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Ministério da educação - MEC

Secretaria de Educação Profissional e Técnica – SETEC


Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Sul – Campus Rio Grande

Instrumentação Industrial

Áreas Classificadas
CURSO DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
Áreas Classificadas
Classificação de áreas
A identificação das áreas de risco das instalações industriais é normalmente
executada por engenheiros, técnicos e instrumentistas especializados na área.

Definições:
A seguir estão alguns termos utilizados na identificação e classificação das
áreas de risco, potencialmente explosivas:

- Atmosfera explosiva
Em processos industriais, especialmente em petroquímicas e químicas, onde se
manipulam substâncias inflamáveis, podem ocorrer em determinadas áreas a
mistura de gases, vapores ou poeiras inflamáveis com o ar quente, em
proporções adequadas, formam a atmosfera potencialmente explosiva.

-Área classificada
Pode-se entender como um local aberto ou fechado, onde existe a possibilidade
de formação de uma atmosfera explosiva, podendo ser dividido em zonas de
diferentes riscos, sem que haja nenhuma barreira física.
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Áreas Classificadas
-Combustão
A combustão é uma reação de uma substância (combustível) com o oxigênio (O2)
(comburente) presente na atmosfera, com liberação de energia.

-Comburente
É todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de
fazê-lo entrar em combustão (o oxigênio é o principal comburente). Em resumo, é
a substância que alimenta a combustão.

-Explosão
É um processo caracterizado por súbito aumento de volume e grande liberação
de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas e produção de
gases, sendo iniciadas por uma detonação ou ignição.

-Ignição
É a chama ocasionada por uma onda de choque, que tem sua origem em uma
faísca ou arco elétrico ou por efeito térmico.

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Classificação em zonas

Áreas perigosas são classificadas de acordo com a probabilidade


do perigo.

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Classificação em zonas (segundo a Norma IEC)
A classificação em zonas baseia-se na frequencia e duração com que ocorre a
atmosfera explosiva, conforme demonstrado na Tabela abaixo:

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Áreas Classificadas
Classificação em grupos (segundo a Norma IEC)
Na classificação em grupos os diversos materiais são agrupados pelo grau de
periculosidade que proporcionam, conforme tabela abaixo:

Exemplo de produto e sua classificação: Benzeno - Grupo IIA

Nota: O grupo de a maior periculosidade é o Grupo IIC, conseqüentemente se um


equipamento é projetado para este grupo, também pode ser instalado no Grupo
IIB e assim sucessivamente.
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Áreas Classificadas
Temperatura de Ignição expontânea
A temperatura de ignição espontânea de um gás é a temperatura em que a
mistura se auto detona, sem que seja necessário adicionar energia.
Este parâmetro é muito importante, pois limita a máxima temperatura de
superfície que pode ser desenvolvida por equipamentos que deve ser instalado
em uma atmosfera potencialmente explosiva. Ex: Benzeno: Temp Ignição: 560ºC

Temperatura de superfície
Todo equipamento para instalação em
áreas classificadas, independente do
tipo de proteção, deve ser projetado e
certificado para uma determinada
categoria da temperatura de superfície,
analisando-se sob condições normais
ou não de operação, e deve ser menor
que a temperatura de ignição espontânea
do gás. A Tabela ao lado ilustra as
categorias de temperatura de superfície.
Ex: Benzeno: Categoria T1.
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Métodos de proteção

Possibilidade de explosão
O risco da ignição de uma atmosfera existe se ocorrer
simultaneamente:

• A presença de um material inflamável, em condições


de operação normal ou anormal;
• O material inflamável encontra-se em um estado tal
e em quantidade suficiente para formar uma
atmosfera explosiva;
• Existe uma fonte de ignição com energia elétrica ou
térmica suficiente para causar a ignição da atmosfera
explosiva.
• Existe a possibilidade da atmosfera alcançar a fonte
de ignição (Figura ao lado)

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• Métodos de proteção

Métodos de prevenção
Existem vários métodos de prevenção, que permitem a instalação de
equipamentos elétricos geradores de faíscas elétricas e temperaturas de
superfícies capazes de trabalhar em áreas de atmosfera potencialmente
explosiva.

