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Atumane Jacinto José Nanvarra - Economia e Gestão 4° ano -Diurno

Tema: Gestão Quantitativa de Riscos: Estudo de caso a Shoprite de Nampula.

Problematização

Em quase toda a actividade econômica há o carácter conflitante entre risco e retorno que
pode ser originado por uma cadeia de factores determinantes. Conhecer e saber lidar
com os aspectos atrelados a esta relação de incerteza é imprescindível para ambicionar a
maximização do desempenho no mercado de concorrência e com o crescimento da
competitividade entre as empresas na disputa por um mercado globalizado, impõe
exigências, cada vez maiores, principalmente sobre as áreas de desenvolvimento de
novos produtos, serviços ou empreendimentos internos quanto externos. Pois sabemos
que a incerteza e o risco presentes num negocio ou num projecto difícil, senão
impossível responder a esses eventos que amaçam a vida do projecto, portanto, essa
observação nos remete a seguinte questão: Quais são os riscos quem ameaçam a
empresa em estudo e quais estratégias pode se adoptar para fazer frente a eles ?

Palavras Chaves: Gestão de riscos, Riscos, Analise quantitativa, Estratégias, Shoprite


Nampula.

Objectivos

 Geral

Identificar os eventos de riscos, as causas e as consequências que a empresa enfrenta.

 Específicos

Evidenciar os riscos presentes na empresa;

Analisar o impacto e composição cada risco encontrado;

Compreender estratégias vantajosas na tomada de decisão para enfrentar os possíveis


riscos encontrados;
Revisão de literatura

Neste capítulo apresentamos uma revisão bibliografia acerca dos tópicos principais
desta investigação, com apoio de pesquisas bibliográfica especializadas e de estudos já
realizados anteriormente.

Literatura teórica

Risco

Segundo Brito (2013), basicamente, um risco é uma exposição à perda, a um resultado


indesejado. São muitas as definições de risco, muito dependentes da área na qual é
abordado (podemos destacar essencialmente a financeira, a das ciências operacionais,
matemáticas, estatísticas, económicas, e com particular relevância para a construção).

Segundo o Pmbok (2010), o risco é um evento ou uma condição incerta que possa
prejudicar as chances de sucesso de um projecto tendo efeito positivo ou negativo em
elementos um dos seus objectivos. eles podem apresentar 3 categorias:

 Riscos de gerência do projecto: são ligados a todos os eventos que podem fazer
com que o gestor do projecto venha a falhar;
 Riscos técnicos, de qualidade ou de desempenho: uso de metas e performance
irrealistas ou muito complexas que podem afectar o de avanço do projecto,
tecnologia não comprovadas, ou mesmo a falta de conhecimento.
 Riscos externos: qualquer desvio do ambiente ideal do projecto tais como:
pedido de demissão, questões trabalhistas, mudanças nas prioridade, entre
outros.

Para Solomon e Pringle (1981), o risco não é mais que o grau de incerteza que se tem
em relação a um evento, e onde haverá incerteza, haverá sempre um risco associado.

Conforme Morgan e Henrion (1990), não há risco se não houver incerteza, porém
poderá haver incerteza sem haver risco. Acontecimentos catastróficos de ordem natural
são um exemplo claro deste conceito, pois não podem ser considerados um risco, não
são quantificáveis.
Gestão de riscos

A exposição a riscos é uma característica comum a todas as organizações do meio


corporativo, sejam elas empresas financeiras ou não financeiras. Desta maneira, ainda
que realize estudos de mercado, formule excelentes estratégias de actuação ou elabore
planejamento eficazes, qualquer empresa continuará exposta a algum grau de incerteza.
Surge, então, a necessidade de gerênciar riscos empresariais objectivando antever
eventos de perda ou ganho, buscando se antecipar à materialização de riscos que causem
perdas e acelerando o acontecimento de riscos positivos.

