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segurança do trabalho

Indicadores de saúde e segurança do trabalho


e gestão de programas
É fundamental avaliar como as ações voltadas para a prevenção dos acidentes
e doenças ocupacionais estão sendo realizadas nas organizações, e nesse processo
os indicadores desempenham um papel fundamental, pois por meio dessas
informações os gestores podem tomar as decisões que lhes parecem ser as mais
corretas.

Para Francischini (2017), os indicadores são medidas qualitativas ou


quantitativas que mostram o estado de uma operação, um processo ou um sistema.
Por exemplo, os indicadores de acidentes do trabalho são utilizados para medir a
exposição dos trabalhadores a determinados níveis de riscos característicos de
alguma atividade econômica, e permitem o acompanhamento do histórico de
acidentes e seus impactos nas empresas e na vida dos trabalhadores. Desta forma,
pode-se dizer que pelos indicadores de acidentes é possível realizar o planejamento
das ações que devem ser realizadas no ambiente de trabalho, para possibilitar mais
segurança e saúde ao trabalhador.

As empresas que não se preocupam com os indicadores relacionados à saúde


e à segurança do trabalho estão comprometendo sua saúde operacional, financeira
e sua existência, por outro lado, empresas que monitoram os indicadores de
desempenho em saúde e segurança do trabalho podem ter diversos ganhos, entre
eles podemos citar:

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Compreender as características de cada atividade desenvolvida no ambiente


de trabalho, de modo a identificar e atuar nos riscos que podem estar
comprometendo a saúde e segurança dos trabalhadores Garantir melhor atuação
dos programas em saúde e segurança do trabalho, de modo a reduzir os acidentes
de trabalho, número de afastamentos, entre outros Conhecer os custos operacionais
com acidentes e não conformidades nos locais de trabalho Avaliar a satisfação dos
trabalhadores Avaliar o desempenho dos programas em saúde e segurança do
trabalho Proporcionar um ambiente de trabalho saudável, por meio da melhoria
contínua

Assim, de um modo geral, os indicadores de segurança são utilizados para


medir as ações de controle e mitigação dos riscos, permitindo avaliar o desempenho
do sistema de gestão no momento atual e a sua evolução no decorrer do tempo. Os
indicadores podem ser classificados em dois grupos: indicadores reativos e
indicadores proativos.

Indicadores reativos
Estes indicadores estão relacionados a medir as perdas relativas à saúde e à
segurança no trabalho, por exemplo, medem normalmente o número de acidentes e
doenças, e consequentemente os custos gerados. De acordo com o documento
Leading Indicators, da OSHA 2019, são os indicadores os responsáveis por
apresentar a ocorrência e a frequência de eventos que aconteceram no passado,
como número ou taxa de lesões, doenças e morte.

Normalmente, o desempenho em saúde e segurança é avaliado por meio de


indicadores reativos, ou seja, dados e informações coletadas após a ocorrência de
determinado evento. Por esse motivo, estes indicadores são a base para a maioria
dos procedimentos e regras utilizadas para melhoria da segurança do trabalhador,
pois o ser humano muitas vezes aprende por experiências, sendo assim, é possível
aprender a partir dos acidentes ocorridos.

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Dois indicadores reativos muito comuns relacionados aos acidentes são a taxa
de frequência (TF) e a taxa de gravidade (TG) de acidentes. Esses indicadores
estimam, respectivamente, o número e a gravidade dos acidentes para um padrão
de 1.000.000 horas-homem de exposição ao risco (ou horas-homem trabalhadas).
Veja, a seguir, as expressões de cálculo dos indicadores TF e TG:

Taxa de frequência: refere-se ao número de acidentados por milhão de horas de


exposição ao risco, em determinado período. Sendo calculada pela seguinte
equação:

F = (N x 1.000.000) / H

Onde:

F = Taxa de frequência de acidentes

N = Número de acidentados

H = Horas-homem de exposição ao risco

Taxa de gravidade: é o número que representa a quantidade de dias computados


nos acidentes com afastamentos por milhão de horas-homem de exposição ao risco.
Sendo calculada pela seguinte equação:

G = (T x 1.000.000) / H

Onde:

G = Taxa de gravidade de acidentes

T = Tempo computado

H = Horas-homem de exposição ao risco

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*Tempo computado: representa o total de dias-homem perdidos (DHP) e dias


debitados (DD) para todos os acidentes. Um único acidente, para o tempo
computado, tem apenas DHP ou DD, o maior entre eles.

