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Pós-Graduação

Gestão em
Segurança Pública

Planejamento Estratégico
Aplicado à Segurança
Patrimonial
Apresentação

Carlos Eduardo Damian Leite

Gestão em Segurança Pública / Módulo 5 – Planejamento

Estratégico aplicado à Segurança Patrimonial – Faculdade

Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2016.

Guia de Estudos – Módulo 5 – Planejamento Estratégico

aplicado à Segurança Patrimonial. 1. Planejamento Estratégico

2. Segurança 3. Patrimônio 4. Público.

Faculdade Campos Elíseos


SUMÁRIO

MÓDULO 5 – Planejamento Estratégico aplicado à Segurança Patrimonial

5.1 Concepções de Planejamento Estratégico

5.2 Definição e Características do Patrimônio

5.3 Considerações sobre a Segurança Patrimonial

5.4 Planejamento Estratégico na Segurança Patrimonial


Conversa Inicial

No quinto módulo da disciplina “Gestão em Segurança Pública”, discutiremos


sobre as concepções de planejamento estratégico, analisando a definição e
características do patrimônio, bem como as considerações sobre a segurança
patrimonial para que, por fim, seja considerado o planejamento estratégico na
segurança patrimonial.

Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada


de estudos.

Ótimo aprendizado!
5.1 Concepções de Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico é uma ação relevante para toda e qualquer


organização se desenvolver plenamente, a fim de que seu empreendimento seja
estruturado com base nos diversos fatores de influência, internos e externos, com
foco nas ações que podem ser desenvolvidas a partir dos mesmos. Neste sentido,
são definidas estratégias, a fim de que os efeitos das realizações negativas sejam
minimizados, ou mesmo anulados, de modo que sejam obtidos o maior número de
benefícios possível.

A partir de ações de planejamento estratégico, percebe-se que os fatores


externos à organização constituem fenômenos de ordem política, econômica e/ou
sociocultural que, sem o devido controle, podem gerar efeitos drásticos ou ainda
anular o desenvolvimento da empresa, afetando suas ações e o relacionamento com
seus públicos. Tais aspectos são considerados em meio às previsões realizadas, em
função de se lidar com problemas de complexidades variadas.

Com relação ao patrimônio não é diferente, pois o planejamento estratégico


vida definir ações voltadas a todos os elementos pertencentes à organização, de
modo que sejam adequadamente apontados os perigos inerentes ao modo como a
empresa atua com seus recursos materiais e humanos, bem como o mercado no
qual atua ou possui a pretensão de atuar. Cabe-se também o planejamento com
relação ao âmbito interno da organização, a fim de que se garanta aos
colaboradores um ambiente de trabalho que propicie a motivação, a integração e a
produção de resultados eficazes.

As profundas mudanças que surgiram no contexto organizacional sugerem


que o planejamento estratégico seja empregado em função das ações promovidas
pela empresa, em função de superação de obstáculos e reconhecimentos de
conquistas, inclusive com base nos desafios encontrados no contexto mercadológico
contemporâneo, com foco voltado para a manutenção de aspectos físicos, materiais,
humanos e patrimoniais.

O ambiente organizacional é tido como um meio dinâmico, em que a


diversidade impera e a variedade de ideias e princípios comandam as realizações
possíveis. Neste sentido, faz-se fundamental lidar com os preceitos do planejamento
estratégico, para que o suporte oferecido pela organização seja respaldado por
aspectos como a governança empresarial qualificada, a integração efetiva com o
negócio, estrutura de trabalho em equipe com excelência, uso de recursos
tecnológicos atualizados, bem como o emprego de inteligência estratégica, com as
devidas considerações para com a eficiência dos processos, incluindo o de
segurança.

Há o compromisso firmado pela organização para com seus públicos


variados, dentre consumidores, fornecedores, acionistas, imprensa e governo (que
constituem o denominado “público externo”) e os colaboradores (que constituem o
“público interno”). Desse modo, verifica-se que a responsabilidade em termos de
segurança e suporte dizem respeito não apenas à reputação da instituição
empresarial como um todo, mas também para com todos os indivíduos que fazem
parte de seus públicos integrando, por sua vez, a sociedade atual.

