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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Módulo 2 – Técnicas de Identificação de Perigos


Parte 2: HAZOP – (Estudo de Perigos e Operabilidade)

Guilherme Naegeli, M.Sc.

PETROBRAS/CENPES/EB-AB-G&E/AEDC

Março de 2014
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Perigo (Hazard)
condição ou propriedade, inerente a uma substância, a
uma atividade, a um sistema, ou a um processo, com
potencial para causar danos a integridade física das
pessoas, meio ambiente, patrimônio ou perda de
produção (Fonte: Norma Petrobras N-2595)

Risco (Risk)
medida qualitativa ou quantitativa do potencial de dano
ou perda (pessoas, patrimônio, continuidade
operacional, meio ambiente e imagem) considerando a
probabilidade de ocorrência do evento indesejável e a
magnitude das suas consequências.
(Fonte: Norma Petrobras N-2784)
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Etapas de uma Análise de Riscos


Definição do Sistema

Identificação
dos Perigos

Cálculo das Avaliação das


Probabilidade Consequências

Determinação Mudanças
dos Riscos Propostas

Critérios de
Tolerabilidade

Controle do Risco
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TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS


• Análise Histórica
• Lista de verificação (“Checklist”)
• E se? (“What if?”)
• Identificação de Perigos (HAZID)
• Análise Preliminar de Perigos (APP)

• Estudo de Perigos e Operabilidade (HAZOP)


• Análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA)

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O que é HAZOP?
O Estudo de Perigos e Operabilidade (HAZOP - Hazard and
Operability Study) é um exame sistemático e estruturado de um
processo ou operação projetado ou existente de forma a
identificar e avaliar problemas que possam representar riscos a
pessoas, equipamentos ou meio ambiente ou que impeça uma
operação eficiente.
A técnica de HAZOP foi desenvolvida inicialmente para sistemas
de processos químicos, mas foi depois estendida para outros
tipos de sistemas e também para operações complexas e
sistemas de software.
HAZOP é uma técnica qualitativa baseada em um conjunto de
palavras-guia e é conduzido em uma reunião por uma equipe
multidisciplinar.

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Quando aplicar HAZOP?

O estudo de HAZOP deveria ser executado tão cedo quanto


possível na fase de projeto, para ter influência no projeto. Por
outro lado, para se conduzir um HAZOP, é necessário um
projeto praticamente completo. Assim, normalmente o HAZOP
é executado como uma verificação final, quando o projeto
estiver sendo completado.
Um HAZOP pode ser conduzido também em plantas
existentes, para identificar modificações que deveriam ser
implementadas para reduzir riscos ou problemas de
operabilidade.

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Quando aplicar HAZOP?


Estudos de HAZOP podem também ser usados:

Quando os fluxogramas de engenharia (P&IDs) estiverem


disponíveis;
Durante construção e montagem, para assegurar que
recomendações tenham sido implementadas;
Durante comissionamento;
Durante operação, para assegurar que procedimentos
operacionais ou de emergência da planta, sejam regularmente
revisados e atualizados, quando necessário.

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Custo de Mudanças

Projeto Conceitual

Projeto de Engenharia Básica

Projeto de Detalhamento

Construção e Montagem

Partida e Operação

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Tipos de HAZOP
HAZOP de Processo
A técnica de HAZOP originalmente foi desenvolvida para avaliar
plantas e sistemas de processo.
HAZOP Humano
Uma “família” de HAZOPs especializados. Mais focado em erros
humanos do que falhas técnicas.
HAZOP de Procedimentos
Revisão de procedimentos e sequências operacionais.
– Algumas vezes chamado de SAFOP - SAFe OPeration Study.
HAZOP de Software
Identificação de possíveis erros no desenvolvimento de softwares.

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HAZOP - Histórico
As bases para o HAZOP foram lançadas pela
ICI em 1963 e eram baseadas nas então
chamadas técnicas de “critical examination”;
Primeiro guia: “A Guide to Hazard and
Operability Studies”, ICI and Chemical
Industries Associations Ltd. 1977;
Trevor Kletz
Primeiro livro texto: Kletz, T. A.: “Hazop and
Hazan - Identifying and Assessing Process
Industry Hazards”, Institution of Chemical
Engineers;
Veja também: Kletz, T. A.: “Hazop – past and
future”. Reliability Engineering and System
Safety, 55:263-266, 1997.

