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Com a vinda do PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos, será necessário elaborar o Inventário de Riscos para

compor o documento. Veja a seguir o que é este inventário e como elaborar da maneira correta, de acordo com a
NR-1 e recomendações da Fundacentro.

A NOVA NR-1 E O GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPACIONAIS


Em agosto deste ano, está programado para entrar em vigor a nova NR-1, que agora estabelece as diposições gerais e
o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, chamado também como “GRO”. A gestão de riscos será feita com base
na NR-1 e nas definições comuns às NRs relativas a saúde e segurança no trabalho.

A NR-1 estabelece que o gerenciamento de riscos deve ser documentado em um programa chamado PGR -
Programa de Gerenciamento de Riscos. Ou seja, o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais representa a gestão de
SST como um todo, e não um documento. Através do PGR, a gestão de riscos é formalizada em um documento que
deve conter, no mínimo: Inventário de Riscos e Plano de Ação.

Hoje falaremos sobre o Inventário de Riscos do PGR.


O INVENTÁRIO DE RISCOS DO PGR
O Inventário de Riscos é um dos documentos base do PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos. A NR-1 diz o
seguinte:

“1.5.7.1 O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:

a) inventário de riscos; e

b) plano de ação.”

Como mencionado, o inventário de riscos é uma obrigação do PGR. Sem inventário, não há como formatar o
documento, pois o plano de ação depende do mesmo.

Todos os riscos identificados devem ser formalizados no Inventário de Riscos. Veja o que diz a NR-1:

“1.5.7.3.1 Os dados da identificação dos perigos e das avaliações dos riscos ocupacionais devem ser consolidados
em um inventário de riscos ocupacionais. “

Além de conter todos os riscos, o inventário deve estar sempre atualizado. Portanto o PGR é um documento que
deve estar sempre sendo revisado sempre qua algum cargo novo surgir na empresa ou um novo risco ocupacional. O
histórico de cada atualização deve ser mantido por no mínimo 20 anos.

“1.5.7.3.3 O inventário de riscos ocupacionais deve ser mantido atualizado.

1.5.7.3.3.1 O histórico das atualizações deve ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos ou pelo período
estabelecido em normatização específica.”

COMO ELABORAR O INVENTÁRIO DE RISCOS


Para elaborar o inventário de riscos, é necessario caracterizar os ambientes de trabalho, as atividades, descrever os
perigos e agravos à saúde, todos os 5 tipos de riscos e suas respectivas avaliações.

“1.5.7.3.2 O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:

a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;

b) caracterização das atividades;

c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou
circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a
esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;

d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os
resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17.

e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e

f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.”

No inventário de riscos devem conter todos os tipos de riscos: físicos, químicos, biológicos, mecânicos (acidentes) e
ergonômicos. Para compor o inventário, é preciso avaliar os níveis de riscos através de uma matriz. Para isso é
necessário avaliar os níveis de probabilidade e severidade de cada perigo e risco identificado, através de tabelas de
gradações.
Para elaborar o Inventário de Riscos, confira o passo a passo segundo as recomendações da Fundacentro:
1. INTRODUÇÃO
A introdução do documento deve explicar nos termos da lei o que é o inventário de riscos. Fica a cargo do
profissional habilitado a maneira que irá introduzir o inventário, mas fica a sugestão de citar os trechos da NR-1
mencionados acima.

2. DEFINIÇÕES E CRITÉRIOS DE RISCOS


Já após a introdução, é preciso explicar quais são os critérios de riscos utilizados na composição do inventário. É
necessário descrever os métodos de gradação de probabilidade e severidade, assim como explicar a matriz de
risco utilizada para mensurar os níveis de risco do inventário.

Nesta etapa deve-se inserir as tabelas de gradação, as matrizes, os métodos de controle e ação e quaisquer outros
critérios utilizados.

Exemplo de uma tabela de gradação de probabilidade:

A partir desta tabela de gradação, fica registrado no documento como se chegou a conclusão de que um risco tem
baixa ou alta probabilidade, através do seu valor quantitativo referente ao LEO (Limite de Exposição
Ocupacional). Esta é apenas uma tabela com estimativas de probabilidade para avaliações quantitavas. É preciso
inserir neste tópico todas as tabelas e métodos de gradação utilizados.

Da mesma maneira, é preciso mostrar as definições de severidade, pois o nível de risco é classificado através da
probabilidade x (vezes) a severidade.

