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IMPLANTAÇÃO DA CONCIENTIZAÇÃO CONTRA ACIDENTES DE TRABALHO ¹

David Natã da Silva Dantas ²


Jhessik Brenda Lima Silva ²
Lucas dos Santos Barros ²
Mayara dos Santos Barros ²
Tatiane Aguiar de Melo ²
Wallyson Rodrigues ³

Resumo: O presente artigo visa analisar a implantação da conscientização no


ambiente de trabalho atual, tendo como início a identificação das responsabilidades,
que serão a chave para o desenvolvimento da cultura de segurança nas empresas,
irá apresentar programas de prevenção de acidentes e sua necessidade e
contribuição para minimizar os riscos e como ferramenta de conscientizar o
trabalhador a se adequar a realização de atividades de forma segura respeitando as
normas estabelecidas. Tal como também apresenta os mecanismos básicos que
visam minimizar os riscos oferecidos pelas atividades, afim de garantir um ambiente
adequado e de qualidade ao trabalhador. Utilizando de uma análise descritiva e
investigativa de documentos bibliográficos, busca como objetivo apresentar aos
empregados e empregadores a importância da conscientização de atitudes seguras
e as diversas formas de minimizar os riscos e sua eficiência para a construção de
um ambiente de trabalho apropriado.
Palavra-chave:Conscientização. Programas. Mecanismos. Ambiente seguro.
Minimizar. Riscos. Cultura.

Abstract: This article aims to analyze the implementation of awareness in the current
work environment, starting with the identification of responsibilities, which will be the
key to the development of safety culture in companies, will present accident
prevention programs and their need and contribution to minimize risks and as a tool
to raise the awareness of the worker to adapt to the performance of activities in a
safe manner respecting the established norms. It also presents the basic
mechanisms that aim to minimize the risks offered by the activities in order to
guarantee an adequate and quality environment for the worker. Using a descriptive
and investigative analysis of bibliographic documents, it aims to present to
employees and employers the importance of awareness of safe attitudes and the
various ways of minimizing risks and their efficiency for the construction of an
appropriate work environment.

Keywords: Awareness. Software. Mechanisms. Safe environment. Minimize.


Scratchs. Culture.

¹ Artigo científico apresentado a Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão


(UEMASUL) no curso de Administração como requisito obrigatório para a obtenção do Título em
Bacharel em Administração.
²Acadêmicos do Curso Bacharel em Administração da Universidade Estadual da Região Tocantinado
Maranhão (UEMASUL). email:adm2017_bacharel@hotmail.com
³Professor na Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL).
email:walyson_rf@hotmail.com
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1.INTRODUÇÃO

O cenário introduzido com a industrialização, trouxe novos maquinários e


novas formas de realizar atividades que antes eram exercidas manualmente pelo
homem, agilizando processos e produzindo uma quantidade enorme de produtos,
como forma de agilizar cada vez mais foram introduzidos métodos com objetivo de
maximizar a produção, o homem passou a ser visto como parte da engrenagem de
uma máquina e portanto tornou-se alienado e a junção dessa visão com a realização
de atividades repetitivas e sem preocupação de proteger e minimizar os riscos,
inúmeros acidentes aconteceram, devido a visão de atingir-se apenas o lucro e
aumento de produção.

Após muitos acidentes, e muita luta por melhores condições de trabalho


foram sendo introduzidas leis que visavam a diminuição dos índices de acidentes,
introduzidos equipamentos de proteção e diminuição da jornada de trabalho que
influenciavam os índices de acidentes e de doenças, ao longo do tempo, houve uma
evolução e junto a globalização que contribuiu com o aumento da concorrência entre
as empresas, começou-se a enxergar a gestão de segurança como uma ferramenta
necessária e como diferencial competitivo. Atualmente as grandes empresas visam
como objetivo principal a proteção do trabalhador na execução de suas atividades.

