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GESTÃO DE RISCOS

DANIELE MELO DE OLIVEIRA

UNIDADE 3
UNIDADE 3 | INTRODUÇÃO

De acordo com Barbosa (2011), muitas empresas


no Brasil não possuem nenhuma metodologia
para análise e tratamento de riscos. Quando um
risco não é mensurado e tratado, na maioria das
vezes ele se materializa em grandes perdas nas
diversas formas de contextualização, tais como:
acidentes pessoais (de clientes e colaboradores),
materiais (advindos de incêndios, explosões,
inundações, falta de manutenção), financeiros
(ganhos, mas principalmente perdas de dinheiro
e ativo imobilizado).
UNIDADE 3 | OBJETIVOS

• Analisar o processo de avaliação no gerenciamento de riscos.


• Compreender o processo de planejamento na gestão de riscos.
• Identificar e avaliar os tipos e graus de riscos, diferenciando impacto e
probabilidade de ocorrência dos riscos.
• Implementar formas de controle de mitigação de riscos.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

No planejamento de projetos a fase de


avaliação de riscos é considerada a mais
importante, pois a partir dele será dado mais
ou menos ênfase ao tratamento dos riscos,
de acordo com sua urgência e gravidade.
Devido à amplitude dos problemas que
circundam o mundo dos negócios, muitos
gestores literalmente se “perdem” e não
sabem por onde começar a mensurar as
ameaças para avaliá-las (BARBOSA, 2011).
A avaliação de riscos é um processo de suma importância para o sucesso de qualquer
negócio, pois dessa forma o gestor terá de forma clara as informações dos problemas
internos e externos que circundam seu ambiente. As empresas que possuem certificação do
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), como os da família da norma ISO (Organização
internacional de normalização), a avaliação de riscos deve ser considerada e implementada
obrigatoriamente para a manutenção dos selos de qualidade (BARBOSA, 2011).
Para as empresas que possuem o SGQ implantado, a avaliação de riscos significa o
levantamento de todas as não conformidades, que devem ser registradas em relatório
de auditoria para o devido tratamento. Com isso a empresa, por meio de seus gestores
de riscos, deverá implementar metodologia específica para mensurar, avaliar e tratar os
riscos inerentes à atividade da empresa.
A avaliação de riscos é um processo que pode ser utilizado também nos ambientes de
rotina social, como: avaliação de possíveis problemas de uma viagem de férias, de uma
cirurgia, da troca de veículo, da troca de piso, dentre outros. São inúmeras as
vantagens da aplicação de ferramentas para a avaliação de riscos.
Conforme o PMBOK (2007), São inúmeras as vantagens da aplicação de ferramentas para a
avaliação de riscos, dentre elas:

• Economia de recursos financeiros, pois reduzem as chances com gastos de dinheiro para
resolver situações inoportunas.
• Maior eficácia do negócio, pois haverá maior preparação dos ambientes interno e externo.
• Maior preparação física, no caso de riscos à saúde.
• Melhor mensuração de reposição de bens materiais novos aos antigos que representam
riscos.
Para análise de riscos o gestor deve abranger os aspectos econômicos, sociais e territoriais
que circundam o ambiente, trazendo o maior números de dados possível, indagando-os
para que todas as possibilidades de problemas sejam levantadas e os riscos de danos sejam
os menores possíveis. Dessa forma o gestor terá maior conhecimento do ambiente para
enfrentar possíveis crises que ocorram no seu negócio ou ambiente social.
GESTOR E AVALIAÇÃO DE RISCOS

A avaliação de riscos é uma atividade vital para a


sobrevivência de qualquer ambiente seja ele de
negócio ou de convívio e entretenimento social.
De acordo com o PMBOK (2007), para a avaliação de riscos recomenda-se:

• Identificação dos perigos;


