• Fonte de ignição – P3

Probabilidade de Incêndio:
P = P1 x P2 x P3 ... x Pn
Gravidade dos danos
• Os Fatores de Risco podem ser
classificados como potencialmente:
– catastróficos,
– críticos,
– marginais, e
– desprezíveis.
Classes de riscos conforme
gravidade dos danos
Tabela – Categorias de fatores de risco

Fonte: DE CICCO e FANTAZZINI (1994)


Sistema
• Sistema é um arranjo ordenado de
componentes que estão interrelacionados
e que interagem com outros sistemas para
cumprir uma função num certo ambiente.

Figura: Representação de um sistema


Magnitude do risco
• A magnitude do risco é resultado da
combinação da probabilidade de
ocorrência do evento indesejado e da
severidade/gravidade dos danos
potenciais.
Comparação entre Riscos
• R1 = P1 x G1
• R2 = P2 x G2
• R3 = P3 x G3
...
• Rn = Pn x Gn

Sendo: R = Risco; P = probabilidade de


ocorrência; G = gravidade potencial das
consequências
Para refletir
• Pergunta: a produção de energia de
origem nuclear é mais arriscada que a de
origem hidrelétrica?

• O mesmo raciocínio pode ser aplicado a


duas instalações industriais idênticas,
porém situadas em locais diferentes.
TABELA – Pesos das probabilidades e severidade de danos

Fonte: Adaptada de Norma Militar Americana MIL-STD-882D (USA, 2000).


Estimativa de risco
Tabela – Matriz de avaliação de riscos
Probabilidades e Magnitudes
Riscos em 3 níveis (SILVA, 2004):
• Negligenciáveis (probabilidades e
magnitudes de pequena monta);
• Gerenciáveis (probabilidades e
magnitudes controláveis, de maneira a
serem aceitas pela comunidade);
• Não toleráveis (probabilidades e
magnitudes que, uma vez associadas, não
são aceitáveis e exigem ações
mitigadoras).
• Análise de riscos (avaliação +
gerenciamento) é um processo
sistemático para a identificação e
recomendação de ações corretivas.
• Existem duas abordagens para análise de
risco: preliminar e detalhado (GOETSCH,
2011).
Técnicas de Análises
• Técnicas de Identificação de Perigos
– Incidentes Críticos
– WI – What if?
– Checklist – Lista de revisão

