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Neide Francisco assado

Analise e Gestão de Risco

Risco
De acordo com DAGNINO e JÚNIOR (2007, p.58) afirmam que de todos os tipos de riscos,
devemos enfatizar quatro(…): os riscos naturais, os riscos tecnológicos, os riscos sociais e os
riscos ambientais.

O risco natural é a denominação preferida para fazer referência àqueles riscos que não podem
ser facilmente atribuídos ou relacionáveis à acção humana. Embora, nos dias de hoje, essa
seja uma tarefa cada vez mais difícil, REBELO (2003, p. 11-22) apud Idem (2007, p.58)
apresenta a seguinte tipologia de riscos naturais: riscos tectónicos e magmáticos; riscos
climáticos; riscos geomorfológicos, os mais típicos, tais quais ravinamento, de
movimentações de massa, como desabamento ou deslizamento e outros riscos
geomorfológicos como os decorrentes da erosão eólica e do descongelamento de neves de
altitude e os riscos hidrológicos.

O risco tecnológico, segundo Sevá Filho (1988, p. 81) (Idem2007 p.59), a abordagem desse
tipo deve levar em conta três factores indissociáveis: processo de produção (recursos,
técnicas, equipamentos); o processo de trabalho (relações entre direcções empresariais e
estatais e assalariados); e a condição humana (existência individual e colectiva, ambiente).
Equivale a dizer, grosso modo, que, onde pelo menos um desses factores for encontrado,
haverá risco tecnológico ou a probabilidade de um problema causado por ele.

os riscos ambientais apesar das graves consequências são conceitos fundamentais para
abarcarmos os processos sociais em curso na sociedade contemporânea, trata-se de riscos
globais, invisíveis e, às vezes, irreversíveis. Existe um entendimento geral tanto nas ciências
sociais e naturais de que risco é a possibilidade de perigo acontecer. Sem dúvidas o conceito
de risco é polissémico, podendo variar entre as diferentes áreas de saber, saúde, economia,
segurança de trabalho, Sociologia, etc. Risco é a probabilidade de ocorrer consequências
danosas ou perdas esperadas, como resultado de interacções entre um perigo natural e as
condições de vulnerabilidade local (UNDP, 2004).
Análise de Risco

A Análise de Riscos Ambientais deve necessariamente levar em consideração os possíveis


efeitos ambientais de um eventual acidente (Bitar & Ortega, 1998). A partir da identificação
dos riscos ambientais e com a implantação de medidas preventivas associadas, o instrumento
em questão acaba reduzindo a possibilidade de ocorrência de acidentes ambientais. Deste
modo, a Análise de Riscos Ambientais deve fazer parte permanente de programas de
gerenciamento ambiental, principalmente nos casos de empresas que operam substâncias com
alto poder contaminante e de empresas que se encontrem em áreas onde os processos do meio
físico possam acarretar acidentes.

A análise de riscos é a actividade voltada para o desenvolvimento de uma estimativa,


qualitativa ou quantitativa, do risco, baseada na engenharia de avaliação e em técnicas
estruturadas para promover a combinação das frequências e consequências de um acidente
(SERPA, 2001).

Análise de riscos é a identificação e avaliação de elementos e/ou situações que possam


causar eventos potencialmente perigosos (GALVÃO FILHO & NEWMAN, 2001). A
CETESB (2003) define a análise de risco como o processo pelo qual os resultados são
utilizados para a tomada de decisão, por meio de critérios comparativos de riscos, para
definição da estratégia de gerenciamento dos riscos e aprovação do licenciamento
ambiental de um empreendimento.

A Análise de Riscos Ambientais "corresponde a uma estimativa prévia da probabilidade de


ocorrência de um acidente e a avaliação das suas consequências sociais, económicas e
ambientais" (Bitar & Ortega, 1998). Deste modo, esse instrumento trata da identificação de
situações de risco em um empreendimento em funcionamento, bem como da caracterização
das consequências potencias ao meio ambiente, à comunidade, ao empreendimento e seus
funcionários, caso o acidente ocorra.

De modo geral, um estudo de análise de riscos pode ser dividido nas etapas que seguem
(serpa, 2001):

1. Caracterização do empreendimento e da região;


2. Identificação de perigos e consolidação das hipóteses acidentais;

3. Estimativa dos efeitos físicos e análise de vulnerabilidade;


4. Estimativa de frequências Estimativa e avaliação de riscos;
5. Gerenciamento de riscos.
A definição do objectivo do estudo de Análise de Risco é o primeiro aspecto a ser
considerado, principalmente em relação ao tipo de processo de produção da empresa e ao
escopo da natureza de investigação que a empresa ou a instituição de regulação deseja
realizar. Buscando identificar as alternativas de escopo de Estudos de Análise de Risco,
existem 4 formas de identificação quanto ao foco das análises utilizando a AQR até a chegar a
etapa de gerenciamento : Risco Económico, Risco Tecnológico, Risco Social, Risco
Ambiental

Nos últimos anos foi construída uma nova abordagem sobre a análise de risco, tratando-se
principalmente de riscos voltados ao meio ambiente como resultado das actividades antrópica,
que pode ser definida como Análise de Risco Ecológico (ARE) para avaliação de efeitos
toxicológicos directos na população específica ou organismos e a Análise de Risco Ambiental
(ARA), para avaliação dos efeitos de agentes estressores considerando as possíveis
interferências no meio ambiente de forma ampla, sem especificar o tipo de ecossistema ou a
individualização de uma população ou região geográfica.