Veja um exemplo de gradação de severidade:

Através de tabelas de gradação como esta, fica claro a definição dos critérios de risco para severidade. Uma lesão
séria reversível seria de severidade nível 2, por exemplo. Se cruzar este resultado com o da probabilidade, se
chega ao nível do risco, que deve constar no inventário de riscos.
O nível do risco deve estar de acordo com a matriz de riscos utilizada. Fica a cargo do profissional habilitado
desenvolver sua matriz ou utilizar uma já existente. Contudo, a matriz deve estar alinhada com as tabelas de
gradações. As tabelas mostradas acima possuem 5 níveis de probabilidade e 5 de severidade, portanto uma matriz
de riscos baseada nelas teria que ser 5x5.

Além da matriz de riscos, é necessário também especificar os métodos de controle e ação


para cada nível de risco. Por mais que isso seja mais relevante no plano de ação, é
necessário constar no inventário se haverá alguma ação ou controle referente ao nível do
risco.

3. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE E DAS UNIDADES DE TRABALHO

Visão geral dos processos produtivos e instalações (incluir fluxograma de processo e leiaute
simplificado), organização administrativa e do trabalho.

4. CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO E AMBIENTE DE TRABALHO

Segundo a Fundacentro, nesta etapa deve conter:

• Fluxograma do processo produtivo / descrição sucinta


• Instalações e condições ambientais
• Máquinas e equipamentos
• Materiais e produtos químicos
• Medidas de controle de engenharia

5. CARGOS E INVENTÁRIO DE RISCOS

Esta é praticamente a última etapa da elaboração do inventário de riscos, onde os riscos


devem ser mostrados como um inventário em tabela, com todas as características citadas na
NR-1. Primeiro deve-ve realizar a caracterização da força de trabalho, que é bascicamente
explicar sobre os cargos. Após isso, para concretizar o inventário, deve-ve formalizar os
perigos e riscos.

5.1 Caracterização da força de trabalho

Descrição das funções:

• Nome da função
• Número de trabalhadores
• Jornada e horários de trabalho
• Atividades principais (com indicação de atividades críticas)
• Cursos de capacitação obrigatórios
• Equipamentos de proteção individual (uso contínuo obrigatório).

5.2 Perigos/fatores de riscos e riscos

• Perigos/fatores de risco (evento perigoso, exposição a agente ambiental ou exigência da


tarefa)
• Lesões e agravos à saúde (danos à saúde)
• Fontes e circunstâncias (causas)
• Controles existentes (indicação da eficácia)
• Trabalhadores expostos (listar grupos de exposição similar) X
• Exposição (frequência, duração, dados qualitativos ou quantitativos)
• Probabilidade e severidade da lesão ou agravo a saúde
• Classificação do risco e ação preventiva necessária

A Fundacentro recomendou no webinar sobre o PGR que fosse graficamente exposto em


tabela, como no exemplo abaixo:
(fonte da imagem: Fundacentro)

O QUE É MATRIZ DE RISCO?

A Matriz de Risco é basicamente uma ferramenta para a administração de


riscos ocupacionais. É conhecida também como Matriz de Probabilidade,
pois têm o objetivo de exibir as chances de riscos acontecerem, traçando de
certa maneira uma probabilidade em cada risco. Geralmente é utilizada
para determinar o risco em acidentes de trabalho e etc.

Recordando:
1. Risco é basicamente a exposição ao perigo (probabilidade X severidade).
2. Perigo é uma situação com probabilidade de causar dano.

Através de uma Matriz de Risco é possível identificar a magnitude do risco


e dimensionar as devidas ações para controle do mesmo. De maneira
gráfica, como geralmente é feita, facilita o trabalho de acompanhar
processos e desenvolver projetos de segurança, priorizando e mapeando
tarefas e ações que merecem destaque. Além disso, ajuda bastante quando a
empresa trabalha com equipes, pois é mais fácil de seguir as ações e
acompanhar o trabalho.

COMO FUNCIONA UMA MATRIZ DE RISCO?

Existem diferentes tipos de matriz de risco, como o modelo AIHA, BS


8800 e até mesmo modelos únicos desenvolvidos pelo próprio profissional
capacitado, de maneira que cubra suas necessidades de controle. Em todo o
caso, é recomendável ter três itens importantes: severidade (negligenciável
à crítico); exposição (diariamente à raras vezes)
e probabilidade (improvável até frequente). Todos os três itens costumam
ter 5 gradações. Em gravidade por exemplo, a gradação 1 seria
negligenciável e a 5 seria crítico (exemplo).

