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St 1: valor de Kst> 0-200 - explosão fraca. Típico de carvão, leite em pó, açúcar,
enxofre, pó de madeira, zinco.
As explosões são um dos principais perigos de segurança na indústria. Elas podem ser
causadas por gases presentes na atmosfera (o mais comum) ou mesmo por poeiras no
ambiente.
Apesar de mais difíceis de ocorrer, as explosões por poeira não devem ser
subestimadas. Existem muitas substâncias que, em estado “normal”, não são
combustíveis, mas na forma de poeira podem explodir.
Além disso, a poeira pode se acumular em locais fora do campo de visão, se tornando
um risco invisível. Na presença de uma fonte de ignição, a nuvem de poeira se inflama
e explode, agitando outras poeiras no ambiente e causando explosões secundárias que
são ainda mais perigosas.
Quais materiais geram poeiras explosivas?
Diversas substâncias se tornam combustíveis na forma de poeira, sendo materiais de
diferentes setores da indústria. Alguns exemplos são:
Produtos do agronegócio (grãos, açúcar, clara de ovo, leite em pó,
batatas, farinhas, chás etc.)
Madeira
Carvão
Borracha
Plásticos
Tecidos
Pesticidas
Metais como alumínio, zinco, magnésio etc.
Dessa forma, qualquer local de trabalho que processe, transporte ou lide com essas
substâncias de alguma maneira apresenta risco de explosões.
Por isso, é fundamental tomar as medidas de segurança adequadas, como
identificação de riscos, limpeza frequente e uso de equipamentos apropriados.
Qual Tipo De Equipamento De Iluminação É Seguro Para Ambientes Com Poeiras
Explosivas?
Para se iniciar um incêndio são necessários três elementos (o chamado “triângulo do
fogo”): combustível, oxigênio e uma fonte de ignição. Já no caso de uma explosão de
poeira, acrescentam-se dois elementos – o “pentágono da explosão de poeira”. Assim,
são necessários:
– Oxigênio (sempre presente na atmosfera)
– Combustível (no caso a própria poeira)
– Fonte de ignição (como faíscas de um equipamento elétrico)
– Dispersão das partículas de poeira (formando uma nuvem)
– Confinamento da nuvem de poeira
Portanto, para evitar a explosão, basta remover algum dos elementos. Como nem
sempre é possível manter o ambiente limpo o tempo todo para evitar a poeira, o mais
seguro é evitar fontes de ignição.
As lanternas, por exemplo, são equipamentos elétricos essenciais para trabalhos na
indústria, mas os modelos mais comuns geram faíscas que podem servir como ignição.
Por isso, é preciso investir em equipamentos seguros, os chamados “anti-explosão” ou
“EX”.
Existem diversos tipos de equipamento anti-explosão no mercado, e nem todos são
adequados para o risco de poeira, já que o mais comum é o risco por gases. Para saber
se o equipamento pode ser usado com segurança em locais com poeira combustível, é
necessário então observar as marcações em seu certificado.
Oficialmente, a marcação de poeiras é representada no certificado pela letra D. Assim,
os níveis de proteção seriam:
No entanto, são poucos os produtos que apresentam a marcação para poeira, já que,
como dito anteriormente, o mais comum são os riscos por gases. Felizmente, existe
uma forma de saber se o produto seguro para gás também é seguro para poeira.
Isso acontece porque o equipamento gera a explosão por meio de faíscas, tanto no
caso dos gases quanto das poeiras, sendo a diferença principal a temperatura
necessária para que isso ocorra.
De maneira geral, o mais recomendado são os produtos intrinsecamente seguros,
identificados pela marcação “Ex ia” no certificado. Isso pois seu método de proteção é
uma blindagem que impede seu corpo de gerar faíscas, operando em baixas
temperaturas.
Além disso, outra maneira de garantir que o equipamento é seguro é pela marcação de
temperatura. A temperatura necessária para que cada tipo de poeira exploda varia,
mas a mínima fica em 240 °C (enxofre). A maior parte dos materiais fica entre 300 e
600 °C.