As novas mudanças no ambiente econômico, tecnológico e social


pressionam as empresas de pequeno e médio porte que almejam crescer, competir
e se relacionar com as grandes empresas a buscar novas formas de estratégia que
possam melhorar seus produtos através do aperfeiçoamento dos seus processos,
incluindo ferramentas que melhorem a qualidade e condições no ambiente de
trabalho, restando como missão a mudança de cultura de prevenção por parte de
empregadores e empregados, com ferramentas que busquem educar e
conscientizar da importância de realizar atividades de forma segura usado todos os
equipamentos necessários que visem minimizar os riscos.
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2. ACIDENTE DO TRABALHO

Acidente de trabalho como o próprio nome acidente remete trata-se de


uma ocorrência acidental e não planejada ocorrida ao trabalhador durante a
execução de suas atividades no ambiente de trabalho. De acordo com o ponto de
vista prevencionista todos os acidentes mesmo que não causem lesões devem ser
considerados, tais como todas as ocorrências que causem perturbações funcionais,
e estas são ocorridas não necessariamente dentro do ambiente de trabalho, podem
ocorrer como sintomas das jornadas e rotinas durante o período de trabalho,
conhecidas como as doenças ocupacionais como por exemplo a (LER) que tratam-
se das lesões por esforços repetitivos.

Art.19 da lei 8.213/91 define acidente de trabalho como “o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade para o trabalho”

As consequências de um acidente são as mais variadas tanto para o


acidentado, para a organização, para o estado e para a família que irá precisar se
adaptar as dificuldades ocorridas com os acidentes, que por ser imprevisível,
causam gastos que não estavam planejados. Os acidentes podem ser ocasionados
por condições inseguras presentes no ambiente em que o trabalhador executa suas
atividades, como também podem ocorrer por atos inseguros ocasionados pelo
próprio trabalhador que mesmo não estando se sentindo apto a realizar suas
atividades habituais acaba por se predispor a executar e acaba sofrendo acidentes.
A consciência de prevenção trata-se do método mais eficiente para evitar
a ocorrência de acidentes, e trata-se da forma mais utilizada pelas empresas que
possuem uma preocupação com as possíveis ocorrências de acidentes pois
preferem investir em prevenção do que arcar com os elevados custos causados
pelos mesmos, custos tanto monetários como visuais para as organizações, e esse
fator faz com que os números com acidentes de trabalho se reduzam pois o
empregador responsável por dirigir o empregado está construindo uma cultura
prevencionista e visando garantir condições mais seguras e propicias a realização
das atividades.
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2.1Custo do Acidente do Trabalho no Brasil

No Brasil, o Anuário Estatístico da Previdência Social (Aepes) mostra que,


entre 2012 e 2017, 3,5 milhões de trabalhadoras e trabalhadores sofreram acidentes
de trabalho no país. O que dá uma média de 700 mil acidentes por ano.Do total de
acidentes, 74,5% foram acidentes típicos, 22,7% de trajeto e 2,6% de doenças do
trabalho.A maioria das vítimas era do sexo masculino (69,4%). Ainda segundo a
Previdência, em 2017 havia 240.638 trabalhadores afastados do trabalho,
recebendo auxílio-doença, são 315 milhões de dias de trabalho perdidos. O diretor
do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) Francisco Luís Lima
relata que 4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) mundial é perdido em acidentes
de trabalho. Segundo ele, esse custo no Brasil chega a cerca de R$ 200 bilhões por
ano.
As atividades com mais notificações são o atendimento hospitalar (10%),
comércio varejista (3,5%) e a administração pública (2,6%).
Apesar dos dados do MPT apontarem uma queda de 7,6% no número de
notificações de acidentes de trabalho com mortes em 2017, na comparação com
2016.Ronaldo Fleury, afirma que mais de 50% dos acidentes não são notificados
oficialmente.Segundo ele os acidentes como contusões, são classificadas apenas
como dor, porque as empresas, quando começam a gerar muitos acidentes de
trabalho, o valor que elas precisam recolher para a Previdência Social se eleva, logo
há uma subnotificação para cortar gastos.
Segundo o MPT, uso de máquinas e equipamentos representa os
acidentes mais graves e corresponde a 15% dos acidentes de trabalho entre 2012 e
2017. Entre as principais causas estão ainda os agentes químicos (14%) e queda do
mesmo nível (13%). Ainda de acordo com o levantamento, trabalhadores com menor
remuneração são as maiores vítimas de acidente de trabalho e também os que têm
mais lesões incapacitantes.

