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CURSO DE ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCO

(CAGR/SAU)

MÓDULO 5

GERENCIAMENTO DE RISCO

BRASÍLIA - 2010
Curso de Análise e Gerenciamento de Risco (CAGR/SAU) 2

CURSO DE ANÁLISE E GERENCIAMENTO DE RISCO


(CAGR/SAU)

GERENCIAMENTO DE RISCO

“A classificação do risco é um fator crítico em qualquer situação de Gerenciamento da Segurança,


mas as técnicas que agora estão sendo disponibilizadas, auxiliadas pela crescente disponibilidade dos
Bancos de Dados, permitirão, de agora em diante, a determinação dos riscos com uma exatidão cada
vez maior. Qualquer risco poderá então ser calculado e otimizado para o bem da comunidade”.

A.J. Herbert (1976)

SUMÁRIO

1. CONCEITOS E BÁSICOS
1.1 Objetivo

2. GERENCIAMENTO DE RISCO
2.1 Elaborar Planos de Ação com base no método 5W2H
2.2 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR

3 BIBLIOGRAFIA
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1. CONCEITOS E BÁSICOS

1.1 Objetivo
Existem muitas definições de Gerenciamento dos Riscos; as mais simples, no entanto, são
sempre lembradas. Esta definição, da Universidade de Surrey, não pode ser melhorada:
Gerenciamento dos Riscos é um processo que garante que:
• os objetivos têm mais probabilidades de serem alcançados;
• as situações causadoras de danos não irão ocorrer, ou têm menor probabilidade de
ocorrer;
• as situações benéficas serão alcançadas ou têm maior probabilidade de serem
alcançadas.

Não é um processo de evitar os riscos. O objetivo do Gerenciamento dos Riscos não é


eliminar os riscos, mas Gerenciar os Riscos envolvidos em todas as atividades, para maximizar as
oportunidades e minimizar os efeitos adversos.
Mais especificamente, o Gerenciamento dos Riscos é um processo formal (de negócios)
usado para identificar os riscos e oportunidades, em uma organização, estimar o impacto potencial
desses eventos e fornecer um método para tratar esses impactos, para reduzir as ameaças até um nível
aceitável ou para alcançar as oportunidades.
Em sua forma básica, o processo de Gerenciamento dos Riscos envolve:
• A identificação dos riscos e oportunidades;
• A medição e avaliação desses riscos, a partir de uma perspectiva da exposição atual;
• A determinação de um nível alvo (ou desejado) de exposição (apetite do risco); e
• Um plano de gerenciamento (envolvendo controles, ações e retrocessos) para evoluir do
estado atual para o estado alvo.

2. GERENCIAMENTO DE RISCO

2.1 Planilha 5W2H


A planilha 5W2H é uma ferramenta de planejamento e constitui-se de um relatório por
colunas, cada uma delas encabeçada por um título (em inglês, na sua origem):

What? O quê?
Why? Por quê?
Who? Quem?
Where? Onde?(geralmente descrito no “Como”)
When? Quando? (Cronograma)
How? Como?
How much? Quanto? (Orçamento)

Por uma questão de comodidade de leitura, muitas planilhas deixam de considerar a coluna
Where — por ser geralmente na empresa — e pelo fato de o local poder ser especificado no
How?.
Esta planilha é um instrumento importante de planejamento e é aplicada especialmente
para elaborar um Plano de Gerenciamento de Risco (PGR) mais simples.
O desdobramento pode ser feito continuamente para níveis cada vez mais próximos do
nível operacional. O último nível — não desdobrável — é evidentemente o nível de ação operacional:
aquele em que cabe ao operador executar a ação planejada.
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Vejamos como esta planilha é elaborada:


O QUÊ? Aqui é especificada a meta, aquilo que se quer atingir..
POR QUÊ? É uma justificativa da coluna anterior “O quê”
QUEM? Indica o nome do responsável contido em “O quê?”.
ONDE? Local que será implementado o evento
QUANDO? Indica o período em que se desenvolve o conjunto de atividades
correspondentes a “O quê?” (primeira coluna).
COMO? Indica o método para atingir “O quê?”.
QUANTO? É o orçamento autorizado.

MODELO DE PLANILHA 5W2H


OBJETIVO:

ATIVIDADE

O QUÊ?

.
POR QUÊ?

QUEM?

ONDE?

QUANDO?

COMO?