Vejamos a seguir duas situações de exemplo de classificação de riscos:

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA 01

Um assistente de produção de uma fábrica precisa transitar pelo pátio do


setor. Neste pátio há veículos de carga que transitam raramente durante o
dia. Esta situação de risco seria o equivalente a:
1. Probabilidade baixa (pouca chance de acidentes)
2. Severidade alta (a consequência, caso ocorra, seria alta pois se trata de
um atropelamento)

Esse seria o risco do funcionário nessa situação hipotética, levando em


consideração probabilidade X gravidade: possui pouca chance de
acontecer, mas caso aconteça, a severidade/consequência da situação é alta.

Obs.: situação hipotética apenas para fins didáticos.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA 02

Nesta mesma fábrica, o número de demanda aumentou consideravelmente


e agora muitos veículos de carga transitam pelo pátio. O funcionário ainda
precisa transitar e, agora com mais frequência ainda. O ambiente e rotina
parecem estar fora de controle em meio à alta demanda. Esta situação de
risco seria o equivalente a:
1. Probabilidade alta (grande chance de acidentes)
2. Severidade alta (a severidade continua alta por se tratar de um
atropelamento)

Nesta situação hipotética, aumentou-se a probabilidade, já que o número


de veículos e vezes que o funcionário precisa transitar no pátio ambas
aumentaram significativamente. A consequência/severidade continua a
mesma: alta, pois ainda se trata de um atropelamento.

Obs.: situação hipotética apenas para fins didáticos.

Analisando as duas situações, é possível entender como levanta-se o nível


de risco em determinadas situações.

COMO UTILIZAR UMA MATRIZ DE RISCO?


Agora que já revisamos como calcular o nível de risco, vamos revisar como
utilizar a matriz.

O uso da matriz de risco é basicamente analisar


o cruzamento entre probabilidade X severidade, a maioria das matrizes
de riscos usam esta lógica de aplicação. O resultado do cruzamento será
nível do risco. Veja abaixo:

Acima consta um modelo baseado na AIHA, em esquema 5x5. Isso


significa 5 níveis de probabilidade e 5 níveis de severidade. Neste
exemplo, a probabilidade é de nível 2 (B) e a severidade também de nível 2
(menor), correspondendo a risco tolerável (como consta na legenda verde).
GRADAÇÃO DE SEVERIDADE E PROBABILIDADE

Sabemos então que o risco é definido pela probabilidade e severidade, em


seu ponto de cruzamento na matriz. Mas como definir atividades de maior e
menor severidade/probabilidade?

Cada profissional tem suas maneiras, dado às suas experiências, porém


a AIHA traz as estimativas. Vejamos abaixo:

GRADAÇÃO DA SEVERIDADE | NR 01

Estimativa do Risco: severidade da consequência | AIHA

 Índide  Definição

1  Lesão leves sem necessidade de atenção médica, incômodos ou mal estar.

2  Lesão ou doença sérias reversíveis. 


3  Lesão ou doenças críticas irreversíveis que podem limitar a capacidade funcional.

4  Lesão ou doença incapacitante ou mortal.

5  Mortes ou incapacidades múltiplas (>10).

 obs.:
exemplo
para fins
didáticos

Os níveis de severidade então estão relacionados ao nível de consequência


e gravidade da lesão ou dano, caso ocorra. Em 5 níveis, é possível ir de
lesão leve/insignificante até lesão severa/fatal.

Vejamos uma estimativa de probabilidade a seguir:

GRADAÇÃO DA PROBABILIDADE | NR 01

Estimativa Qualitativa: Categorias de exposição efetiva (sem considerar o EPI)


| AIHA

 Índide  Categoria  Descrição


Exposição a níveis Exposições < 10% LEO (Limite de Exposição
1
muito baixos. Ocupacional)

2 Exposição baixa Exposições >10% e < 50% LEO

3 Exposição moderada Exposições > 50% e < 100% LEO 

4 Exposição excessiva Exposições > 100% a 500% LEO

5 Exposição muito excessiva Exposições superiores a 5 x LEO

obs.: exemplo para fins didáticos | LEO = (Limite de Exposição Ocupacional)