Unindo-se as concepções de planejamento estratégico à segurança e


prevenção aos riscos, verifica-se que são necessárias ações como o monitoramento
constante do negócio, a percepção dos cenários de mercado e a manutenção
permanente dos colaboradores envolvidos na mobilização para a resolução de
eventuais dificuldades. Nesse sentido, a integração e participação efetiva de todos
os públicos, bem como a visão sistematizada da organização como um todo, faz-se
primordial. Além disso, cabe também a busca pela redução de ocorrências de danos
isolados, avaliando possíveis ações de planejamento estratégico para a prevenção
dos mesmos, no sentido de:
✓ Considerar os níveis de ameaças e de segurança organizacionais;

✓ Discutir as margens de eventuais prejuízos a partir dos danos causados à


organização;

✓ Identificar recursos para preservar a imagem e as realizações da empresa,


em meio aos desafios enfrentados.

Verifica-se a importância de se lidar com a segurança como um elemento


fundamental, não apenas uma atividade complementar, mas sim vital e sistêmica,
para que haja a devida integração entre os colaboradores, alcançando o devido
envolvimento para com todos os níveis e segmentos organizacionais. De modo
efetivo, a segurança deve ser trabalhada enquanto conjunto de ações contínuas,
dinâmicas e com flexibilidade, contando-se ainda com uma avaliação constante da
mesma, em benefício da adequação de medidas e procedimentos de segurança
contra riscos potenciais e reais.

Em função da preservação de valores, as empresas adquirem uma


consciência com relação ao planejamento estratégico, com um enfoque específico à
segurança organizacional, incluindo a do patrimônio pertencente à empresa, visto
que os prejuízos da organização atingem, de forma direta, os seus públicos externo
e interno. É com base nesta proteção à instituição e todos os níveis de indivíduos
envolvidos no cotidiano da mesma, que procedimentos de segurança e proteção ao
patrimônio devem fazer parte das realizações de planejamento da organização.

O nível de proteção deve considerar a importância de cada área


organizacional, que constitui o seu patrimônio como um todo, envolvendo estrutura
física, recursos materiais e humanos, bem como produtos e projetos já
encaminhados, ao longo das realizações efetivadas em seu ambiente, ao longo do
cotidiano, pelos colaboradores.
Como recurso de planejamento estratégico, pode-se aplicar a teoria dos
círculos concêntricos (de mesmo centro), definida como estratégia que envolve uma
análise do âmbito organizacional, considerando-se os procedimentos dos mais
simples aos mais elaborados, dos já alcançados aos que ainda são almejados, do
nível hierárquico mais baixo ao mais alto. Os círculos concêntricos partem sempre
do quesito a ser analisado, a exemplo das medidas de segurança voltadas ao
patrimônio organizacional, sendo que o ponto central de abrangência da análise é,
normalmente, a área física, setor ou realização que possui índices ideais de
desempenho.

Do mesmo modo, o compromisso deve ser para que a organização como um


todo alcance os índices de desempenho considerados ideais, a fim de que os
mesmos sejam trabalhados em função das realizações da organização, tais como o
relacionamento com seus públicos, a oferta de produtos e serviços, a garantia de
qualidade e segurança para com os mesmos, em função da obtenção de sucesso de
mercado.

A gestão do planejamento estratégico de maneira eficaz conduz a empresa à


minimizar os fatores de risco, a fim de que, de modo efetivo, possa garantir um
excelente posicionamento de mercado, bem como uma devolutiva positiva aos seus
públicos, com base na regulamentação de suas realizações. Dessa forma, o controle
organizacional, inclusive de segurança, deve ser preocupação permanente dos
colaboradores e de seus respectivos setores de atuação.

