Você está na página 1de 44

Sumário

1 Contextualização (Página 3)

2 Conceito de Agentes Químico (Página 6)

2.1 Reconhecimentos dos Riscos Químicos (Página 12)

3 Procedimentos de Medição (Página 13)

3.1 Visão do Processo de Medição – Agentes Químicos (Página 15)

3.2 Visão do Processo de Medição – Benzeno (Página 17)

3.3 Instrumentos de Medição da Concentração dos Agentes Químicos (Página 18)

4 Níveis Padronizados no Ambiente de Trabalho (Página 20)

4.1 Agentes Químicos (Página 20)

4.2 Benzeno (Página 21)

5 Exposição aos Agentes Químicos nos Ambientes de Trabalho (Página 23)

5.1 Profissionais da saúde e os riscos químicos (Página 23)

5.2 Engenharia de segurança e medidas de controle de um laboratório de vacina viral ve-

terinária (Página 24)

5.3 Riscos químicos hospitalares e o trabalhador de enfermagem (Página 25)

5.4 Exposição e Intoxicação ocupacional a produtos químicos (Página 26)

5.5 Riscos ocupacionais químicos no conhecimento de cirurgiões dentistas (Página 28)

5.6 Exposição a Partículas e Dióxido de Nitrogênio entre Trabalhadores no Sistema de Trens

Subterrâneos de Estocolmo (Página 30)

5.7 Alternativas e processos de vigilância em saúde do trabalhador relacionados à exposi-

ção ao benzeno no Brasil (Página 32)

5.8 Exposição ao benzeno em postos de revenda de combustíveis no Brasil: Rede de Vigi-

lância em Saúde do Trabalhador (VISAT) (Página 34)

6 Softwares para Medição dos Agentes Químicos (Página 36)

7 Medidas Preventivas e Corretivas (Página 38)

Referências (Página 41)

Colaboradora (Página 44)


3

1. Contextualização

E stamos lançando o 4º. eBook da série de publicações relacionadas com


os principais fatores de exposição que quando deixam de ser monitora-
dos e controlados provocam acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.
A série tem 3 ebooks publicados e que tratam sobre os impactos do Frio, Calor
e Ruído, respectivamente, no ambiente de trabalho. Todos os ebooks podem
ser acessados no portal educacional do OnSafety.

É um trabalho desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universi-


dade Estadual de Maringá (UEM) e vem completando a série de ebooks que
destacam os riscos ambientais que o trabalhador está exposto nas nossas in-
dústrias.

Mas vamos falar sobre o 4º ebook que aborda a exposição aos agentes quí-
micos, considerando a revisão da Norma Regulamentadora 15 - NR 15 – Ativi-
dades e Operações Insalubres, entre outras recomendações de especialistas
e pesquisadores da área de Higiene Ocupacional e Toxicologia.

O objetivo deste eBook é apresentar as características sobre a exposição dos


trabalhadores aos agentes químicos em diferentes ambientes de trabalho, re-
latar o procedimento técnico relacionado aos agentes químicos descrito pelo
Guia Técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de resultados
de avaliações quantitativas de agentes químicos em ambientes de trabalho
(FUNDACENTRO, 2018) e apresentar os novos requisitos descritos no Anexo 11
e Anexo 13A da Norma Regulamentadora 15 (NR 15, 2019).

A Figura 1 apresenta os dados disponibilizados pelo Ministério da Economia


- Secretaria de Trabalho e processados pelo Observatório de Segurança e Saú-
de do Trabalho (SmartLab) demonstram que no período de 2017 – 2018, foram
registrados 118.773 Comunicados Acidentes de Trabalho (CAT’s), nos quais o
principal Grupo de Agente Causador é o Químico. E, 41% dos registros foram
concentrados em 12 profissões ou ocupações profissionais, conforme ranking
de Ocupações com mais Acidentes de Trabalho. Demonstrando a importân-
4
cia e precariedade que existe na avaliação e controle das exposições ocupa-
cionais aos agentes químicos nos ambientes de trabalho.

Figura 1: Acidentes de Trabalho causados por Agentes Químicos

Para apresentar as características da exposição aos agentes químicos nos


ambientes de trabalho foram utilizados diversos trabalhos científicos. Além
disso, consultamos a NR-15 (2019) que identifica as atividades consideradas
insalubres e determina os limites de tolerância para cada agente ocupacional
(ruído, calor, frio, agentes químicos e biológicos, entre outros). Informações
que permitem descrever a terminologia usada na análise do agente, caracte-
rizar a exposição dos trabalhadores ao calor em diferentes ambientes de tra-
balho e estabelecer recomendações para reduzir os riscos de exposição dos
trabalhadores.

O guia técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de re-


sultados de avaliações quantitativas de agentes químicos em ambientes
de trabalho apresenta três tópicos principais: como determinar as concen-
trações dos agentes químicos no ar, como analisar estatisticamente, como
comparar os valores obtidos com os limites de tolerância (FUNDACENTRO,
2018). A NHO 08: Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de
Ambientes de Trabalho inclui informações a respeito da coleta de amostras
5
para análise (FUNDACENTRO, 2009).

Veja nos próximos itens uma escrição sobre os conceitos que são importan-
tes para o profissional de Segurança e Saúde do Trabalho, o prcesso de me-
dição dos agentes químicos, recomendações e experiências científicas que
ajudam a melhorar a análise, medição e ações preventivas para os ambientes
de trabalhos que expõe os trabalhadores as substâncias químicas. No ebook
também caracterizamos e destacamos também sobre o cuidado preventivo
que devemos tomar no caso do Benzeno.
6

2. Conceito de Agentes Químicos

A gentes químicos são definidos como substâncias que apresentam a


capacidade de ser introduzido no organismo por meio das vias respi-
ratórias, contato ou ingestão. Enquanto o risco químico trata-se da ameaça
sofrida ao manipular componentes químicos (SILVA; VALENTE, 2012). A se-
gurança química envolve os meios de prevenção dos efeitos causados pela
exposição a substâncias químicas tanto nas pessoas quanto no ambiente
(OPAS, 2001).

O benzeno é um agente químico composto por um hidrocarboneto aro-


mático que gera contaminação quando em contato com os colaboradores.
E, por exemplo, a gasolina e compostos da indústria química e petroquímica
contêm o benzeno (MOURA-CORREA et al., 2014).

A quantidade de substâncias químicas é absurdamente alta, já que, um dos


materiais produzidos por uma divisão da Sociedade Americana de Química
(CAS) chamados de Chemical Abstracts, afirma que em 1991 existiam em tor-
no de sete milhões de substâncias químicas no mundo e todas elas são pre-
7
judiciais à saúde gerando intoxicações conforme a dose utilizada (DA SILVA;
GIUNTINI; MENEGUIN, 1997).