2.2 Principais causas de acidentes do trabalho

Segundo aponta o jurista Arnaldo Sussenking apud Ayres e Corrêa


(2011), no livro Direito constitucional do trabalho, as principais causas responsáveis
pelo quadro de acidentes no país são: falta de conscientização de empresários e
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trabalhadores para a importância de prevenir os acidentes; formação profissional


adequada, para transmitir noções fundamentais de riscos com a função; jornadas de
trabalho com horas extraordinárias, causando fadiga; alimentação impropria e
insuficiente; prestação de serviço insalubre em jornadas de trabalho destinadas as
atividades normais, quando o recomendável é o encurtamento do período do
trabalho; a grande quantidade de trabalhadores sem o devido registro como
empregados, levando a alta rotatividade da mão de obra e abuso da terceirização de
serviços. Alem dessas causas pode ser acrescentado fato de muitas empresas
resistirem em investir em segurança e saúde no trabalho, visto que não implantam
medidas de proteção coletiva que são eficazes para neutralização dos riscos; a falta
de recursos humanos e materiais por parte do Ministério do Trabalho para fiscalizar
adequadamente os Empregos; a falta de mecanismos para efetivar ações
regressivas contra empregadores responsáveis por gerar os acidentes; e atuação
ineficiente das CIPAS dentro das empresas.

3 NORMA REGULAMENTADORA 6

3.1 EPI’s

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-


se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho, ou seja, destinado a preservar e
proteger a integridade física e a saúde do empregado contra as ações de agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho, quando medidas de proteção coletiva
não forem suficientes. Quanto a classificação dos EPI’s tem-se os equipamentos de
proteção para a cabeça; proteção para os olhos; proteção auditiva; proteção
respiratória; proteção de pés e pernas e proteção do corpo inteiro.
No que se refere a proteção para cabeça são equipamentos que
protegem a cabeça contra os efeitos de golpes, substâncias químicas, riscos
elétricos e térmicos. Como por exemplo capacetes, carneiras, conforme anexo 1,
figura A.
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No tocante a proteção para os olhos são equipamentos que os protegem


da projeção de partículas, luminosidades intensa, radiação infra-vermelha, respingos
de produto químico e etc. O tipo de óculos e protetor facial deve ser escolhido de
acordo com o risco da atividade desenvolvida, conforme anexo I, figura B.
Referente a proteção auditiva tem-se equipamentos que devem ser
utilizados em locais onde o nível de pressão sonora seja superior ao estabelecido na
NR-15 ou em locais devidamente sinalizados. Como por exemplo: protetoracoplado,
protetor auricular tipo concha, protetor inserção, conforme anexo I, figura C.
A respeito dos equipamentos que protegem específicamente o aparelho
respiratório, estes são classificados em respiradores com manutenção e sem
manutenção e devem ser especificados conforme o agente presente no ambiente,
conforme anexo II, figura D.
Em se tratando da proteção de pés e pernas, pode- se destacar as botas
com biqueira protetora que são usados onde existe riscos de quedas de objetos, seu
uso é necessário em construção, mineração e trabalhos pesados; as botas de
borracha ou PVC que são impermeáveis, para trabalhos realizados em locais
úmidos, lamacentos ou encharcados e tema inda as Perneiras que são usadas como
complemento de proteção de calçado, conforme anexo II, figura E.
Sobre a proteção para o corpo inteiro, destacam se os macacões e
vestimentas que protejam tronco e membros inferiores e superiores contra agentes
químicos ou umidade proveniente de operações com uso de água, choques elétricos
e precipitação pluviométrica.

3.2 EPC’s
Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo
aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um
ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho, ou seja, todo dispositivo sistema ou
meio físico ou móvel de abrangência coletiva destinado a preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros.

3.3 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR E DO EMPREGADO


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3.3.1 RESPONSABILDADE DO EMPREGADO

É dever do empregado utilizar o seu EPI somente para finalidade que se


destina sendo sua a responsabilidade de guarda e conservação, comunicando ao
empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.
Todo empregado ao receber deve obrigatoriamente assinar sua ficha de
recebimento de EPI. Todo EPI deve possuir o Certificado de Aprovação – CA,
expedido pelo Ministério do Trabalho.

