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Universidade Save – Extensão de Maxixe

Faculdade de economia e Gestão


Curso: Gestão de Recursos Humanos
Estudante: Marta Maria Américo Valentim, 3o Ano

Ficha de Leitura sobre Gestão e Prevenção de Riscos

Perigo é a fonte ou situação com potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos
para o corpo humano ou de danos para a saúde, para o património, para o ambiente do local
de trabalho, ou uma combinação deste. Risco é a combinação de probabilidade e
consequência de ocorrer um evento perigoso especificado, ou seja, é a possibilidade elevada,
ou reduzida, de alguém sofrer danos provocados pelo perigo. E a segurança, por sua vez, é
probabilidade de não ocorrência de um acontecimento indesejado. Uma pessoa esta exposta
ao risco quando entra em contacto com um perigo, isto é, a ocorrência conjunta no tempo e no
espaço, de um perigo e um receptor. Em outras palavras, um perigo somente se constitui em
risco quando existe este contacto.

O local de trabalho, o ambiente de trabalho, as ferramentas, as máquinas e materiais, as


substâncias e agentes químicos, físicos e biológicos, os processos de trabalho e a organização
do trabalho são tidos como os componentes materiais do trabalho

Diferença entre doença profissional doença relacionada com o trabalho

É considerada doença profissional toda e qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou


doença que seja consequência necessária e directa da actividade exercida pelo trabalhador e
não represente normal desgaste do organismo, e que, pelas evidências clínicas existentes da
sua relação com o contexto do trabalho, consta em lista específica publicada em diploma legal
e confere o direito a indemnização pela Segurança Social. E Doença relacionada com o
trabalho, aquela que de alguma forma pode ser relacionada com a prática da actividade
profissional, quer porque foi causada pela actividade laboral desenvolvida, quer porque pré-
existente e agravada em contexto de trabalho.

Avaliação de Risco
A avaliação de riscos é o processo de avaliar o risco para a saúde e segurança dos
trabalhadores no trabalho decorrente das circunstâncias em que o perigo ocorre no local de
trabalho que tem como principal objectivo a implementação eficaz de medidas necessárias
para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores e faculta-los a organização e criação de
meios para aplicar tais medidas necessárias. Para avaliar os riscos é necessário,
primeiramente, identificar os perigos assim como das pessoas expostas, de seguida estimar
quantitativamente assim como qualitativamente o risco em causa, avaliar quantitativamente o
mesmo risco e por fim fazer o controlo dos riscos.

Gestão de Riscos: é o conjunto de métodos e actividades coordenados para direccionar e


gerir a empresa no que se refere a riscos, ou seja, implementação das medidas, avaliação das
medidas implementadas e de novos riscos que possam ocorrer, aplicação de práticas e
procedimentos com o objectivo de controlar, eliminar e, se não possível, minimizar o quanto
possível os riscos.

Índices de Sinistralidade
Os Índices de Sinistralidade são uma das ferramentas mais importantes para a análise da
sinistralidade das empresas. O cálculo destes índices e a sua análise são fundamentais para a
avaliação da sinistralidade da empresa. Os índices de Sinistralidade estão divididos nos
seguintes índices:

 Índice de Frequência (IF) que corresponde ao número de acidentes com baixa,


incluindo os mortais, por cada milhão de horas efectivamente trabalhadas.

𝑁 𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎


IF = 𝑥 102
𝑁 𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

 Índice de Incidência (II) que representa o número de acidentes com baixa ocorridos
por cada mil trabalhadores expostos.

𝑁 𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎


II = 𝑜
𝑥 103
𝑁 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

 Índice de Gravidade (IG) que indica o número de dias úteis perdidos por cada mil
horas trabalhadas.
𝑁 𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑢𝑡𝑒𝑖𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
IG = 𝑥 106
𝑁 𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠

A finalidade da análise de riscos é a de determinar a probabilidade de ocorrência de


determinado acontecimento e quantificar as consequências decorrentes da sua realização, o
que pode ser expresso da seguinte forma: R = P x G.
Onde: R = Risco; P = Probabilidadr; G = Gravidade
Métodos de análise de risco
Em termos metodológicos, não existem regras fixas sobre a forma como a avaliação de riscos
deve ser efectuada. No entanto segundo Comissão Europeia 1996, dois princípios devem ser
considerados quando se pretende fazer uma avaliação: Estruturar a operação, de modo a que
sejam abordados todos os perigos e riscos relevantes e Identificar o risco, de modo a
equacionar se o mesmo pode ser eliminado.
As metodologias de avaliação de riscos devem ser eficientes e suficientemente detalhadas
para possibilitar uma adequada hierarquização dos riscos e consequente controlo.

a) Métodos Reactivos (métodos que visam a correcção de situações declaradas);


b) Métodos Pró-activos (visam a antecipação do risco);
c) Abordagens Sociotécnicas (baseadas em métodos que questionam a interdependência
de factores técnicos, organizacionais e sociais potencialmente presentes na
sinistralidade laboral).

Nas fases de estimativa / valoração do risco, podem ser empregues os seuintes modelos:

1. Métodos de Avaliação Qualitativos


A aplicação de métodos qualitativos de estimativa e valoração de riscos profissionais tem por
base o histórico dos dados estatísticos de cada risco profissional (estatística da sinistralidade
da empresa, relatórios de acidentes e incidentes, estatística da sinistralidade do sector de
actividade, etc.) ou a opinião de pessoas experientes, dos trabalhadores e dos seus
representantes quanto ao esperado relativamente a determinado risco profissional. Estes
métodos qualitativos são adequados para avaliações simples, pelo que uma avaliação de riscos
pode ser iniciada por uma avaliação qualitativa e posteriormente complementada com outro
tipo de métodos.