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists - ACGIH (AC-


GIH, 2019) destaca uma lista com mais de 825 substancias químicas que os
profissionais da Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) devem avaliar e moni-
torar a partir de diferentes níveis máximos de exposição para o trabalhador. As
substâncias são identificadas pelo código da ACGIH e também, pelo código
do eSocial1¹ presente na Tabela 23. A própria ACGIH destaca que a avaliação
quantitativa das exposições ocupacionais permite estabelecer um controle a
partir dos TLVs®-TWA (Threshold Limit Value – Time Weighted Average) (AC-
GIH, 2019).

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos das substâncias químicas no


organismo humano, visto que, a intoxicação envolve intensidade, tempo de
exposição e tipo. A intensidade é classificada como leve, moderada e grave; o
tempo de exposição como crônica (longa duração), aguda (evolução rápida)
e subaguda (caso intermediário) e o tipo de efeito como local (efeito próximo
ao local de penetração), sistêmico (efeito longe do local de penetração), muta-
gênico (gera alteração genética), teratogênico (alteração no desenvolvimento
do feto) e carcinogênico (geração de células cancerígenas) (DA SILVA; GIUN-
TINI; MENEGUIN, 1997).

Bernard e Lauwerys (1984) classifica os resultados do contato com agentes


químicos em quatro fases: exposição (tempo de contato as substâncias quí-
micas), toxicocinética (corresponde desde a entrada da substância no orga-
nismo até a saída), toxicodinâmica (relação entre os componentes químicos e
o organismo humano) e clínica (sinais externos da intoxicação).

Há a possibilidade de os colaboradores estarem expostos a mais de uma


substância, ou seja, misturas, e isso gera um efeito combinado ou aditivo. Se
os agentes estiverem atuando sobre um mesmo indivíduo o efeito deve ser
considerado combinado. Caso contrário, aditivo, ou seja, o impacto de cada
substância é analisado individualmente e o resultado é a soma dos mesmos.
Assim, para identificar se o VRAT da mistura (VRATM) foi excedido no ambiente
de trabalho tanto considerando 8 horas quanto curta duração, utiliza-se a Eq.

O eSocial, por meio do Decreto nº 8373/2014, é definido como o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias
e Trabalhistas que possibilita interação dos empregadores com o Governo em relação aos colaboradores, como por exemplo, folhas de
pagamento e aviso prévio (eSocial, 2019).
8
(1) e verifica se o resultado da mesma é maior que 1,0 (FUNDACENTRO, 2018).

(1)

Onde, CA, CB e CN são as concentrações dos agentes A, B e N respectivamen-


te e VRATA, VRATB e VRATN são os valores correspondentes de cada uma das
substâncias citadas (FUNDACENTRO, 2018).

Como cada substância apresenta um ou mais efeitos (base do TLV), deve-se


identificar a base em comum com o maior número de agentes para calcular
o TLV e também combinar diversos efeitos para verificar se o mesmo não ex-
cede o VRATM (FUNDACENTRO, 2018).

Destaca-se que a Eq. (1) não é recomendada quando há misturas comple-


xas (muitas substâncias) ou agentes com efeitos que são maiores que os indi-
viduais (FUNDACENTRO, 2018).

A Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) são


elaboradas conforme as normas da ABNT e apresentam informações relacio-
nadas aos agentes químicos e entre as mais críticas são a identificação do
produto, medidas de segurança, riscos ao fogo, propriedades físico-químicas,
informações ecotoxicológicas (efeitos das substâncias tóxicas no ambiente) e
dados gerais (ABTLP, 2020). Já o Programa de Prevenção de Riscos Ambien-
tais (PPRA) ou o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) fornecem,
entre outros dados, as medidas de segurança tomadas pela empresa. Há tam-
bém um programa específico para o Benzeno, intitulado como Programa de
Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB).

O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho (SESMT) tem como objetivo manter os colaboradores com a saúde
preservada (NR-04, 2016). E a Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes (CIPA) é responsável por adequar o trabalho com condições aceitáveis de
saúde dos colaboradores (NR-05, 2019).

Os colaboradores que estão expostos a níveis parecidos de exposição a al-


gum risco ocupacionais são classificados em grupos conhecidos como. Gru-
po Similar de Exposição (GSE) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE).
Assim, mesmo que as concentrações de agentes químicos entre os colabora-
9
dores não seja a mesma, a avaliação de um funcionário do grupo é igual para
todo o GSE (FUNDACENTRO, 2018).

Para realizar a análise dos dados no processo de medição, assume-se que a


distribuição é lognormal, o que significa que o logaritmo das concentrações
apresenta uma distribuição normal. Isso é utilizado quando os valores que
serão analisados são apenas positivos como no caso das concentrações (FUN-
DACENTRO, 2018).

Há algumas definições utilizadas no processo de medição dos níveis de ex-


posição aos agentes químicos. ppm (ml/m³) indica a unidade de medida uti-
lizada e representa parte do agente por milhão de partes, no caso, de ar. O
Valor Máximo Permitido (VMP) é o valor máximo possível de concentração.
O Valor de Referência para Ambientes de Trabalho (VRAT) é a referência
de concentração do agente químico e esse valor é classificado em três tipos:
VRATMPT (Média Ponderada no Tempo – concentração média ponderada per-
mitida para uma jornada de no máximo 8 horas por dia e 48 horas por sema-
na e corresponde ao TWA da ACGIH), VRATTeto (O valor máximo de concentra-
ção permitido) e VRATCD (Curta Duração – concentração máxima permitida
quando analisados períodos menores, em geral 15 minutos e corresponde ao
STEL) (FUNDACENTRO, 2018).

O monitoramento do ambiente de trabalho envolve verificar frequente-


mente as concentrações nas quais os colaboradores estão expostos.

Como os limites de tolerância são correspondentes a uma jornada de 8h por


dia (40 horas por semana), faz-se necessário utilizar fatores de redução (FR)
para que os limites sejam adequados para a jornada de 48 horas por semana
(mais comum no Brasil) chamada de jornada estendida. Assim, calcula-se o
FR por meio da Eq. (2) e multiplica-se esse valor pelo limite de tolerância para
a jornada de 40h/semana e obtém-se o limite reduzido para 48h/semana. No
caso da jornada diária utiliza-se a Eq. (3) e multiplica o FR pelo limite de tole-
rância utilizado para 8h/dia trabalhadas (FUNDACENTRO, 2018).
10
(2)

(3)

Onde, h é a jornada de trabalho a qual deseja-se adequar o limite de tole-


rância, ou seja, 48 horas no caso semanal. Assim, o resultado é aproximada-
mente 0,78. Para o cálculo diário, depende das horas trabalhadas por dia. Por
exemplo, para uma jornada de 12h/dia, o FR é 0,5 (FUNDACENTRO, 2018).