Segundo Venâncio (2010) a gestão de riscos define a forma de lidar com imprevistos
que ocorrem em empresas, fazendo com que cenários futuros fiquem dentro de uma
faixa aceitável.

Morais (2010) “o gerenciamento de riscos pode ser entendido como sendo a formulação
e a implementação das medidas e procedimentos, técnicos e administrativos, que têm
por objectivo prevenir, reduzir e controlar os riscos”. (p. 129)

Segundo Crouhy, Galai e Mark (2008), a globalização e o decorrente engrossamento da


competição no mercado organizacional e financeiro corroboram para que a gestão de
riscos não seja mais tratada “apenas como uma actividade defensiva ou uma prática
sistemática de selecção de acções necessárias para minimizar e até mesmo evitar a
materialização das causas potenciais que podem levar a ocorrência de acidentes.

Tecnicas de avaliacao dos riscos

Analise Quantitativa

Para quantificar os riscos, são aplicadas técnicas e a análise de decisões que avaliam os
impactos e quantificam a exposição do projecto aos riscos por meio da atribuição de
probabilidades numéricas a cada um e aos seus impactos sobre os objectivos do
projecto.

Segundo Roxo (2006), São métodos que visam obter uma resposta numérica da
magnitude do risco, pelo que, o cálculo da probabilidade faz recurso a técnicas
sofisticadas de cálculo que integram dados sobre o comportamento das variáveis em
análise.

A quantificação da gravidade recorre a modelos matemáticos de consequências, de


forma a simular o campo de um dado agente agressivo e o cálculo da capacidade
agressiva em cada um dos pontos desse campo, estimando então os dados esperados.

Por sua vez, Pereira (2014), defende que habitualmente, a avaliação quantitativa ou
quantificação de riscos deve decorrer do amadurecimento do processo de gestão de
riscos na empresa a partir do bom funcionamento das demais etapas por um período de
tempo que dependerá das características de cada companhia. Por conseguinte, a
quantificação de riscos seria decorrente do aprimoramento da avaliação qualitativa de
riscos.

Analise Qualitativa

Os riscos identificados precisam ser priorizados, o que significa primeiramente prever


os impactos dos eventos sobre os objetivos do projeto e sua probabilidade de ocorrência.
Esta análise considera os níveis de tolerância a riscos e os períodos para os possíveis
eventos de risco. Morais (2010)

O mesmo autor defende que probabilidade é definida pelos envolvidos no projeto ou


especialistas que também estimam o impacto, isto é, a quantidade de danos ou ganhos
de um evento de risco. Chega-se, então, a uma matriz de probabilidade e impacto, onde
os riscos recebem uma classificação global como altos, médios e baixos.

Para Pereira (2014), a urgência dos riscos deve ser avaliada, com o objetivo de
determinar a data mais cedo de possibilidade de ocorrência do risco e, dessa forma,
definir repostas para aqueles que forem acontecer em breve. Para isso, é necessário
considerar os gatilhos de riscos, isto é, os sinais que indicam que um evento de risco
está preste a acontecer.

Planejamento e Estratégias
Segundo Venancio (2010), as medidas a serem tomadas para reduzir ameaças e
aproveitar as oportunidades precisam ser planejadas, o que significa também definir as
responsabilidades. A gravidade do risco determina o nível do planejamento das
respostas a ser realizado. Existem várias estratégias para reduzir ou controlar o risco,
que podem ser organizadas da seguinte forma:

Estratégias para riscos negativos ou ameaças: Prevenção: evitar o risco por


completo, eliminando sua causa; Transferência: deslocar o risco e suas conseqüências
para terceiros. O risco não é extinto, mas elimina-se a necessidade do seu
gerenciamento (por exemplo, contratação de seguro ou terceirização de serviço);
Mitigação: reduzir a probabilidade de ocorrência e o impacto de um evento de risco para
níveis aceitáveis.