*Hora-homem de exposição ao risco: é o somatório de tempo durante o qual cada


empregado fica a disposição do empregador.

Os indicadores reativos apresentam certas limitações, por exemplo, medem as


falhas, mas não os sucessos das ações implantadas para o controle dos acidentes e
refletem o sucesso das medidas de segurança implantadas no passado. Além disso,
outra limitação é que o tempo de afastamento de um trabalhador não depende
apenas da gravidade da lesão ou da doença, mas também pode ocorrer por falta de
motivação ou por falta de assistência por parte da empresa.

Além disso, uma baixa taxa de acidentes, por um período longo de anos em
uma empresa, pode ser um indicador pouco confiável no que se refere ao
desempenho da segurança, uma vez que não se pode garantir que os riscos estão
efetivamente controlados, nem vai assegurar a ausência de acidentes no futuro. Isso
é um fato certo em empresas em que há uma probabilidade pequena de acidentes,
mas há grandes riscos presentes.

Indicadores de desempenho proativos


De acordo com o documento Leading Indicators, da OSHA 2019, os
indicadores proativos são os que fornecem informações preventivas e preditivas
sobre o desempenho eficaz da segurança e saúde do trabalho.

Estes indicadores avaliam o quanto efetivamente uma empresa está


desenvolvendo o monitoramento dos seus processos para produzir bons resultados
em saúde e segurança do trabalho. Estes indicadores podem ser utilizados para:

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Mensurar gestão dos processos de trabalho e consequentemente a


relevância das ações em saúde e segurança

Verificar as conformidades com as práticas de saúde e segurança do


trabalho desenvolvidas no ambiente de trabalho

Mensurar os resultados e impactos negativos em fases precoces, com


a finalidade de gerenciar informações, que auxiliem na reversão de
anomalias, possibilitando a execução de ações preventivas

Particularmente, a medição dos indicadores proativos, medidos


preferencialmente em tempo real ou o mais próximo possível disso, é de suma
importância, uma vez que os indicadores reativos apenas medem o desempenho
passado de segurança e saúde. A abordagem proativa analisa o sistema antes que
ele falhe, na tentativa de identificar como poderia acontecer uma falha futuramente.
Assim, as medidas proativas lidam com dados das situações atuais de segurança e
geram o comprometimento com os padrões de desempenho e objetivos de todos os
setores de uma organização.

A vantagem de se utilizar estes indicadores inclui: atuar preventivamente no


que diz respeito à ocorrência de acidentes e danos; e demonstrar como se encontra
o comprometimento e participação das lideranças no contexto da gestão de
implantação dos programas em saúde e segurança do trabalho. Quanto aos
exemplos de indicadores proativos, podem ser citados o número de não
conformidades identificadas e corrigidas em consequência de uma auditoria de
segurança e o número de trabalhadores que receberam treinamento em saúde e
segurança no trabalho.

Pode-se dizer que os indicadores proativos estão relacionados a variáveis


“causas” que podem ser controladas, ou seja: material, meio, método, mão de obra,
medida e máquina, atuando preventivamente e caracterizando-se por ações prévias,
para que não tenham ocorrências. Ao se tratar de indicadores reativos, estes estão

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relacionados aos “efeitos”, ou seja, nas ocorrências propriamente ditas. Ou seja, são
os dados coletados após os fatos acontecerem, e estas informações também são
importantes, pois servem de parâmetro para que as similaridades de ocorrência não
se repitam, isto é, retroalimentando o sistema.

O diagrama abaixo demonstra, por meio de um diagrama de causa e efeito,


que os indicadores proativos estão ligados às causas das ocorrências e os
indicadores reativos estão ligados aos efeitos decorrentes.

Clique ou toque para ampliar a imagem.

(objetos/esquema.png)

Fonte: adaptado de Benite, 2004 apud Barp; Palma; Locatelli, 2014.

Além disso, o diagrama mostra onde os indicadores proativos devem atuar ou


que pontos devem ser estabelecidos, uma vez que todo acidente ou dano é
resultado de uma falha ou da combinação de vários fatores. Por outro lado, os
indicadores reativos caracterizam-se após as ocorrências ou eventos e não têm um
caráter preventivo.