O tempo de coleta/medição é a duração da medição da concentração ou


da coleta da amostra do ar para avaliar a exposição aos agentes químicos. A
amostra coletada deve conter ao menos o volume mínimo de ar e a duração
da coleta deve ser no máximo igual ao tempo estabelecido pelo limite de to-
lerância. Por exemplo, para um VRATCD de 15 minutos a amostra deve durar no
máximo 15 minutos. E, no caso de a coleta não cobrir o período todo, é neces-
sário realizar medições consecutivas. Como por exemplo, uma atividade de 25
minutos que expõe o colaborador a uma substância com VRATCD (15 minutos),
se não há indícios do período mais crítico, realiza-se duas medições de 15 mi-
nutos (a coleta continua mesmo nos 5 minutos que o colaborador não está
mais executando a atividade). Caso contrário, a coleta deve ocorrer apenas
nos 15 minutos mais complicados (FUNDACENTRO, 2018).

Conforme a NR-09 (2019), o nível de ação (NA) é definido como o valor que,
se ultrapassado, as ações preventivas são necessárias com o objetivo de que os
limites de tolerância não sejam excedidos com facilidade. No caso dos agen-
tes químicos, esse valor corresponde a metade do considerado como “limite
de tolerância”.

LEIDEL et al. (1977) e MULHAUSEN (2013) consideram o NA utilizando o des-


vio padrão da média geométrica (DPG) a fim de obter 95% de probabilidade
de que no máximo 5% das exposições que não foram medidas excedam os
limites de tolerâncias. Assim o nível de ação se comporta conforme a Quadro
1 e, para valores de desvio maiores que 2, não é possível determinar um nível
de ação e as medidas preventivas já devem ser implementadas.
11
Quadro 1 – Relação entre o DPG e o nível de ação

Fonte: LEIDEL et al. (1977) e MULHAUSEN (2013) adaptado por FUNDACENTRO (2018)

Com o objetivo de identificar a exposição dos colaboradores a agentes quí-


micos, a NR-09 (2020) propõe considerar a descrição das atividades, identi-
ficar o agente, como ocorre e fatores que determinam a exposição, os pos-
síveis danos ao colaborador relacionados a exposição ao agente, as medidas
preventivas preexistentes e os grupos de trabalhadores que estão expostos.
Assim, analisa-se as atividades realizadas e os dados já existentes permitindo
verificar se é necessário a adoção de medidas preventivas, avaliações qualita-
tivas ou quantitativas. Esta última deve ser ampliada a questões ambientais e
organizacionais e é aplicada a fim auxiliar as ações de prevenção, evidenciar
o controle da exposição e mensurar a mesma. Os resultados alcançados são
disponibilizados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

O PGR trata-se de um documento que tem como objetivo armazenar as


informações do gerenciamento de riscos ocupacionais que é responsável por
analisar os riscos no ambiente de trabalho, identificar as medidas de controle
necessárias e efetuar o monitoramento. Assim, é possível gerenciar e prevenir
os perigos ocupacionais (NR 01, 2020).

A análise das exposições dos trabalhadores aos agentes químicos é um pro-


cesso que demanda coletar informações sobre: a) atividades industriais; b)
identificação do agente e formas de exposição; c) possíveis lesões ou agravos
à saúde relacionados às exposições identificadas; d) fatores determinantes da
12
exposição; e) medidas de prevenção já existentes; e f) identificação dos gru-
pos de trabalhadores expostos (NR 09, 2020).

2.1 Reconhecimentos dos Riscos Químicos


Os efeitos causados pelos agentes
químicos nos colaboradores podem
gerar doenças e isso é a preocupação
principal da Toxicologia Ocupacional
(BUSCHINELLI, 2020).

Primeiramente, a fim de verificar o


que pode causar problemas aos co-
laboradores, faz-se necessário definir
corretamente os conceitos de Perigos
e Riscos. Perigo é algo que gera irre-
gularidades enquanto risco trata-se
da possibilidade de alguém experien-
ciar efeitos negativos causados por al-
gum perigo. Outro termo importante
é “Avaliação de Risco” determinado
como o procedimento utilizado para
a medição dos riscos identificados no
ambiente de trabalho (BUSCHINELLI,
2020; EU-OSHA, 2016).

Para analisar o risco emitido pelo


perigo, inicialmente é necessário
identificar todos os perigos existentes
no ambiente de trabalho. Há a neces-
sidade de verificar as características
físico-químicas, a frequência de uso,
o processo de utilização da substân-
cia, qual o tipo de contato com o co-
13
laborador. Após isso, deve ser realizada a avaliação quantitativa (quando im-
prescindível) (BUSCHINELLI, 2020).

As substâncias químicas identificadas como gases e vapores, são defini-


das como moléculas dispersas no ar. Já os particulados, podem ser líquidos
(gotículas líquidas dispersas no ar – névoas ou neblinas) ou sólidos (poeiras e
fumos) e ambos são classificados conforme o diâmetro aerodinâmico da par-
tícula e o nível que atinge o indivíduo. Assim, são divididos em: Particulado
inaliável, torácico, respirável e total (ACGIH, 2017; BUSCHINELLI, 2020; FUNDA-
CENTRO, 2007).

Alguns dos fatores que influenciam na exposição dos colaboradores são as


características físico-químicas e o manuseio das substâncias. Os compostos
na forma de gases e vapores geram maior absorção quando em contato. Em
relação aos líquidos, os mesmos podem evaporar e isso está relacionado a
volatilidade das substâncias. Além disso, quanto maior a superfície de líquido
maior a possibilidade de exposição, visto que, gera maior evaporação. O meio
de utilização também influencia, já que, borrifar a substância aumenta a pro-
dução de vapor. (BUSCHINELLI, 2020).

No caso de mistura de líquidos, a taxa de evaporação de misturas homogê-


neas de líquidos miscíveis depende da volatilidade e da concentração da mis-
tura. Já a quantidade de vapor liberado pelas substâncias que não são solúveis
em água é dependente da volatilidade de cada componente da mistura. Nas
soluções líquidas, a exposição só ocorre por meio de névoas (particulados
líquidos) ou no período de preparação da solução quando houver geração de
poeira. Os sólidos só geram riscos se houverem formação de partículas sóli-
das ou estiverem em formato de pó (BUSCHINELLI, 2020).
14

3. Procedimentos de Medição

É de extrema importância a adesão de processos padronizados ao realizar


a medição do agente, visto que, permite a repetição dos procedimentos,
garante a melhor execução e a conformidade com as normas que definem os
métodos a serem utilizados.