Esses métodos de proteção baseiam-se em um dos princípios:


• Confinamento: este método evita a detonação da atmosfera, confinando a
explosão em um compartimento capaz de resistir a pressão desenvolvida para as
áreas vizinhas. (exemplo: equipamentos à prova de explosão);
• Segregação: é a técnica que visa separar fisicamente a atmosfera
potencialmente explosiva da fonte de ignição (ex: equipamentos pressurizados,
imersos e encapsulados);
• Prevenção: neste método controla-se a fonte de ignição de forma a não possuir
energia elétrica e térmica suficiente para detonar a atmosfera explosiva (exemplo:
equipamentos intrinsecamente seguros).

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À prova de explosão (Ex d)
Este método de proteção baseia-se totalmente no conceito de confinamento.
A fonte de ignição pode permanecer em contato com a atmosfera explosiva,
conseqüentemente pode ocorrer uma explosão interna ao equipamento.

Um invólucro à prova de explosão deve suportar a pressão interna desenvolvida


durante a explosão, impedindo a propagação das chamas, gases quentes ou
temperaturas de superfície.

Desta forma o invólucro à prova de explosão


deve ser construído com um material muito
resistente, normalmente alumínio ou ferro
fundido, e deve possuir um interstício estreito
e longo para que os gases quentes
desenvolvidos durante uma possível explosão,
possam ser resfriados, garantindo a integridade
da atmosfera ao redor, conforme Figura ao lado.

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À prova de explosão
Os cabos elétricos que entram e saem do invólucro devem ser conduzidos por
eletrodutos metálicos, pois também são considerados como uma fonte de ignição.

Para evitar a propagação de uma explosão interna, através das entradas e saídas
de cabo do invólucro, devem ser instalados Unidades Seladoras, que consistem
de um tubo rosqueado para união do eletroduto com o invólucro, sendo
preenchida com uma massa especial que impede a propagação das chamas
através dos cabos.

Características dos equipamentos à prova de explosão

Os invólucros à prova de explosão não são


permitidos, em zonas de alto risco (Zona 0),
pois a integridade do grau de proteção depende
de uma correta instalação e manutenção.

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Exemplos de equipamentos à prova de explosão:

a) Invólucro
b) Luminária
c) Micro-switch
d) Sirene

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Pressurizados (Ex p)
A técnica de pressurização é baseada nos conceitos de segregação, onde o
equipamento é construído de forma a não permitir que a atmosfera potencialmente
explosiva penetre no equipamento que contém elementos faiscantes ou de
superfícies quentes, que poderiam detonar a atmosfera.
A atmosfera explosiva é impedida de penetrar no invólucro devido ao gás de
proteção (ar ou gás inerte como gás carbônico e/ou nitrogênio) que é mantido com
uma pressão levemente maior que a da atmosfera externa.
A sobrepressão interna pode ser mantida ou sem um fluxo contínuo, e não requer
nenhuma característica adicional de resistência do invólucro, mas recomenda-se a
utilização de dispositivos de alarme que detectam alguma anormalidade da pressão
interna do invólucro e desenergizam os equipamentos imediatamente depois de
detectada a falha.
Esta técnica pode ser aplicada a painéis elétricos
de modo geral e principalmente como uma solução
para salas de controle, que podem ser montadas
próximas às áreas de risco, conforme mostrado na
Figura ao lado.

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Pressurizados (Ex p)
O processo de diluição contínua deve ser empregado, quando a sala pressurizada
possuir equipamentos que produzam a mistura explosiva, tais como: salas cirúrgicas,
analisadores de gases, etc.
Desta forma o gás inerte deve ser mantido em quantidade tal que a concentração da
mistura nunca alcance 25% do limite inferior de explosividade do gás gerado.
O sistema de alarme neste caso deve ser baseado na quantidade relativa do gás de
proteção na atmosfera, atuando também na desenergização da alimentação.

Encapsulado (Ex m)
Este tipo de proteção, também é baseado no princípio da segregação, prevendo que
os componentes elétricos dos equipamentos sejam envolvidos por uma resina, de tal
forma que a atmosfera explosiva externa não seja inflamada durante a operação.
Normalmente esse tipo de proteção é complementar em outros métodos, e visa
evitar o curto circuito acidental.
Esse método pode ser aplicado a um relé, botoeiras
com cúpula do contato encapsulado, sensores de
proximidade e obrigatoriamente nas barreiras zener.
A Figura ao lado ilustra um circuito eletrônico encapsulado:
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Imerso em óleo (Ex o)
Também neste tipo de proteção, o princípio baseia-se na segregação, evitando que a
atmosfera potencialmente explosiva atinja as partes do equipamento elétrico que
possam provocar a detonação.
A segregação é obtida emergindo as partes “vivas” (que podem provocar faíscas ou
as superfícies quentes) em um invólucro com óleo.
Normalmente é utilizado em grandes transformadores, disjuntores e similares com
peças móveis, aconselhados para equipamentos que não requerem manutenção
freqüente. A Figura abaixo mostra um transformador imerso em óleo isolante.