(#topo)

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Dentro dessa perspectiva dos indicadores de desempenho em segurança e


saúde do trabalho, a representação gráfica a seguir apresenta uma relação de
indicadores proativos e reativos, procurando identificar e estabelecer as diferenças
entre eles.

(objetos/imagem.png)

Cabe citar que a avaliação do desempenho em segurança e saúde


tradicionalmente realizada e restrita às medidas de frequência e gravidade dos
acidentes, por mais que tenha importância, sozinha não satisfaz os preceitos
solícitos por um sistema eficiente de gestão em saúde e segurança do trabalho, que
requer uma avaliação que priorize indicadores proativos, pois estes proporcionam
informações para que se possa agir preventivamente sobre os perigos e riscos
existentes nos locais de trabalho.

Assim, pode-se dizer que preferencialmente os indicadores reativos e proativos


devem ser utilizados conjuntamente, visto que dessa forma possibilitam uma
intervenção no sistema de gestão em saúde e segurança do trabalho de forma mais

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precisa. Por exemplo, um formulário de inspeção de uma máquina que deve ser
aplicado antes de sua operação (indicador proativo), que foi criado devido há um
grande número de ocorrências de não conformidades relativas à utilização do
mecanismo de segurança previsto (indicador reativo).

Vale citar que é fundamental que todas as medições e os monitoramentos


sejam estabelecidos de modo a permitir que todas as pessoas envolvidas tenham a
responsabilidade de atuar na correção de desvios para melhoria dos resultados. E se
isso não acontecer, haverá desperdício e criação de burocracia no sistema de gestão
em saúde e segurança do trabalho, uma vez que demanda recursos (tempo,
software etc.) e não oferece qualquer tipo de retorno.

A partir dos tipos de indicadores de segurança existentes, pode-se dizer que


são importantes instrumentos que permitem avaliar a segurança em um determinado
momento, bem como a sua evolução ao longo do tempo, quer essa segurança seja
referente a um conjunto de ações presentes na organização em avaliação ou com
relação ao ambiente externo. Além disso, a contribuição dos indicadores de
segurança para uma boa gestão da área só será efetiva quando houver a
conscientização dos empregados comprometendo-se com o processo de trabalho e
motivando a prevenção no desenvolvimento das atividades, pois um bom indicador é
aquele que consegue alertar os responsáveis para um determinado perigo a tempo
de tratar as informações e tomar atitudes para que o pior não ocorra.

Escolha de indicadores de saúde e segurança do


trabalho
Não existe uma regra para escolha dos melhores indicadores para monitorar os
processos de saúde e segurança do trabalho, pois cada empresa escolherá aqueles
indicadores que mais se adaptam à sua realidade. Contudo, é importante que esteja
claro qual é o objetivo do monitoramento do indicador escolhido.

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Imagine que uma empresa esteja preocupada em treinar 100% dos seus
funcionários no curso básico previsto na NR-10 até o final do ano. Pode-se dizer que
isso é a meta, ou seja o resultado que a empresa deseja alcançar. Um indicador que
a empresa pode usar neste contexto para ajudar a monitorar o atingimento dessa
meta seria o número de funcionários treinados o curso básico previsto na NR-
10 a cada mês e no acumulado do ano; deste modo, é possível saber quantos
funcionários estão sendo treinados mensalmente, e, caso o número de treinamentos
realizados até o momento não seja o suficiente para atingir a meta, a empresa
poderá tomar medidas a fim de que objetivo seja alcançado no prazo.

De acordo com o documento Leading Indicators, da OSHA 2019, bons


indicadores devem ter como base alguns importantes princípios: precisam ser
específicos, mensuráveis, responsáveis, razoáveis e pontuais. Na tabela a
seguir você verá como esses princípios funcionam com base em um exemplo prático
de monitoramento do indicador proativo: “número de trabalhadores que participam
em reunião mensal de segurança”.

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Exemplo de indicador a ser monitorado: número de


trabalhadores que participam de reunião mensal de segurança
Meta: 97% de taxa de participação dos trabalhadores nas
reuniões mensais de segurança

ESPECÍFICO: seu indicador fornece especificações para a


ação que você tomará para minimizar o risco de um perigo
ou melhorar uma área do programa?

BOM EXEMPLO
MAU EXEMPLO
“Os trabalhadores
participarão de uma reunião “As reuniões de
de segurança todos os segurança serão realizadas
meses.” mensalmente.”