3.3.2 Responsabilidade Social e Criminal do Empregador

O empregador é obrigado a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI


adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, para
atender a situações de emergência
De acordo com a portaria SIT nº 194, de 07 de dezembro de 2010,
compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e
trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco
existente em determinada atividade. Conforme a CLT:
“Art.157. Cabe a Empresa cumprir e fazer cumprir as Normas de Segurança
e Medicina, instruir seus empregados através da Ordem de Serviço quanto
ás precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho e adotar
medidas que lhe seja determinadas pelo MTB.”

O empregador deve estar preocupado em exigir do funcionário o uso dos


equipamentos de segurança, orientando e treinando sobre o uso adequado e guarda
e conservação, devendo ainda substituir sempre que os equipamentos estiverem
danificados ou extraviados e responsabiliza-los pela higienização e manutenção
periódica. É ainda de responsabilidade do empregador registrar através de fichas,
livros ou de sistema eletrônico o fornecimento de Epi’s aos trabalhadores,
comunicando ao Ministério do trabalho as irregularidades observadas.
A proteção coletiva e individual dos trabalhadores é um dever
impostergável do empregador, que ao não cumpri-la, poderá ser responsabilizado
civil e criminalmente pelos danos causados ao empregado.
No Direito brasileiro, a responsabilidade civil por acidente do trabalho se
baseia na hipótese da culpa por ato ilícito, onde é preciso que a vítima comprove na
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Justiça comum que o acidente decorreu de negligencia, imprudência ou imperícia;


ou por violação de uma obrigação preexistente. Conforme o Código Civil, Lei
nº10.406, de 10 de janeiro de 2002, em seu Título III, Dos Atos ilícitos, que dispõe:
“Art.186. Aquele que por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou
imprudência violar o direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. ”

De acordo com Ayres e Corrêa (2011) a negligencia compreende na falta


de cuidado, de atenção, com que se deve cercar os atos, para evitar repercussões
indesejáveis. No que se refere a imperícia é compreendida como o descumprimento
das regras aplicáveis ás artes ou ofícios. E a imprudência é a precipitação, o
abandono das cautelas normais que deveriam ser observadas em quaisquer
atividades.

4 PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO

4.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Conforme a NR5 a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)


tem como fator principal garantir e prevenir possíveis acidentes e doenças
ocupacionais que venham ocorrer durante as atividades laborais, mantendo a
segurança, preservando a saúde e a vida dos trabalhadores. Representada por
empregador e empregado a CIPA se colocada em pratica é um mecanismo de
prevenção eficaz, cujo deve ser constituída obrigatoriamente dentro das
organizações sejam elas públicas ou privadas, o que irá definir a sua implantação é
a quantidade determinada de funcionários integrados conforme o quadro de
atividade econômica estabelecido pela NR5.
A composição dos membros que fazem parte da CIPA é calculada de
acordo com a quantidade de funcionários que a empresa possui, os integrantes
escolhidos pelos empregados e os nomeados pelo empregador devem cumprir o
mandato de um ano. A nova eleição ou reeleição é realizada em até sessenta dias
antes do término do mandato vigente. Vale ressaltar que os membros que
representam os empregados dispõem da estabilidade de dois anos (no decorrer de
sua atuação e o ano seguinte a sua eleição) podendo ser dispensados somente por
justa causa.
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Prevenir, controlar e manter são fatores que tornam a CIPA um


movimento de grande importância, mesmo que os funcionários não sejam
conhecedores de termos técnicos voltados a segurança do trabalho, eles estão
diariamente ligados ao ambiente em que exercem suas atividades, assim são
capazes de identificar os prováveis riscos ali existentes. Quando concretizada com
sucesso a CIPA atribui a cultura de prevenção dentro da empresa, proporcionando
um ambiente saudável para seus trabalhadores.