Em que ordem de importância o planejamento é


fundamental para a garantia de segurança na organização?
Síntese

O planejamento estratégico é uma ação relevante para toda e qualquer


organização se desenvolver plenamente, a fim de que seu
empreendimento seja estruturado com base nos diversos fatores de
influência, internos e externos, com foco nas ações que podem ser
desenvolvidas a partir dos mesmos. Unindo-se as concepções de
planejamento estratégico à segurança e prevenção aos riscos, verifica-
se que são necessárias ações como o monitoramento constante do
negócio, a percepção dos cenários de mercado e a manutenção
permanente dos colaboradores envolvidos na mobilização para a
resolução de eventuais dificuldades. Como recurso de planejamento
estratégico, pode-se aplicar a teoria dos círculos concêntricos, definida
como estratégia que envolve uma análise do âmbito organizacional,
considerando-se os procedimentos dos mais simples aos mais
elaborados, dos já alcançados aos que ainda são almejados, do nível
hierárquico mais baixo ao mais alto. Os círculos concêntricos partem
sempre do quesito a ser analisado, sendo que o ponto central de
abrangência da análise é, normalmente, a área física, setor ou
realização que possui índices ideais de desempenho.
5.2 Definição e Características do Patrimônio

O patrimônio de uma empresa pode ser considerado o conjunto de elementos


que forma sua identificação enquanto organização, com relação à suas instalações,
os produtos e serviços que oferece aos seus públicos, seus recursos materiais e
humanos, bem como a imagem que possui perante a sociedade.

Ao considerar-se a aplicabilidade da segurança com relação ao patrimônio,


podem ser analisados os seguintes fatores:

✓ Valores: Consistem em todos os alvos da proteção, a fim de que seja


garantida a continuidade dos negócios, bem como os resultados positivos
por parte da organização;

✓ Pessoas: São o primeiro grupo de valores da organização, composto


pelos públicos interno (colaboradores e seus familiares) e externo
(consumidores, fornecedores, acionistas, imprensa, governo e
concorrentes);

✓ Ativos físicos e financeiros: são compostos pelo numerário (moeda


nacional em espécie) e outras importâncias (moeda estrangeira,
instalações, recursos);

✓ Imagem: Vinculação do nome da organização, de suas realizações e de


seus colaboradores com fatos ou realizações específicos, que podem
gerar repercussão positiva ou negativa;

✓ Informações: Consistem nos registros sobre consumidores, fornecedores,


acionistas e concorrência, bem como os dados pessoais de
colaboradores, de caráter sigiloso e de valor estratégico, a exemplo de
projetos, planos e valores, além da rotina de serviços e funções dos
mesmos;

✓ Ocorrências: São registradas de acordo com a modalidade de ações da


organização, além das fragilidades presentes em seu âmbito, podendo
ser provocadas ou facilitadas por agentes internos e/ou externos;

• Ocorrências feitas por atores internos: Erros de procedimento,


descumprimento das normas, negligência, vazamento de informações;

• Ocorrências feitas por atores externos: Ataques variados como


sequestros, assaltos, arrombamentos, furtos, fraudes, vandalismo,
“lavagem” de dinheiro e crimes cibernéticos, além de fenômenos
imprevisíveis como incidentes e desastres da natureza (alagamentos,
deslizamentos de terra, ventanias).

✓ Estratégias: Produtos do planejamento estratégico, em função das


seguintes medidas:

• Prevenção: Identificação de condições, situações ou indivíduos que


venham a ser ameaçadores de algum modo, com a criação de fatores
que inibam tais ocorrências. Abrange as demais medidas voltadas ao
planejamento estratégico, pois o objetivo maior é evitar os incidentes
de segurança, tais como a análise de riscos, a disseminação de
instruções e da cultura de segurança, as aplicações de metodologias e
políticas, a definição de especificações de recursos e equipamentos;

