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Curso

Técnico Superior de Segurança no Trabalho

Módulo M10 – Manual de Apoio II


Avaliação dos Riscos Profissionais

Formador: Ricardo Murtinho


SP Porque é que a avaliação de riscos deve ser efetuada?

É uma exigência legal;


Permite determinar os níveis de risco;
Fornece critérios para eleger prioridades de atuação;
Estabelece medidas preventivas e/ou corretivas;
Comprova as medidas existentes;
É o ponto de partida para estabelecer programas de prevenção;
Deteta necessidades de formação dos trabalhadores;
Permite a participação dos trabalhadores.
SP Avaliação de Riscos

A avaliação de riscos permite que os empregadores


tomem as medidas necessárias para proteger a
segurança e a saúde dos trabalhadores.

A avaliação de riscos é o fator-chave para um local de


trabalho saudável.
SP Avaliação de Riscos
Em suma, podemos dizer que se trata de um processo dinâmico que reúne um
duplo objetivo:

→ Estimar a importância (magnitude) que um determinado risco pode ter


para a segurança e saúde dos trabalhadores, no trabalho, resultante das
circunstâncias em que o perigo pode ocorrer.

→ Obter, na sequência do objetivo anterior, a informação necessária para que


o empregador reúna condições para uma tomada de decisão apropriada,
nomeadamente informação sobre a necessidade e o tipo de medidas.
SP Avaliação de Riscos

→ A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz da


segurança e da saúde e é fundamental para eliminar ou
reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais.

→ Se for bem realizada, esta avaliação pode melhorar a


segurança e a saúde, bem como, de um modo geral, o
desempenho das empresas.
SP Avaliação de Riscos

Para a avaliação de riscos decorrentes de uma determinada

atividade, deve ter-se em conta a Probabilidade de ocorrência


(frequência) da exposição a um determinado perigo (fator de risco)

ea Gravidade (i.e. consequências provocadas pela ocorrência da


exposição).

Risco = P x G
SP Avaliação de Riscos

O risco varia na proporção direta da probabilidade e da gravidade.

• Quanto maiores forem a probabilidade e a


gravidade, maior o risco e vice-versa.

• Na prática, a probabilidade e a gravidade têm


curvas de desenvolvimento inversas.

• Para manter um risco constante, à medida que a


probabilidade cresce, a gravidade vai diminuindo.
Inversamente, com o crescimento da gravidade
decresce a probabilidade.
SP Avaliação de Riscos

Em termos metodológicos não existem regras fixas de como a Avaliação de


Risco deve ser feita.

Avaliação de
Risco

Obrigação Legal Metodologias


SP Avaliação de Riscos
Devem, no entanto, dois princípios estar sempre presentes na avaliação de
riscos:
estruturar a avaliação de forma a garantir que todos os perigos e riscos
relevantes são abrangidos (por exemplo, não descurar determinadas
tarefas, como a limpeza, que pode ter lugar fora do horário normal de
funcionamento, ou departamentos acessórios como a compactação de
resíduos);

quando um risco é identificado, iniciar a avaliação começando por analisar


se o risco pode ser eliminado.
SP Fases de um processo de Gestão do Risco Profissional

Identificação do Perigo e

Análise do Risco
possíveis consequências
Gestão do Risco

Avaliação do Risco Identificação das pessoas


expostas

Estimativa do Risco
R= P x G

Valoração do Risco

Risco Sim
Controlado? Risco Controlado
(aceitável)

Não

Controlo do Risco Adaptado de Miguel, A. (2011)


SP Gestão do Risco

Análise de Risco
Utilização sistemática da informação disponível para identificar os perigos e estimar
os riscos profissionais
Fonte: ACT
SP Gestão do Risco

Análise de Risco

Um perigo pode ser qualquer coisa (material ou equipamento de

! trabalho, métodos ou práticas de trabalho) com potencial para causar


dano.
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Identificação dos Perigos
Algumas pistas para ajudar a identificar os perigos:

• circular pelo local de trabalho e observar tudo o que possa causar danos;

• consultar os trabalhadores e/ou os seus representantes sobre os problemas que lhes


tenham surgido;

• ter em conta os perigos a longo prazo para a saúde, por exemplo, níveis elevados de
ruído ou exposição a substâncias prejudiciais, bem como riscos mais complexos ou
menos óbvios, por exemplo, fatores de risco psicossociais ou decorrentes da
organização do trabalho;

• consultar os registos de acidentes de trabalho e de problemas de saúde da empresa.


