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Farbene Cursos e Treinamentos Ltda.

João Antonio Munhoz

Devemos entender como Área


Classificada “todo local sujeito à
probabilidade da existência ou
formação de misturas explosivas
pela presença de gases, vapores,
poeiras ou fibras combustíveis
misturadas com o ar (ou com o
Oxigênio do Ar)”
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. Áreas Classificadas João Antonio Munhoz
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Atmosfera explosiva é a mistura com


o ar, de substâncias inflamáveis na
forma de gases, vapores, poeiras ou
fibras na qual após a ignição a
combustão se propaga através da
mistura remanescente.
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A segurança de uma unidade industrial sujeita a riscos


de explosões inclui, na ordem:
• A definição das áreas classificadas por gases,
vapores, poeiras ou fibras, por meio de documentos
de classificação de áreas.
• O tratamento que essas áreas devem ter pela
utilização de materiais e equipamentos Ex
certificados.
• A seleção dos equipamentos em função dos
Zoneamentos, Grupos, Classes de Temperatura e
Graus de Proteção
• A montagem dos equipamentos Ex
• O treinamento dos profissionais que lidam com áreas
classificadas.
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Existem diversos tipos de explosões:

• A explosão de uma caldeira


• As explosões nucleares
• As explosões dos motores de
combustão interna
• As explosões por reações químicas
aceleradas, etc.
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É importante destacar que a explosão


existirá não apenas pela presença de
gases, vapores, poeiras e fibras, mas pela
quantidade e pela sua concentração no
ambiente (mistura com o oxigênio do ar).
Dessa forma, a identificação de locais
potencialmente explosivos define as
“áreas classificadas” presentes nesses
locais.
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A explosão é uma súbita reação química


entre uma substância inflamável com o
oxigênio (presente no ar) e na
eventualidade de uma fonte de ignição,
originando uma grande energia.

As substâncias inflamáveis podem estar


na forma de gases, vapores, névoas,
poeiras e fibras.
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Certas propriedades características


desses materiais devem ser levadas em
consideração:
O Ponto de Fulgor (flash point) que é a
mínima temperatura na qual um líquido
emite vapor em concentração suficiente
para formar uma mistura que entra em
ignição com o ar junto à superfície do
líquido.
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Princípios de
classificação de
áreas e
Zoneamento
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As fontes de risco são classificadas em


“graus” dependendo da duração e
frequência das atmosferas explosivas
geradas por elas.

Fonte de Risco: Aspecto ou elemento material


ou imaterial, situação ou contexto do
trabalho que, de forma isolada ou
combinada, tem o potencial intrínseco de
dar origem a riscos à saúde e segurança no
trabalho. (NR 01)
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• São conhecidas de “grau contínuo”


aquelas fontes que geram risco de forma
contínua ou durante longos períodos.
• As de “grau primário” são as fontes que
geram riscos de forma periódica ou
ocasional durante condições normais de
operação, e
• São conhecidas como de “grau
secundário” aquelas fontes que geram
risco somente em condições anormais de
operação e, quando isto acontece, é por
períodos curtos.
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Exemplo de fonte de risco de grau


contínuo:
• O interior de um tanque de
armazenamento de inflamáveis tipo
atmosférico, onde teremos
permanentemente a presença de
mistura explosiva enquanto houver
produto no tanque.
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Nesse mesmo tanque, uma fonte de risco


de grau primário será o respiro dele, por
termos a saída de vapores do produto
toda vez que o nível do mesmo aumentar
(isto não acontece permanentemente,
mas apenas quando o nível sobe)
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Fontes de risco de grau secundário:


flanges (que por envelhecimento da junta
ou desaperto de parafusos podem vazar)
ou também por perda do controle de
nível, que provocará o derramamento do
líquido na bacia. São estas condições
anormais, não sendo, portanto frequentes
nem de longa duração.
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Zoneamentos (para gases e vapores)


Norma NBR IEC 60079-10:

• Zona 0 – local em que a atmosfera


explosiva está presente de modo
permanente, por longos períodos ou
ainda frequentemente, sendo geradas
normalmente por fontes de risco de
grau contínuo
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Zoneamentos (para gases e vapores)


Norma NBR IEC 60079-10:

• Zona 1 – É um local onde a atmosfera


explosiva está presente em forma
ocasional e em condições normais de
operação, sendo normalmente geradas
por fontes de risco de grau primário.
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Zoneamentos (para gases e vapores)


Norma NBR IEC 60079-10:

• Zona 2 – É um local onde a atmosfera


explosiva está presente somente em
condições anormais de operação e
persiste somente por curtos períodos de
tempo, sendo geradas normalmente por
fontes de risco de grau secundário.
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Zoneamentos (para poeiras e fibras)


Norma NBR IEC 61241-10:

• Zona 20 – É um local onde a atmosfera


explosiva está presente em forma de nuvem
de poeira de forma permanente, por longos
períodos ou ainda frequentemente. Estas
zonas, como no caso de gases e vapores, são
geradas por fontes de risco de grau contínuo.
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Zoneamentos (para poeiras e fibras)


Norma NBR IEC 61241-10:

• Zona 21 – É um local onde a atmosfera


explosiva está presente em forma de nuvem
de poeira de forma ocasional, em condições
normais de operação da unidade. Estas
zonas, como no caso dos gases e vapores,
são geradas por fontes de risco de grau
primário.
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Zoneamentos (para poeiras e fibras)


Norma NBR IEC 61241-10:

• Zona 22 – É um local onde a atmosfera


explosiva está presente em forma de nuvem
de poeira somente em condições anormais
de operação e, se existir, será somente por
curto período de tempo. Como no caso dos
gases e vapores, estas zonas são geradas por
fontes de risco de grau secundário.
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Desenho de áreas classificadas


Documento que deve mostrar as áreas
classificadas existentes nas unidades,
seus graus de risco (Zonas) e suas
extensões em metros. Serve
principalmente para definir os tipos de
equipamentos elétricos a serem
instalados nesses locais.
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CONCEITOS DE PROTEÇÃO

Os equipamentos elétricos instalados ou a


serem usados em áreas classificadas são
possíveis fontes de ignição devido a arcos e
faíscas provocados pela abertura e
fechamento de contatos ou
superaquecimento em caso de falhas.
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Dessa forma, esses equipamentos


devem ser fabricados de maneira a
impedir que a atmosfera explosiva entre
em contato com as partes que possam
gerar esses riscos.
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Por isso, os equipamentos são construídos


baseados em 3 diferentes soluções e são
conhecidos como EQUIPAMENTOS Ex:
• Confinam as fontes de ignição (da atmosfera
explosiva)
• Segregam as fontes de ignição (da atmosfera
explosiva
• Suprimem ou reduzem os níveis de energia
no circuito a valores abaixo da energia
necessária para inflamar a mistura presente
no ambiente
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Método de Proteção Código Princípios


À Prov a de Ex plos ão Ex -d Confinamento
Pres s uriz ado Ex -p
Encaps ulado Ex -m Segregação
Imers o em óleo Ex -o
Imers o em areia Ex -q
Intris ecamente s eguro Ex -ia
Ex -ib Supres s ão
Segurança aumentada Ex -e
Não acendív el Ex -n
Es pecial Ex -s Es pecial
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TIPOS DE PROTEÇÃO EM FUNÇÃO DO


ZONEAMENTO

Equipamentos Especiais: são fabricados


utilizando qualquer técnica diferente das já
mencionadas. Os equipamentos deste tipo que
hoje existem funcionam baseados em
princípios pneumáticos (luminárias de
inspeção de vasos), na utilização de fibra
óptica (sistema de sinalização), etc., podendo
ser utilizados em Zonas 0- 1 e 2, desde que
certificados para essas condições de uso.
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ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS EM FUNÇÃO DO GRUPO


Os produtos inflamáveis têm características e graus
de periculosidade diferentes. Na sua fabricação, os
equipamentos elétricos para áreas classificadas foram
divididos em dois grandes grupos:

• Grupo I – São aqueles fabricados para operarem em


minas subterrâneas.

• Grupo II – Fabricados para operarem em indústrias,


na superfície. Este grupo foi dividido em subgrupos
IIA, IIB e IIC.
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(EQUIPAMENTOS) EM FUNÇÃO DO GRUPO DE PERICULOSIDADE


O subgrupo IIA inclui
todos os derivados de
petróleo, conhecidos como
(Metano) Família do Propano.
O subgrupo IIB inclui
todos os produtos do
Grupo C do NEC,
conhecidos como Família
do Eteno.
O subgrupo IIC inclui o
Hidrogênio e o Acetileno.
Ensaios de
enquadramento: MIC e
MESG (para equipamentos
Ex-i e Ex-d
respectivamente).
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Escolha de equipamentos em função


da Classe de Temperatura
Os equipamentos elétricos presentes numa
área classificada podem se converter em
fontes de ignição também por
superaquecimento provocado por uma
condição de falha. Portanto, a classe de
temperatura do equipamento é uma
informação fornecida pelo fabricante e
confirmada pela Certificadora de que esse
equipamento, mesmo em condição de falha,
não atingirá na sua superfície um valor acima
da marcação. Veja a tabela adiante:
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International CLASSE DE TEMPERATURA


TEMPERATURA IEC MÁXIMA DE
Electrotechnical ABNT SUPERFÍCIE
Commission
T1 450 º C
T2 300 º C
T3 200 º C
T4 135 º C
T5 100 º C
T6 85 º C
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Grau de Proteção (Ingress Protection – IP


