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IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E ID: PR-0007

CONTROLO DE RISCOS Edição: 04


Data: 2008-09-26

1. Objectivo

Estabelecer a metodologia para a identificação dos perigos e avaliação e controlo dos riscos para a segu-
rança e saúde ocupacional associados às actividades e locais de trabalho da REN.

2. Âmbito

Aplica-se às instalações da REN e às actividades da responsabilidade da empresa, incluindo as realizadas


por fornecedores.

3. Definições

Acidente – Incidente, entendido como acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador, que
originou ferimento, dano para a saúde ou fatalidade.
Acidente de Trabalho – Acidente que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza directa ou
indirectamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de
trabalho ou de ganho ou a morte (ver também acidente in itinere).
Acidente grave – Acidente que provoca a morte ou uma previsível incapacidade permanente.
Acidente in itinere – Ocorrência semelhante nos percursos de e para o posto de trabalho.
Avaliação do Risco - Processo global de estimativa da grandeza do risco e da decisão sobre a sua aceitabi-
lidade. (Probabilidade de ocorrência de um evento e provável magnitude dos seus efeitos adversos para a
segurança, saúde, ambiente ou economia).
Dano para a saúde – Condição física ou mental, identificável e adversa, resultante da consequência da
realização de trabalho e/ou de situações relacionadas com o trabalho.
Exposição (E) – Conceito de avaliação que traduz o tempo de permanência sob os efeitos de uma condição
perigosa.
Para um risco concreto a exposição pode ser estimada em função do tempo de permanência na área de
trabalho, operando com um determinado equipamento ou em presença de substância nociva.
GP - Gestor do Processo.
Gravidade (G) – Medida com base nos danos para a saúde e segurança das pessoas, onde a avaliação quali-
tativa atende ao pior incidente.
Identificação de perigo – Processo que permite reconhecer a existência de um perigo e de definir as suas
características.
Incidente - Acontecimento (anomalia ou ocorrência anormal súbita e imprevista) relacionada com o traba-
lho que, não obstante a severidade, origina ou poderia originar dano para a saúde.
MIPACR - Matriz de Identificação de Perigos e Avaliação e Controlo de Riscos.

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Perigo – Fonte, situação ou acto com potencial para o dano em termos de lesões, ferimentos ou danos
para a saúde, ou uma combinação destes.
Prevenção - Conjunto de actividades ou medidas adoptadas ou previstas em todas as fases de actividade
da empresa ou do serviço com o fim de evitar, eliminar ou diminuir os riscos profissionais (integra as medi-
das de projecto, construtivas, passivas, organizacionais e activas de segurança).

Probabilidade de ocorrência (P) – Número de vezes que uma situação perigosa se pode materializar de
acordo com dados estatísticos num espaço de tempo pré estabelecido, tendo em conta o histórico das
ocorrências conhecidas, informações de fabricantes e prestadores de serviços e bibliografia especializada.
Risco (R) - Combinação da probabilidade da ocorrência de um acontecimento perigoso ou exposição, e da
severidade das lesões, ferimentos ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou
pela exposição.
Risco aceitável - Risco que foi reduzido a um nível que possa ser tolerado pela organização, tomando em
atenção as suas obrigações legais e a sua própria Política de QAS.
Segurança – Ausência de riscos não aceitáveis.
Severidade (S) – Traduz o resultado da integração da gravidade do incidente com a exposição aos efeitos
da ocorrência.
SGSG – Departamento de Segurança.
SHST - Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - condições e factores que afectam o bem-estar dos
empregados, dos trabalhadores temporários, do pessoal dos fornecedores, dos visitantes e de qualquer
outra pessoa que se encontre no local de trabalho (em conformidade com o legislado ou normativo aplicá-
vel).
SVJR - Divisão Jurídica.
SVSG – Divisão de Sustentabilidade e Sistemas de Gestão.