SP Gestão do Risco
Análise
Análise de
de Risco
Risco
Identificação dos Perigos

Deve começar-se por reunir o máximo de informação pertinente, nas mais


variadas fontes disponíveis:
• legislação,
• manuais instruções das máquinas,
• fichas de dados de segurança das substâncias ou preparações perigosas,
• processos e métodos de trabalho (…)
SP Gestão do Risco
Análise
Análise de
de Risco
Risco
Identificação dos Perigos
Deve começar-se por reunir o máximo de informação pertinente, nas mais
variadas fontes disponíveis:

• dados de sinistralidade do setor e da organização dos AT e DP,


• regulamentos e normas,
• sítios web sobre saúde e segurança no trabalho (ex. ACT, DGS).
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Identificação dos Perigos

• As metodologias utilizadas para a identificação dos perigos podem ser definidas


em função do objeto de análise, do âmbito da análise e dos recursos disponíveis.

• Esta etapa deve ser convenientemente planeada e organizada, de forma a


conseguir classificar-se as diversas naturezas dos perigos existentes.
• As Listas de Verificação e outras técnicas são muito utilizadas neste fase.

Consultem o documento “Técnicas de Recolha de Dados”

Vejam o link http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/CentroInformacao/ListasVerificacao/Paginas/default.aspx


SP Gestão do Risco
Análise
Análise de
de Risco
Risco
Identificação dos Pessoas Expostas

• Deve ser prestada especial atenção às questões de género e a grupos de


trabalhadores que podem correr riscos acrescidos ou ter requisitos
específicos

• Em cada caso, é importante identificar a forma que esses danos poderão


assumir, ou seja, o tipo de lesão ou problema de saúde que pode
ocorrer.
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Identificação dos Pessoas Expostas

Trabalhadores que podem correr maior risco

• Trabalhadores com deficiência


• Trabalhadores migrantes
• Trabalhadores jovens e idosos
• Mulheres grávidas e lactantes
• Pessoal inexperiente ou sem formação
• Trabalhadores com problemas de saúde
• Trabalhadores sob medicação suscetível de aumentar a sua
vulnerabilidade ao dano
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Estimativa do Risco

Por muitos autores, esta etapa é considerada a mais crítica em


todo o processo de uma avaliação de Risco, na medida em que um
perigo não identificado é um (ou mais) Risco(s) não avaliado(s) e,
consequentemente não controlado (s).
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Estimativa do Risco

Esta etapa tem como objetivo a quantificação da Magnitude do risco, ou seja, a


determinação da sua criticidade.
Genericamente, a Magnitude do risco resulta de uma relação estabelecida entre
a Probabilidade e a Gravidade.

R=PxG
A estimativa destas 2 variáveis assume particularidades consoante os métodos
utilizados.
No Manual “Métodos de Avaliação de Riscos” serão abordados alguns dos métodos mais usados.
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Estimativa do Risco

A literatura é unanime ao considerar que na estimativa de cada uma das


variáveis P e G devem ser tidas em conta as medidas de segurança já
implementadas (ex: sistemas de deteção de incêndio, proteção de
segurança num determinado equipamento, procedimentos de segurança
associados á realização de determinada tarefa entre outros), uma vez que
estas irão interferir com a Magnitude do risco.
SP Gestão do Risco
Análise de Risco
Análise de Risco
Estimativa do Risco

A estimativa destas duas variáveis, Probabilidade e Gravidade,


pode assumir algumas particularidades, consoante se recorra a
métodos de avaliação qualitativa, semi-quantitativa ou
quantitativa.
SP Gestão do Risco
Análise do Risco
Análise de Risco
Estimativa do Risco

A escolha do método deve ter em conta:

• O objetivo da avaliação (Risco de quê?; Risco para quem?; Risco devido a


quê?)

• O nível de detalhe para a avaliação (necessário ou pretendido);

• Os recursos disponíveis (humanos e técnicos).


SP Gestão do Risco
Avaliação do Risco
Análise de Risco
Valoração do Risco

A Valoração do Risco corresponde à fase final da


Avaliação de Risco e visa comparar a magnitude
do risco com padrões de referência e estabelecer
o grau de aceitabilidade do mesmo. Trata-se de
um processo de comparação entre o valor obtido
na fase anterior – Análise de Risco – e um
referencial de risco aceitável.
SP Gestão do Risco

Risco Aceitável
Risco que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela
organização tomando em atenção as suas obrigações legais e a
sua própria política interna de SST.
NP 4397:2008
SP Gestão do Risco Profissional
Controlo do Risco

Se na avaliação dos riscos se deduz que o risco não é aceitável, então,


procede-se ao conjunto de ações de controlo do risco. Referimo-nos a
processos de decisão/ação para a gestão e redução do risco, à sua
implementação, concretização e reavaliação periódica, utilizando como
dados os resultados da avaliação de riscos.
SP Gestão do Risco Profissional
Controlo do Risco

Esta etapa consiste em decidir de que forma se pode eliminar ou controlar


os riscos. Nesta fase, há que avaliar:

• se é possível eliminar o risco;