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP - Estudo de Perigos e Operabilidade

HAZOP - Estudo de Perigos de Operabilidade –


Técnica indutiva e estruturada para identificar perigos
de processo e potenciais problemas de operação
utilizando, de forma sistemática, palavras-guias
associadas a parâmetros de processo. Para cada
desvio identificado são relacionadas suas causas,
consequências, modos de detecção e salvaguardas
existentes, recomendando medidas adicionais,
quando necessário.

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HAZOP - Estudo de Perigos e Operabilidade

Nós de Estudo – Trechos ou segmentos de processo


definidos a partir dos fluxogramas de engenharia nos
quais os desvios de processo são analisados.
Parâmetros de processo: são as variáveis físicas do
processo (vazão, pressão, temperatura, nível etc).
Palavras-guia: São palavras ou expressões aplicadas
aos parâmetros de processo para qualificar os
desvios das intenções de projeto ou condições de
operação.

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HAZOP - Estudo de Perigos e Operabilidade

Desvios: São afastamentos das intenções de projeto. A relação


dos desvios aplicáveis resulta da combinação dos parâmetros de
processo com as palavras-guia.
Modo de detecção: qualquer dispositivo, sistema ou outro meio
(inclusive sentidos humanos) que possa ser utilizado para
perceber ou identificar a ocorrência do desvio;
Salvaguarda preventiva: qualquer dispositivo, sistema ou ação
capaz de interromper a cadeia de eventos, diminuindo a
probabilidade de ocorrência do cenário acidental.
Salvaguarda mitigadora: qualquer dispositivo, sistema ou ação
capaz de diminuir a severidade das consequências de um
cenário acidental.
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Objetivos do HAZOP

• Identificar:
Perigos e desvios operacionais;
Causas dos desvios;
Consequências dos desvios;
Meios de detecção / salvaguardas;
• Gerar recomendações quando necessário.

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Exemplo de planilha de HAZOP

HAZOP – (Análise de Perigos e Operabilidade) Gerência emitente

Unidade: Sistema: Data:

Subsistema: N° Desenho e Revisão:

Nó 1:

Salvaguardas /
Desvio Possíveis Causas Possíveis Efeitos Recomendações / Observações Cenário
Modos de Detecção
Fluxo maior

Fluxo menor

Fluxo nenhum

Fluxo reverso

Fluxo também
(contaminação)

Pressão maior

Pressão menor

Temperatura
maior

Temperatura
menor

Nível maior

Nível menor

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HAZOP – Descrição da técnica


A técnica de HAZOP consiste num método estruturado que tem
por objetivo identificar os perigos de processo e potenciais
problemas de operação em cada nó de estudo. Através da
associação de um conjunto de palavras-guia às variáveis de
processo, são levantados os desvios das condições normais de
operação, sendo analisadas suas causas, consequências, modos
de detecção e salvaguardas previstas em projeto.
Caso as salvaguardas existentes sejam consideradas
insuficientes, o estudo prevê a proposta de medidas adicionais
(recomendações) para eliminar ou minimizar as causas ou ainda,
mitigar as consequências levantadas. A metodologia é aplicada
de forma sistemática aos vários segmentos do processo (ou nós
de estudo), permitindo uma avaliação minuciosa e metódica.

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Fluxograma de elaboração de HAZOP

Início Fim
Fim
Início
S
N
Selecionar
Selecionar um
um nó
nó do
do processo
processo Último
Último nó?
nó?

Explicar
Explicar aa intenção
intenção de
de projeto
projeto
no nó S
no nó
N Último
Último
parâmetro?
parâmetro?
Selecionar
Selecionar um
um
parâmetro
parâmetro de
de processo
processo
S

Aplicar
Aplicar uma
uma palavra
palavra guia
guia N Última
Última
ao
ao parâmetro
parâmetro de
de processo
processo palavra
palavra guia?
guia?
formando
formando um
um desvio
desvio

Listar
Listar possíveis
possíveis causas
causas
do
do desvio
desvio S

Propor N
Propor Eficaz?
recomendações Eficaz?
recomendações
Identificar
Identificar as
as consequências
consequências
associadas
associadas ao ao desvio
desvio (sem
(sem
considerar
considerar asas salvaguardas)
salvaguardas)
Avaliar
Avaliar aa eficácia
eficácia das
das
salvaguardas
salvaguardas

Identificar
Identificar modos
modos de
de
detecção / salvaguardas
detecção / salvaguardas
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Planilha de HAZOP – Cabeçalho

Unidade: Identificação do Órgão e da Unidade que está em análise.