4.2 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do


Trabalho – SESMT

Devido ao assustador crescimento de acidentes de trabalho surgiu a


necessidade da criação de serviços voltados a saúde e segurança o SESMT.
Designado com caráter obrigatório, previsto pela CLT e regimentado pela NR4:
“As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração
direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho”.
BRASIL, NR4, 1983.

O grau de risco exposto pela atividade juntamente com a quantidade do


quadro de funcionários são os critérios que tornam a implantação do SESMT
obrigatória, a partir deste levantamento serão estabelecidos o número de
profissionais especializados na área de atuação em engenharia de segurança e
medicina do trabalho. O SESMT deve ter seus especialistas registrados nas
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego e compor a seguinte equipe:
médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho,
técnico de segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho.
O SESMT e a CIPA atuarão em total conjunto, partilhando de informações
que previnam e eliminam os riscos que venha existir e que possa atingir os
trabalhadores. Também será incumbido aos serviços do SESMT colaborar com
novos planos que a empresa venha estabelecer, serão os responsáveis a orientar as
normas regulamentadora aplicadas às atividades funcionais da empresa, irão
orientar, conscientizar e educar os funcionários com relação à prevenção de
acidentes, bem como a análise e registro as doenças ocupacionais.
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4.3 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

A NR9 enfatiza que o PPRA tem por finalidade resguardar a saúde e


manter a plenitude do trabalhador diante dos prováveis riscos, nas quais venham
estar expostos. A implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é
obrigatória nas organizações, e deve ser elaborado pelo empregador juntamente
com os demais responsáveis por manter o local de serviço saudável, isso inclui a
criação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).
Ao elaborar o PPRA os membros da CIPA devem ser ouvidos, afinal, são
fundamentais na operação para prevenir os perigos da área de atuação das
atividades. De acordo com o item 9.3.1 da NR9 deve ser analisado e constado no
PPRA: identificação e prevenção dos riscos, definição de quais metas serão
seguidas e priorizadas, análises dos riscos na qual os funcionários estão
diariamente expostos, estabelecimento de padrões enfatizando os controles a serem
seguidos, supervisão do quão expostos estão aos possíveis riscos, geração de
registros e comunicação dos dados apurados.
É notório que o programa busca minimizar acidentes e juntamente com a
dedicação conjunta com os demais envolvidos, são capazes de proporcionar um
ambiente seguro e saudável.

4.4 Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional – PCMSO

O PCMSO visa por meio da prevenção das doenças ocupacionais,


proporcionar ao trabalhador um bem-estar físico e mental. Constituído pelos artigos
168 e 169 da CLT, prescrito da Convenção 161 da OIT (Organização Internacional
do Trabalho) diz que:
“Sem prejuízo da responsabilidade de cada empregador a respeito da
saúde e da segurança dos trabalhadores que emprega, e tendo na devida
conta a necessidade de participação dos trabalhadores em matéria de
segurança e saúde no trabalho, os serviços de saúde no trabalho devem
assegurar as funções (...) acompanhar a saúde dos trabalhadores em
relação com o trabalho (...) participar da análise de acidentes de trabalho e
das doenças profissionais” (Art. 5 º da Convenção 161 OIT)

Regulamentado na NR7 o PCMSO inicia-se com a averiguação dos


dados informados no PPRA referente aos riscos oferecidos para os trabalhadores, a
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partir de então são realizados diversos exames de acordo com cada ameaça
apresentada incluído analises clinicas.
“O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de
natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de
doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores”.
Item 7.2.3, NR7

As empresas de pequeno porte que se enquadram em graus de riscos


baixos e possuem a quantidade mínima de funcionários estão desobrigadas a
possuir um médico do trabalho. Não ficando isentas da elaboração e implantação do
programa que terá como parte do processo a homologação no Mistério do Trabalho
e Previdência para oficializar em caso de futura fiscalização.

