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Se a resposta para algumas dessas perguntas é SIM, então leia nossa série até
o final pois nos esforçamos (como sempre) para que no final você possa:
Entender como a Ergonomia se encaixa dentro da lógica do PGR/GRO;
Saber como realizar as ações do GRO;
Saber como criar um PGR;
Saber como fazer uma AEP;
Receber alguns modelo de AEP para você usá-los ou melhorá-los;
Saber quando se deve aprofundar a avaliação dos riscos ocupacionais
com a AET, ou seja, quando devo sair da AEP e ir para a AET e como
justificar a realização dessa AET;
Saber, de forma minimamente aceitável, como realizar uma AET;
Saber criar seu próprio modelo de AET;
Receber um modelo de AET para usá-lo ou melhorá-lo;
Saber como é a nova lógica para indicar uma melhoria ergonômica;
Saber como criar um IRO;
Receber um modelo de IRO, para usá-lo ou melhorá-lo;
Saber como criar o Plano de Ação (PA);
Receber um modelo de PA, para usá-lo ou melhorá-lo;
Quer um resuminho do que vamos falar em cada artigo? Primeiro, vamos fazer
um resumo das novas Normas Regulamentadoras (NRs) 01 e 17 e uní-las nos
comentários, pois o conhecimento do Ergonomistas sobre elas deve ser
integrado para você entender como deve atuar diante dessa nova realidade.
Ainda neste primeiro artigo vamos te dar um infográfico esquematizando
como sugerimos que você faça seu processo de trabalho como ergonomista
diante dessa nova realidade. No segundo artigo nós te explicaremos tudo que
você precisa saber sobre a AEP para ter segurança de oferecer a seu cliente
esse novo serviço, inclusive mostrando como adicionar a AEP no IRO; vamos te
dar, ainda, alguns modelos de AEP para você usar ou editar. Nos terceiro
artigo vamos te mostrar como iniciar o processo de formalização do PGR,
mostrando todos os detalhes do IRO; inclusive te fornecendo um super
modelo de IRO para você usar ou melhorar. O quarto artigo te mostrará como
devem ficar as melhorias ergonômicas dentro desta nova lógica do PGR, bem
como falar do Plano de Ação e de todos os detalhes importantes para usar
essa ferramenta a seu favor na gestão de ergonomia e dos riscos ocupacionais;
vamos te fornecer também um modelo de PA para você usar ou editar.
Nos quinto e sexto artigos falaremos da avaliação dos riscos, explicando como
fica nossa querida AET nesse novo cenário, como justificar a realização ou não
da mesma; vamos te fornecer também um modelo mínimo de AET para uso
ou editção.
Primeiro, pra começar: Ergonomista, você já teve acesso à versão da NR17 que
foi para a consulta pública? Se não, acesse o artigo que fizemos sobre as
normatizações em que o Ergonomista pode atuar, baixe a Tabela de
normativas e acesse a versão que a Comissão Tripartite responsável pela
atualização gerou como documento final e que aguarda aprovação (segundo
informações, será publicada com a maior parte desse texto). É importante
que você dê uma boa lida nela, com atenção. Se tiver alguma dúvida,
coloque aqui nos comentários que vamos responder! Os itens citados nessa
norma são proveniente da versão da consulta pública.
Sobre a publicação oficial, fique tranquilx! Quando a redação oficial sair, nós
iremos atualizar esse conteúdo, adicionando as questões que forem
alteradas...
O não respeito à aplicação dos conceitos da Ergonomia gera um sistema doente, seja ao adoecer o
trabalhador, seja ao reduzir a lucratividade de uma organização.
Mas normatizar uma área toda não é tarefa fácil… Uma norma tem como
objetivos gerais fixar obrigações, definir ações fiscais, harmonizar e
desenvolver práticas novas, reforçar práticas antigas, regular a concorrência,
mas, sobretudo, ela tem uma influência simbólica, ou seja, o fato de termos
uma NR só de Ergonomia e outras tantas que falam de Ergonomia mostra
a importância do tema: pensar no desenho do trabalho!
Será que dá pra colocar toda a área da Ergonomia dentro de uma norma, de
forma plena, dando conta de toda sua diversidade?
Colocar em uma norma a Ergonomia como engenharia (normas,
projetos, higiene ocupacional) e como antropologia (ouvir o trabalhador,
respeitar as experiências dos trabalhadores, estudar a atividade);
Colocar na norma uma Ergonomia que consiste no funcionamento do
homem e dos outros componentes do sistema, na tentativa de se
aproximar das situações reais de trabalho;
Colocar em uma norma as diferentes dimensões do trabalho: biológicas,
psicológicas, psíquicas e sociais;
Coloca em uma norma uma Ergonomia que almeja tornar o trabalho
algo pleno e que contenha as capacidades de “poder fazer”, “poder
sentir”, “poder pensar” e “poder debater” (Daniellou - 1999).