4. Responsabilidade e autoridade

A metodologia descrita no ponto 5 deste procedimento é objecto de análise, aplicação e revisão periódica
coordenada pelo Departamento de Segurança (SGSG) da SVSG.

Um primeiro nível de avaliação genérica dos riscos, documentado na MIPACR e na base de dados de Gestão
Documental, não isenta os Gestores dos Processos nem os responsáveis pelos locais de trabalho da respon-
sabilidade de validar os resultados, na parte aplicável (matrizes parcelares de processos e locais), e de os
complementar, sempre que necessário, designadamente no âmbito da realização de obras ou de trabalhos
específicos.

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5. Descrição das Actividades

Os perigos decorrem das diversas actividades desenvolvidas, e os riscos que lhes estão associados são ana-
lisados em função das consequências inerentes à materialização de um incidente ou acidente com origem
nesse risco.
A minimização do risco depende das medidas e mecanismos de controlo implantadas, conducentes à miti-
gação das consequências.
A avaliação dos riscos e a quantificação das consequências de uma ocorrência integra a análise e interac-
ção de todos os factores de acordo com uma metodologia descrita nos pontos seguintes.

5.1 Critérios de Avaliação do Risco

A avaliação é efectuada com base no histórico dos incidentes ocorridos na REN, na análise das não con-
formidades, resultados de auditorias aos processos e locais de trabalho, comunicações dos trabalhadores e
outras partes interessadas, informações sobre as instalações e as actividades da empresa, “lay-out” das
instalações, opções tecnológicas, dados técnicos (manuais dos equipamentos), inventário dos materiais
perigosos (matérias primas, produtos químicos), dados toxicológicos e outros sobre SHST e no contexto das
medidas de protecção (colectiva e individual) implementadas na empresa.

A avaliação dos riscos associados aos diferentes processos, actividades e locais da REN assenta nos seguin-
tes critérios principais:

Severidade – (S) – Que traduz o resultado da integração da gravidade do incidente com a exposição aos
efeitos da ocorrência.

Probabilidade – (P) – Como o número de vezes que uma situação perigosa se pode materializar num espaço
de tempo pré estabelecido

5.1.1 Severidade (S)

O conceito de severidade decorre, em termos da avaliação de riscos, da necessidade de quantificar a


extensão de danos causados pelos efeitos da materialização de um risco, associando a gravidade do inci-
dente com a exposição aos efeitos da ocorrência.

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5.1.1.1 Gravidade (G)

A gravidade é classificada em cinco níveis, com base nos danos para a saúde e segurança das pessoas
devendo essa avaliação qualitativa atender ao pior incidente plausível. Consideram-se os seguintes níveis
para análise da gravidade.

Nível Classificação Descrição


Danos pessoais ligeiros ou sem danos, mal estar passageiro, pequenas lesões sem qualquer tipo de
1 Negligenciável incapacidade.
(Sem baixa)
Danos ou doenças ocupacionais menores com ou sem incapacidade temporária sem assistência médica
2 Marginal especializada, primeiro socorro.
(Lesões ou doenças até 10 dias de baixa)
Danos ou doenças ocupacionais de média gravidade, requerendo assistência médica e baixa com dura-
3 Moderado ção superior a 10 dias.
(Lesões ou doenças susceptíveis de provocar baixa de duração compreendida entre 11 e 60 dias)
Danos ou doenças ocupacionais graves, lesões com incapacidade temporária ou parcial permanente,
internamento hospitalar.
4 Grave
(Incapacidade parcial permanente, ou lesões ou doenças susceptíveis de provocar baixa de duração
superior a 60 dias)

5 Crítico Morte ou incapacidade total permanente

5.1.1.2 Exposição (E)

Conceito de avaliação que traduz o tempo de permanência sob os efeitos de uma condição perigosa. É
classificada em cinco níveis, de acordo com o quadro seguinte:

Nível Classificação Descrição

1 Esporádica Exposição acontece pelo menos uma vez por ano por um período curto de tempo ou nunca acontece.

2 Pouco frequente Exposição acontece algumas vezes por mês.

3 Ocasional Exposição acontece várias vezes por semana ou várias vezes por dia por períodos curtos (< 60 min.).

4 Frequente Exposição ocorre várias vezes por dia por períodos não prolongados (< 120 min. Seguidos).

5 Contínua Exposição por períodos diários ou várias vezes por dia por períodos prolongados (> 120 min. seguidos).

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Severidade (S)

Determina-se pela conjugação da gravidade com a exposição de onde resultam os cinco níveis, de acordo
com a tabela e quadro seguintes.

Nível Classificação
Gravidade

A Negligenciável 1 2 3 4 5

1 A A A B B
B Marginal

2 A B B C D
C Grave
Exposição

3 A B C D D
D Muito grave
4 B C D E E

E Crítico 5 B D D E E

5.1.2 Probabilidade (P)

A probabilidade de uma ocorrência pode ser traduzida pelo o número de vezes que uma situação perigosa
se pode materializar como incidente, de acordo com dados estatísticos, num período de tempo pré esta-
belecido, tendo em conta o histórico de ocorrências conhecidas, informações de fabricantes e bibliografia
especializada.

É classificada em cinco níveis, de acordo com o quadro seguinte.

Nível Classificação Descrição

Probabilidade de 1 ocorrência até uma vez em cada 50 anos


1 Improvável
(P ≤ 1 ocorrência /50 anos)
Probabilidade de 1 ocorrência em cada 5 anos
2 Remoto
(1 ocorrência /50 anos < P ≤ 1 ocorrência /5 anos)
Probabilidade de 1 ocorrência em cada ano
3 Ocasional
(1 ocorrência /5 anos < P ≤ 1 ocorrência /ano)

Probabilidade de 1 ocorrência por mês


4 Provável
(1 ocorrência /ano < P ≤ 1 ocorrência /mês)

Probabilidade de ocorrência mais do que uma vez por mês


5 Frequente
(P > 1 ocorrência /mês)

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5.2 Avaliação do Risco

O risco é classificado em função da combinação da probabilidade e da severidade, conforme o indicado no


quadro seguinte:

Severidade

A B C D E

1 B B B T T

2 B B T M M
Probabilidade

3 B T M M S

4 T M M S S

5 T M S S S

5.3 Classificação do Risco

O código de cores inscrito nas quadrículas da matriz constitui a base para a decisão sobre a aceitabilidade
do risco e sobre as medidas de prevenção e controlo a desencadear as quais se encontram descritas no
quadro seguinte.

CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DESCRIÇÃO DO RISCO

Baixo Não obriga à criação de medidas adicionais para o controlo e prevenção do risco.

Não é necessário tomar medidas imediatas para o reforço do controlo e prevenção do risco, para
além das já implementadas.
Tolerável Devem ser identificadas medidas de melhoria, cuja implementação é condicionada por uma análise
de custo vs benefício.
É necessário proceder a uma avaliação periódica da eficácia das medidas de controlo.

Devem ser identificadas as medidas adequadas para a redução do risco e planeada a sua implemen-
Moderado tação num prazo estabelecido.
É necessário proceder a uma avaliação periódica da eficácia destas medidas.

O trabalho não deve ser iniciado ou reiniciado após incidente até que se tenham posto em prática
as medidas adequadas para a prevenção e controlo do risco, de modo a que o mesmo se torne
aceitável.
Significativo
Da mesma forma, trabalhos em curso que comportem um risco considerado significativo, devem ser
de imediato suspensos e identificadas e implementadas as medidas de protecção adequadas para o
controlo desse risco.