Com esse objetivo, foram desenvolvidas as modelagens do processo de me-


dição dos agentes químicos no geral e do benzeno apresentadas nos itens 3.1
(Visão do Processo de Medição – Agentes Químicos) e 3.2 (Visão do Processo
de Medição - Benzeno).

Destaca-se que a NR-09 (2020) apresenta os quesitos necessários para ava-


liar a exposição dos colaboradores aos agentes químicos. Estes, são identifi-
cados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Além disso, os requi-
sitos levantados na NR-09 (2020) possibilitam o auxílio ao PGR em relação as
medidas de prevenção aos riscos.

Algumas das informações coletadas durante a execução dos procedimen-


15
tos de medição são documentadas no Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR), visto que, o mesmo é constituído, no mínimo, pelo inventário de riscos
e o plano de ação contendo as medidas preventivas (NR-01, 2020).

O inventário deve conter informações relacionadas a caracterização dos


ambientes de trabalho e das atividades realizadas, análise ergonômica, ava-
liação quantitativa de exposição aos riscos ocupacionais, avaliação e classifi-
cação desses riscos, critérios utilizados e dados a respeito dos riscos existentes
e dos colaboradores expostos aos mesmos, envolvendo as fontes geradoras e
as medidas preventivas (NR-01, 2020).

3.1 Visão do Processo de Medição – Agentes Químicos


A Figura 2 destaca uma visão geral
das atividades consideradas no ma-
cro processo de medição dos agentes
químicos. Inicialmente deve ser con-
siderado que a distribuição das con-
centrações é lognormal, visto que, os
valores de concentração analisados
são todos positivos. Após isso, realizar
a caracterização básica e a avaliação
qualitativa para obter informações da
organização e antecipar a avaliação
quantitativa respectivamente. Em se-
guida, definir o método e a duração da
coleta que será utilizada para analisar
a exposição do colaborador aos agen-
tes químicos. A sequência do procedi-
mento é verificar a presença do VRAT,
determinar o número mínimo de re-
sultados, monitorar o ambiente de
trabalho, verificando a exposição dos
16
colaboradores aos agentes químicos, e distribuir as amostras aleatoriamente
nos turnos. Caso algum dos valores excederem os do VRAT deve-se considerar
situação de não conformidade e realizar as ações de melhoria. Caso contrário,
há a necessidade de realizar análise estatística, sendo o MPT-8h em compa-
ração com o VRATMPT e em seguida os resultados de curta duração em relação
com o VRATCD, VRATTETO ou o VMP.

O monitoramento da exposição dos colaboradores aos agentes químicos


nos ambientes de trabalho deve ser realizado periodicamente e o processo
de medição executado enquanto os valores estiverem fora dos limites de to-
lerância.

Figura 2: Modelagem do Processo de Medição dos Agentes Químicos

Algumas das atividades descritas nos procedimentos gerais são subproces-


sos, visto que, envolvem mais de um procedimento. São eles: Realizar carac-
terização básica, realizar avaliação qualitativa, verificar a presença do VRAT,
analisar estatisticamente o MPT-8h em comparação com o VRATMPT e ana-
lisar estatisticamente os resultados de curta duração em comparação com
VRATCD, VRATTETO ou VMP. As atividades de cada subprocesso mencionado
são detalhadas no Apêndice A.
17

3.2 Visão do Processo de Medição – Benzeno


O Benzeno é um agente químico
cancerígeno que é proibido desde
1997 nos ambientes de trabalho, ex-
ceto em organizações que produzem
o benzeno, fazem uso do mesmo em
síntese química ou em combustíveis
provindos do petróleo e em análises
laboratoriais quando não há a possi-
bilidade de substituição. A utilização
do Benzeno em quesitos diferentes
dos citados acima, só é permitida em
casos de inviabilização de alteração
do composto por outro agente, dede
que, seja comprovado no Programa
de Prevenção da Exposição Ocupa-
cional do Benzeno (PPEOB). As infor-
mações específicas ao agente Benze-
no estão presentes no Anexo 13A da
NR-15 (2019) (NR-15, 2019).

O processo de medição do Benzeno


de modo geral está descrito na Figura 3 a partir das informações disponíveis
no Acordo e Legislação sobre o Benzeno - 10 anos (FUNDACENTRO, 2005). O
procedimento é iniciado assumindo que os resultados obtidos nas medições
seguem uma distribuição lognormal, a sequência é realizar a caracterização
ou reconhecimento, definir o método e a duração da coleta e o tempo de
cada uma. Após isso, verificar o tipo de amostra, determinar o número mínimo
de resultados necessários e distribuir aleatoriamente as amostras no tempo.
Caso as informações obtidas na caracterização não tenham sido suficientes,
avaliações adicionais são necessárias. Em seguida, executar a avaliação inicial
com base nos dados do reconhecimento, separar as observações individu-
18
ais das de área e os resultados de curta duração, realizar análise estatística e
elaborar o relatório. Todos esses processos devem ser realizados enquanto as
medições estiverem fora dos limites de tolerância.

Algumas das atividades citadas acima serão detalhadas no Apêndice B, vis-


to que, são subprocessos, ou seja, há outros processos incluídos em um mes-
mo procedimento. São elas: Realizar caracterização/reconhecimento, Verificar
o tipo de amostra e Realizar análise estatística.

Figura 3: Modelagem do Processo de Medição do Benzeno

3.3 Instrumentos de Medição da Concentração dos


Agentes Químicos
Os procedimentos de medição apresentados neste item são realizados por
meio de dispositivos de coleta de amostras do ar que são compostos por bom-
ba de amostragem (dispositivo portátil com controle de vazão), mangueira e
mecanismo de coleta que envolve, entre outros equipamentos, tubo adsor-
vente, impinger, ciclone (tipo de separador de partículas) com porta-filtro e
monitor passivo. Essa coleta pode ser pessoal ou estacionária (NHO-08, 2009;
FUNDACENTRO, 2018).

A coleta pessoal consiste em um dispositivo instalado na roupa do colabora-


dor, conforme a Figura 4a, preferencialmente próximo ao local que há maior
emissão do agente químico e no colaborador que apresenta maior exposição.
Isso permite uma avaliação do contato com agentes químicos por vias respi-
19
ratórias. Já na coleta estacionária, destacada pela Figura 4b, o dispositivo fica
posicionado fixamente em um suporte aproximadamente a 1.60 m acima do
chão que, entre outros fatores, permite identificar a aplicabilidade das medi-
das de controle (NHO-08, 2009).