O grupo que participou da atualização da NR sabia que existia “no ar” (de
forma implícita) um risco grande de reduzir a Ergonomia e a AET a um
conjunto de riscos que faria parte do PGR, o que, além de estar
conceitualmente errado, iria piorar muito as condições de trabalho, um
movimento contrário ao que esse grupo desejava.
Por conta disso, o Ergonomista deve procurar seus clientes e oferecer seus
serviços. Nossa sugestão é que já sejam utilizadas a nova metodologia da NR01 e
a nova proposta da NR17. Além disso, desde que a última AET seja recente, o
Ergonomista pode aproveitar os dados dessa para criar o seu primeiro PGR, não
tendo a necessidade de uma nova AET.
O Ergonomista deve ter claro o conceito de perigo (ou fator de risco) e risco,
dentro dessa nova abordagem das NRs 01 e 17:
Perigo ou Fator de Risco: fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à
saúde. Elemento que, isoladamente ou em combinação com outros, tem o
potencial intrínseco de dar origem a lesões e agravos à saúde.
Risco Ocupacional: Combinação da PROBABILIDADE de ocorrer uma lesão ou
agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo
ou exigência da atividade de trabalho, e da SEVERIDADE dessa lesão ou agravo
à saúde.
Exemplos na Ergonomia:
- um painel com marcadores visuais embaçados seria um perigo (ou fator de
risco) e um trabalhador tentando enxergar os mostradores deste painel, um
risco;
- uma sala mal iluminada é um perigo e se torna um risco quando um
trabalhador tem que realizar alguma atividade nesta sala;
- uma caixa no chão seria o perigo (ou fator de risco) e um trabalhador
realizando o transporte manual de carga, o risco (vide imagem abaixo);
Perceba que o perigo se torna um risco maior ou menor à medida que o
trabalhador tem maior probabilidade de ter uma lesão e quanto maior for a
possível severidade dessa lesão.
17.3 Avaliação das situações de trabalho
(...)
17.3.1.1 Devem ser previstos planos de ação específicos, nos termos dos itens
5.1.1 e 5.1.3 da NR de Programa de Gerenciamento de Riscos, para as
situações de trabalho nas quais a organização possa agir diretamente com a
implementação de melhorias ou de soluções conhecidas, atendido o previsto
nesta norma regulamentadora.
PCMSO e a Ergonomia
1.5.3.1.3 O PGR deve contemplar ou estar integrado com planos, programas e
outros documentos previstos na legislação de segurança e saúde no trabalho.
(...)
1.5.3.2.1 A organização deve considerar as condições de trabalho, nos termos
da NR-17.
Nós vamos citar de forma mais detalhada isso nos próximos artigos, mas o
Ergonomista deve identificar qual a legislação de saúde e segurança do
trabalho (SST) que a organização que o contratou deve cumprir e criar o PGR
com base nesse arcabouço legal.
Deve haver uma interlocução do PGR com outras normas e é muito importante
que seja clara a relação entre NR01, NR07 e NR17. O desrespeito ao que a
NR17 aponta como correto sobre os itens acima tem potencial de gerar lesões
ou agravos à saúde sobre o trabalhador, os quais devem ser reportados ao
PCMSO.
De nada adianta uma boa interlocução entre o PGR e as outras normas se não
houver a participação dos trabalhadores, os quais devem ser consultados
quanto a percepção dos riscos ocupacionais e comunicados sobre os
riscos que foram consolidados no IRO, bem como sobre suas medidas de
prevenção e controle do plano de ação do PGR.
Uma boa ligação entre a Ergonomia e a NR07 gera, além de melhoria das
condições de trabalho (o que evita o adoecimento causado/agravado pelo
trabalho), melhora da eficiência do processo produtivo.
Para nós, o maior dos desafios está relacionado com a política de saúde e
segurança que as empresas brasileira têm: de forma geral, pontual (não
acontece de forma contínua), emergencista (agindo apenas em casos de
emergências), minimalista (atendendo minimamente as normas - quando
atendem), entendendo o dinheiro utilizado com SST como gasto desnecessário
e que pode ser reduzido e com ações individuais sobre os trabalhadores. Essas
características batem de frente com o entendimento que as novas NR01 e
NR17 têm do gerenciamento de risco ocupacional.
Essa nova realidade possibilitará, ainda mais, que o bom Ergonomista mostre
que a AET, quando feita corretamente, pode melhorar as condições de
trabalho dos empregados e gerar lucro aos empregadores!
REFERÊNCIAS:
Portaria 787/2018
NR01https://pncq.org.br/uploads/2020-1/NR-01-2020.pdf
NR17 https://www.ifacilita.com.br/post/57/as-normativas-que-o-ergonomista-
deve-seguir
Ergonomia, Pierre Falzon, 1a Ed, 2007.
Compreender o trabalho para transformá-lo - A prática da Ergonomia. Guérin
(2001)
La notion de régulation dans I´alyse de I´activité. Jacques Leplat.
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