Isso é específico, porque Isso não é específico,


identifica claramente o que é a porque não descreve quem
atividade e quem precisa precisa comparecer.
comparecer.

MESURÁVEL: seu indicador é apresentado como número,


taxa ou porcentagem que permite rastrear e avaliar
tendências claras ao longo do tempo?

BOM EXEMPLO
MAU EXEMPLO
“Os trabalhadores
“Os trabalhadores
participarão de uma reunião
participarão das reuniões de
de segurança todos os
segurança.”
meses.”

Isso não é mensurável,


Isso é mensurável,
porque não rastreia número,
porque você pode rastrear o
taxa ou porcentagem em
número de trabalhadores que
relação ao seu objetivo.
frequentam todos os meses.

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RESPONSÁVEL: seu indicador rastreia um item que é


relevante para o seu objetivo?

BOM EXEMPLO MAU EXEMPLO

“Os trabalhadores “As reuniões de


participarão de uma reunião segurança para os
de segurança todos os trabalhadores serão realizadas
meses.” mensalmente.”

Este indicador é Este indicador não é


relevante para o seu objetivo, relevante para sua meta,
porque pede aos porque não especifica que
trabalhadores para seus funcionários seriam
comparecerem à reunião. convidados a participar.

RAZOÁVEL: você consegue atingir razoavelmente a meta


que definiu para o seu indicador?

BOM EXEMPLO
MAU EXEMPLO
“Os trabalhadores
“Os trabalhadores
participarão de uma reunião
participarão de uma reunião
de segurança todos os meses.
de segurança todos os meses.
Seu objetivo é uma taxa de
Seu objetivo é uma taxa de
comparecimento de 97%.”
atendimento de 100%.”

Sua meta de 97% é


Sua meta de 100% não é
alcançável, porque considera
alcançável, porque você sabe
que você não terá uma
que alguns trabalhadores
reunião de reposição e os
ocasionalmente faltam ao
trabalhadores que, por
trabalho no dia para o qual a
exemplo, faltam ao trabalho
reunião está programada.
não comparecerão.

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PONTUAL: você está monitorando seu indicador


regularmente o suficiente para identificar tendências de
seus dados dentro do prazo desejado?

BOM EXEMPLO
MAU EXEMPLO
“Você decide monitorar a
frequência às reuniões “Você decide monitorar a
mensalmente.” frequência às reuniões duas
vezes por ano.”
Isso é oportuno, porque
você acompanha suas Como você rastreou
reuniões mensalmente, apenas duas reuniões, você
podendo identificar tendências não pode ver nenhuma
significativas antes do final do tendência significativa até pelo
ano, quando você queria menos o ano seguinte.
analisar seus dados.

Fonte: adaptado de Using Leading Indicators to Improve Safety and Health


Outcomes. OSHA, 2019.

Para melhor compreensão sobre os indicadores ativos e reativos, e para


compreender também como eles auxiliam as empresas em suas tomadas de
decisões, elaboramos um exemplo com base em uma situação fictícia na qual, neste
contexto, a empresa em questão implementou alguns planos voltados à saúde e
segurança do trabalho. O exemplo apresentado terá como base as ações
desenvolvidas pela empresa fictícia Construa Ação S/A no que se refere à saúde e à
segurança do trabalho, e consequentemente a demonstração de seus indicadores.

A Construa Ação S/A é uma construtora que atua no Brasil, e o seu principal
foco é a construção de imóveis de grande porte em alvenaria.

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As questões relacionadas à segurança no trabalho e à saúde ocupacional são


muito importantes para esse tipo de negócio. Deste modo, são estabelecidas
práticas e procedimentos para controle dos riscos desde o momento de estudo e
planejamento, até a fase final das atividades desenvolvidas. A seguir, acompanhe as
ações desenvolvidas no que se refere à segurança no trabalho (ST) e à saúde
ocupacional.

Segurança no trabalho (ST)

Em 2019, a empresa Construa Ação S/A, devido a um histórico não muito


favorável, decidiu abordar de forma diferente o tema de segurança do trabalho,
procedendo, então, com a implementação de medidas que tiveram como princípio o
lema “acidente zero”. A seguir, veja algumas das medidas que foram implementadas
na empresa.

Possibilitar às pessoas uma conscientização e percepção de riscos nas


atividades desenvolvidas, induzindo a alteração do comportamento individual de
cada pessoa.