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Enchimento de areia (Ex q)
Similar ao anterior sendo que a segregação é obtida com o preenchimento do
invólucro com pó, normalmente o pó de quartzo ou areia, evitando desta forma
inflamar a atmosfera ao redor, quer pela transmissão da chama, quer pela
temperatura excessiva das paredes do invólucro
ou da superfície. Encontrado como forma de
para leito de cabos no piso, conforme a Figura
ao lado.

Segurança intrínseca (Ex i)


A Segurança Intrínseca é o método representativo do conceito de prevenção da
ignição, através da limitação da energia elétrica.
O princípio de funcionamento baseia-se em manipular e estocar baixa energia
elétrica, que deve ser incapaz de provocar a detonação da atmosfera explosiva, quer
por efeito térmico ou por faíscas elétricas.
Em geral pode ser aplicado a vários equipamentos e sistemas de instrumentação,
pois a energia elétrica só pode ser controlada a baixos níveis em instrumentos, tais
como: transmissores eletrônicos de corrente, conversores eletropneumático, chaves
fim-de-curso, etc. IFRS Rio Grande - Instrumentação Industrial 16
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Segurança aumentada (Ex e)
Este método de proteção é baseado nos conceitos de supressão da fonte de ignição,
aplicável a equipamentos que em condições normais de operação, não produza
arcos, faíscas ou superfícies quentes que podem causar a ignição da atmosfera
explosiva para a qual ele foi projetado.

São tomadas ainda medidas adicionais visando a proteção sob condições de


sobrecargas previsíveis.

Equipamentos típicos com segurança aumentada são os motores de gaiola,


transformadores de potência e de medição, luminárias e caixas de distribuição,
ligação e conexão especiais em conjunto com outros tipos de proteção.

As normas técnicas prevêem grande flexibilidade para os equipamentos de


Segurança Aumentada, pois permitem sua instalação em Zonas 1 e 2, onde todos os
cabos podem ser conectados aos equipamentos através de prensa-cabos, não
necessitando mais dos eletrodutos metálicos e suas unidades seladoras, conforme
ilustrado nas Figuras a seguir:

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Segurança aumentada (Ex e) - Exemplos de aplicação

Solenóide de Segurança

Motor de segurança
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Não ascendível (Ex n)
Também baseado nos conceitos de supressão da fonte de ignição, os equipamentos
não ascendíveis são similares aos de Segurança Aumentada.
Neste método os equipamentos não possuem energia suficiente para provocar a
detonação da atmosfera explosiva, como os de Segurança Intrínseca, mas não
prevêem nenhuma condição de falha ou defeito.

Sua utilização está restrita à Zona 2, onde existe pouca probabilidade de formação
da atmosfera potencialmente explosiva, o que pode parecer um fator limitante, mas
se observar que as maiores parte dos equipamentos elétricos estão localizados
nesta zona, pode-se tornar muito interessante.
Um exemplo importante dos equipamentos
não ascendível são os multiplex, instalados
na Zona 2, que manipulam sinais das Zonas
1 e os transmite para a sala de controle, com
uma combinação perfeita para a Segurança
Intrínseca, tornando a solução mais simples
e econômica, conforme a Figura ao lado.

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Proteção especial (Ex s)
Este método de proteção, de origem Alemã, não está coberto por nenhuma norma
técnica e foi desenvolvido para permitir a certificação de equipamentos que não
sigam nenhum método de proteção, e possam ser considerados seguros para a
instalação em áreas classificadas, por meios de testes e análises do projeto, visando
não limitar a inventividade humana.

Combinação das proteções


O uso de mais de um tipo de proteção aplicado a um mesmo equipamento é uma
prática comum. Como exemplos existem os motores à prova de explosão, com caixa
de terminais Segurança Aumentada; os botões de comando com cúpula dos contatos
separados por invólucro Encapsulado; os circuitos Intrinsecamente Seguros onde a
barreira limitadora de energia é montada em um painel pressurizado ou em um
invólucro à prova de explosão.

