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MODELO BRASILEIRO DE

GERENCIAMENTO DE RISCOS
OPERACIONAIS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Ministério da Previdência Social - MPS
Secretaria Executiva - SE
Assessoria de Gerenciamento de Riscos - AGR

MODELO BRASILEIRO DE
GERENCIAMENTO DE RISCOS
OPERACIONAIS DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Modelo Brasileiro de Gerenciamento de Riscos Operacionais da Previdência Social

Apresentação

Freqüentemente o gerenciamento de riscos é visto como


reativo, ou ainda pior, não responsivo. Pura falácia. O
modelo brasileiro de Gerenciamento de Riscos adotado
pela Previdência Social trabalha com um método pró-ativo
em relação à ameaça e oportunidade, com base na clara
compreensão da poderosa natureza dos enfoques qualitativo
e quantitativo de gerenciamento de riscos.

A presente cartilha tem como objetivo apresentar a


metodologia desenvolvida pela Assessoria de Gerencia-
mento de Riscos do Ministério da Previdência Social em
suas ações de identificação, análise, avaliação, mensuração,
tratamento e monitoramento dos riscos associados às
atividades, funções ou processos da organização.

Esta metodologia está embasada nas melhores práticas


internacionais de Gerenciamento de Riscos e em normas
internacionais, tais como a Australian Standard AZ/NZS
4360-1999 (Risk Management Standards) e o COSO - The
Comitee of Sponsoring Organizations.

Este instrumento facilitará a comunicação interna através


do uso de uma linguagem comum e de um método

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consistente de avaliação dos riscos, promovendo o alcance


dos principais objetivos do Gerenciamento de Riscos:

• Tornar o gerenciamento de riscos parte integrante


da cultura da Previdência Social;

• Apoiar a gestão e a diretoria colegiada do INSS na


prestação de contas;

• Fortalecer a base ética, a credibilidade e a imagem


da organização e,

• Minimizar riscos e custos.

Álvaro Solon de França


Secretário-Executivo do MPS

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1. O que é risco?
Risco, segundo a Australian Standard AZ/NZS 4360-1999 , é :
"a chance de acontecer algo que causará impacto nos objetivos, e
que é mensurado em termos de conseqüências e probabilidade"
Os riscos podem se apresentar como problemas ou desafios que
necessitam ser encarados, por exemplo, os obstáculos que nos
impedem de cumprir as tarefas diárias, desenvolver e implementar
projetos ou atingir os objetivos e as metas da organização ou,
então, como oportunidades a serem aproveitadas.

2. O que é Gerenciamento de Riscos?


Ainda segundo a Standard AZ/NZS 4360-1999, Gerenciamento de
Riscos pode ser definido como:
"a cultura, os processos e a estrutura que são direcionados ao
efetivo gerenciamento de potenciais oportunidades e efeitos
adversos".
Isto significa que o Gerenciamento de Riscos é planejado para
propiciar o acesso integrado à gestão de riscos em uma organização,
objetivando melhores resultados através da identificação de
oportunidades e diminuição das perdas.
Significa, também, que os riscos devem ser gerenciados em toda a
organização, desde os níveis estratégicos até os operacionais,
passando por todas as áreas de atividades e funções.
O gerenciamento de riscos auxilia os gestores e demais servidores
a tomar decisões oportunas e adequadas que garantam o uso mais
efetivo dos recursos dentro de um nível de risco aceitável.
No âmbito do MPS, pode-se definir o gerenciamento de riscos como
um método organizado que identifica, conhece e seleciona os fatores
de riscos, buscando minimizá-los, controlá-los ou eliminá-los.