QUANTO?
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MODELO DE PLANILHA 5W2H


OBJETIVO: Realizar o controle do Sistema de combate a Incêndio

ATIVIDADE

Recarga dos extintores de incêndio


O QUÊ?

Para manter os extintores dentro da validade (em condição de uso)


POR QUÊ?

Auxiliar Administrativo da Seção de Combate Incêndio


QUEM?

Oficina 5
ONDE?

Semestralmente (até 15 de janeiro e 15 de julho)


QUANDO?

COMO? Verificando os lacres dos Extintores (validade)

03 Extintores de 5 Kg de pó químico R$ 50,00 – Total R$ 150,00


02 Extintores de 10 Kg Espuma R$ 70,00 – Total R$ 140,00
QUANTO?
TOTAL = R$ 290,00
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2.2 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR

Veremos, agora, o PGR completo.


O PGR será tão complexo quanto for a necessidade de controle dos riscos.
Internacionalmente, o termo gerenciamento de riscos é utilizado para caracterizar o
processo de identificação, avaliação e controle de riscos. Assim, de modo geral, o gerenciamento de
riscos pode ser definido como sendo a formulação e a implantação de medidas e procedimentos,
técnicos e administrativos, que têm por objetivo prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como
manter uma instalação operando dentro de padrões de segurança considerados toleráveis ao longo de
sua vida útil.
Considerando que o risco é uma função da freqüência de ocorrência dos possíveis
acidentes e dos danos (conseqüências) gerados por esses eventos indesejados, a redução dos riscos
numa instalação ou atividade perigosa pode ser conseguida por meio da implementação de medidas
que visem tanto reduzir as freqüências de ocorrência dos acidentes (ações preventivas), como as suas
respectivas conseqüências (ações de proteção), conforme abaixo:

O PGR deverá seguir, basicamente, as seguintes etapas:

2.3 Abrangência
A primeira coisa que você deve fazer e identificar o tamanho do ambiente que você quer
gerenciar.
Explicando: quanto maior o ambiente, maior a especificidade técnica, maior
particularidades, convém ser empregados subgerentes ou subcomissões para levantar os perigos
relacionados a cada área de atuação ou responsabilidade sobre processos.
Para exemplificar, vejamos um hospital de médio porte:
Neste ambiente, você poderá determinar que o responsável pela emergência, pela ortopedia,
pela clinica médica, levante os perigos e riscos de suas seções.
Poderá determinar, também, que os responsáveis pelas ambulâncias, pela recepção, pelos
registros, pelos processos financeiros, identifiquem os riscos e perigos associados aos seus processos e
procedimentos.
Cada seção poderá elaborar um PGR até o seu nível de competência. O que extrapolar será
abrangido pelo PGR geral do hospital.
Desta forma, o responsável pelas ambulâncias, observando que possui poucos motoristas,
poderá gerenciar o risco estabelecendo uma escala de serviço. E poderá solicitar que o hospital tenha
um plano de contingência caso a necessidade de motorista ultrapasse a disponibilidade.
O PGR do hospital poderá, por exemplo, ter relacionado motorista com a habilitação
necessária, que poderá ser acionado em caso de necessidade.
Em todo caso, cada PGR setorial deverá ser visado pelo responsável geral. Assim se
garantirá que o PGR geral abranja todos os espaços deixados pelo PGR setorial.
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2.4 Identificação do Risco


- Nesta fase você deverá levantar os riscos, analisar o desdobramento deste risco e verificar
o impacto que terá sobre a sua operação.
- A partir da análise do impacto de cada acidente, você deverá hierarquizar os riscos. Como
visto na matriz de vulnerabilidade, há riscos que são aceitáveis, outros devem ser acompanhados e
outros são inaceitáveis.
- Vejamos, abaixo:

Levantamento dos perigos


- Série histórica de acidentes.
- Brainstorm.
- Estudo do ambiente.
 Identificação dos riscos
- APR
- What IF
- AMFE
- HAZOP
- ISHIKAWA
- SWOT
- Análise histórica
- AAE
- AAF

 Análise dos Riscos (consequências)


- Método Mosler
- Matriz de vulnerabilidade

LEVANTAMENTO INICIAL (ESTUDO DO AMBIENTE)


• A fim de se ter uma noção do que ocorre no ambiente em que está inserido, cabe ao profissional se
interar do que acontece a sua volta. Para isso deve:
a. circular pelo local de trabalho e observar tudo o que possa causar danos;
b. consultar os trabalhadores e/ou os seus representantes sobre os problemas que lhes
tenham surgido;
c. analisar sistematicamente todos os aspectos do trabalho, isto é, observar o que se passa
realmente no local de trabalho;
d. analisar as operações não rotineiras e intermitentes; e
e. ter em atenção acontecimentos não planeados mas previsíveis, como, por exemplo,
interrupções das atividade.