Estratégias para riscos positivos ou oportunidades: Exploração: buscar


oportunidades de impactos positivos; Compartilhamento: entregar o risco para outro
grupo que esteja mais bem preparado para lidar com a oportunidade; Melhoria:
observar a probabilidade e impacto do evento para garantir que a organização perceba
os benefícios .

Literatura empírica

Após analisar as sete etapas propostas pela ISO 31000 para implementar o
gerenciamento de riscos nas companhias, foi possível concluir que tornar este processo
funcional não é tarefa simples e rápida. Por conseguinte, o sucesso nesta encruzilhada
requer esforço conjunto e contínuo de todos os agentes interessados e envolvidos, além
de estudos e análises que possibilitem a optimização das tomadas de decisão. Isto posto,
notou-se que a criação de valor por meio da gestão de riscos depende, em grande parte,
de como a organização insere este processo no seu planejamento estratégico, nos seus
objectivos e, principalmente, nos seus valores. Pereira (2014)

Segundo Brito (2013), todos concordam que a gestão de risco é um processo contínuo
que deve ser implementado durante todo o ciclo de vida do projecto. Essa gestão pode
ser definida como o sequenciamento de processos, integrado na gestão do projecto, que
inclui a Identificação, a análise do risco, medidas de prevenção do risco e controle do
risco.
Mendonça (2013) avaliação de riscos é um requisito legal, como já referido neste
estudo, e engloba uma série de passos importantes para a eficácia da sua aplicabilidade.
De acordo com o demonstrado neste relatório, são vários os métodos disponíveis que se
coadunam com vários sistemas de estudo, enaltecendo-se desta forma o papel da sua
escolha e da sua aplicação.

A avaliação de riscos concretiza-se numa metodologia realmente importante para a


identificação dos riscos que coexistem em qualquer actividade, bem como para a
priorização dos mesmos e consequente proposta das medidas correctivas e preventivas,
visando a minimização dos efeitos que os riscos identificados possam lesar.

Metodologia

Yin (2005) define o estudo de caso como uma investigação empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos.

Para soares um estudo de caso é uma descrição e análise, a mais detalhada possível, de
algum caso que apresente alguma particularidade que o torna especial. Sob o título se
incluem muitos estudos que forma uma gama de variedades.

Observa-se então, que este tipo de estudo pode trazer uma riqueza de dados e
informações de modo a contribuir com o saber na área de conhecimentos na qual for
utilizada.

Segundo Eisenhardt (1989), os estudos de caso costumam combinar diversos métodos


de coleta de dados, tais como documentos de arquivos, entrevistas, questionários e
observações. As evidências podem ser qualitativas (palavras), quantitativas (números)
ou ambas.

Quanto a abordagem

A abordagem da pesquisa é de natureza quantitativa, uma vez que foi delineada para
identificar e analisar o impacto dos riscos na empresa Recheios de Nampula com
objetivo de melhorar seus processos internos operacionais bem como o desempenho
econômico financeiro com foco nos resultados.

Marconi e Lakatos (2009) consideram que a metodologia quantitativa preocupa-se em


analisar e amostra amplas de informações numéricas, interpretando os resultados da
investigação. Fornece análise mais detalhada dos dados para provar a hipóteses baseada
na medida numérica e da análise estatística para estabelecer padrão de comportamento.

Para Pereira, Shitsuka, Pereira, & Shitsuka, (2018) noos métodos quantitativos, faz-se a
coleta de dados quantitativos ou numéricos por meio do uso de medições de grandezas e
obtém-se por meio da metrologia, números com suas respectivas unidades. Estes
métodos geram conjuntos ou massas de dados que podem ser analisados por meio de
técnicas matemáticas como é o caso das porcentagens, estatísticas e probabilidades,
métodos numéricos, métodos analíticos e geração de equações e/ou fórmulas
matemáticas aplicáveis a algum processo.