• Técnicas de Análise de Riscos


Qualitativas
– APR (Análise Preliminar de Riscos)
– HAZOP (Hazard and Operability Study)
• Técnicas de Análise de Riscos
Qualitativas e Quantitativas
– FMEA (Failure mode and effects of
analysis) ou Falhas e Efeitos
– Análise de Árvore de Falhas
– Análise de Árvore de Eventos
– Análise de Causas e Consequências
– Análise por Diagrama de Blocos
– Management Oversight and Risk Tree
(MORT)
Técnica de Incidentes Críticos
• É uma análise operacional, qualitativa, de
aplicação na fase operacional de sistemas,
cujos procedimentos envolvem o fator humano
em qualquer grau.
• É um método no qual se utiliza uma amostra
aleatória estratificada de observadores-
participantes, selecionados dentro de uma
população (trabalhadores da empresa).
(ALBERTON, 1996)
• A TIC possui grande potencial,
principalmente naquelas situações em que
deseja-se identificar perigos sem a
utilização de técnicas mais sofisticadas e
ainda, quando o tempo é restrito.
• A técnica têm como objetivo a detecção
de incidentes críticos e o tratamento dos
riscos que os mesmos representam.
• A TIC detecta fatores causais, em termos
de erros e condições inseguras, que
conduzem tanto a acidentes com lesão
como a acidentes sem lesão e ainda,
identifica as origens de acidentes
potencialmente com lesão.
• Os observadores-participantes devem ser estimulados a
descrever tantos incidentes críticos quantos possam
recordar, sendo necessário para tal colocar a pessoa à
vontade procurando, entretanto, controlar as
divagações.
• Os incidentes pertinentes, descritos pelos entrevistados,
devem ser transcritos e classificados em categorias de
risco, definindo a partir daí as áreas-problema, bem
como a priorização das ações para a posterior
distribuição dos recursos disponíveis, tanto para a
correção das situações existentes como para prevenção
de problemas futuros.
Checklist
• Técnica de revisão da operação que
permite que os trabalhadores e
supervisores possam conduzir a análise.
• O objetivo deste documento é criar o
hábito de verificar os itens de segurança
antes de iniciar as atividades,
• auxiliando na detecção, na prevenção dos
riscos de acidentes e no planejamento das
tarefas, enfocando os aspectos de
segurança (GOETSCH, 2011).
Figura: Exemplo de Formulário Checklist
Figura: Exemplo de Formulário Checklist - continuação
• Permite que os membros da equipe
respondam a uma sequência de opções
sim / não numa lista.
• A Equipe somente deverá iniciar cada
atividade, após realizar a identificação de
todos os riscos, medidas de controle e
após concluir o respectivo planejamento
da atividade.
WI – What if?
• É uma técnica de análise geral,
qualitativa, cuja aplicação é bastante
simples e útil para uma abordagem em
primeira instância na detecção exaustiva
de riscos, tanto na fase de processo,
projeto ou pré-operacional, não sendo sua
utilização unicamente limitada às
empresas de processo.
• A técnica se desenvolve através de reuniões de
questionamento entre duas equipes.
• Os questionamentos englobam procedimentos,
instalações, processo da situação analisada.
• A equipe questionadora é a conhecedora e
familiarizada com o sistema a ser analisado,
devendo a mesma formular uma série de
quesitos com antecedência, com a simples
finalidade de guia para a discussão.
• Para a aplicação o What-If utiliza-se de
uma sistemática técnico-administrativa
que inclui princípios de dinâmica de grupo,
devendo ser utilizado periodicamente.
• A utilização periódica do procedimento é o
que garante o bom resultado do mesmo
no que se refere à revisão de riscos do
processo.
(ALBERTON, 1996)
Passos básicos (DE CICCO e FANTAZZINI, 1994):
• a) Formação do comitê de revisão: montagens
das equipes e seus integrantes;
• b) Planejamento prévio: planejamento das
atividades e pontos a serem abordados na
aplicação da técnica;
• c) Reunião Organizacional: com a finalidade de
discutir procedimentos, programação de novas
reuniões, definição de metas para as tarefas e
informação aos integrantes sobre o funcionamento
do sistema sob análise;
• d) Reunião de revisão de processo: para os
integrantes ainda não familiarizados com o sistema
em estudo;
• e) Reunião de formulação de questões:
formulação de questões "O QUE? - SE...",
começando do início do processo e continuando ao
longo do mesmo, passo a passo, até o produto
acabado colocado na planta do cliente;
• f) Reunião de respostas às questões (formulação
consensual): em sequência à reunião de formulação
das questões, cabe a responsabilidade individual para o
desenvolvimento de respostas escritas às questões.
As respostas serão analisadas durante a reunião de
resposta às questões, sendo cada resposta
categorizada como: - resposta aceita pelo grupo tal
como submetida; - resposta aceita após discussão e/ou
modificação; - aceitação postergada, em dependência
de investigação adicional. O consenso grupal é o ponto
chave desta etapa, onde a análise de riscos tende a se
fortalecer;
• g) Relatório de revisão dos riscos do processo: o
objetivo é documentar os riscos identificados na revisão,
bem como registrar as ações recomendadas para
eliminação ou controle dos mesmos.
Análise Preliminar de Riscos
• APR - trata-se de uma técnica de análise
prévia de riscos.
• Objetivo: antecipar a previsão da
ocorrência danosa para:
– pessoas,
– processos,
– equipamentos e
– meio ambiente.
• APR - consiste no estudo, durante a fase
de concepção ou desenvolvimento
prematuro de um novo sistema, com o fim
de se determinar os riscos que poderão
estar presentes na sua fase operacional.