Assim, basta verificar a temperatura máxima atingida pelo equipamento. Essa
informação é indicada no certificado pela letra T, da seguinte forma:
T1 = 450 °C
T2 = 300 °C
T3 = 200 °C
T4 = 135 °C
T5 = 100 °C
T6 = 85 °C
Áreas Classificadas
São chamadas áreas classificadas os locais em que se detecta a presença (ou risco de
desenvolvimento) de atmosfera explosiva. Assim, se dividem em 6 “zonas”, de acordo
com os níveis de risco e tipo de sustância. São elas:
Risco por gases e vapores
É importante notar que os equipamentos para Zona 0/20 também servem para Zonas
1/21 e 2/22; os para Zona 1/21 servem para 2/22; já os 2/22 só servem para sua Zona.
Por isso, a opção mais segura são os Zona 0, já que o tipo de atmosfera de trabalho
pode mudar.
Grupos de Equipamento
Os equipamentos anti-explosão também são divididos em 3 grupos, indicados nos
certificados.
Grupo II (gases)
M1 = Ma
M2 = Mb
1G = Ga
2G = Gb
3G = Gc
1D = Da
2D = Db
3D = Dc
Classes de Temperatura
Mais uma das marcações no certificado anti-explosão é a de temperatura, que indica a
temperatura máxima que o equipamento pode atingir (em condições extremas). São
classificadas da seguinte forma:
T1 = 450 °C
T2 = 300 °C
T3 = 200 °C
T4 = 135 °C
T5 = 100 °C
T6 = 85 °C
Quanto maior o número mais classes ele abrange. Ou seja, o T1 serve apenas para T1,
enquanto o T6 também serve para T5/4/3/2 e 1. Assim, é necessário fazer uma análise
dos gases encontrados na atmosfera explosiva, determinando as temperaturas
apropriadas.
Modo de Proteção
A última marcação no certificado anti-explosão diz respeito ao modo de proteção do
produto. Ou seja, qual a característica desse equipamento que impede que ele seja
fonte de ignição.
São muitos os modos de proteção possíveis. Por isso, preparamos uma tabela para
facilitar sua compreensão sobre cada um:
Grau de Proteção IP
Por fim, outro certificado de proteção importante é o grau IP, que diz respeito ao nível
de resistência à água e poeira do produto. Apesar de não ser exclusivo de
equipamentos anti-explosão, também é importante conhecê-lo.
O grau IP é composto de dois números, que indicam o nível de proteção a poeira e
água, respectivamente. Quando há um X no lugar de um número (geralmente do
primeiro), quer dizer que não houve testes para aquela proteção específica. São eles:
Primeiro dígito:
0 – Não protegido
1 – Proteção contra objetos sólidos com 50 mm de diâmetro ou mais
2 – Proteção contra objetos sólidos com 12,5 mm de diâmetro ou mais
3 – Proteção contra objetos sólidos com 2,5 mm de diâmetro ou mais
4 – Proteção contra objetos sólidos com 1,0 mm de diâmetro ou mais
5 – Proteção contra poeira
6 – À prova de poeira
Segundo dígito:
0 – Não protegido
1 – Protegido contra gotas que caiam na vertical
2 – Protegido contra gotas que caiam na vertical com corpo inclinado a
até 15°
3 – Protegido contra borrifo de água
4 – Protegido contra jorro de água
5 – Protegido contra jatos de água
6 – Protegido contra jatos potentes de água
7 – Protegido contra imersão temporária em água de até 1 metro por
30minutos
8 – Protegido contra a imersão contínua em água
9 – Protegido contra a imersão (durante 1 m) e resistente à pressão
9K – Protegido contra água proveniente de jatos de vapor e alta
pressão
Conclusão
Verificar o certificado anti-explosão é uma das etapas mais importantes na compra de
equipamentos elétricos para indústria. Com esse guia, você já é capaz de entender os
detalhes técnicos e fazer a escolha mais adequada para as necessidades do seu
trabalho.
Fontes
ABNT NBR IEC 60079-0:2013 – Atmosferas explosivas
IECEX – International Electrotechnical Commission System for Certification to
Standards Relating to Equipment for Use in Explosive Atmospheres
ABNT NBR IEC 60529:2017 – Graus de proteção providos por invólucros (Códigos IP)