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3. Quem é responsável pelo Gerenciamento de


Riscos?
A tarefa de gerenciamento de riscos não pode ser vista como uma
atividade limitada à alta cúpula de uma organização, mas deve ser
implementada por todas as partes envolvidas nos processos, ou
seja, deve ser implementada em todos os níveis da organização.
Ao mesmo tempo em que todos os gestores de uma organização
têm a responsabilidade pelo gerenciamento de riscos, esta
responsabilidade varia de acordo com a posição de cada um dentro
da estrutura organizacional.
Políticas, orientações normativas e o estabelecimento formal dos
deveres de cada gestor são maneiras de garantir que haja um claro
entendimento da extensão da responsabilidade atinente a cada
cargo ou função.
É preciso que os gestores, além de estarem cientes de seus deveres
e responsabilidades, tenham a habilidade e o conhecimento
necessários para desincumbirem satisfatoriamente suas obrigações
como tomadores de decisões no processo de Gerenciamento de
Riscos.
É fundamental que as pessoas chaves sejam envolvidas em todas
etapas do processo de gerenciamento de riscos, a fim de garantir
que todos os riscos que permeiam a organização sejam
identificados e avaliados. Assim, as avaliações serão mais completas,
bem como o processo será compreendido por toda organização e
o pessoal envolvido se sentirá "dono" do processo e de seus
resultados.

4. Como surgiu a idéia de se criar uma área de


Gerenciamento de Riscos Operacionais do MPS?
Nos últimos anos, tem-se observado que organizações do mundo
inteiro, principalmente no mercado financeiro, têm desenvolvido
técnicas que permitem um adequado tratamento aos riscos
identificados.

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Esta mudança no mercado tem feito com que instituições, não só


privadas, mas também públicas, mudem a forma de enxergar os
riscos, seguindo uma tendência de flexibilização de gestão. Em
alguns países, o uso dessas técnicas tem sido freqüentemente
visualizado em organizações que têm uma postura pró-ativa diante
de suas vulnerabilidades, ou seja, previnem o surgimento de riscos
potenciais, monitoram e dão soluções para os riscos existentes.
Na gestão pública brasileira, a Previdência Social - MPS tem agido
de forma pioneira no que tange ao gerenciamento de riscos de
suas atividades. Através dessa postura, o MPS tem procurado
proteger seus recursos humanos, materiais e financeiros pela
eliminação ou redução dos riscos identificados.
A partir da análise das atividades desenvolvidas pela Assessoria de
Pesquisa Estratégica - APE, área de inteligência da Previdência
Social e da Auditoria Geral, surgiu a necessidade de estruturação
de uma área responsável pelo gerenciamento de riscos, ou seja,
uma assessoria que implementasse ações preventivas em relação
às vulnerabilidades identificadas e estudasse mecanismos de
controle para suas possíveis causas.
O gerenciamento de riscos envolve muitos aspectos e, portanto,
em muitas ocasiões deverá ser efetuado por equipe multidisciplinar.
É um processo interativo que pode contribuir para o aprimoramento
da organização, com desenvolvimento contínuo, onde cada ciclo
ou critério de risco pode ser melhorado a fim de atingir melhores
níveis de gerenciamento de riscos (AS/NZS 4360 Standards, 1999).

5. Qual a responsabilidade dos membros da Direção


da Instituição?
É responsabilidade dos membros da diretoria pensar em todos os
riscos da organização, inclusive naqueles que foram considerados
aceitáveis ou de baixa significância, pois sua natureza ou nível
pode mudar com o tempo. Também possuem a responsabilidade
em assegurar que sejam tomadas as medidas adequadas para o
tratamento dos riscos não aceitáveis.

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6. Quais os Benefícios proporcionados pelo Geren–


ciamento de Riscos?
O gerenciamento de riscos propiciará vários benefícios para a
organização, dentre os quais:
• gerenciamento mais efetivo de recursos, eventos, programas
e atividades;
• visão clara dos objetivos e resultados do negócio;
• benefícios decorrentes da identificação sistemática das
deficiências organizacionais;
• maior habilidade na identificação das necessidades de todos
os envolvidos;
• maior segurança para os servidores e para o cliente-cidadão;
• aperfeiçoamento da comunicação, tanto interna quanto
externa;
• aprimoramento da conformidade legal, aderência aos
regulamentos ou outras exigências formais;
• custos menores e previsões orçamentárias mais precisas;
• melhora da imagem e da reputação da organização;
• maior participação e interesse da sociedade no negócio e
na organização;
• maior suporte financeiro;
• maior compromisso e responsabilidade dos gestores
(accountability) e,
• uma organização melhor gerenciada, capaz de sustentar os
objetivos governamentais.