 Os níveis de probabilidade estão relacionado a chance de um


acidente/lesão acontecer, por exemplo. Em 5 níveis é possível traçar se a
probabilidade é baixa ou alta, tendo como referência o LEO – Limite de
Exposição Ocupacional, sem considerar o EPI.
Um operário que trabalha em uma fábrica onde os limites auditivos
ultrapassam 3 vezes o LEO, encontra-se em uma exposição excessiva ao
dano, por exemplo.
QUAL MATRIZ DE RISCO DEVO USAR NO PGR?
Uma dúvida muito frequente em relação ao PGR é qual matriz de risco
utilizar ao fazer o gerenciamento de riscos. Não há mistérios quanto a isso:
matrizes de risco que tenham cruzamento entre probabilidade e severidade,
podem ser utilizadas para o PGR, da maneira adequada. A própria matriz
mostrada acima, baseada na metodologia AIHA, pode ser utilizada, assim
como a matriz BS 8800. A diferença é que a matriz AIHA apresenta 5
níveis de probabilidade e 5 níveis de severidade (5x5), e a matriz da BS
8800 resume as severidades em 3 níveis (3x5). A matriz de risco pode
inclusive ser desenvolvida pelo próprio profissional, desde que tenha como
base os mesmos conceitos. A maioria acaba optando por modelos baseados
na AIHA ou BS 8800.

Vejamos um modelo de matriz BS 8800 (Anexo D) OHSAS 18.001:

POSSO USAR AS TABELAS NA NR 03 NO PGR?

Não, na própria NR 03 é dito que as tabelas de excesso de risco servem


apenas para fins de embargos e interdição, como é de função da própria
NR. Sendo assim, não se pode utilizá-la para metodologias, a não ser que
seja customizada de maneira adequada. Para não ter dúvidas,
recomendamos que use os modelos presentes neste material, baseados na
AIHA e BS 8800.

Estamos nos referindo a seguinte tabela:


A NR 3 estabelece diretrizes que caracterizam riscos graves e iminentes:

“3.1.1 Esta norma estabelece as diretrizes para caracterização do


grave e iminente risco e os requisitos técnicos objetivos de embargo
e interdição.”

Porém, ao invés de ter a finalidade de prevenção, como tem a NR 1, a NR 3


tem a finalidade de embargo e interdição, como diz nome da Norma. Isso
significa que a NR 3 está mais associada à “punição” do que a prevenção
direta, como a NR 1. Sendo assim, o uso das tabelas 3.3 e 3.4, que são
chamadas de “tabelas de excesso de risco”, não podem ser usadas como
metodologia para gerenciamento de riscos.

“A metodologia de avaliação qualitativa prevista nesta norma possui


a finalidade específica de caracterização de situações de grave e
iminente risco pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, NÃO se
constituindo em METODOLOGIA padronizada PARA GESTÃO
DE RISCOS pelo empregador.”

Estas tabelas de excesso de risco (3.3 e 3.4) têm o objetivo de servir como
caracterização de riscos graves e iminentes, para fins de embargos e
interdições (multas, punições) em situações de fiscalização, por exemplo.

Esta matriz da NR 3 pode ser usada como base para que se monte uma
outra matriz, a qual então estando de acordo com os preceitos comuns,
poderá ser utilizada pelo profissional SST. Ou seja, esta tabela pode ser
usada caso seja devidamente customizada, mas não da maneira pura como
está na NR 3.
O PLANO DE AÇÃO DO PGR

Sobre o Plano de Ação, a NR-1 (Portaria SEPRT n.º 6.730) estabelece:

“1.5.5.2.1 A organização deve elaborar plano de ação, indicando as


medidas de prevenção a seremintroduzidas, aprimoradas ou mantidas,
conforme o subitem 1.5.4.4.5.

1.5.5.2.2 Para as medidas de prevenção deve ser definido cronograma,


formas de acompanhamento e aferição de resultados.”

“1.5.4.4.2 Para cada risco deve ser indicado o nível de risco


ocupacional, determinado pela combinação da severidade das
possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de
sua ocorrência.”

“1.5.4.4.5 Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser


classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2, para fins de identificar a
necessidade de adoção de medidas de prevenção e elaboração do
plano de ação.”