(DE CICCO; FANTAZZINI, 1994)


• é uma visão técnica antecipada do
trabalho a ser executado,
• que permite a identificação dos riscos
envolvidos em cada passo da tarefa, e
ainda propicia condição para:
– evitá-los, ou
– conviver com eles em segurança.
• É elaborada através do estudo, questionamento,
levantamento, detalhamento, criatividade,
análise crítica e autocrítica,
• com consequente estabelecimento de
precauções técnicas necessárias para a
execução das tarefas (etapas de cada
operação),
• de forma que o trabalhador tenha sempre o
controle das circunstâncias, por maiores que
forem os riscos.
• Uma APR envolve a formação de uma
equipe ad hoc (para esta finalidade) e
pessoal experiente que está familiarizado
com o equipamento, substância material e
processo que estão sendo analisados.
• Experiência e conhecimentos
relacionados são essenciais na condução
de uma APR.
(GOETSCH, 2011)
Figura – Exemplo de formulário APR
TABELA - Riscos em atividade de abertura de estradas
• Planilha APR: para cada fator de risco
identificado, são levantadas suas
possíveis causas, efeitos potenciais e
medidas básicas de controle aplicáveis
(preventivas e corretivas).
• Os fatores de risco são também avaliados
com relação à frequência de ocorrência e
grau de severidade de suas
consequências.
(SÁNCHEZ, 2008)
• APR - técnica aplicável à todas as
atividades,
• promove e estimula o trabalho em equipe
e a responsabilidade solidária.
• Foi desenvolvida especificamente para
aplicação nas etapas de planejamento de
projetos, visando a uma identificação
precoce de situações indesejadas,
possibilitando adequação do projeto.
(SÁNCHEZ, 2008)
Outros Métodos de Análise
• Para análises mais detalhadas, de acordo
com sua frequência, devem ser
considerados métodos que propiciem, por
exemplo, descrição física da sequência de
falhas e cálculo matemático das
probabilidades.
Avaliação e Gerenciamento
de Riscos
• Obtenção de informações básicas:
Deve ser realizada de forma a permitir a
caracterização do processo produtivo, do
ambiente físico e da força de trabalho

• Identificação dos fatores ou situações


de risco: Consiste na caracterização dos
agentes de riscos, das fontes, das
medidas preventivas existentes, das
condições de exposição e dos possíveis
danos a saúde ou integridade física
• Estimativa qualitativa do risco: Consiste
em estabelecer necessidades e
priorização de ações de avaliação e de
controle, com a finalidade de caracterizar
melhor os agentes ambientais, as fontes
de emissão e o comportamento desses
agentes no ambiente de trabalho.

• Estimativa quantitativa do risco:


Objetiva obter valores representativos das
exposições dos trabalhadores aos
agentes e fatores ambientais, com o
objetivo de estimar a dose.
• Desenvolvimento de opções de controle:
Consiste em recomendar ou encontrar soluções que
reduzam os níveis de risco, considerando:
– Medidas de controle na fonte
– Medidas de controle administrativas
– Medidas de proteção individual