2.4.Técnica de Análise de risco Ambiental


A Análise de Riscos pode ser definida como uma actividade voltada para o
desenvolvimento de uma estimativa, qualitativa ou quantitativa, do risco, baseada na
engenharia de avaliação e em técnicas estruturadas para promover a combinação das
frequências e consequências de um acidente.

Por outro lado, a Avaliação de Riscos diz respeito ao processo que utiliza os resultados da
análise de destes para a (omada de decisão quanto ao gerenciamento dos mesmos, por meio da
comparação desses resultados com critérios previamente estabelecidos. E, por fim, o
Gerenciamento de Riscos está associado à formulação e implantação de medidas e
procedimentos, técnicos e administrativos, que têm por finalidade prevenir, controlar ou
reduzir os riscos existentes numa instalação industrial. tendo também por objectivo, manter
essa instalação operando dentro de requisitos de segurança considerados toleráveis. De um
modo geral, a realização de um estudo de análise de riscos numa instalação ou actividade
perigosa contempla cinco etapas básicas:

 caracterização da instalação/actividade e do mcioambiente circunvizinho;

 identificação de perigos;

 análise de consequências e avaliação de


 vulnerabilidade;

 estimativa e avaliação dos riscos;

 medidas para a redução e gerenciamento de riscos;

Os estudos de análise de riscos podem ser desenvolvidos em instalações já em operação, de


forma que os possíveis cenários de ocorrências indesejáveis possam ser avaliados à luz das
condições c actividades já praticadas; porém, é sempre recomendado que, tais estudos sejam
desenvolvidos desde a fase de concepção de novos projectos, o que possibilita a incorporação
de sistemas de segurança e protecção desde o início do processo de implantação de um novo
empreendimento.

Da mesma forma, toda e qualquer instalação ou actividade perigosa requer a incorporação de


programas de gestão, os quais, nestes casos específicos, ficaram conhecidos como os
Programas de Gerenciamento de Riscos (PGRs), que devem contemplar, no mínimo, normas
e procedimentos relativos a: informações de segurança; política de análise, avaliação e revisão
de riscos; gerenciamento de modificações; manutenção; normas e procedimentos
operacionais; práticas seguras de trabalho; política de capacitação de recursos humanos;
investigação de incidentes; auditorias; plano de emergência.

Esses estudos são, muitas vezes, bastante complexos e detalhados, de acordo com o tipo de
instalação, processo, tecnologia e localização do empreendimento; no entanto, são
instrumentos poderosos e imprescindíveis para a tomada de decisão no tocante ao
planejamento de uso e ocupação do solo e para subsidiar a solução de conflitos relacionados a
riscos, associados a actividades ou instalações perigosas situadas nas circunvizinhanças de
ecossistemas vulneráveis ou mesmo áreas residenciais.

Gestão de Risco
O processo de gestão de riscos depende dos receptores de risco que se pretende considerar, os
quais incluem o homem e o ambiente. Pode-se considerar que o “ambiente” inclui: a flora e a
fauna, o ecossistema, o ar, a água e o solo da envolvente da instalação (Christou, 1998).
Refira-se que o âmbito deste trabalho recai exclusivamente na avaliação de riscos ambientais.

o crescimento industrial das últimas décadas, além de demonstrar um grande avanço


tecnológico, representa o fundamental papel da indústria para a sociedade moderna, devido
não só à geração de empregos, mas também pela necessidade do homem de utilizar os
diferentes tipos de bens e produtos produzidos, alguns considerados essenciais para os nossos
tempos. Os resultados de estudos sobre percepção de risco tem auxiliado na explicação e
previsões e algumas vezes oposição a aceitação de novas tecnologias. Desta maneira, a
avaliação, gerenciamento de risco e comunicação, são disciplinas que se fazem mais do que
necessárias quando se pensa em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.

Com isso, as áreas de Gerenciamento de Riscos e Analise de Riscos, se ocupam em avaliar o


impacto da introdução das novas tecnologias na sociedade. Estes estudos rondam diversas
áreas da ciência, como: ciência económica, que trata de quantificar os riscos; epidemiologia,
conceitualização do termo risco; engenharia, método quantitativo e gerenciamento do risco; e
ciências sociais, percepção de riscos.

O desenvolvimento conceitual da analise de risco surgiu nos Estados Unidos e nos países
industrialmente desenvolvidos, com o surgimento das usinas nucleares e juntamente com a
preocupação sobre a segurança destas instalações e com a criação de agencias de protecção a
saúde e ao meio ambiente, como Environmental Protection Agency (EPA), Occupational
Safety and Health Administration (OSHA), National Institute of Occupation Safety and
Health (NIOSH), e outras agencias governamentais nos países desenvolvidos, que foram
criadas em resposta ao protesto publico após a publicação, em 1962, do livro A Primavera
Silenciosa, de Rachel Carson’s, que explana sobre o uso indiscriminado de agrotoxicos e o
aumento da poluição industrial.

Ayres. JRCM (1997). Sobre o risco: para compreender a epidemiologia. São Paulo:
Hucitec.

Gonçalves, C. W. P. (2006). A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira.

Sànchez, L.E 2006. Avaliação de Impacto Ambiental. Conceitos e Métodos. Oficina de


Textos. São Paulo..

Saunders, M.; Lewis, P.; Thornhill, A 2000. Research methods for business students. Harlow,
England: Pearson Education.

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