• brainstorming – levantamento de riscos por meio de tempestade de idéias.


• O APR é uma análise inicial. Mais simples de se fazer, busca realizar uma revisão rápida dos
aspectos de segurança.
• A finalidade do What-If é testar possíveis omissões em projetos, procedimentos e normas e ainda
aferir comportamento, capacitação pessoal e etc. nos ambientes de trabalho, com o objetivo de proceder a
identificação e tratamento de riscos.
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• O AMFE é mais utilizado quando queremos analisar a probabilidade de um equipamento falhar e o


efeito que isso causará.
• HAZOP, que trata de processos (modo como procedimentos são executados) e, também, ser
utilizado para equipamentos (como na AMFE).
• Diagrama de Ishikawa também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe
permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria.
• O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrônimo de Forças (Strengths),
Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) Strenghts - pontos fortes:
vantagens internas da empresa. Weaknesses - pontos fracos: desvantagens internas da empresa.
Opportunities - oportunidades: aspectos positivos da empresa fora das suas instalações ou área de
influência.Threats - ameaças: aspectos negativos da empresa fora das suas instalações ou área de influência.
• A Análise Histórica de Acidentes constituí-se de uma avaliação de acidentes já ocorridos em
instalações semelhantes a que se está estudando
• A Análise da Árvore de Eventos (AAE) é um método lógico-indutivo para identificar as várias e
possíveis consequências resultantes de um certo evento inicial. Nas aplicações de análise de risco, o evento
inicial da árvore de eventos é, em geral, a falha de um componente ou subsistema, sendo os eventos
subsequentes determinados pelas características do sistema.
• A AAF é um método excelente para o estudo dos fatores que poderiam causar um evento
indesejável (falha) e encontra sua melhor aplicação no estudo de situações complexas. Ela determina as
frequências de eventos indesejáveis (topo) a partir da combinação lógica das falhas dos diversos
componentes do sistema.
• Método Mosler é uma forma do gestor de riscos acompanhar a evolução dos seus riscos de
maneira geral. É um método subjetivo e, portanto, só deve ser utilizado quando a empresa não tiver dados
históricos, que possam ser matematicamente empregados.
• O objetivo das avaliações de risco quantitativas é tentar calcular valores numéricos objetivos para
cada um dos componentes coletados durante as fases de análise de custo/benefício e de avaliação de risco
• A Perda Esperada – PE é um parâmetro para a comparação entre o investimento em prevenção e
as conseqüências. A PE pode ser materializada através de uma matriz. Esta matriz, chamada de Matriz de
Vulnerabilidade mostra de forma clara quais são as fragilidades existentes, com a influência – impacto – no
desempenho. Através desta matriz, o gestor de riscos sabe exatamente como cada risco deve ser tratado e ter
sua prioridade.
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2.5 Elaboração do Plano de Gerenciamento de Risco


Toda e qualquer empresa que desenvolva atividades que possam acarretar acidentes
maiores deve estabelecer um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), o qual tem por objetivo
prover uma sistemática voltada para o estabelecimento de orientações gerais de gestão, com vistas à
prevenção de acidentes.
Já o gerenciamento de riscos de uma seção ou instalação deve contemplar, também, ações
que visem mantê-la operando, ao longo do tempo, dentro de padrões de segurança considerados
aceitáveis ou toleráveis.
Basicamente, serão elaborados dois PGR: um geral (pela gerencia) e um setorial (pelos
chefes de seção).
Segue, abaixo, um resumo para elaboração do PGR.

1Identifique os riscos

2.Avalie os riscos

3.Escolha os riscos que


deverão ser controlados

5.Defina abordagem da
4.Defina abordagem para contingência do risco
minimizar o risco (incluindo definições dos
critérios do início e do final)

Mudanças ? S

6.Defina o posicionamento de
risco e relate o
acompanhamento

7.Defina a organização e as
responsabilidades da gerência
de risco

8.Documente o plano da
gerência de risco

3. BIBLIOGRAFIA

- Gerenciamento de Risco, método Brasiliano

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