Exemplo: REPLAN – Unidade de Craqueamento Catalítico (U-220);
Sistema: Identificação do sistema que está em análise.
Subsistema: Identificação do subsistema que está em análise (quando
aplicável).
Nó: Descrição detalhada do nó de estudo, incluindo o início e o término
do trecho, o qual recebe numeração sequencial.
Número do desenho: Número de todos os fluxogramas e demais
documentos utilizados na análise do nó, incluindo revisão e data de
emissão.
Data: Data da análise de cada nó de estudo do HAZOP.

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Palavras-guia
Palavra-guia Significado Exemplo
Não (nenhum) Nada da intenção de Nenhum fluxo quando produção
projeto é alcançado é esperada
Mais (maior) Aumento quantitativo em Temperatura mais alta que a
um parâmetro projetada
Menos Redução quantitativa em Pressão menor que a normal
(menor) um parâmetro
Também Um produto adicional Contaminação por produto não
esperado
Parte de Apenas parte da intenção Somente parte dos
de projeto é alcançada componentes esperados está
presente
Reverso Oposto lógico da intenção Fluxo reverso em caso de
de projeto parada da bomba
Outro Substituição completa Líquido em tubulação de gás
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Palavras-guia adicionais

Palavra-guia Significado
O tempo é diferente do
Cedo / tarde
esperado
Uma atividade ou tarefa é
Antes / depois
efetuada fora de sequência
Mais rápido / Uma atividade ou tarefa é
mais lento efetuada fora do tempo correto
Aplicável para fluxos,
Outro lugar transferências, fontes e
destinos

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Exemplos de Parâmetros

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Seleção de nós

Critérios típicos:

Quando ocorre uma mudança de estado ou composição


relevante
Grandes equipamentos separados, com parâmetros de
processo distintos (pressão, temperatura, fluxo, viscosidade,
composição, etc)
Interfaces com outros sistemas que possam interferir ou
sofrer interferências do sistema em estudo

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Fonte: DNV – Técnicas de Identificação de Perigos - HAZOP
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Seleção de nós
Outros critérios importantes:
Linhas e equipamentos relacionados aos maiores inventários
de produtos perigosos;
Reatores de processo;
Caldeiras ou fornos;
Equipamentos sujeitos a pressurização excessiva;
Interfaces com sistemas de tocha e de abatimento de gases
tóxicos.

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Fonte: DNV – Técnicas de Identificação de Perigos - HAZOP
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Seleção de nós

DICAS:

Estude a planta aos poucos, isto é, divida as


seções maiores em segmentos relativamente
simples.

Mantenha as causas dos desvios dentro da seção


(nó) em estudo, mas as consequências dos
desvios podem estar no próprio nó, a jusante ou a
montante.
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Fonte: DNV – Técnicas de Identificação de Perigos - HAZOP
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha de HAZOP – Colunas


1. Desvio.
Parâmetro Palavra-Guia Desvio
Nenhum Fluxo nenhum
Menor Fluxo menor
Maior Fluxo maior
Fluxo Também Contaminação
Reverso Fluxo reverso
Parte de Composição incompleta
Outro que Outro componente
Menor Nível menor
Nível
Maior Nível maior
Menor Temperatura menor
Temperatura
Maior Temperatura maior
Menor Pressão menor
Pressão
Maior Pressão maior

Tabela 1 – Listagem de Desvios


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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha de HAZOP – Colunas

2. Possíveis causas
São os fatores ou a associação de fatores que geram os desvios.
Nos casos em que os efeitos do desvio sejam de grande magnitude, a
equipe do HAZOP deve aprofundar a avaliação das respectivas causas.
Falhas em intertravamentos / dispositivos de segurança não devem ser
consideradas como causas de desvios.