Figura 4: Dispositivo de coleta pessoal e coleta estacionária

(4a) Coleta Individual - Frente

(4a) Coleta Individual - Costas (4b) Coleta Estacionária

Fonte: NHO-08 (2009)


20

4. Níveis Padronizados no Ambiente de Trabalho

4.1 Agentes Químicos


O documento da ACGIH (2019) estabelece os limites de tolerância para
determinar a exposição permitida aos agentes químicos em ambien-
tes de trabalho. Assim, o mesmo apresenta o TWA (VRATMPT) e o STEL (VRATCD)
que são comparados com as concentrações obtidas no subprocesso “Verificar
a presença do VRAT” do processo de medição dos agentes químicos. Além
disso, há o nome e o código do agente químico utilizado pela ACGIH e a data
da documentação da substância.

No Brasil, a Tabela 23 do eSocial também apresenta o código e o nome da


substância. Destaca-se que a própria Norma Regulamentadora (NR 09) cita a
ACGIH como uma referência que deve ser consultada para estabelecer medi-
das necessárias para eliminação, minimização ou o controle dos riscos quími-
cos
21

4.2 Benzeno

O documento da ACGIH (2019) estabelece os limites de tolerância para de-


terminar a exposição permitida aos agentes químicos em ambientes de tra-
balho. O mesmo apresenta os limites de tolerância TWA (VRATMPT) e o STEL
(VRATCD).

Entretanto, no caso do benzeno, esses valores não são utilizados para ve-
rificar se o ambiente está conforme ou não. Os limites de concentração (LC)
utilizados são os VRT-MPT que assumem os valores: 2,5 ppm para empresas
do ramo siderúrgico e 1,0 ppm para as demais, com exceção das empresas
produtoras de álcool anidro e as que devem substituir o Benzeno por outra
substância (FUNDACENTRO, 2005).

Além disso, há o nome e o código do agente químico utilizado pela ACGIH e


a data da documentação da substância. A Tabela 23 E 24 do eSocial também
apresenta o código e o nome da substância, porém, conforme o eSocial.

O Quadro 2 apresenta dados relacionados ao Benzeno e seus compostos.


Faz-se importante ressaltar que, as substâncias que contém a expressão “Não
tem equivalência nem com a Tabela 23 do eSocial nem com a ACGIH” e “Não
tem equivalência com a ACGIH” significa, respectivamente, que o agente está
presente na Tabela 24 do eSocial mas não está na Tabela 23 do eSocial nem na
ACGIH e a substância está no eSocial mas não está na ACGIH.
Nome do Código Nome do
Código Substância Data da Peso da
Produto eSocial Produto Código TWA STEL Notaçõe Base do
eSocial Similar da Documentaçã molécul
Químico na Tabela Químico na ACGIH (ppm) (ppm) s TLV®
Tabela 24 ACGIH o a (MW)
Tabela 24 23 Tabela 23

Benzeno e
02.01.12 Pele; A1;
02.03.001 Benzeno seus Benzeno 71-43-2 1996 0,5 2,5 78,11 Leucemia
1 BEI
compostos

Fonte: ACGIH (2019).


1,2-dimetil-
02.03.002 benzeno (orto- Não tem equivalência nem com a Tabela 23 do eSocial nem com a ACGIH
xileno)

1,3-dimetil-
02.03.003 benzeno Não tem equivalência nem com a Tabela 23 do eSocial nem com a ACGIH
(meta-xileno)

1,4-dimetil-
02.03.004 benzeno Não tem equivalência nem com a Tabela 23 do eSocial nem com a ACGIH
(para-xileno)

1,2,4- 1,2,4- 1,2,4-


02.01.80 Irr olhos
02.03.005 triclorobenzen Triclorobenzen Triclorobenzen 120-82-1 1975 - C5 - 181,46
9 & TRS
o o o
3,3-
diclorobenzidi 3,3' - 3,3' - Câncer
02.01.29
02.03.006 na Diclorobenzidin Diclorobenzidin 91-94-1 1990 (L) - - Pele; A3 253,13 bexiga;
9
(diclorobenzidi a a irr olhos
na)
Quadro 2 –Dados relacionados ao Benzeno e seus compostos

02.01.10
02.03.007 Antraceno antraceno Não tem equivalência com a ACGIH
6
22
23
5. Exposição aos Agentes Químicos nos Ambientes
de Trabalho

A seguir, destacamos os procedimentos, os parâmetros estabelecidos e


as medidas adotadas em diferentes ambientes de trabalho nos quais
foram realizadas análises de exposição aos agentes químicos. Os ambientes
de trabalho analisados foram hospital (DA SILVA; GIUNTINI; MENEGUIN, 1997;
SILVA; VALENTE, 2012), laboratório de vacina viral veterinária (PRATES et al.,
2013), consultórios odontológicos ((ARPONE et al., 2012), sistema subterrâneo
de trem (PLATO et al., 2019), postos de combustíveis (MOURA-CORREA et al.,
2014) e locais localizados no Distrito Federal (MAGALHÃES; CALDAS, 2019).

5.1 Profissionais da saúde e os riscos químicos


Com o objetivo de avaliar a visão dos profissionais da saúde de um hospital
de Ribeirão Preto – SP com relação aos riscos de exposições a agentes quí-
24
micos, a pesquisa intitulada “A percepção dos profissionais da saúde frente
à exposição a riscos químicos” realizou entrevistas de aproximadamente 30
minutos com funcionários entre 35 e 59 anos, sendo sete auxiliares de en-
fermagem, quatro enfermeiros e um atendente de enfermagem (DA SILVA;
GIUNTINI; MENEGUIN, 1997).

Com base na entrevista, verificou-se que 36,12% das pessoas dizem que não
há exposição a agentes químicos, tanto gasosa e líquida quanto sólida. En-
quanto que, 41,67% afirmaram que há concentração de substâncias químicas
e a mesma quantidade disse o oposto, o que representa falta de consenso
entre os colaboradores em relação aos agentes químicos. Esse fato é evidente
na questão do tempo de exposição (DA SILVA; GIUNTINI; MENEGUIN, 1997).

Levando em consideração o contato dos colaboradores com agentes quí-


micos, 58,33% dos entrevistados afirmam que a mesma ocorre por inalação e
assim, 33,33% considera problemas respiratórios sendo os principais resulta-
dos dessa exposição e 16,66% também inclui o contato com a pele (DA SILVA;
GIUNTINI; MENEGUIN, 1997).