• Determinação dos níveis de proteção necessários aos riscos;
• Mensuração de graus e fatores de risco;
• Determinação de requisitos metodológicos para a avaliação dos riscos;
• Determinação de padrões para a seleção de fornecedores;
• Se necessário, determinar avaliações personalizadas, como testes para determinar os
fatores de risco.
Um gestor não pode analisar somente as probabilidades de os riscos acontecerem,
mesmo que as chances da ocorrência serem baixas, mas também as improbabilidades,
pois dessa forma ele estará mais preparado a resolver situações inoportunas.
Sobretudo o gestor deve estar atento aos impactos do risco, ou seja, todos os danos
negativos nos aspectos pessoais, materiais ou financeiros.
A matriz de avaliação de riscos é uma ferramenta de gestão que pode ser construída, por
exemplo, em Excel ou Word. Nela devem constar todos os riscos de uma organização, um
segmento ou um setor, categorizando-os, identificando a probabilidade de ocorrência, o
grau de impacto, bem como elegendo responsáveis e respostas para cada situação
mensurada na matriz.
Essa ferramenta permite ao gestor visualizar onde e em que momento estão os maiores e
menores riscos para a tomada de decisões com maior assertividade, em menor tempo, sem
descartar a qualidade da tratativa definida. Para a construção de uma matriz de riscos o
gestor deve definir os eixos de avaliação, atentando principalmente para as probabilidades
e consequências de materialização dos riscos. Os impactos devem ser classificados como:
desprezível, médio e extremo.
PROCESSO DE PLANEJAMENTO DOS RISCOS

O processo quanto ao planejamento de riscos


deve ser único, exclusivo, pois o que é
coerente para minimizar, resolver e até mesmo
evitar os riscos de uma organização
provavelmente não se aplique a outra, devido
às diferenças materiais, regionais, de pessoas,
dentre outras. Todavia, devido ao seu caráter
antecipador, de previsões administrativas, o
planejamento de riscos pode ser considerado
a chave para o sucesso.
Para que o gestor de riscos realize o planejamento em prol de minimizar ou até mesmo evitar
impactos negativos, é necessário ter preparação e organização na estruturação dos objetivos a
serem cumpridos. O planejamento de riscos ocorrerá com sucesso se houver ações flexíveis
pelos gestores, de forma que todas as possibilidades de riscos sejam levantadas, pois um
grande perigo encontra-se em se desconsiderar a possibilidade de materialização de um risco.
O planejamento de riscos deve ser estruturado pelo gestor por meio de mensuração e
execução dos objetivos traçados, os quais deverão ser avaliados e reavaliados a curto,
médio e longos prazos, conforme as necessidades do cenário e da realidade, de acordo
com a missão, a visão e os valores organizacionais. Para Leusin et al (2006, p. 115), “Os
métodos de gestão representam um conjunto de práticas disponíveis para o uso no
sistema de gestão das empresas”.
ANÁLISES DE RISCOS

O diagnóstico dos riscos permitirá ao gestor ter


SWOT uma visão mais ampla e precisa dos riscos que
envolvem a empresa. O gestor pode utilizar de
ferramentas de gestão voltadas à qualidade,
como a análise de SWOT, bastante utilizada em
mapeamento e padronização de processos.
Na análise de SWOT são analisados os ambientes internos e externos das organizações,
com levantamento dos pontos fortes, fracos (ambiente interno), oportunidades e
ameaças (ambiente externo). Essa ferramenta pode ser construída com base em um
quadro no qual os gestores listam as situações de risco relevantes. Com essa análise, a
precisão do diagnóstico de riscos será mais clara e objetiva para o gestor.
Para a fase de execução do planejamento de riscos recomenda-se o uso da ferramenta
5W2H na distribuição e relevância das tarefas que devem ser executadas por meio da
elaboração de perguntas. O planejamento é realizado pelo questionamento dos riscos
levantados, pois as soluções podem estar nas respostas às questões levantadas.
“O 5W2H representa as iniciais das palavras em inglês, Why? (Por quê?), What? (O quê?),
Where? (Onde?), When? (Quando?), Who? (Quem?), How? (Como?) e How much? (Quanto
custa?)” (LEUSIN et al, 2006, p. 109).
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