3. Possíveis efeitos
São as consequências decorrentes de um desvio de parâmetro de
processo em um determinado nó de estudo.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha de HAZOP – Colunas

4. Modos de detecção / salvaguardas

Modos de detecção - descrição dos dispositivos existentes na instalação


industrial ou previstos em projeto, bem como outros recursos passíveis de
uso. Exemplos: alarmes, detectores de gás, visual, auditivo etc.

Salvaguardas - descrição dos meios existentes na instalação industrial ou


previstos em projeto que reduzam a probabilidade de ocorrência do cenário
acidental ou reduzam a severidade de suas consequências passíveis de
uso. Exemplos: padrões de execução, planos de manutenção e inspeção,
PSV, intertravamentos (Sistema Instrumentado de Segurança - SIS), plano
de emergência, sistema de combate a incêndio, dique de contenção etc.
Somente podem ser consideradas como salvaguardas aqueles meios que
estejam adequadamente dimensionados e em condições operacionais, que
permitam a efetiva prevenção / mitigação do cenário analisado. Em caso de
dúvida, deve-se recomendar a reavaliação da salvaguarda.
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha de HAZOP – Colunas

5. Recomendações / Observações

Recomendações - descrição das medidas propostas para prevenir a


ocorrência do desvio, proteger o sistema ou mitigar as consequências,
sempre que as salvaguardas existentes forem consideradas
insuficientes.
Podem ser emitidas recomendações direcionando para aplicação de outras
técnicas de análise de risco, de estudos complementares ou avaliações de
engenharia.

Observações – esclarecimentos de questões relativas ao cenário


analisado, quando necessários, não devendo gerar a necessidade de
implementar qualquer ação / recomendação.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha de HAZOP – Colunas

6. Cenário (opcional)

OBS: Os cenários analisados no HAZOP podem ser


categorizados em severidade ou risco, com o objetivo
de subsidiar estudos complementares ou priorizar as
recomendações geradas.

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Aplicação do HAZOP nas fases do ciclo de vida


da instalação industrial
Norma PETROBRAS N-2782.

Técnicas Usualmente Aplicáveis às Diversas Fases do Ciclo de Vida da Instalação Industrial


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HAZOP

Vídeo do CSB – BP Texas City, 2005

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Vídeo do CSB – Animation of Fire at


Chevron’s Richmond Refinery (August 6, 2012)

(*) CSB Interim Investigation Report – Chevron


Richmond Refinery Fire (August 6, 2012) 35
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Recursos Necessários Para realização de HAZOP

Ações preparatórias:
O estudo deve possuir um coordenador, com as seguintes atribuições:

Definir o escopo e os objetivos do HAZOP;


Definir as especialidades necessárias, em função das características
da planta de processo em estudo;
Formar a equipe, designando os participantes e o líder do HAZOP;
Providenciar a documentação necessária e preferencialmente
disponibilizá-la com antecedência à equipe;
Definir a agenda e o local das reuniões;
Providenciar recursos materiais e administrativos;
Convocar a equipe para as reuniões;
Encaminhar o relatório ao solicitante do estudo.
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Recursos Necessários Para realização de HAZOP

EQUIPE DO HAZOP:
O HAZOP deve ser realizado por equipe multidisciplinar, composta
pelos especialistas descritos a seguir:
Líder de HAZOP;
Profissionais com experiência nas disciplinas inerentes ao tipo de
instalação industrial em estudo (por exemplo: projeto, operação,
manutenção, automação, segurança industrial.)
Eventualmente pode-se solicitar a presença de especialistas em
determinadas áreas, além da equipe do HAZOP, para esclarecer
dúvidas surgidas durante as reuniões.
Os participantes devem estar presentes em todas as reuniões de
trabalho, com dedicação exclusiva.
Preferencialmente, a equipe do HAZOP não deve ultrapassar um
total de 10 pessoas nas reuniões.
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE


LÍDER DO HAZOP:
Estar devidamente capacitado através de treinamento específico na
aplicação desta técnica;

Ter participado previamente de sessões de HAZOP;

Possuir boa percepção de causa e consequência, capacidade de síntese e


de condução de grupo multidisciplinar;

Liderar e conduzir as reuniões de HAZOP;

Preparar e emitir o relatório de HAZOP.

É desejável que o líder possua conhecimento do processo em análise.