• Análise das opções: Considerar as medidas


controle levando em conta a percepção de riscos
dos trabalhadores e em situações mais complexas,
incluir uma análise de custo benefício, para
subsidiar o processo de tomada de decisões.
Passos para implantar medidas de
controle de riscos:
• 1) Seleção do(s) método(s)
• 2) Aplicação do(s) método(s)
• 3) Monitorar/observar
• 4) Avaliar a eficácia
• 5) Ajustar conforme necessário.
(GOETSCH, 2011)
Exemplo:
Pintura de containers com tinta tóxica
• Seleção de um método - dos vários métodos
disponíveis, o selecionou-se eliminar a fonte de
risco (a tinta tóxica).
– A equipe foi incumbido de testar várias tintas
não tóxicas, até que foi encontrado uma que
pudesse coincidir com o interesse em todas
as categorias (por exemplo, a facilidade de
aplicação, tempo de secagem, qualidade de
acabamento de superfície).
– Depois de 40 pinturas diferentes testadas, um
substituto não tóxico foi encontrado.
• Aplicar o método - a nova pintura foi
encomendada e usada em uma remessa parcial
de containers.

• Monitorar / observar - a segurança e a saúde


dos trabalhadores, juntamente com os
supervisores de pintura da empresa,
monitorando tanto o desempenho dos
funcionários como reclamações sobre a pintura.
• Avaliar a eficácia –
– Foram tabuladas as queixas dos funcionários.
O número de reclamações caiu para uma
quantidade insignificante e não de natureza
grave.
– Produtividade também foi avaliada: verificou-
se que a nova tinta não teve efeito
significativo sobre a produtividade, negativo
ou positivo.

• Ajuste conforme necessidade – a empresa


descobriu que não eram necessários ajustes.
• Tomada de decisões: Primeira etapa do
gerenciamento de riscos, consiste na
definição de quais as medidas de controle
serão efetivamente implementadas e
estabelece-se um plano de ação.