• se tal não for o caso, de que forma é possível controlar os riscos de modo a que estes
não comprometam a segurança e a saúde das pessoas expostas.
Ao definir os controlos, ou ao considerar mudanças aos controlos existentes, deve ser
considerada a minimização dos riscos de acordo com a hierarquia seguinte:
A proteção coletiva é sempre a)Eliminação
b)Substituição
prioritária em relação á proteção c)Controlos técnicos/engenharia
individual. d)Sinalização/aviso e/ou controlos administrativos
e)Equipamento de proteção pessoal“ NP 4397
SP Gestão do Risco Profissional
Controlo do Risco

Para que as medidas sejam eficazmente aplicadas, é necessário elaborar um


plano que especifique:

• as medidas a aplicar;
• quem faz o quê e quando;
• quando deve a aplicação estar concluída.
SP Gestão do Risco Profissional
Acompanhamento e Revisão

Na sequência da avaliação dos riscos, deve proceder-se a um


acompanhamento e revisão das medidas preventivas e/ou corretivas, para
garantir a eficácia dessas medidas e o controlo dos riscos.

A informação gerada pelas atividades de acompanhamento deve ser


utilizada para fundamentar o processo de análise e revisão da avaliação de
riscos.
SP Gestão do Risco Profissional
Acompanhamento e Revisão
A avaliação de riscos não é uma atividade de natureza definitiva, devendo ser analisada e
revista em função das necessidades e na sequência de vários motivos, incluindo:

• o grau de probabilidade de mudança na atividade laboral;

• mudanças que possam alterar a perceção do risco no local de trabalho, tais como a
introdução de um novo processo, novos equipamentos ou materiais, alterações na
organização do trabalho e novas situações laborais, nomeadamente novas oficinas ou
instalações;
Gestão do Risco Profissional
Acompanhamento e Revisão
A avaliação de riscos não é uma atividade de natureza definitiva, devendo ser analisada e
revista em função das necessidades e na sequência de vários motivos, incluindo:

• após a implementação de novas medidas na sequência da avaliação, devendo as


novas condições de trabalho ser avaliadas a fim de analisar as consequências da
alteração. É essencial que o risco não seja transferido para outro plano, ou seja, que
ao encontrar a solução para um problema, não seja criado um novo problema;

• quando a avaliação não pode ser aplicável pelo facto de os dados ou informações em
que se baseia deixarem de ser válidos;
Gestão do Risco Profissional
Acompanhamento e Revisão
A avaliação de riscos não é uma atividade de natureza definitiva, devendo ser analisada e
revista em função das necessidades e na sequência de vários motivos, incluindo:

• quando as medidas de prevenção e de proteção atualmente existentes são


insuficientes ou desadequadas, por exemplo, porque existem novas informações
disponíveis relativas a medidas de controlo específicas;

• na sequência das conclusões da investigação de um acidente ou de um "quase


acidente“.
Gestão do Risco Profissional

Registo
Os resultados da avaliação de riscos relacionados com o trabalho devem ser guardados
num registo. Esse registo pode ser utilizado como base para:

• informações a transmitir às pessoas em causa;


• controlo destinado a avaliar se foram tomadas as medidas necessárias;
• elementos de prova a apresentar à autoridades de fiscalização;
• uma eventual revisão, em caso de alteração das circunstâncias.
Gestão do Risco Profissional
Parâmetros da avaliação de riscos

Atentas as necessidades das empresas, a avaliação deve ser efetuada, de forma


sistemática, de acordo com os seguintes parâmetros:

Por setor de atividade


Sendo certo que a tipologia de risco apresenta diferenças significativas entre setores
(por exemplo, na construção civil ou na agricultura);

Por tipo de risco


Atento o facto de a cada risco específico corresponder uma medida de prevenção de
qualificação diferente (o risco de queda em altura é substancialmente diverso do risco
de queda ao mesmo nível);
Gestão do Risco Profissional
Parâmetros da avaliação de riscos

Atentas as necessidades das empresas, a avaliação deve ser efetuada, de forma


sistemática, de acordo com os seguintes parâmetros:

Por profissão (posto de trabalho)


Uma vez que os riscos a que se encontram sujeitas certas categorias profissionais
apresentam um enquadramento distinto (por exemplo um cozinheiro ou um
empregado administrativo);

Por componente material do trabalho


Os perigos inerentes à manipulação de líquidos de arrefecimento num local de
trabalho duma empresa metalomecânica, deve merecer abordagem diversa dos
respeitantes à movimentação de empilhadores num armazém de produtos químicos;
Gestão do Risco Profissional
Parâmetros da avaliação de riscos

Atentas as necessidades das empresas, a avaliação deve ser efetuada, de forma


sistemática, de acordo com os seguintes parâmetros:

Por operação e suboperação


Os riscos dependem do tipo de operação e suboperação, dos materiais e
equipamentos a utilizar nelas e nos modos operatórios correspondentes (a colocação
de cofragem comporta riscos diferentes de pré-fabrico de armaduras de aço, por
exemplo).

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