Foram implementadas diversas campanhas de sensibilização e outros meios


de divulgação apelativa de segurança, como, por exemplo, a semana da
conscientização, que visa promover uma reflexão sobre os acidentes graves em
obras. Em quatro dias são ministrados quatro temas (ex.: trabalho em altura,
movimentação de cargas, atropelamento, postura de segurança).

Atuar nos processos de monitoramento da execução dos projetos de


engenharia.

Esta iniciativa tem como objetivos promover mais atenção e fortalecer a gestão
de parceiros terceirizados, bem como desenvolver ação específica no planejamento
de ações de prevenção de tarefas e atividades críticas. Para isso, no âmbito da
sensibilização e gestão de terceirizados, implementou o programa PAR (Programa
Ações Responsáveis). Este programa integra um comitê de segurança que envolve
líderes da Construa Ação, os parceiros terceirizados em canteiro de obras e um

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sistema de indicadores que serve para avaliar todos os terceiros que prestam algum
serviço para a empresa. Além disso, envolve também um conjunto de
reconhecimentos, para estímulo positivo do desempenho dos terceirizados, como,
por exemplo, a melhor equipe de segurança no trabalho.

Atuar no controle operacional por meio da implantação de um programa de


controle de segurança voltado às áreas onde há grande circulação de pedestres e
veículos, assim como dimensionar e qualificar a equipe de segurança do trabalho, e
criar um comitê de máquinas e equipamentos. Como muitos dos riscos estavam
associados a uma delimitação e segregação deficiente de espaços de rodagem de
veículos e de segurança dos trabalhadores, o controle neste setor deve ser maior.

Em 2019, a empresa também realizou a implementação de um programa


chamado Inspeciona Já, que consiste na realização de um conjunto de inspeções
voltadas à área de segurança do trabalho. Estas inspeções obedecem a uma check
list de assuntos de segurança no trabalho, tendo como objetivo a detecção de
potenciais falhas e acidentes, no sentido de serem definidos posteriormente em
procedimentos de melhorias.

No trabalho desenvolvido pela Construa Ação S/A, as atividades que


concentram o maior risco são o manuseamento de equipamentos, os trabalhos de
escavação, e o trabalho em altura. Assim, após a implementação dessas ações de
segurança do trabalho, foram alcançados resultados bastante positivos no que se
refere à prevenção de acidentes e incidentes em obras, isto é, verificou-se a redução
da taxa de frequência total, e apesar da queda da taxa de gravidade, ocorreu ainda
um acidente fatal. Conforme quadro a seguir:

Taxas de sinistralidade 2017 2018 2019

Taxa de frequência total 13,12 4,62 3,12

Taxa de gravidade 4.515 3.010 751

Número de acidentes fatais 6 4 1

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Detalhamento dos cálculos


Acompanhe o detalhamento dos cálculos que geraram a tabela: considere que
a empresa em cada ano apresentou uma média de 4.000 funcionários com um total
de 8 milhões de horas homens trabalhadas (HHT). O perfil de acidentes em cada
ano foi o seguinte:

N° de N° de Tempo computado
Ano acidentes sem acidentes total (acidente fatal +
fatalidade fatais outros acidentes)

2017 99 6 36.120

2018 33 4 24.080

2019 24 1 6.010

As taxas de frequência e de gravidade são calculadas com as seguintes


expressões:

Aplicando-se as expressões a cada ano temos:

Ano de 2017:

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Ano de 2018:

Ano de 2019:

Em 2019, a construtora Construa Ação obteve também seus processos de


saúde e segurança do trabalho certificados pela norma internacional ISO 45001.
Assim, seus funcionários integrantes ou parceiros começaram a trabalhar em

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ambiente certificado por essa norma.

No que se refere ao Sistema de Segurança no Trabalho, ainda estão previstas


ações de auditoria, inspeções e vistorias internas de segurança para avaliação das
condições diárias de segurança e o cumprimento dos procedimentos previstos no
plano de segurança.

Assim, para além das auditorias realizadas no âmbito da certificação ISO


45001, observe no quadro a seguir as ações de controle interno de seguranças
realizadas:

Ações de controle interno de segurança

Número de Número de Número de


auditorias do auditorias nas inspeções
Sistema de obras no âmbito da efetuadas no
Segurança no certificação ISO âmbito do
Trabalho 45001 Inspeciona Já

230 1 3.030

Saúde ocupacional

Para a Construa Ação, o tema da saúde é abordado a partir de duas vertentes:


a saúde ocupacional, referente às condições de saúde levando em consideração o
ambiente de trabalho; e a promoção da saúde, referente a ações e iniciativas que
promovam a melhoria das condições de saúde, dentro ou fora do ambiente de
trabalho.