5 MECANISMOS DE CONCIENTIZAÇÃO CONTRA ACIDENTES DO TRABALHO

Para que se tenha um bom ambiente de trabalho e boa qualidade de vida


para os trabalhadores, são necessários segurança e condições favoráveis à
preservação da saúde, portanto, fazer uso de meios para minimizar ou até mesmo
extinguir as possibilidades de acidentes de trabalho se fazem indispensáveis.
Os SGSST´s (Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho)
são mecanismos utilizados para a obtenção desses resultados positivos em relação
à prevenção de acidentes, com o objetivo de assegurar aos trabalhadores de
poderem exercer suas atividades com segurança, preservando assim, as suas
integridades físicas e psicológicas. A implementação de politicas de segurança, traz
benefícios não somente para os colaboradores, mas também para a organização
que aplica esses métodos de prevenção, sendo assim, todos saem ganhando, na
segurança, confiança dos colaboradores e clientes da organização, maior
produtividade, satisfação e respeito, bom relacionamento e motivação dos
colaboradores, diminuição de possíveis prejuízos para a empresa entre outros.
As organizações têm sucesso na aplicação desses sistemas quando
conseguem introduzi-los de forma que os colaboradores tenham o compromisso
com o uso dos EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) e EPC´s (Equipamentos
de Proteção Coletiva) e que se sintam em tão boas condições de trabalho que
tenham mais disposição para o trabalho, levando em consideração o sentimento de
segurança e confiabilidade.
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É importante que os gestores tenham uma boa estratégia para o


planejamento, aplicação, fiscalização e controle desses processos, para o
entendimento de todos em relação à importância e de todas as vantagens e todos os
benefícios adquiridos pela diminuição dos riscos de acidentes nos ambientes de
realização das atividades de trabalho, utilizando-se das normas regulamentadoras o
usos dos equipamentos de segurança para o indivíduo ou grupo de trabalhadores e,
para que assim, os mecanismos para a minimização dos acidentes sejam eficientes
e eficazes para todos os que compõem as organizações.
Entretanto, não há somente as SGSST´s, existem também a CIPA, PPRA,
PCMSO, todos são programas e meios para a prevenção e diminuição dos
acidentes de trabalho, bem como doenças ocupacionais, e que tem como intuito, a
proteção dos trabalhadores durante a execução de suas atividades de trabalho.
As devidas atitudes e ações realizadas em relação aos usos e aplicações
de tais mecanismos devem ser respaldadas com base nas NR´s (Normas
Regulamentadoras) para melhor aproveitamento e fiscalização.
O uso das Normas Regulamentadoras (NR´s) e da fiscalização são muito
importantes, pois a partir disso, pode se mensurar os dados referentes aos níveis de
acidentes, analisando as informações em relação ao aumento ou diminuição dos
mesmos, controle e prevenção de possíveis novos acidentes. Os mecanismos
existentes e implantados dentro das organizações também possibilitam o
esclarecimento e acompanhamento dos gestores para com os colaboradores, para
verificar e controlar o uso correto da proteção, medidas de prevenção, treinamento,
desenvolvimento das atividades de trabalho com segurança, conscientização e
preservação da vida de todos.
Portanto, utilizar os diversos meios para adquirir as vantagens de
segurança e produtividade para as organizações e colaboradores hoje em dia, é
totalmente indispensável, levando em consideração a responsabilidade da empresa
em relação aos trabalhadores e o devido uso dos empregados da proteção para sua
integridade e saúde deles mesmos. É importante ainda frisar a tamanha relevância
de tais meios e sistemas de prevenção e minimização de todas as formas de
acidentes, pois todos devem preservar suas vidas e a de seus companheiros no
ambiente de trabalho, buscando sempre a conscientização e segurança de todos
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6 METODOLOGIA

O levantamento de dados do presente artigo foi realizado através de


pesquisa bibliográfica, que consiste em um levantamento de informações colhidas
em artigos, livros e materiais que forneceram atuais e relevantes relacionados com o
tema, onde foi possível fazer uso de literaturas importantes e indispensáveis para
alcançar o objetivo da pesquisa.
De acordo com Lakatos e Marconi (2003) os métodos
“situam-se em níveis claramente distintos, no que se refere à sua inspiração
filosófica, ao seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou menos
explicativa, à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da
investigação e ao momento em que se situam.”