• Correção: Com base nas análises feitas pelos procedimentos


preventivos, busca-se corrigir e redefinir concepções, recursos
tecnológicos e humanos, técnicas e normas já aplicados, a fim de que
se mantenha a eficácia das medidas de segurança estabelecidas,
podendo ser adotadas as atualizações de sistemas e recursos, o
monitoramento das tendências, de cenários, o acompanhamento da
efetividade de medidas de inibição adotadas, a avaliação e o controle
de situações e incidentes de crise.
• Recuperação: Elaboração de planos da organização, com base na
incidência ocorrida, a fim de que se tenha a previsão de um plano de
recuperação das suas atividades, sem que seja excluído o
conhecimento adquirido a partir dos incidentes efetivados, a fim de
sejam efetivadas avaliações e adaptações, de acordo com os
obstáculos enfrentados, em função de que se evitem outras
incidências, recuperando ocasionais perdas de ativos;

• Pesquisa estratégica: Consiste na coleta de dados apontados como


úteis, a fim de que a organização trabalhe a prevenção, em prol da
segurança, em todos os setores e realizações. Deste modo, cabe-se a
pesquisa estratégica como forma de fortalecimento institucional, assim
como reforço para o relacionamento efetivo com seus públicos,
inclusive entidades especializadas em segurança, departamentos do
governo, formação profissional, imprensa, divulgação publicitária e nas
mídias sociais. Tais setores da sociedade são fundamentais para que a
organização garanta a manutenção de sua imagem, elemento
primordial para que possa garantir a preservação de seu patrimônio.

Como o patrimônio de uma organização pode ser


protegido de um modo totalmente eficaz?
Síntese

O patrimônio de uma empresa pode ser considerado o


conjunto de elementos que forma sua identificação
enquanto organização, com relação à suas instalações,
os produtos e serviços que oferece aos seus públicos,
seus recursos materiais e humanos, bem como a imagem
que possui perante a sociedade. Ao considerar-se a
aplicabilidade da segurança com relação ao patrimônio,
podem ser analisados os seguintes fatores: valores,
pessoas, ativos físicos e financeiros, imagem,
informações, ocorrências – que podem ser feitas por
atores internos ou externos –, bem como estratégias, que
podem ser adotadas em função da prevenção, correção,
recuperação e pesquisa estratégica, a fim de que sejam
garantidos todos os elementos fundamentais à segurança
do patrimônio organizacional.
5.3 Considerações sobre a Segurança Patrimonial

A segurança em função do patrimônio é elemento integrante do processo de


planejamento estratégico da organização, sendo classificada de acordo com sua
setorização e as realizações pertinentes a cada uma delas, bem como as pessoas
que estarão envolvidas com relação as mesmas. Deste modo, pode-se considerar
as atuações da segurança patrimonial nos seguintes níveis setoriais e/ou de
informação:

✓ Excepcional: Área ou setor organizacional que possui alta sensibilidade


ou periculosidade, com acesso a um grupo restrito de colaboradores, com
ligação estritamente relacionada às atividades desenvolvidas, enquanto
local estratégico para a organização;

✓ Ultrassecreto: Setores que lidam com informações relacionadas à


soberania e à integridade do território nacional, planos e operações de
caráter militar, de relações internacionais, projetos de pesquisa e de
desenvolvimento científico e tecnológico, projetos de interesse da defesa
nacional e/ou programas econômicos, cuja divulgação venha a gerar
danos gravíssimos à segurança do Estado e da sociedade;

✓ Segurança elevada: Áreas ou setores que possuem níveis altos de


vigilância, feita pelos próprios colaboradores pertencentes ao mesmo, ou
por terceirizados, especialistas advindos de empresas de segurança
patrimonial;

✓ Secreto: Classificação voltada a informações com base sistêmica,


referentes a instalações estruturais, planos, projetos, programas, projetos
e/ou operações de interesse da defesa nacional, assuntos de cunho
diplomático e/ou de inteligência, cuja divulgação venha a gerar danos
gravíssimos à segurança do Estado e da sociedade;