O plano de ação basicamente é um documento que mostra em detalhes


como será feito o controle dos riscos presentes no inventário, através de um
cronograma. Como se trata de um plano, o formato de desenvolvimento se
encaixa no ciclo PDCA (plan, do, check, act), que é uma maneira de se
planejar e cumprir ações, passo a passo.

O PDCA é um modelo de cronograma criado com o objetivo acelerar o


processo de identificação da causa dos problemas e auxiliar na proposta de
soluções. Esse processo é cíclico e em cada repetição pode ser encontrado
outros resultados, como a identificação de falhas e também mensuração dos
fatores cruciais da gestão.

De maneira expontânea, a comunidade de SST adotou o modelo 5W2H de


PDCA, que possui basicamente 7 (sete) itens: what (o que será feito), who
(responsável pela ação), why (motivo), where (em qual cargo/setor), when
(data de implantação), how (como será feito) e how much (quanto vai
custar). Desta maneira é possível acompanhar detalhadamente o processo
de controle e ações.

Fica a cargo do profissional habilitado montar o seu modelo PDCA, mas


fica a sugestão para o modelo 5W2H de cronograma.

COMO ELABORAR O PLANO DE AÇÃO


Como mencionado, o plano de ação é um dos documentos base do PGR -
Programa de Gerenciamento de Riscos. O outro documento que deve
constar no PGR é o inventário de riscos. No inventário consta o método de
controle e ação, que vai variar de acordo com o nível de risco. Os níveis
mais altos de risco devem ter prioridade no plano de ação. Riscos triviais
geralmente nem precisam de ações de controle, enquanto riscos intoleráveis
devem ser tratados com maior urgência possível.

Veja a seguir um passo a passo para o plano de ação.

1. DEFINA A AÇÃO A SER FEITA, POR PRIORIDADE (what)

O primeiro passo é definir a ação: o que será feito? As ações do plano de


ação devem ser por prioridade, de acordo com o nível de risco. Digamos
que existem duas situações de risco, uma de nível moderado e outra de
nível intolerável. O nível de risco intolerável deve ser controlado primeiro,
portanto ele viria antes do risco moderado na ordem de execução das ações.

2. DEFINA O MOTIVO (why)


Na mesma ação, deve-se relatar o motivo de estar planejando-a. É o “por quê” da questão, a
justificativa, que deve ser condizente com a definição da ação.

3. ONDE SERÁ A AÇÃO? SETOR/GHE/FUNÇÃO (where)

O plano de ação deve ser estabelecido para a empresa como um todo, porém cada ação deve
ser planejada por setor, GHE ou função. Fica a cargo do profissional habilitado decidir o
que é melhor. Mesmo que o inventário de riscos seja por função, as ações do plano de ação
podem variar de acordo com o cenário.

4. INFORMAR O RESPONSÁVEL PELA IMPLANTAÇÃO DA AÇÃO (who)

O responsável pode ser o SESMT, o assessor de segurança do trabalho, o engenheiro, etc. É


a pessoa ou órgão que irá implantar a ação. Em casos de não cumprimento de prazo, é ao
responsável também que se deve questionar o motivo.

5. COMO SERÁ FEITO (how)

Esta ação será executada de que maneira? Através de treinamento orientativo? É preciso
descrever como será feito para que se justifique o custo depois.

6. QUANTO VAI CUSTAR (how much)

Nesta etapa deve ser especificado o custo da implantação. O plano de ação acaba sendo um
documento de maior relevância para a empresa cliente do que para o auditor fiscal,
justamente por apresentar detalhadamente as ações de controle dentro da empresa, com seus
respectivos custos e orçamentos.

7. DATA DA IMPLANTAÇÃO (when)

Com a finalidade de controlar o cronograma, é preciso especificar as datas de implantação,


com início e prazo.

8. ACOMPANHAR O STATUS E REVER AS AÇÕES


Agora basta acompanhar o status da implantação, se já foi finalizada, adiada ou está em
execução. Quando finalizada, é preciso rever se a ação teve êxito, fazendo uma nova
avaliação dos riscos (mas agora levando em consideração as ações implementadas).

O Plano de Ação é basicamente isso. Vai de acordo com o profissional habilitado fazer a
gestão do controle de riscos, as ferramentas e métodos são apenas auxílios. O PDCA
(modelo 5W2H) é bastante eficaz para manter o controle, mas ele por si só não funciona se
o profissional não se organizar de acordo com ele.

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