Índice de Proteção) aplicado a equipamentos
É uma informação fornecida pelo fabricante e
confirmada pela Certificadora de que o
equipamento em questão foi projetado para
impedir a entrada de sólidos e líquidos no seu
interior. Esta informação é composta por 2
dígitos (de 0 a 8) sendo que O PRIMEIRO
DÍGITO se refere às medidas que foram
tomadas para impedir a entrada de sólidos e
o SEGUNDO DÍGITO às medidas tomadas
para impedir a entrada de líquidos no seu
interior.
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A Portaria Inmetro 83/06 determina que todos os


equipamentos elétricos a serem instalados/utilizados
em áreas classificadas devem ser “certificados”. A
certificação somente pode ser concedida por
entidades credenciadas pelo INMETRO conhecidas
como OCP (Organismos de Certificação de Produtos).
Os Certificados devem acompanhar todo
equipamento a ser utilizado em áreas classificadas e
estes devem ser identificados com marcação no
corpo claramente legível e indelével.
Até este momento, as entidades brasileiras
credenciadas são:
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• Bureau Veritas Certification do Brasil (BVC);


• CERTUSP;
• TÜV Rheinland Brasil
• CEPEL-LABEX
• NCC Certificações do Brasil; e,
• UL do Brasil
• Iex – Instituto de Certificação
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MARCAÇÃO
Br Ex d IIC T6
• Br indica que a certificação desse produto é brasileira.
• Ex significa que o equipamento tem algum tipo de proteção para área
classificada (atmosfera potencialmente explosiva).
• d especifica o tipo de proteção que esse equipamento tem, podendo
ser uma das seguintes:
d = à prova de explosão m = encapsulado
e = segurança aumentada o = imerso em óleo
p = pressurizado (px, py ou pz) q = imerso em areia
i = segurança intrínseca (ia, ib ou ic) n = não acendível
(nA, nR, nL ou nC)
t = proteção do invólucro s = especial
• IIC especifica o grupo para o qual o equipamento foi construído,
podendo ser: Grupo IIA, IIB ou IIC.
• T6 indica a classe de temperatura de superfície do equipamento,
podendo ser:T1=450ºC, T2=300ºC, T3=200ºC, T4=135ºC
T5= 100ºC ou T6=85ºC.
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Quando a certificação é concedida por


um órgão certificador da Comunidade
Européia, em lugar de Br a marcação
começa com EE, ficando neste caso:

EE Ex d IIC T6
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Produtos à Prova de Explosão


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Luz de Emergência Ex com módulos combinados


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Luminária à Prova de Explosão


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Câmera Fotográfica Intrinsecamente Segura

Ingress Protection

Para uso em pesquisas, instalações e


registros de inspeções e manutenções.
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FONTES DE IGNIÇÃO POSSÍVEIS NAS ÁREAS


CLASSIFICADAS
De origem elétrica: fiações abertas, painéis
(contatores, fusíveis), tomadas, botoeiras,
motores, luminárias ...
De origem eletrônica: sensores, transmissores
De origem mecânica: esteiras, elevadores de
canecas, moinhos, separadores ...
De origem eletrostática: por fricção,
rolamentos, transporte e transferência de
líquidos inflamáveis.
Geradores de temperatura, chamas,
descargas atmosféricas, ondas de RF e
eletromagnéticas.
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Poeiras combustíveis (Explosivas)


Sofrem combustão tão rápida que geram onda de
pressão e fonte de chama (combustão) tão grandes
que são capazes de destruir todo um parque
industrial:
• Farinha
• Pó de alumínio
• Magnésio
• Amidos
• Poeiras de cereais
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INDÚSTRIAS SUJEITAS A RISCO DE EXPLOSÕES POR POEIRAS


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PARÂMETROS DE EXPLIOSIVIDADE DE ALGUNS PRODUTOS

TMI =
TEMPERATURA
MÍNIMA DE
IGNIÇÃO DO
PRODUTO

CME =
CONCENTRAÇÃO
MÍNIMA DE
EXPLOSIVIDADE
DO PRODUTO
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Bibliografia Consultada:

• Pequeno Manual Prático de Instalações Elétricas


em Atmosferas Explosivas – ABPEx Associação
Brasileira para Prevenção de Explosões e Project-
Explo Soluções Integrais x Explosões. SP Outubro
2007 3ª Edição.
• Manual de Bolso de Instalações Elétricas em
Atmosferas Explosivas – ABPEx e Project-Explo.
SP Setembro 2010 4ª Edição.
• Literatura e Manuais Técnicos disponíveis na
Internet.
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• Nossa recomendação: baixe e consulte o


Manual de Bolso de Instalações Elétricas
em Atmosferas Explosivas, da Project-
Explo:

• http://www.project-explo.com.br/mbieaex/.

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