Fontelles apud Praça (2015,81) os procedimentos técnicos adotados em


pesquisa científica, refere-se a qual técnica utilizar para obter os resultados previstos
e imprevistos no projeto. A realização deste trabalho se deu por meio de uma
pesquisa bibliográfica qualitativa com base em estudo de artigos, livros e sites
acadêmicos.
Segundo Santos, Rossi e Jardilino apud Oliveira e Almeida (2010), este
tipo de pesquisa se preocupa fundamentalmente com a compreensão e
interpretação do fenômeno estudado, tendo como principal objetivo compreendê-lo,
explorá-lo e especificá-lo. “Todas as interpretações dos fenômenos são analisadas
indutivamente” (FERNANDES, 2009). Este tipo de metodologia permite realizar as
pesquisas com base em uma análise de fenômenos complexos e específicos.
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7 RESULTADO E DISCURSÃO

A segurança do trabalho é composta por uma dualidade de


responsabilidade em que a reciprocidade em que impor e aceitar a medidas de
segurança são responsabilidadesda empresa, queimplementamas medidas de
segurança como as previstas em lei e pela CLT (NR’s), mecanismos de segurança
como a CIPA, SESMT, PCMSO,PPRA e suas diversas ferramentas de
implementação e de analise, pra uma construção de uma mente ciente e
responsável para com as medidas de segurarão tanto por parte da empresa como
por parte do colaborador. Esses conjuntos de sistemas de segurança acabam por
criar um ambiente, em que o conhecimento do risco é um pressuposto liga à conduta
do sistema a conduta do funcionário, que por sua vez desenvolve uma cultura
responsável de segurança, construída em um ambiente que a cultura sobrepõe à
individualidade do comportamento dos colaboradores.
Com a responsabilidade de validar todas as normas de segurança, não
somente por obrigação jurídica mais por responsabilidade como empregador;
possibilita um contato mais próximo da realidade do funcionário sobre a sua cultura
quanto à segurança do trabalho, facilitando a implementação de todas as normas de
segurança previstas em lei como já citado acima, além de um melhor gerenciamento
das medidas de segurança com base na análiseatravés da PPRA e da PCMSO dos
próprios funcionários, que vivenciam a realidade do sistema de segurança no
ambiente de trabalho.
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8 CONCLUSÃO

As ferramentas e mecanismos de segurança de toda e qualquer empresa,


é desenvolvido em conjunto com os próprios funcionários a fim de tornar os dados
mais realistas possíveis com forme previsto pela PPRA e pelo PCMSO e pela CIPA,
essa atuação conjunta é possível graças às normas regulamentadoras vigentes que
por meio de várias ferramentas de controle e contabilização de risco as medidas de
segurança tornam se concretas na cultura da empresa, uma vez que a aceitação
das normas chega a ser passiva, visto que cada funcionário participa ativamente na
prevenção de acidentes.
Com responsabilidade de lidar com seguranças dos colaboradores não
basta somente implementar cada norma de segurança, sendo assim a CLT, buscou
aproximar cada vez mais as normas de segurança a realidade do trabalhador, não
somente para conscientização, mais também para sintam a necessidade e se
adaptem as novas medidas de segurança, criando uma cultura responsável de
segurança.
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REFERÊNCIAS

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empresas produtoras de baterias automotivas.

PRAÇA, Fabíola Silva Garcia. Metodologia da Pesquisa Científica: Organização


Estrutural e os desafios para redigir o Trabalho De Conclusão. Revista Eletrônica
Acadêmico, nº 1, p. 72-87, jan-jul, 2018.
17

ANEXO I

Figura A: Proteção para cabeça.

Figura B: Proteção para olhos e face

Figura C: Proteção auditiva

ANEXO II
18

Figura D: Proteção auditiva

Figura E: Proteção para pés e


pernas

Quadro 1: Epi’s x Funções


Fonte: AYRES e CORRÊA (2011).Manual de prevenção de acidentes do trabalho.
Publicação SENAI – Dep. Nacional 1996.
ANEXO III
19

Quadro 2: Acidentes do trabalho no Brasil no período de 1975 a 1999.


Fonte: AYRES e CORRÊA (2011).Manual de prevenção de acidentes do trabalho.
Estimativa do Ministério da Previdência Social, na primeira quinzena de agosto de 1999.

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