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5.4 Medidas de Prevenção, Controlo e Minimização do Risco

Quando forem determinadas as medidas de controlo, ou sejam consideradas alterações a controlos exis-
tentes, a redução de riscos deve ser considerada de acordo com a seguinte hierarquia:

ƒ Eliminação

ƒ Substituição

ƒ Controlos de engenharia

ƒ Sinalização/advertência e/ou controlos administrativos

ƒ Equipamento de protecção individual

5.4.1 Medidas de controlo

Consideram-se as seguintes medidas, apresentadas por ordem da cronologia da implementação:

Medidas de projecto (PRJ) – desde o início da concepção, o projecto deverá ser elaborado de forma a
eliminar os perigos. Para eventuais riscos remanescentes deverá ser avaliada a viabilidade técnico-
económica da sua eliminação ou mitigação através de alterações ao projecto.

Medidas construtivas (CTR) – se não se puder eliminar os perigos identificados ou reduzir o risco a um
nível adequado e aceitável deverão utilizar-se, sempre que seja possível e economicamente viável, solu-
ções de engenharia (por ex.: sistemas redundantes, encravamentos, etc.).

Medidas activas (ATV) – quando as medidas anteriormente referidas não forem consideradas suficientes,
devem usar-se dispositivos para detectar e sinalizar as situações de perigo. (medidas activas)

Medidas Organizacionais (ORG) – complementarmente, deverá haver treino e formação, de acordo com
plano pré estabelecido, sobre as medidas de controlo e procedimentos adoptados. (medidas organizacio-
nais)

Medidas construtivas e organizacionais (COG) – quando as medidas anteriores não forem consideradas
suficientes para eliminar os perigos identificados ou reduzir o risco a um nível adequado e aceitável,
deverão utilizar-se equipamentos de protecção colectiva ou individual (por ex.: barreiras de protecção
passiva, blindagens, etc.).

5.4.2 Reavaliação do Risco Considerando as Medidas Adicionais


Consoante a Classificação do Risco (5.3) podem ser implementadas medidas de controlo complementares
ou adicionais às já existentes. Neste caso, antes da sua implementação efectiva, dever-se-á proceder à
reavaliação do Risco, tendo já em conta aquelas medidas. Deste modo garante-se a adequabilidade das
medidas implementadas, certificando-se que o risco desce a um nível aceitável.
A avaliação de eficácia e reavaliação das medidas de prevenção e controlo deve ser efectuada pelo menos
uma vez por ano e sempre que ocorram acidentes graves.

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5.5 Monitorização, Medição e Avaliação da Eficácia

Deve-se proceder a um acompanhamento próximo e adequado, através de monitorização e medição, de


modo a avaliar a eficácia das medidas de prevenção e controlo associadas aos riscos inerentes às activida-
des do sistema, de um modo sistemático. Esta consiste em:

ƒ Verificar e identificar as ocorrências de incidentes.


ƒ Comprovar, através do registo dos dados, que as medidas implementadas funcionam como espera-
do e controlam os riscos identificados a um nível aceitável;
ƒ Detectar perigos e riscos ainda não identificados pelo sistema.
ƒ Se da análise dos resultados da monitorização se verificar que as medidas implementadas são insu-
ficientes ou inadequadas deve-se proceder a nova avaliação.

A avaliação da eficácia global das medidas de controlo deve efectuar-se aquando da Revisão do Sistema.

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6. Fluxograma

Fluxograma do procedimento

Fluxograma Resp Docum Observações

MIPACR
SGSG Achiever

GP PR-0016

GP

SGSG
GP

PR-0009

SVJR
PR-0008
SGSG

SGSG
GP

A identificação de perigos e a avaliação dos riscos


associados às actividades, postos de trabalho e proces-
sos da empresa deverá ser realizada com a participa-
ção dos trabalhadores envolvidos.
SGSG
GP
PR-0007
A identificação dos perigos, a avaliação dos riscos e a
SGSG MIPACR situação de conformidade com os requisitos legais
GP Achiever
aplicáveis, são documentadas no ACHIEVER.

SGSG
GP

GP

GP
SGSG

GP

SVSG
Os objectivos e metas de SHST são estabelecidos conside-
rando os resultados da avaliação de risco

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