✓ Segurança mediana: Área ou setor com sensibilidade ou periculosidade


média, com exigências de acesso restrito a colaboradores com relações
institucionais pertinentes às atividades desenvolvidas;

✓ Confidencial: Consistem em informações de conhecimento restrito, de


interesse do Poder Executivo e das partes envolvidas, as quais podem
frustrar os objetivos ou acarretar danos à segurança do Estado e da
sociedade, se forem reveladas;

✓ Segurança rotineira: Área ou setor com baixa sensibilidade ou


periculosidade, com acesso restrito a colaboradores relacionados à
necessidade de trato funcional ou de negócios com as atividades
desenvolvidas;

✓ Reservado: São reservadas as informações que podem comprometer


planos, operações ou objetivos nelas previstos ou citados, a partir da
revelação não autorizada das mesmas;

✓ Segurança periférica: Área ou setor integrante dos limites do perímetro da


unidade ou instalação organizacional, sem índices de sensibilidade ou
periculosidade;

✓ Compartimentação das áreas vigiladas: Procedimento adotado em


organizações que possuam edificações com grandes áreas de extensão,
em que seja necessária a proteção patrimonial de modo constante. Esta
condição demanda um investimento significativo em segurança, com
relação à construção de barreiras perimetrais, instalação de câmeras de
segurança, realização de rondas motorizadas, dentre outras ações.

Com base no item de compartimentação de áreas, pode ser considerada a


iniciativa das organizações em reduzir custos com a adoção de tais procedimentos
de segurança do patrimônio, planejando a proteção exclusiva de áreas menores
inseridas em sua extensão, reconhecidas como excepcionais ou de segurança
elevada, fortalecendo a atuação dos responsáveis pelas ações voltadas à proteção
de suas instalações, a exemplos de setores em que são armazenados e/ou
produzidos materiais sigilosos, ou áreas de total isolamento, devido a um motivo
específico.

Para reforçar ainda mais a necessidade organizacional da restrição de acesso


às áreas ou setores compartimentados, cabe-se ainda a adoção, na cultura da
instituição, da utilização de identidades funcionais personalizadas (crachás), onde a
identificação dos níveis de restrição a que os colaboradores possuem acesso está
definida.

O que gera mais resultado: a segurança patrimonial


em toda a extensão da organização ou a compartimentação das
áreas a serem vigiladas?

Em função do monitoramento do nível de segurança, podem ser


considerados os seguintes aspectos:

• Região geográfica: Diferenciações na forma como são realizadas as


ações contra o patrimônio organizacional nas regiões de um país, ou
ainda em determinados bairros e/ou setores do município em que a
organização se encontra instalada;

• Localização: O local em que a organização se encontra aumenta ou


diminui o nível de risco de incidências contra a segurança de seu
patrimônio, sendo que instalar-se às margens de uma rodovia ou com
pouco fluxo de transeuntes pode aumentar os riscos, mas ter suas
dependências próximas a distritos policiais ou em locais com alto fluxo
de transeuntes diminuem os riscos;

• Variáveis: Interferem de modo relevante nos riscos de incidências


contra a segurança patrimonial e devem ser consideradas, como a
quantidade de pavimentos da dependência, o layout dos mesmos, a
estrutura de seus ambientes, o segmento de mercado em que atua, o
perfil de seus públicos e o histórico de incidentes.

Síntese

A segurança em função do patrimônio é elemento integrante do


processo de planejamento estratégico da organização, sendo
classificada de acordo com sua setorização e as realizações
pertinentes a cada uma delas, bem como as pessoas que
estarão envolvidas com relação as mesmas. Os níveis setoriais
e/ou informacionais de segurança podem ser classificados
como excepcional, ultrassecreto, de segurança elevada,
secreto, de segurança mediana, confidencial, de segurança
rotineira, reservado, de segurança periférica e de
compartimentação das áreas vigiladas. Pode ser ainda
considerada, com a compartimentação das áreas vigiladas, a
iniciativa das organizações em reduzir custos com a adoção de
tais procedimentos de segurança do patrimônio, planejando a
proteção exclusiva de áreas menores inseridas em sua
extensão, reconhecidas como excepcionais ou de segurança
elevada, fortalecendo a atuação dos responsáveis pelas ações
voltadas à proteção de suas instalações.
5.4 Planejamento Estratégico na Segurança Patrimonial