Assim, o programa de saúde ocupacional da Construa Ação é construído na


fase do projeto da obra, considerando todas as especificidades dessa obra a ser
realizada. Nesta fase também são definidos os programas que serão aplicados,
como o programa de proteção auditiva, entre outros.

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TAXAS DE SAÚDE OCUPACIONAL 2017 2018 2019

Taxa de doenças ocupacionais 1,0 0,66 0,51

Taxa de absenteísmo relacionada com


0,02 0,02 0,01
doenças ocupacionais

Ainda em 2019, foram implementadas as seguintes ações:

Avaliações técnicas dos projetos sobre a capacidade de resposta a


emergências médicas, sendo elaborados relatórios identificando pontos
de melhoria para serem adotados

Uma vez por mês, entre janeiro e dezembro, foram desenvolvidas


apresentações e discussões de protocolos médicos para situações de
emergência médica

Foram realizados oito simulados abrangendo quase todos os


empreendimentos;

Cursos de suporte básico e intermédio de vida pelas equipes em 50%


dos projetos, totalizando 27 pessoas treinadas

Os principais riscos de saúde ocupacional identificados para atividade do setor


da construção são as doenças osteomusculares, a saúde auditiva e as doenças
respiratórias.

No que se refere às doenças ocupacionais mais frequentes, doenças


osteomusculares e do canal auditivo, a Construa Ação monitora os parâmetros de
saúde dos seus funcionários por meio de um conjunto de indicadores que permitem
fazer a definição de gestão de programação e o acompanhamento dos casos
positivos de doenças. E com relação às doenças osteomusculares, monitora-se a
taxa de doenças osteomusculares, o que permite conhecer a incidência dessa
doença.

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No caso de doenças auditivas é monitorado o índice de saúde auditiva (ISA). A


análise deste indicador possibilita avaliar a incidência da doença nos trabalhadores
diretos e indiretos da empresa.

No quadro a seguir, observe os resultados do ISA em 2019, em que há uma


diminuição deste índice nos trabalhadores da Construa Ação, revelando resultado
satisfatório para as ações preventivas realizadas nos últimos anos.

Índice de saúde auditiva

2017 2018 2019

0,04 0,02 0,01

No quadro a seguir, é representado o índice de doenças osteomusculares, em


que se constata uma diminuição da incidência no ano de 2019. Essa diminuição é
resultado do trabalho realizado nos últimos anos das equipes de saúde ocupacional
por meio dos cursos de ergonomia ministrados, que possibilitaram a divulgação de
boas práticas e hábitos preventivos de doenças osteomusculares junto aos
trabalhadores.

Índice de doenças osteomusculares

2017 2018 2019

0,04 0,03 0,00

Assim, a partir do exemplo apresentado, verifica-se que, para melhorar o seu


desempenho no campo relacionado à segurança e à saúde no trabalho, é necessário
que as empresas utilizem indicadores que não apenas identifiquem taxas ou danos

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em função das ocorrências ou eventos, mas é necessária uma atuação proativa


constante, de modo a monitorar as ações desenvolvidas e consequentemente
melhorar os indicativos da gestão, visando ao bem-estar de seus funcionários.

Os indicadores de saúde e segurança do trabalho são utilizados pelas


empresas como instrumento de prevenção da saúde e segurança do empregado,
isto é, ajudam a controlar o desempenho da segurança ocupacional com relação às
ocorrências de acidentes, auxiliam na análise dos fatores das causas de acidentes,
como também definem os pontos que necessitam ser melhorados, promovendo
assim uma melhoria contínua.

Exercício de fixação

Classifique cada indicador, definindo-o como “reativo” ou “proativo”.

Número de treinamentos realizados em saúde e segurança do trabalho


Número de atos inseguros
Número de “quase acidentes”
Número de auditorias realizadas em saúde e segurança do trabalho
Número de atos inseguros informados
Frequência das reuniões de saúde e segurança do trabalho com os colaboradores
Número de acidentes
Número de ações preventivas realizada pela CIPA
(#topo)

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