O líder do HAZOP deve ser independente (sem responsabilidade sobre o
processo ou sobre o desempenho da operação).
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

OUTRAS ATRIBUIÇÕES DO LÍDER:

Limitar debates paralelos;


Entender bem o que está sendo discutido solicitando explicações do
restante do grupo;
Cobrar participação e pontualidade dos membros;
Incentivar a participação de cada membro da equipe durante as
discussões;
Encorajar e controlar as discussões, sintetizar os resultados, mas, ao
mesmo tempo, permanecer neutro na discussão;
Buscar ativamente o consenso entre os membros;
Não responder as perguntas, mas sim colocá-las para todo o grupo de
modo a estimular a discussão.
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Fonte: DNV – Técnicas de Identificação de Perigos - HAZOP
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

PARTICIPANTES DA EQUIPE DE HAZOP:

Possuir perfil para participação de trabalho em grupo;

Possuir experiência na área que representam;

Participar de todas as reuniões para as quais tenham


sido convocados.

É desejável que os participantes analisem previamente a


documentação disponibilizada para o estudo.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

REQUISITOS E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

COMO SER UM BOM PARTICIPANTE DE HAZOP:

Seja ativo! A contribuição de todos é importante;

Vá direto ao ponto. Evite discussões intermináveis


sobre detalhes;

Seja crítico de uma maneira positiva – não negativo,


mas construtivo;

Seja responsável. Aquele que sabe deve permitir que


os outros saibam.

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Documentação necessária para o HAZOP

Para a execução do HAZOP são necessários os


Fluxogramas de Engenharia - (P&ID), sempre em sua
última revisão.
Em função da complexidade da planta de processo
em análise, pode ser necessária a utilização de
documentos adicionais, tais como:
a) fluxogramas de processo;
b) matriz de causa e efeito;
c) memorial descritivo do processo;
d) desenhos de arranjo.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Documentação necessária para o HAZOP

Os seguintes aspectos relativos à documentação devem ser garantidos,


previamente ao estudo:

No caso de unidades existentes, a documentação deve refletir a


situação física da instalação “as built”;
No caso de unidades em fase de projeto ou de mudanças em
unidades existentes, a respectiva documentação deve estar
consolidada antes do início do HAZOP.
É desejável que a documentação técnica seja disponibilizada
com antecedência de forma a permitir um planejamento prévio do
estudo.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Local das reuniões do HAZOP

A realização do HAZOP deve ser feita em local


apropriado para este tipo de trabalho, com capacidade
adequada para acomodar os participantes e organizado
de maneira que permita a interação entre os mesmos.

Deve ser assegurado que as sessões do HAZOP não


sejam interrompidas por razões ligadas às tarefas
relativas ao cotidiano laboral dos participantes.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Duração das reuniões do HAZOP

4 horas por dia ?

Quantidade de pessoas na equipe

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Reuniões de HAZOP
Agenda proposta:

1. Introdução e apresentação dos participantes;


2. Apresentação geral dos sistemas / operações a ser
analisadas;
3. Descrição da abordagem e premissas a serem adotadas
no HAZOP;
4. Apresentação do 1º nó, com sua intenção de projeto ou
parte lógica da operação;
5. Análise do 1º nó usando as palavras-guia e parâmetros;
6. Continuação da apresentação e análises para os demais
nós (passos 4 e 5);
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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP de Batelada

Diferenças:

Palavras-guia especiais:

• Passo Atrasado
• Passo adiantado
• Passo omitido
• Passo repetido
• Parte do passo é omitido
• Ação extra é incluída
• Ação errada é realizada

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Premissas utilizadas no HAZOP

Não se considera dupla falha;


Falhas em sistemas de proteção / intertravamentos não são
consideradas como causas de desvios. Exemplos:
- Falha de um intertravamento (SIF) para operar na demanda;
- Falha de uma PSV em operar na demanda.
Trips espúrios de sistemas de proteção devem ser considerados
como causas iniciadoras válidas para cenários;
Em desvios de “fluxo reverso”, falhas em válvulas de retenção
não são consideradas eventos iniciadores válidos.

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Premissas utilizadas no HAZOP

Malhas de controle só podem ser consideradas salvaguardas se


não associadas com o evento iniciador;

Preferencialmente, as causas dos desvios devem estar dentro do


nó em estudo (a montante), mas as consequências dos desvios
podem estar a jusante ou a montante.