A fim de que seja desenvolvida uma estratégia efetiva de segurança


patrimonial na organização, verifica-se a importância de ser adotada a gestão da
continuidade de negócios (GCN). Trata-se de um recurso de gestão bastante
pertinente ao contexto dinâmico em que as organizações se inserem atualmente.
Com a adoção da GCN, a organização pode se preparar de modo mais efetivo para
a superação dos obstáculos que venham a ameaçar quaisquer elementos de sua
segurança patrimonial. Seu foco é voltado para a prevenção, evitando-se uma
reação imediata e despreparada, apenas com a ocorrência de incidentes. Busca,
portanto, o estabelecimento de uma cultura organizacional voltada à construção de
uma resiliência significativa, como garantia de efetivação de suas realizações.

A atuação da gestão da continuidade de negócios é caracterizada como


proativa, no sentido de se estabelecer fundamentos estratégicos e operacionais com
relação ao desenvolvimento da resiliência organizacional, voltada a eventos que
venham interromper ou gerar perdas com relação às ações relevantes. Evita-se a
adoção de medidas precipitadas, após a ocorrência de um incidente, direcionando a
abordagem de forma holística, a fim de que a resiliência seja trabalhada de modo
igualitário pelos níveis gerencial e operacional da organização.

O impacto da não resolução de eventos negativos gera prejuízos para a


organização, inclusive com relação ao valor de mercado. Nesse sentido, a falta de
confiança na capacidade dos gestores em agir de modo rápido e profissional
reforçam tal desvalorização. A GCN potencializa a capacidade estratégica da
organização para planejar, sendo aplicada como um ciclo que permite a
compreensão de suas realizações, bem como o preparo para o devido
enfrentamento de crises, com base na definição dos processos críticos, na avaliação
de risco e impacto dos processos, na definição de estratégias de continuidade dos
negócios, na determinação de responsabilidades, no desenvolver e no teste de
planos de continuidade.

Pode-se considerar a GCN como recurso que


potencializa o alcance do planejamento estratégico na
organização?

Realiza-se como ação inicial a análise de impacto, a partir de um processo


dinâmico para identificar funções e operações, dependências internas e externas,
além dos apropriados níveis de resiliência. Podem ser avaliados diversos cenários
de interrupção dos processos organizacionais, bem como de sua imagem e
reputação. Deve-se reconhecer ainda que os processos são sustentados pelos
colaboradores e pelos recursos (tecnologia, infraestrutura física, de produção e de
logística) que a organização possui.

Ao se analisar as vulnerabilidades e o impacto provocados pela interrupção


de um incidente, deve-se ainda verificar as consequências para com a atuação dos
colaboradores e dos recursos utilizados. Tal percepção é adquirida a partir da devida
análise de risco e impacto, sendo a mesma fundamental para que se considere e
mensure a situação crítica real dos processos. Fornecem recursos para tomada de
decisões, providenciando um direcionamento em ações contingenciais, a fim de que
se priorize a retomada dos mais relevantes processos organizacionais.

A recuperação das prioridades organizacionais faz parte da estratégia


baseada na GCN, com base nos resultados obtidos por meio da análise de impacto
em suas realizações, incluindo os negócios. Diante do nível de serviço que a
organização persiste em alcançar e manter, a GCN é fundamental para que a
retomada das ações com uma possível interrupção. É visando a continuidade das
operações organizacionais que se estabelecem prazos e metas para as atuações
futuras, incluindo o devido preparo dos colaboradores, com foco àqueles que
possuem funções vitais à organização.