Além disso, 33,32% dos entrevistados dizem que os EPIs são suficientes e
41,67% declaram que há o uso de máscaras e luvas, entretanto, 8,33%, ou seja,
uma pessoa afirmou que os colaboradores exercem suas atividades em pé e
sem o uso de EPIs (DA SILVA; GIUNTINI; MENEGUIN, 1997).

Por fim, conclui-se que as medidas de segurança não são preventivas, vis-
to que, há escassez de fiscalização e motivação (DA SILVA; GIUNTINI; MENE-
GUIN, 1997).

5.2 Engenharia de segurança e medidas de


controle de um laboratório de vacina viral
veterinária
Na pesquisa intitulada “Engenharia de segurança e medidas de controle de
um laboratório de vacina viral veterinária - estudo de caso” o objetivo principal
foi verificar as medidas de controle por meio do documento PPRA, disponibi-
lizado pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança (SESMT), em
25
um laboratório voltado a vacina viral veterinária de Curitiba. Assim, foram ava-
liados se a exposição aos riscos biológicos, químicos e físicos estão conforme
as Normas Regulamentadoras 6 e 9 e os EPIs, EPCs por meio da realização de
um quadro comparativo entre os produtos químicos e os equipamentos de
segurança utilizados conforme o PPRA (PRATES et al., 2013).

Em relação a Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FIS-


PQ) há 9% de falha nos protetores respiratórios (EPI), sendo que houveram 16
EPIs que não foram incluídos. Considerando os 8 setores avaliados, a porcen-
tagem de falha individual de EPIs foi respectivamente 7%, 10%, 12%, 6%, 17%,
2%, 27% e 8% (PRATES et al., 2013).

Por fim, pode-se concluir que ainda há falhas no documento do PPRA de-
senvolvido para o laboratório analisado principalmente em relação aos pro-
tetores respiratórios e isso deve ser minimizado por meio de uma revisão do
PPRA dos setores (PRATES et al., 2013).

5.3 Riscos químicos hospitalares e o trabalhador de


enfermagem
Com a finalidade de verificar os ris-
cos químicos com potencial de ge-
rar toxicidade nos colaboradores que
atuam na enfermagem, visto que,
a prevenção é dependente de uma
identificação antecipada do risco, o
artigo “Riscos químicos hospitalares
e gerenciamento dos agravos à saú-
de do trabalhador de enfermagem”
apresenta uma revisão bibliográfica
(SILVA; VALENTE, 2012).

Os riscos químicos podem causar ir-


ritação na pele e olhos, queimaduras,
26
envenenamentos e toxicidade e são classificados como agentes que apresen-
tam a possibilidade de ingressar o organismo dos colaboradores por meio das
vias respiratórias, contato, absorção pela pele ou ingestão. Esses compostos
estão presentes como líquidos, poeiras, fumos, neblinas, névoas, gases e va-
pores (SILVA; VALENTE, 2012).

No ambiente de trabalho da enfermagem, as atividades que provocam a


convivência com agentes químicos são a esterilização, desinfecção dos mate-
riais, anestesia e o auxílio em tratamentos como a quimioterapia (SILVA; VA-
LENTE, 2012).

Quando os riscos são identificados antecipadamente, há a prevenção de


problemas de saúde e acidentes ocupacionais. A prevenção deve ser realiza-
da por meio da relação entre o SESMT e a CIPA com os colaboradores e são
necessárias novas pesquisas a fim de explorar os riscos dos agentes químicos
nesse ambiente de trabalho (SILVA; VALENTE, 2012).

5.4 Exposição e Intoxicação ocupacional a produtos


químicos
Com o objetivo de identificar os casos de exposição a produtos químicos no
período de 2009 a 2013 no ambulatório de toxicologia ocupacional do Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador do Distrito Federal (CEREST-DF), o
artigo “Exposição e intoxicação ocupacional a produtos químicos no Distrito
Federal” analisa o prontuário de 382 colaboradores, considerando indivíduos
com idade superior ou igual a 18 anos e que realizaram a primeira consulta
no período que compreende a pesquisa. Os colaboradores em questão foram
conduzidos ao CEREST pela rede pública do Distrito Federal (MAGALHÃES;
CALDAS, 2019).

Assim, foram coletadas a data do primeiro atendimento, informações pes-


soais, tempo, agente e meio de exposição, uso de EPIs, resultados de exames
clínicos e laboratoriais, diagnóstico e o avanço do caso, sendo que, o número
de colaboradores diminuiu consideravelmente (93 atendimentos em 2009 e
27
50 em 2013) (MAGALHÃES; CALDAS, 2019).

Observa-se que frequentemente os homens permanecem mais expostos


quando comparados os profissionais do sexo feminino. São profissionais que
na sua maioria tem ensino fundamental e ensino médio. Além disso, observa-
-se que a maioria foi exposta a mais de 14 anos.

Considerando os agentes químicos nos quais os colaboradores estão ex-


postos, o Quadro 3 classifica a exposição conforme a atividade exercida pelo
funcionário e assim, verificou-se que a maior incidência foi de agrotóxicos e
48 indivíduos (12,5%) apresentam contato com mais de um agente químico,
sendo que 77% são produtos químicos industriais e metais, 10,4% raticidas e
agrotóxicos. Faz-se importante ressaltar que, a exposição a raticidas e metais
foi acompanhada de outro agente em todos as observações (MAGALHÃES;
CALDAS, 2019).

Quadro 3 – Agente químico conforme atividade exercida

Fonte: (MAGALHÃES; CALDAS, 2019)


28
Foram realizados testes de butirilcolinesterase (BChE) em 53,1% dos colabo-
radores que estão expostos a agrotóxicos, nos quais os resultados evidenciam
os agrotóxicos Temefós, Metamidofós, Piretroides, Glifosato e Diflubenzuron.
Além disso, foram solicitados outros exames, entretanto devido a ineficácia
do sistema de saúde, pelo menos um dos exames não foi realizado (MAGA-
LHÃES; CALDAS, 2019).

O estudo envolveu principalmente agentes de vigilância ambiental e agri-


cultores (60%), sendo que estes últimos apresentaram, em maioria, baixa es-
colaridade. Já em relação a saneantes, incluindo hipoclorito de sódio (prin-
cipal responsável por intoxicações por saneantes ilegais em Maringá-PR), a
exposição foi única dos auxiliares de limpeza e diaristas (MAGALHÃES; CAL-
DAS, 2019).

Já em relação aos EPIs, 81,7% dos funcionários afirmaram não os utilizar e


isso pode estar relacionado ao fato de que os equipamentos podem gerar
incômodos principalmente em locais quentes, visto que apenas 10% dos co-
laboradores não utilizam o EPI corretamente no Rio Grande do Sul (MAGA-
LHÃES; CALDAS, 2019).