2. Métodos de Avaliação Quantitativos


São métodos que visam obter uma resposta numérica da magnitude do risco, pelo que, o
cálculo da probabilidade faz recurso a técnicas sofisticadas de cálculo que integram dados
sobre o comportamento das variáveis em análise. A quantificação da gravidade recorre a
modelos matemáticos de consequências, de forma a simular o campo de um dado agente
agressivo e o cálculo da capacidade agressiva em cada um dos pontos desse campo, estimando
então os dados esperados. A avaliação quantitativa de riscos pode apresentar-se bastante
onerosa e implicar a necessidade de dispor de bases de dados experimentais ou históricos com
adequada fiabilidade e representatividade.
3. Métodos de Avaliação Semi-Quantitativos
Quando a avaliação efectuada pelos métodos qualitativos é insuficiente para obter a adequada
valoração dos riscos e, a complexidade subjacente aos métodos quantitativos não justifica o
custo associado, deve recorrer-se aos métodos semi-quantitativos. Nestes estima-se o valor
numérico da magnitude do risco profissional (R), a partir do produto entre a estimativa da
frequência do risco (F) e a gravidade esperada (G) das lesões.

As avaliações de riscos não podem ser efectuadas pelo empregador ou pelo representante do
empregador trabalhando isoladamente (estas entidades devem promover a participação dos
trabalhadores ou dos seus representantes). Os trabalhadores devem ser consultados no âmbito
do processo de avaliação e ser informados sobre as conclusões extraídas, bem como sobre as
medidas preventivas a tomar.

Quando são efectuadas avaliações de risco deve ser tido em conta o facto de que podem estar
presentes no local de trabalho trabalhadores de outros sectores (por exemplo, trabalhadores de
limpeza, seguranças privados, trabalhadores de manutenção) ou ainda outras pessoas
exteriores à empresa (por exemplo, clientes, visitantes, transeuntes). Essas pessoas serão
também consideradas como pessoas em risco, mas deve ser tido igualmente em atenção o
facto de que a sua presença pode criar novos riscos no local de trabalho.

Ao empregador compete seleccionar as pessoas que serão responsáveis pela realização da


avaliação de riscos. As pessoas designadas pelo empregador para efectuar a avaliação de
riscos devem ser competentes que podem ser:
 O Empregador;
 Trabalhadores designados pelo empregador;
 Técnico de segurança e serviços externos, caso não exista pessoal competente no local
de trabalho.

Mapa de Riscos

Mapa de risco é a representação gráfica do conhecimento dos riscos existentes nos locais de
trabalho, por meio de círculos de diferentes tamanhos, e corres. O seu objectivo é informar e
conscientizar os trabalhadores pela fácil visualização desses riscos. É um instrumento que
pode ajudar a diminuir a ocorrência de acidentes de trabalho objectivo que interessa aos
empresários e aos trabalhadores.
O mapa de risco é feito pela comissão interna da prevenção de acidentes (CIPA), após ouvir
os trabalhadores de todos os sectores produtivos e com orientação do serviço especializado
em engenharia e segurança e medicina do trabalho SESMT da empresa, quando houver.

Importância de mapa de riscos


O mapeamento faz com que o trabalhador tenha uma mentalidade mais cautelosa diante dos
perigos identificados graficamente. Para o empregador, as informações mapeadas servirão
para identificar os pontos vulneráveis na sua planta, fazendo com que haja uma preocupação
maior nesses pontos, de forma a evitar que ocorra uma paralisação ou mesmo queda na
produção, prejudicando a performance da empresa devido a ocorrência de acidentes.

Para a elaboração do mapa de risco de uma empresa é necessário:

1. Conhecer o processo de trabalho no local analisado:


 Os servidores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde,
jornada de trabalho; Os instrumentos e materiais de trabalho; As actividades exercidas;
O ambiente.
2. Identificar os riscos existentes no local analisado;
3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:
 Medidas de protecção colectiva; Medidas de organização do trabalho; Medidas de
protecção individual; Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários,
armários, bebedouro, refeitório, área de lazer, etc.
4. Identificar os indicadores de saúde;
 Queixas mais frequentes e comuns entre os servidores expostos aos mesmos riscos;
Acidentes de trabalho ocorridos; Doenças profissionais diagnosticadas; Causas mais
frequentes de ausência ao trabalho.
5. Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
6. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre órgão, indicando através de círculos:
 O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
 O número de trabalhadores expostos ao risco;
 A especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico;
ou ergonómico – repetitividade, ritmo excessivo);
 A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.
Após discussão e aprovação pela CIPA, o Mapa de Riscos, deverá ser afixado em cada local
analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os servidores. A falta de
elaboração e de afixação do Mapa de Riscos, nos locais de trabalho, pode implicar em multas
de valor elevado.

Para fazer prevenção de riscos para a saúde existem (4) quatro processos fundamentais:
1. Limitar/Eliminar o risco e Envolver o Risco: Medidas construtivas ou de
engenharia (máquinas):
2. Afastar o homem: Medidas organizacionais (sistema: homem-máquina-ambiente);
3. Proteger o homem: Medidas individuais (homem).

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