• Implementação : Consiste na execução


do plano de ação proposto.
• Monitorização e avaliação: Implica em
acompanhar e validar periodicamente
como as medidas estão sendo
implantadas e analisar os seus resultados
em relação ao que seria esperado.
• "Gerenciar significa realizar
equilibradamente o potencial de
resultados, de pessoas e de inovação da
organização. Os gerentes exercem um
papel que tem uma única
responsabilidade: atingir resultados com
pessoas e com inovação. A gerência faz a
ligação entre a empresa e as pessoas que
nela trabalham."
(BOOG, 1991)
Gerenciamento de Riscos
• Gerência de Riscos é a ciência, a arte é
a função que visa à proteção dos recursos
humanos, materiais e financeiros de uma
empresa, quer através da eliminação ou
redução de seus riscos, quer através do
financiamento dos riscos remanescentes,
conforme seja mais economicamente
viável.
(DE CICCO; FANTAZZINI, 1994)
• Com o gerenciamento de risco, torna-se
possível racionalizar os recursos
financeiros empregados no controle de
riscos, pois possibilita a seleção do que é
necessário e prioritário na execução dos
procedimentos de controle de risco
(FLORENSE; CALIL, 2005).
Sell (1995) subdivide os riscos em três classes:
pequenos, médios e grandes.
• Riscos pequenos - aqueles que apenas
obrigam a empresa a uma correção de rumo
nos meios usados para atingir seus objetivos.
• Riscos médios - aqueles que, quando ocorrem,
impedem a empresa de atingir seus objetivos.
• Riscos grandes - aqueles que ameaçam a
própria existência da empresa, caso ocorram.
Exemplo:
Produtos Químicos perigosos
Estágios:
• Industrialização
• Armazenamento
• Transporte (rodovias, ferrovias, via áerea,
dutos, hidrovias)
• Uso (domiciliar ou industrial)
• Destinação final dos resíduos desses
usos.
• Produtos químicos perigosos podem
seguir seu ciclo operacional e comercial
de modo seguro, independentemente de
sua periculosidade.
• O que importa é o cenário do qual o
produto participa.
Figura: Etapas básicas do processo de gerenciamento de riscos.
Fonte: Oliveira (1991) e Sell (1995)
Figura: Fases típicas do gerenciamento de riscos
Fonte: Oliveira (1991)
Comunicação de riscos
Consiste nas medidas para comunicar os
riscos da instalação para:
• Órgão públicos
• Público interno
• Sociedade em geral
Plano de Ação e Emergência
(PAE)
• Descrição das instalações,
• Cenários acidentais a serem
considerados,
• Áreas de abrangência geofísica,
• Estrutura organizacional do sistema de
atendimento às emergências,
• Fluxograma de acionamento,
• Ações de resposta a situações
emergenciais,
• Recursos humanos e materiais,
• Recursos institucionais,
• Tipos e cronogramas de exercícios
teóricos e práticos de simulação de
acidentes,
• Documentos a serem anexados ao PAE,
• Sistemas de comunicação entre as partes
envolvidas.
Programa de gerenciamento de
riscos
• Informações de segurança de processo
• Revisão dos riscos de processo
• Gerenciamento de Modificações
• Manutenção e garantia da integridade de
sistemas críticos,
• Procedimentos operacionais;
• Capacitação de recursos humanos,
• Investigação de acidentes,
• Plano de ação de emergências – PAE
• Auditorias
Referências
• ALBERTON, A. Uma Metodologia para auxiliar no
gerenciamento de riscos e na seleção de alternativas de
investimentos em segurança. Dissertação de mestrado. Programa
de Pós-graduação em Engenharia de Produção. UFSC,
Florianópolis/SC, 1996.
• BOOG, Gustavo G. O desafio da competência: como sobreviver
em um mercado cada vez mais seletivo e preparar sua empresa
para o próximo milênio. São Paulo, Editora Best Seller, 1991.
• DE CICCO, F. Engenharia de confiabilidade e análise de riscos.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v.17, n.66,
abr./mai./jun., 1989.
• DE CICCO, F.; FANTAZZINI, M.L. Introdução à engenharia de
segurança de sistemas. FUNDACENTRO. São Paulo, 4ª ed.,
1994.
• FLORENCE, G.; CALIL, S. J. Uma nova perspectiva no controle
dos riscos da utilização de tecnologia médico-hospitalar. (Tese
de Mestrado) Universidade Estadual de Campinas, SP, UEC, 2005.
• GOETSCH, D. L.. Occupational safety and health for
technologists, engineers, and managers. 7 ed. Nova Jersey:
Prentice Hall, 2011. xx, 745 p.
• HENLEY, E.; KUMAMOTO, H. Reliability engeneering and risk
assessment. Prentice-Hall, Inc., Englewood Cliffs,
1981.566p.ISBN-0-13-772251-6.
• OLIVEIRA, W.B. Programas de Segurança baseados na
prevenção e controle de perdas. Curso de Segurança, saúde e
meio ambiente - CURSSAMA, Petrofértil: setembro, 1991.
• SÁNCHEZ, L.E. Capítulo 12. Análise de Risco. In: ____________.
Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008.
• SANTOS, A.M.A. et al. Introdução à Higiene Ocupacional. São
Paulo : Fundacentro, 2004. 84 p.: p&b; 23cm. Disponível em:
http://www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/PUBLICACAO/l/Introdu%
E7%E3o_HigieneOcupacional.pdf
• SELL, I. Gerenciamento de Riscos. Apostila do curso de
engenharia de segurança do trabalho - UFSC. Florianópolis:
FEESC, 1995.
• SILVA, C.C.A. Capítulo 22. Gerenciamento de Riscos Ambientais.
In: Philippi Jr, A. Romério, M.A. Bruna, G.C (Ed.). Curso de Gestão
Ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004.
• USA, Departamento of Defense, Standard Practice for System
Safety, MIL-STD-882D, 2000.
Para saber mais
• CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental. “Manual (P4.261). Orientação para a
Elaboração de Estudos de Análise de Riscos. São
Paulo, maio, 2003.
• EPA – Environmental Protection Agency. General
Guidance for Risk Management Programs (40 CFR
Part 68). Chemical Emergency Preparedness and
Prevention Office. July, 1998. (EPA 550B-98-003).

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