Por fim, faz-se necessário ressaltar que o estudo em questão apresenta a


realidade dos colaboradores atendidos pelo ambulatório, já que nem todos
os indivíduos são examinados pelo sistema de saúde público e alguns não
sabem a quais substâncias estão expostos entre outros fatores (MAGALHÃES;
CALDAS, 2019).

5.5 Riscos ocupacionais químicos no conhecimento


de cirurgiões dentistas
Com o objetivo de verificar se os estudantes de Odontologia e os cirurgi-
ões-dentistas apresentam conhecimento em relação aos agentes químicos
nos quais eles estão expostos nos ambientes de trabalho e os riscos gerados
por essa exposição, o artigo intitulado “Riscos ocupacionais químicos no co-
nhecimento de cirurgiões dentistas” realizou uma pesquisa com 66 indivídu-
os, sendo 33 cirurgiões-dentistas e 33 graduandos, sendo que, o questionário
29
foi respondido individualmente, sem identificação e com consentimento dos
entrevistados. Os dados obtidos foram analisados no Minitab (Versão 13.0) e
realizado teste binomial para verificar a porcentagem de acerto e erro, com
nível de significância de 5%, dos entrevistados em relação aos produtos quí-
micos e os efeitos na saúde (ARPONE et al., 2012).

Os cirurgiões-dentistas, os entrevistados são predominantemente mulhe-


res (54,5%) e com idade inferior a 40 anos (54,6%). Já em relação aos estu-
dantes, 93,9% apresentaram idade entre 20 e 30 anos e 75,7% sexo feminino
(ARPONE et al., 2012).

A pesquisa apresenta os produtos químicos citados pelos entrevistados


como, por exemplo, álcool, éter, talco etc. Conforme a pesquisa, as substâncias
químicas menos utilizadas por cirurgiões-dentistas, citadas por 15,1%, são éter,
formol e cimento cirúrgico e as mencionadas por 80% dos cirurgiões-den-
tistas entrevistados foram talco, álcool, látex, ionômero de vidro, metacrilato,
adesivos dentinários, hipoclorito de sódio, ácido fosfórico e sabonete líquido
antibacteriano. 36,4% dos estudantes citaram o éter e 45,4% o formol, sen-
do estes os menos utilizados. Considerando as substâncias nas quais os alu-
nos estão expostos com maior frequência, mais de 90% mencionou cerâmi-
ca, látex, ionômero de vidro, adesivos dentinários, Calen® (pasta utilizada em
curativos), EDTA, ácido fosfórico e sabonete líquido antibacteriano. Todos os
estudantes afirmaram a presença de paramonoclorofenol canforado – PMCC
(bactericida), alginato e hipoclorito de sódio (ARPONE et al., 2012).

Por fim quando comparadas como possíveis causadoras de danos à saúde,


algumas substâncias não foram relacionadas corretamente e isso indica que
tanto os estudantes quanto os cirurgiões-dentistas não apresentam percep-
ções adequadas em relação aos riscos ocupacionais que estão expostos. Isso
pode gerar inutilização de EPIs (ARPONE et al., 2012).
30
5.6 Exposição a Partículas e Dióxido de Nitrogênio
entre Trabalhadores no Sistema de Trens
Subterrâneos de Estocolmo
A pesquisa intitulada como “Expo-
sure to Particles and Nitrogen Dioxide
Among Workers in the Stockholm Un-
derground Train System” tem como
objetivo identificar os indivíduos que
estão mais expostos a partículas por
meio da análise quatro grupos de co-
laboradores (44 colaboradores com
idade inferior ou igual a 50 anos) do
sistema de trens localizado em Esto-
colmo em relação a exposição ocupa-
cional a dois tamanhos diferentes de
partículas e ao dióxido de nitrogênio

(NO2) existentes devido ao desgaste dos trilhos e da barra de energia elétrica,


visto que, essa exposição pode gerar mortes, câncer e doenças cardiovascu-
lares e respiratórias. O contato com as partículas é verificada em outros siste-
mas subterrâneos como em Nova York, Londres, Helsinque, Roma, Pequim,
Taipei, Seul e Barcelona (PLATO et al., 2019).

Considerando a divisão dos colaboradores em grupos, foram 11 faxineiros,


12 cobradores, 8 vendedores de bilhetes e 13 maquinistas. Os faxineiros e os
cobradores exercem as atividades nas plataformas, enquanto que o ambiente
de trabalho dos vendedores de bilhetes fica localizado um andar acima das
plataformas, caracterizando baixa exposição. Já os maquinistas alternam ente
a cabine do trem e as plataformas, sendo que em cada estação os maquinis-
tas ficam no máximo um minuto em cada estação. Os colaboradores estuda-
dos trabalham predominantemente no turno matutino (PLATO et al., 2019).
31
A pesquisa foi realizada por meio da coleta de materiais particulados (PM),
sendo eles PM1 E PM2,5, por meio de dispositivos de amostragem durante 8
horas (três turnos). Os índices que diferenciam as partículas indicam o maior
diâmetro, ou seja, PM1 refere-se a materiais particulados com diâmetro infe-
rior a 1µm. Além da coleta de amostras, os maquinistas registraram o local e
o tempo nos quais a atividades foram realizadas, por exemplo, o tempo que o
colaborador exerceu o trabalho no interior dos túneis (PLATO et al., 2019).

Os equipamentos utilizados foram um ciclone GK2.05 com um fluxo de ar


de 4L/min para coleta do PM2,5, um ciclone triplex SCC1.062 com um fluxo de
ar de 3,5L/min para coleta do PM1, bombas de amostragem GilAir-5, filtros de
Teflon de 37mm, um DryCal DC-Lite para cálculo da vazão e um DataRAM Tipo
MIE pDR 1000 para medição da concentração de massa (mg/m³) das partícu-
las. Com este último equipamento, foi identificado e registrado o valor médio
de cada minuto e também, foram realizadas medições a cada dez segundos
em cinco motoristas com o objetivo de verificar a velocidade que a concentra-
ção de materiais particulados é alterada na cabine. Além disso, amostradores
portáteis de difusão mediram o NO2 (dióxido de nitrogênio) no ambiente de
trabalho que foram analisados pelo Instituto Ambiental Sueco por meio de 25
medições sendo que os coletores de bilhete não foram avaliados (PLATO et al.,
2019).

Os equipamentos DataRAM e os ciclones foram calibrados todos os dias


antes das medições que foram realizadas seguindo os seguintes critérios: Por
três dias foram analisadas amostras de duas pessoas em paralelo consideran-
do o PM1 e o PM2,5 no dia 1, PM1, PM2,5 e a concentração de massa no dia 2 e a
concentração de massa e o NO2 no dia 3 (PLATO et al., 2019).