Os riscos referem-se a uma condição


incerta que, se materializados, poderão
causar efeitos negativos, refletindo em
danos materiais e pessoais. É necessário
considerar que dentro das situações
sociais ou organizacionais, de operações
manuais ou mecanizadas, o infortúnio de
riscos é constante.
Os riscos positivos e negativos podem estar presentes em todos os ambientes e
situações do cotidiano, desde a falta de mão de obra qualificada, a qual pode paralisar
a execução de um projeto, até a presença de um vírus virtual, o qual pode danificar os
computadores e o sistema de tecnologia da informação de toda uma empresa,
corrompendo e roubando dados.
Os riscos positivos podem estar presentes na testagem de uma nova vacina ou medicação,
por exemplo, na formação de novos negócios, que envolvam a resolução dos impactos dos
riscos negativos e demais situações em que um ponto fraco se transforme em forte e uma
ameaça passe a ser oportunidade. Visando a minimizar os efeitos dos riscos negativos e
estimular a segurança, as normas regulamentadoras NR’s apresentam orientações e
procedimentos obrigatórios para maior eficácia na identificação de riscos nos ambientes.
TÉCNICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS

O brainstorming é uma ferramenta de rápida


duração. Normalmente conta com a participação
de equipes multidisciplinares, em que as ideias
devem ser registradas por escrito e visualizadas por
todos. Recomenda-se que um coordenador seja
eleito para organizar e direcionar a reunião para a
aplicação dessa técnica para o cumprimento de
alguns passos (KHUN 2013).
Outra técnica para a identificação de riscos é o Método Delphi, elaborado por psicólogos
americanos durante o período da Guerra Fria. Essa ferramenta é oposta ao brainstorming,
que é um método aberto para a análise de riscos. O Delphi é um método fechado, pois nele
o coordenador prepara um questionário a ser respondido pelos participantes da análise de
riscos (KHUN 2013).
FORMAS DE CONTROLE E MITIGAÇÃO DOS RISCOS

O controle e a mitigação de riscos envolve


medidas de gestão de caráter técnico, as
quais devem ser planejadas e colocadas em
prática. A expectativa é que sejam alcançados
os objetivos de gestão de riscos, com
resultados eficazes quanto ao aumento da
segurança e à consequente diminuição de
perdas materiais e financeiras (KHUN 2013).
Um grande desafio de controle e mitigação de riscos é a transformação das situações
inseguras em seguras, pois na maioria das vezes o plano de ação mexe com a rotina
social e de trabalho das pessoas, sendo necessária a quebra de paradigmas, ou seja,
a mudança de padrões de conduta e execução predeterminados. (KHUN 2013).
A mitigação de redução de riscos a padrões é um tema tão importante que na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB), por meio da lei nº 12.608/2012, há uma cláusula que prevê a
inserção transversal de conhecimentos de defesa civil aos alunos do ensino fundamental. Essa
lei objetiva disseminar o conhecimento em segurança em prol dos riscos, visando à redução dos
impactos advindos de desastres naturais tais como vendavais, enchentes, granizos,
deslizamentos de terra, entre outros.
RESPONSABILIDADES DE
CONTROLE E MITIGAÇÃO DE RISCOS

As responsabilidades de controle e mitigação de


riscos são inerentes às atividades organizacionais e à
distribuição de cargos nas empresas, ou seja, há
responsabilidades gerenciais e técnicas caso os riscos
se materializem.
Inicialmente, o gestor deve procurar eliminar os riscos, substituindo máquinas,
equipamentos, componentes, procedimentos de trabalho e demais objetos que estejam
causando riscos de danos e acidentes, seguindo parâmetros técnicos. Se não for possível
que o risco se materialize, o gestor deve proceder com mecanismos de atenção e alerta
aos usuários, da melhor forma possível.
O controle de riscos envolve a aplicação de técnicas, mas sobretudo o acompanhamento e a
manutenção constantes, garantindo a eficácia das medidas tomadas.
Os riscos podem estar presentes em todos os ambientes e situações, e cabe aos gestores
utilizarem ferramentas promissoras ao melhor controle das situações que possam causar
danos pessoais, físicos ou materiais.
OBRIGADA!

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