As consequências são avaliadas desconsiderando-se as


salvaguardas existentes;

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP - Resultados
Melhoria de sistemas e operações
– Redução de riscos e melhor contingência
– Operações mais eficientes
Melhoria nos procedimentos
– Ordem lógica das tarefas
– Completeza
Consciência geral entre as partes envolvidas
Construção de equipe

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP - Vantagens
Exame sistemático;
Estudo multidisciplinar;
Utiliza experiência operacional;
Cobre aspectos tanto operacionais quanto de segurança;
Podem ser indicadas soluções para os problemas
identificados;
Considera procedimentos operacionais;
Cobre erros humanos;
Estudo conduzido por pessoa independente;
Resultados são registrados.
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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP – Fatores de sucesso


Exatidão dos desenhos e dados usados como base para o
estudo;
Experiência e habilidades do líder do HAZOP;
Habilidades técnicas e insights da equipe de HAZOP;
Habilidade da equipe para usar a abordagem de HAZOP como
uma ajuda para identificar desvios, causas e consequências;
Habilidade da equipe para manter um senso de proporção,
especialmente quando avaliando a severidade das potenciais
consequências.

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

HAZOP – “Pitfalls”

Consumidor de tempo;
Membros da equipe efetuando discussões intermináveis sobre
detalhes;
Poucos membros da equipe dominando a discussão;
“Este é meu projeto / meu procedimento”
– Defendendo um projeto / procedimento
– HAZOP não é uma auditoria
“Sem problemas”
“Tempo desperdiçado”

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Fonte: Marvin Rausand - System Reliability Theory (2nd ed), Wiley, 2004
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Norma IEC
61882

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Aplicação de HAZOP com LOPA

LOPA - (Layers of Protection Analysis)

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Norma Petrobras N-2595 – Rev. C


• Apresenta dois métodos para cálculo de SIL
(Gráfico de risco e LOPA)
• Recomenda a aplicação de LOPA 56
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

O que significa SIS?

Um SIS (Sistema Instrumentado de Segurança) é uma combinação


de sensores, executores da lógica e elementos finais que
desempenham uma ou mais Funções Instrumentadas de
Segurança (SIFs), as quais são instaladas com o propósito de
prevenir ou mitigar cenários de riscos, mantendo-os em níveis
toleráveis, ou trazer a operação para um estado seguro, no caso de
uma perturbação no processo.

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

MODELO DE CAMADAS DE PROTEÇÃO

Plano de emergência – Comunidade


Situação de emergência geral
Camadas
Plano de emergência – Unidade Industrial
Procedimentos de evacuação mitigadoras

Sistemas de mitigação físicos (diques, bacias de contenção, etc),


Intervenção operacional

Sistemas de alívio e proteção mecânica


(PSV, tocha, etc)

Sistema Instrumentado de Segurança


Sistemas de alarme de processo com ação Camadas
operacional corretiva preventivas
Sistemas de supervisão e controle
Supervisão operacional

Projeto da instalação
de processo

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Cenário
do Abordagem
HAZOP Qualitativa

DESVIO CAUSA CONSEQUÊNCIAS

SALVAGUARDAS

- Quão seguro é suficiente?


- Quantas salvaguardas são necessárias?
- Qual é o SIL requerido para as SIFs?

Abordagem
Semi-
LOPA Determinação
Quantitativa
Layers of Protection do SIL
Analysis
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Modos de Operação
Metodologia de HAZOP

NORMAL
NORMAL ANORMAL EMERGÊNCIA

Todos os perigos de
processo estão contidos
e controlados

Sistemas Chave: Objetivos:


1) Contenção primária 1) Manter a unidade em
2) Malha de controle modo de operação normal.

3) Equipamento do Processo analisado 2) Otimizar a produção.

4) Procedimentos Operacionais
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Modos de Operação
Metodologia de HAZOP
Evento
iniciador

SALVAGUARDAS
PREVENTIVAS

NORMAL ANORMAL
ANORMAL EMERGÊNCIA
Desvio (do modo de
operação normal)

Reduz a probabilidade de
SALVAGUARDA PREVENTIVA ocorrência do evento de perda

Objetivos:
1) Retornar ao modo de operação normal
2) Se não for possível, trazer a planta para um estado seguro
(parando a unidade antes que ocorra um evento de perda).