Aplicação dos métodos de proteção


A aplicação dos métodos de proteção está prevista nas normas técnicas, e
regulamenta as áreas de risco onde os diversos métodos de proteção podem ser
utilizados, pois o fator de risco de cada área foi levado em conta na elaboração das
respectivas normas. IFRS Rio Grande - Instrumentação Industrial 20
Áreas Classificadas
Tabela de Aplicação dos métodos de proteção

Nota: Os equipamentos projetados para a zona 0 podem ser instalados nas zonas 1
e 2, bem como os da zona 1 podem também ser instalado na zona 2.
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Segurança Intrínseca (ex i) - Origem

A origem da segurança intrínseca data do inicio do século passado na Inglaterra,


quando uma explosão em uma mina de carvão mineral provocou a perda de muitas
vidas. Uma investigação das causas do acidente, começou-se então a analisar a
possibilidade da ignição ter sido provocada por uma faísca elétrica, no circuito de
baixa tensão que era utilizado na época.
Os mineiros acionavam uma campainha avisando os trabalhadores da superfície,
que os vagões estavam carregados com o minério.
A campainha era acionada por um instrumento que fechava o circuito através de um
par de fios distribuídos pelas galerias. Como a fonte de energia era composta por
uma bateria com baixa tensão e corrente, o circuito era considerado seguro.
Só que no caso da mina, a energia estava armazenada no indutor da campainha e
nos longos fios de interligação e a circulação da corrente no ponto de chaveamento,
se não for devidamente limitada, pode gerar níveis de energia capazes de provocar
um arco elétrico, com potência suficiente para detonar uma mistura explosiva.
O conceito de Segurança Intrínseca havia nascido. Desde então os equipamentos
elétricos e seus circuitos passaram a ser projetados de forma a não produzir arcos
capazes de detonar as substâncias potencialmente explosivas.
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Áreas Classificadas
Energia de Ignição
Toda mistura explosiva possui uma energia mínima de ignição (MIE -Minimum
Ignition Energy) que abaixo deste valor é impossível se provocar a detonação da
atmosfera potencialmente explosiva.

A Figura abaixo compara a curva do Hidrogênio com o Propano, ilustrando a energia


da fonte de ignição, que provoca a detonação; em função da concentração da
mistura, ou seja: da quantidade de combustível em relação à quantidade de ar.

O ponto que requer menor energia para


provocar a detonação é chamado de M I E
(Minimum Ignition Energie), sendo também
o ponto onde a explosão desenvolve maior
pressão, ou seja a explosão é maior.

Fora do ponto de menor energia MIE, a


mistura necessita de maiores quantidades
de energia para provocar a ignição, ou seja:
a energia de ignição é função da
concentração da mistura. IFRS Rio Grande - Instrumentação Industrial 23
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Princípios da Segurança Intrínseca

O princípio básico da segurança intrínseca é manipular e armazenar baixa energia,


de forma que o circuito instalado na área classificada nunca possua energia
suficiente (manipulada e armazenada) capaz de provocar a ignição da atmosfera
potencialmente explosiva, conforme a Figura abaixo.

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Energia elétrica

Dentro deste princípio, a energia total que o circuito intrinsecamente seguro pode
conter deve ser menor que a mínima energia I (mA) de ignição MIE.
Transportando a energia em potência elétrica, obtemos uma curva que ilustra as
máximas tensões versus as máximas correntes de um circuito, conforme a Figura.
Existem três curvas, uma para cada grupo, pois quanto maior a periculosidade da
mistura menor será a energia necessária
para a ignição e menor a potência que
pode ser seguramente manipulada,
desta forma um equipamento projetado
para o grupo IIC pode ser utilizado no IIB.

Analisando a curva nota-se que a


segurança intrínseca pode ser
aplicada com sucesso a
equipamentos que consomem
pouca energia, tornando-se uma
opção para a instrumentação.
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Áreas Classificadas
Energia elétrica

Limitadores de energia
Para uma instalação ser executada com a proteção da Segurança Intrínseca temos
que interfacear o elemento de campo com o instrumento de controle / sinalização,
através de um limitador de energia.