Os mesmos acrescentam que O enfoque matemático muitas vezes torna-se importante


por possibilitar a previsão dos acontecimentos. Esse enfoque pode ser utilizado em
qualquer área do saber humano, por exemplo, na Administração de Empresas podem ser
necessários números para a tomada de decisão gerencial, na Biblioteconomia os
métodos quantitativos podem ser estudados na Bibliometria, na Engenharia e mesmo
nas áreas de Saúde, podem-se utilizar métodos estatísticos para realizar previsões em
relação a algum fenômeno em estudo.

Universo ou amostra

O universo selecionado constituiu-se de uma empresa no setor de prestação de serviços


de vendas localizada na Cidade de Nampula Grosso com, que utiliza o planejamento
estratégico como uma ferramenta de gestão e controle dos seus negócios.

A amostra tem abrangência em todas as instalacoes nas quais essa empresa esta
inserida ,com a escolha de 20 funcionários de forma aleatória por acessibilidade, que
auxiliou no estudo empírico desta pesquisa.

Técnica de colecta de dados


Gil (2006), o questionário é a técnica de investigação composta por um número mais ou
menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo 120 por objetivo o
conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas.

Segundo Pereira, Shitsuka, Pereira, & Shitsuka, (2018) é necessário a padronização na


coleta de dados, isso facilita o processamento das informações e garante que o resultado
tenha relevância.

No primeiro estagio, foi realizado um estudo bibliográfico sobre o tema para dar
sustentação teórica à pesquisa.

No segundo, foi realizado uma pesquisa documental, que contribuíram para o


levantamento dos riscos.

Após, foram aplicados os questionários aos funcionários, a fim de identificar a


percepção deles em relação à gestão dos riscos da empresa.

Referencias bibliográficas

Brito, E. A. S. (2013), Gerenciamento de Riscos na Construção Civil. (Trabalho de


conclusão de curso). Belo Horizonte. Escola de Engenharia UFMG
Crouhy, M., Galai, D. e Mark, R. (2008),. Gerenciamento de Risco – Abordagem
Conceitual e Prática. São Paulo: Quality Mark Editora.

[EISENHARDT, 1989] Eisesharrdt, K. M. (1989). Building theories from case study


research. Academy of Management. v. 14. n. 4, p. 532-550.

GIL, A. C. (2006). Como elaborar projetos e pesquisa. (4ª e.d.). São Paulo Brasil: Atlas

Marconi, M. A. & Lakatos, E. M. (2009). Metodologia Científica. (5 e.d) São Paulo,


Brasil: Atlas

Morais, G. (2010).. Sistema de Gestão de Riscos - Princípios e Diretrizes. Rio de


Janeiro, Brasil:, Editora e Livraria Virtual.

Mendonça, A. L. P. V. (2013). Métodos de Avaliação de Risco: Contributo para a sua


aplicabilidade no sector da construção civil. ( Dissertacão de Mestrado).
Universidade do Algarve.

Morgan, M. G. e Henrion, M. (1990), Uncertainty: A Guide to Dealing with Uncertainty


in Quantitative Risk and Policy Analysis. Cambridge.: Universidade de
Cambridge.

Pereira, M. R. (2014). Gerenciamento de riscos nas empresas como forma de agregar


valore às organizações. (tese de mestrado). Rio de Janeiro. Universidade de Rio
de Janeiro.

Pmbok (2010). Um Guio em gerenciamneto de Projectos (Guia PMBOK). (4. ed.)

Roxo, M. (2006). Segurança e Saúde do Trabalho: Avaliação e Controlo de Riscos. (


2ª.ed.). Coimbra: Almedina.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Pereira, F. G. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia de


Investigação Cientifica. Santa Maria: RS.

Solomon, E. e Pringle, J. J. (1981), Introdução à Administração Financeira. São Paulo,


Brasil: Edição Atlas.
Venâncio, J. (2010). Gestao de Riscos em Projectos de Sofware. (Monografia).
Universidade Federal de Pernambuco.

Yin, R. K. (2005). Estudo de caso: planejamento e métodos. (3. e.d.) Porto Alegre:
Bookman.

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