A GCN preocupa-se também com a devida difusão de informações, a fim de


que o uso incorreto das mesmas não promova conflitos internos, sendo que estes
podem ser um obstáculo bastante significativo na manutenção da organização, após
os impactos causados pelas incidências negativas. A cadência dos objetivos deve
ser devidamente expressa nos planos voltados ao programa de gestão da
continuidade.

Constitui-se como pilar central da GCN a análise de impacto nos negócios,


tendo em vista que é o elemento responsável por identificar, quantificar e qualificar
os prejuízos gerados pela interrupção ou perda dos processos de negócio
organizacionais. É a partir desta análise que serão consideradas as decisões mais
importantes para a manutenção das realizações organizacionais, permitindo
identificar os seguintes aspectos:

✓ Compreensão dos processos críticos, bem como a prioridade de cada um


deles e o tempo máximo de retomada pós-interrupção;

✓ Identificação dos impactos mais relevantes nos negócios organizacionais,


a partir de elementos como imagem e reputação;

✓ Oferecimento de informações para efetivar as estratégias de recuperação;

✓ Identificação dos impactos que geram danos à reputação, aos ativos e à


posição organizacional de mercado;

✓ Quantificação do tempo máximo tolerado em relação a uma interrupção.

Os objetivos e o alcance dos mesmos devem ser considerados pela


organização, em meio à avaliação de impacto nos negócios, a fim de que sejam
devidamente sanados os seguintes aspectos:
• Impacto ao bem-estar dos colaboradores;
• Perda ou prejuízo em instalações físicas, recursos tecnológicos ou de
informação;
• Deveres ou normas internas desrespeitadas;
• Prejuízos à reputação organizacional;
• Danos de ordem financeira;
• Qualidade de produtos e/ou serviços em declínio;
• Danos sociais e/ou ambientais.

Em um caso de incidência negativa, para que seja classificado o grau de


impacto que as ameaças venhas a gerar nos negócios, a análise dos riscos e
recursos, com base na GCN, torna-se uma ação fundamental, baseada nas
necessidades da organização e de seus públicos.

Síntese

A fim de que seja desenvolvida uma estratégia efetiva de segurança


patrimonial na organização, verifica-se a importância de ser adotada
a gestão da continuidade de negócios (GCN). Com a adoção da
GCN, a organização pode se preparar de modo mais efetivo para a
superação dos obstáculos que venham a ameaçar quaisquer
elementos de sua segurança patrimonial. Seu foco é voltado para a
prevenção, evitando-se uma reação imediata e despreparada,
apenas com a ocorrência de incidentes. Busca, portanto, o
estabelecimento de uma cultura organizacional voltada à construção
de uma resiliência significativa, como garantia de efetivação de suas
realizações. Constitui-se como pilar central da GCN a análise de
impacto nos negócios, tendo em vista que é o elemento responsável
por identificar, quantificar e qualificar os prejuízos gerados pela
interrupção ou perda dos processos de negócio organizacionais. É a
partir desta análise que serão consideradas as decisões mais
importantes para a manutenção das realizações organizacionais
Considerações Finais

Finalizando o módulo 5, esperamos que você tenha compreendido as


concepções de planejamento estratégico, analisado a definição e características do
patrimônio, bem como as considerações sobre a segurança patrimonial para que,
por fim, tenha considerado o planejamento estratégico na segurança patrimonial.

Referências Bibliográficas

FERREIRA, Fernando Nicolau Freitas; ARAÚJO, Márcio Tadeu de. Política de


Segurança da Informação: guia prático para elaboração e implementação. Rio de
Janeiro: Ciência Moderna, 2006.

GIL, Antonio de Loureiro. Segurança Empresarial e Patrimonial. São Paulo: Atlas,


1995

MANDARINI, Marcos. Segurança Corporativa Estratégica. São Paulo: Manole,


2006.

MOREIRA, Nilton S. Segurança Mínima: uma visão corporativa da segurança de


informações. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2001.

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