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7. Quais os fatores críticos de sucesso do geren–


ciamento de riscos?
A fim de garantir o sucesso do processo de gerenciamento de riscos,
a organização deverá:
• assegurar que a política de Gerenciamento de Riscos seja
estabelecida, implementada e mantida de acordo com as
normas, em todos os níveis da organização;
• disponibilizar os recursos necessários ao Gerenciamento de
Riscos;
• garantir a capacitação de pessoal, o desempenho do trabalho
e a verificação de atividades de revisão do sistema de
Gerenciamento de Riscos em intervalos especificados e,
• garantir a criação de indicadores de eficiência ou renta–
bilidade de unidades, produtos e serviços, que permitam
avaliar os processos críticos da Instituição.

8. Qual o Papel da Assessoria de Gerenciamento


de Riscos do MPS?
A Assessoria de Gerenciamento de Riscos deverá:
• garantir a criação de metodologia e sistema informacional
para o processo de gerenciamento de riscos, em harmonia
com a realidade da Instituição.
• comunicar o desempenho do Gerenciamento de Riscos à
gestão da organização, a fim de possibilitar a revisão e as
melhorias necessárias.

9. Quais as etapas fundamentais do Processo de


Gerenciamento de Riscos?
O gerenciamento de riscos é um processo interativo e cíclico que
contribui para o desenvolvimento contínuo da organização. O
modelo de processo de gerenciamento de riscos da Australian

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Standard AZ/NZS 4360-1999 é composto por algumas etapas que


devem ser seguidas para o alcance do melhor resultado. Suas etapas
fundamentais são:
A) Estabelecimento do Contexto
Estabelecimento do contexto significa definir o que fazemos e
como mensurar se estamos sendo bem sucedidos, a quem podemos
causar impacto com nosso trabalho e quais as categorias ou grupos
de atividades que compõem este trabalho.
No âmbito do INSS e do MPS, o processo objeto do trabalho do
Gerenciamento de Riscos será selecionado dentre aqueles que
apresentarem maior nível de risco, sob o aspecto financeiro,
estratégico, de conformidade (compliance) e de imagem.
Enquanto a matriz de riscos da instituição não estiver completa, a
seleção do processo será realizada a partir de critérios como análises
qualitativas, questionários e entrevistas com pessoas-chave,
montante de capital envolvido, imagem institucional ou subsídios
de outras áreas como Ouvidoria, Auditoria Interna, Assessoria de
Pesquisas Estratégicas - APE, ou de órgãos externos como Tribunal
de Contas da União - TCU e Secretaria Federal de Controle - SFC.
B) Identificação de Riscos
Identificação de riscos é o processo que define aqueles eventos
ou resultados que possam ter impacto no atingimento do sucesso
de uma organização.
No âmbito do gerenciamento de riscos do MPS, o levantamento de
riscos será feito, num primeiro momento, através do agrupamento
das vulnerabilidades levantadas junto às áreas de negócio. Este
levantamento se fará de acordo com a metodologia embasada na
norma australiana AS/NZS 4360:1999 e adaptada para a realidade
da Organização.
A etapa de identificação de riscos deve envolver, além dos
integrantes da AGR, representantes das áreas de negócios, a fim
de garantir que todas as vulnerabilidades sejam identificadas. A
validação destas vulnerabilidades deverá ser feita pela AGR, em
conjunto com os técnicos da área de negócio.