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Modos de Operação
Metodologia de HAZOP
Evento Evento de
iniciador perda

SALVAGUARDAS SALVAGUARDAS
PREVENTIVAS MITIGADORAS

NORMAL ANORMAL EMERGÊNCIA


Desvio (do modo de
operação normal)

Reduz a severidade
SALVAGUARDA MITIGADORA: das consequências

Objetivo:
O objetivo muda para
minimizar lesões e perdas.
MITIGAR
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Análise de LOPA
Técnica semi-quantitativa de avaliação de riscos estimados em
termos de ordem de grandeza. Utiliza normalmente cenários de
HAZOP.
Fator de Redução de Riscos (RRF) Requerido

5 100.000 10.000 1.000 100 10


SEVERIDADE DAS
CONSEQUÊNCIAS

4 10.000 1.000 100 10 T

3
3 1.000 100
100 10 Tolerável
T T

2 100 10 T T T

1 10 T T T T
1 10
10 100 1.000
1.000 10.000
Frequência (1 em x anos)

Exemplo: Severidade = 3 FTolerável = 1 em 1.000 anos


Se Fevento Iniciador = 1 em 10 anos RRF = 100 (SIL2)
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

O SIL (Safety Integrity Level – Nível de Integridade de Segurança) indica a


disponibilidade ou a Probabilidade de Falha na Demanda (PFD) de uma
Função Instrumentada de Segurança (SIF).

PFD RRF = 1 / PFD


DISPONIBILIDADE
SIL (Probabilidade de (Fator de Redução
REQUERIDA (%)
falha na demanda) de Risco)
1 90,00 - 99,00 0,01 – 0,1 100 – 10
2 99,00 - 99,90 0,001 – 0,01 1.000 – 100
3 99,90 – 99,99 0,0001 – 0,001 10.000 – 1000
4 > 99,99 0,00001 – 0,0001 100.000 – 10.000

PFD

PFDAvg

Tempo 64
IT IT IT
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Camada de Proteção Independente (IPL)


Toda IPL é uma salvaguarda, mas nem toda salvaguarda
é uma IPL:
Condições para uma salvaguarda ser considerada
uma IPL:

Efetiva na prevenção do evento perigoso ou na


redução de suas consequências;
Independente do evento iniciador ou de qualquer
outra IPL já considerada na análise;
Auditável através de documentos que comprovem a
adequação do projeto, da instalação, dos testes e da
manutenção desta IPL às suas especificações.
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65
Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Análise de Camadas de Proteção (LOPA)


LOPA é uma técnica semi-quantitativa de avaliação de
riscos, cuja finalidade primária é determinar se as medidas de
proteção presentes contra um evento indesejado são
suficientes para reduzir seu risco a um nível tolerável. Isto é
feito, atribuindo-se valores numéricos às frequências das
possíveis causas iniciadoras e às probabilidades médias de
falha na demanda (PFD) de cada camada de proteção
existente, e comparando-se o valor do risco assim obtido com
o valor pré-estipulado do risco tolerável.
(Fonte: Norma Petrobras N-2595)

LOPA não identifica cenários de riscos. (Utiliza cenários de


riscos previamente identificados em um HAZOP).
LOPA só trabalha com um par causa-consequência de cada
vez.
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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Planilha HAZOP + LOPA Modificada

IPL – Independent Protection Layer

Toda IPL é uma salvaguarda, mas nem toda salvaguarda é IPL.

Avaliação das Severidade das


Frequências FRR FRR Gap
Desvio Efeitos Consequências Salvaguardas IPL FRR Recomendações
Total
Causas Freq. S E A S E A

Colunas adicionadas pela LOPA à planilha do HAZOP

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Avaliação e Gerenciamento de Riscos e de Crises

Contato:

Guilherme
Guilherme S.
S. T.
T. Naegeli,
Naegeli, M.Sc.
M.Sc.
PETROBRAS/CENPES/EB-AB-G&E/AEDC
PETROBRAS/CENPES/EB-AB-G&E/AEDC
Fone:
Fone: (21)
(21) 2162-7084
2162-7084
gnaegeli@petrobras.com.br
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