Para tornar claro esta idéia, imagine a montagem da próxima figura, onde tem um
contato mecânico proveniente de uma chave liga-desliga que deve acionar um relé
auxiliar, montado no painel de controle fora da área classificada.

É fácil prever que com a abertura ou fechamento do contato irá ocorrer uma centelha
elétrica com energia suficiente para inflamar a atmosfera, conforme a Figura abaixo.

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Limitadores de corrente
No circuito da Figura ao lado foi
acrescido um resistor que tem como
função limitar a corrente elétrica, o que
ainda não é suficiente para eliminar a
centelha apesar de reduzir sua energia.

Limite de tensão
Visando limitar a potência, chegamos ao circuito da Figura abaixo, que possui um
resistor limitando a corrente, e um diodo zener para limitar a tensão no contato de
campo. Desta forma conseguimos eliminar a possibilidade de ignição pela
manipulação da energia elétrica em áreas classificadas, logicamente escolhendo os
valores do resistor e do diodo zener que mantenham a corrente e a tensão no
contato de campo, abaixo dos limites estabelecidos na curva V x I mostrada
anteriormente com os devidos fatores de segurança, que serão discutidos
posteriormente.

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Categorias de proteção
Os equipamentos intrinsecamente seguros são classificados em duas categorias:

Categoria “ia”
Esta categoria é mais rigorosa e prevê que o equipamento possa sofrer até dois
defeitos consecutivos e simultâneos mantendo com um fator de segurança de 1,5
aplicado sobre as tensões e correntes, visando a incapacidade de provocar a
ignição. Motivo pelo qual se assegura a utilização destes equipamentos até nas
zonas de risco prolongado (Zona 0).

Categoria “ïb”
A categoria ib é menos rigorosa, possibilitando a instalação dos equipamentos
apenas nas Zonas 1 e 2 devemos assim assegurar a incapacidade de provocar a
detonação da atmosfera quando houver um defeito no circuito, mantendo também o
fator de segurança como 1,5.
A aplicação dos fatores de segurança é objeto de estudo aprofundado para os
projetistas dos circuitos intrinsecamente seguros, não sendo um fator importante
para os usuários dos instrumentos, que devem preocupar-se apenas em utilizar os
equipamentos nas zonas adequadas.
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Aterramento
Visando ainda eliminar a possibilidade de ignição, o circuito deve estar apto a
desviar as sobretensões perigosas capazes de provocar uma centelha elétrica na
área classificada, conforme ilustra a Figura ao lado:

Um sistema de aterramento com alta integridade deve ser utilizado para a conexão
do circuito limitador de energia, como único recurso capaz de desviar a corrente
gerada por uma sobretensão em relação ao potencial de terra, conforme a Figura:

As normas técnicas recomendam um aterramento íntegro com impedância menor


que 1Ω, para garantir a eficácia do circuito.O limitador de energia da figura anterior
é também conhecido como barreira zener, que pode variar ligeiramente
dependendo de fabricante para fabricante e também devido ao tipo de sinal.
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Marcação
Br Ex id IIC T6
TEMPERATURA
INDICA A CLASSE DE TEMPERATURA
DE SUPERFÍCIE DO EQUIPAMENTO
T1 (450ºC), T2 (300ºC)
CERTIFICAÇÃO T3 (200ºC), T4 (135ºC)
INDICA QUE A CERTIFICAÇÃO T5 (100ºC), T6 (85ºC)
É BRASILEIRA
GRUPO
PROTEÇÃO INDICA O GRUPO PARA O QUAL
INDICA QUE O EQUIPAMENTO POSSUI O EQUIPAMENTO FOI CONSTRUÍDO
ALGUM TIPO DE PROTEÇÃO PARA GRUPO IIC 180 propano
ATMOSFERA POTENCIALMENTE GRUPO IIB 60 etileo
EXPLOSIVA GRUPO IIA 20 acetileno, hidrogenio
TIPO DE PROTEÇÃO
INDICA O TIPO DE PROTEÇÃO QUE O EQUIPAMENTO POSSUI:
“d” - À PROVA DE EXPLOSÃO
“p” - PRESSURIZADO
“m”- ENCAPSULADO “q” - IMERSO EM AREIA
“o” - IMERSO EM ÓLEO “e” - SEGURANÇA AUMENTADA
“i” - SEGURANÇA INTRÍNSECA NAS CATEGORIAS “a” e “b”
“n” - NÃO ACENDÍVEL
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