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C) Análise de Riscos
Análise de riscos é o processo que determina o impacto que um
risco pode ter (conseqüência) e a probabilidade de sua ocorrência.
No âmbito da AGR, serão realizados workshops para a validação do
relatório de vulnerabilidades. Este relatório será encaminhado,
previamente, a todos os participantes do workshop. Os
participantes serão, além da equipe de trabalho (representantes
da AGR e da gestão), os gestores da área de negócio e outros
especialistas que possam contribuir para a qualificação do trabalho.
D) Avaliação dos Riscos
A avaliação determina a prioridade no gerenciamento dos riscos
através da comparação do nível destes riscos no contexto dos
objetivos da organização.
A comparação é feita entre o nível estimado do risco determinado
na análise e critérios pré-estabelecidos (os dois numa mesma base).
E) Tratamento de Riscos
Tratamento é a ação empreendida após a identificação e a avaliação
de riscos considerados inaceitáveis para a organização.
F) Monitoramento e Revisão
Monitoramento é o processo que tem como objetivo verificar,
supervisionar, observar criteriosamente ou registrar a melhoria de
uma atividade, ação ou sistema a fim de identificar mudanças.
Revisão é o processo de avaliação do realizado em relação ao
planejado.
G) Comunicação e Consulta
A comunicação consiste em um meio adequado de diálogo entre
os stakeholders, com ênfase em consulta, além de um meio de
informação dos tomadores de decisão para os demais stakeholders.

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10.Como a Assessoria de Gerenciamento de Riscos


- AGR pretende monitorar os riscos?
No âmbito da AGR o monitoramento acontece em três níveis:
A) Monitoramento das Recomendações
As recomendações de medidas para a mitigação ou eliminação dos
riscos e vulnerabilidades deverão ser implementadas pelos gestores
da área de negócio que, em prazo a ser definido, apresentarão um
plano para sua implementação. Este plano conterá prazos,
responsáveis e atividades a serem desenvolvidas para a
implementação das medidas recomendadas. A gestão deverá definir
um representante, responsável pelo monitoramento das
ocorrências relativas à área.
A AGR irá monitorar a efetividade da implementação do plano até
que todas as recomendações sejam implementadas ou substituídas,
se for o caso. O monitoramento será registrado e acompanhado
continuamente através do Sistema de Informações de Risco - SIR,
onde as recomendações poderão assumir vários níveis quanto à
sua implementação (total, parcial, inexistente, substituída ou
sobrestada).
B) Monitoramento dos Riscos ou Vulnerabilidades
Após a implementação das recomendações, a Auditoria Interna
deverá analisar a efetividade dos controles implementados. Os
pareceres emitidos pela auditoria serão registrados no Sistema de
Informações de Riscos, podendo acarretar alterações nas
prioridades dos riscos, que são continuamente monitorados.
Portanto, o gerenciamento de riscos é um processo contínuo que
não se esgota com a implementação das recomendações.
C)Monitoramento das Atividades de Gerenciamento de Riscos
Durante a execução das atividades de gerenciamento de riscos
deverão ser analisados os indicadores de desempenho e sucesso
destas atividades, a fim de desenvolver melhorias contínuas e
avaliar a efetividade do processo.

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11.Existe algum Sistema de Gerenciamento de


Riscos em desenvolvimento?
Está sendo desenvolvido internamente na AGR o Sistema de
Informações de Riscos - SIR, cujo primeiro módulo já está em
funcionamento. O SIR permite o cadastramento de vulnerabilidades
por área de negócio e ordena os níveis de riscos de acordo com o
impacto e probabilidade de ocorrência; através de relatórios
gerenciais verificam-se as vulnerabilidades que foram detectadas
por área de negócio, quais recomendações foram feitas pela AGR e
que providências foram adotadas pela respectiva área de negócios
monitorada. Uma primeira versão na Intranet (rede corporativa)
será disponibilizada inicialmente com acesso restrito aos membros
da Diretoria Colegiada do INSS, Secretário-Executivo e Ministro de
Estado da Previdência Social.

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Ministério da Previdência Social – MPS
Secretaria Executiva – SE
Assessoria de Gerenciamento de Riscos – AGR
Esplanada dos Ministérios, bloco “F”, sala 907
Tel.: (61) 317-5101
CEP: 70059-900 – Brasília-DF
riscos@df.previdenciasocial.gov.br

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