Após análise estatística, foi verificado que para os colaboradores subterrâ-


neos, a concentração do PM1 é de 18µm/m³ e do PM2,5 é de 37µm/m³. Já os
faxineiros estão expostos a uma concentração de 31,6 μg/m3 do PM1 e 76,5μg/
m3 do PM2,5 e os vendedores de ingresso apresentaram exposição a 4,9μg/
m3 do PM1 e 9,3μg/m3 do PM2,5. Isso significa que os funcionários que estão
mais expostos aos materiais particulados são os da limpeza e os menos ex-
postos são os vendedores de bilhete. Em relação a rua, os níveis de partículas
32
são cinco vezes menores que os níveis no ambiente subterrâneo além do fato
de que no sistema subterrâneo há alto teor de ferro. Considerando o NO2, os
maquinistas apresentaram uma exposição de 64,1μg/m3, sendo essa a maior
exposição verificada. Faz-se importante ressaltar que os maquinistas sofrem
maior exposição quando estão fora das cabines, já que as mesmas têm filtros
para retenção de partículas (PLATO et al., 2019).

Considerando o metal presente nas partículas, 14% da massa do PM1 é com-


posta por metais e 22% do PM2, sendo que, o ferro é o mais abundante e o
cobre com apenas 0,4%. Outros metais foram desprezados por apresentarem
quantidades insignificativas. E com relação ao NO2, a concentração média é
de 24,1μg/m³ (PLATO et al., 2019).

Por fim, a análise foi utilizada como contribuição para um estudo a respei-
to dos efeitos nos sistemas respiratórios e cardiovascular dos colaboradores
subterrâneos, sendo que os indícios de doença cardiovascular e presença de
proteína C reativa foram maiores em funcionários com alta exposição do que
nos com baixa exposição (PLATO et al., 2019).

5.7 Alternativas e processos de vigilância em saúde


do trabalhador relacionados à exposição ao benze-
no no Brasil
A pesquisa intitulada como “Alternativas e processos de vigilância em saúde
do trabalhador relacionados à exposição ao benzeno no Brasil” apresenta os
pontos críticos da vigilância no Brasil. São eles: Construindo as Bases de Inter-
venção (1983 a 1993), Negociação do Acordo (1994 a 1995), Acompanhamento
do Acordo (1995 a 2002) e Perspectivas, Ação Integrada (2003) (MACHADO et
al., 2003).

O primeiro ponto crítico é constituído por tomada de decisões com o ob-


jetivo de definir ações para prevenir a saúde dos colaboradores. O benzeno
está em quinto lugar no critério substâncias de risco conforme o programa
33
das Nações Unidas de segurança química e em 1983 o contágio do benzeno
foi reduzido em até 1% do volume dos produtos já finalizados. Outro fator foi a
verificação da diminuição de leucócitos no sangue em colaboradores siderúr-
gicos (MACHADO et al., 2003).

Os limites de tolerância para o benzeno são 2,5ppm em siderúrgicas e 1ppm


nos setores químicos, petroquímicos e de petróleo. Entretanto, esses valores
não garantem a prevenção da saúde (MACHADO et al., 2003).

A Negociação do Acordo foi realizada após o benzeno ser considerado como


carcinogênico e ser proibido pelo Ministério de Trabalho. Foi criada a Comis-
são Nacional Permanente do Benzeno (CNP-Bz) que acompanha o acordo e
compartilha informações para melhorar os movimentos sindicais que visam
proteger a saúde dos colaboradores. Além disso, cursos para gerar grupos de
trabalhadores do benzeno (GTBs) e o Programa de Prevenção da Exposição
Ocupacional ao Benzeno (PPEOB) consiste em um documento com as medi-
das de controle definidas pelas empresas. O acordo determina também que
o uso do benzeno é proibido, exceto em siderúrgicas e laboratórios nos quais
o uso é insubstituível (MACHADO et al., 2003).

Os resultados da CNP-Bz geraram a proibição do benzeno no álcool anidro,


plataformas e terminais inseridos no acordo, diminuição da substância em
produtos acabados, criação da Norma de Vigilância da Saúde dos Trabalha-
dores Expostos ao Benzeno e do Sistema de Monitoramento de Populações
Expostas a Agentes Químicos (SIMPEAQ), adoção de visitas técnicas para va-
lidar a implantação do acordo, cursos, palestras, trabalhos acadêmicos e co-
missões regionais (MACHADO et al., 2003).

Por fim, em 2003 foram enfrentados diversos desafios como o aumento das
medidas de controle da vigilância nos postos de combustíveis (MACHADO et
al., 2003).
34
5.8 Exposição ao benzeno em postos de revenda de
combustíveis no Brasil: Rede de Vigilância em Saúde
do Trabalhador (VISAT)
O artigo “Exposição ao benzeno em
postos de revenda de combustíveis
no Brasil: Rede de Vigilância em Saú-
de do Trabalhador (VISAT)” tem como
principal objetivo evidenciar como é a
rede de vigilância em relação ao ben-
zeno em Postos de Revenda de Com-
bustíveis (PRC) entre 2004 e 2014 na
Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, San-
ta Catarina, Rio de Janeiro e São Pau-
lo. Assim, 1312 ambientes de trabalho
foram avaliados como de risco e 564
colaboradores foram analisados, sen-

do que em 2012 haviam 39450 PRCs. Os locais envolvem frentistas, chefes de


pista e encarregados de medição, descarga e testes de qualidade que são
os que estão mais expostos ao Benzeno. Considerando apenas frentistas, o
censo de 2010 apresenta 184733 indivíduos, porém a exposição envolve ou-
tros colaboradores e também, os indivíduos que residem ao redor dos PRCs
(MOURA-CORREA et al., 2014).

A vigilância no Brasil em relação a proteção da saúde dos colaboradores


ocorre principalmente pela Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) e en-
fatizam as ações tomadas pelo Centro de Referência Regional em Saúde do
Trabalhador de Campinas (CEREST/SP), pelas secretarias de saúde da Bahia,
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, pela Comissão Na-
cional Permanente do Benzeno (CNP-Bz) e a Comissão Regional do Paraná
(MOURA-CORREA et al., 2014).
35
A verificação dos ambientes de trabalho foi realizada por meio do Roteiro de
Inspeção Sanitária de Ambientes e Processos de Trabalho desenvolvido pela
Bahia. E, em 2009 foi criada a VISAT em PRC, ou seja, uma vigilância específica
para a atividade de revenda de combustíveis e assim foi determinada a estru-
tura de vigilância: Ensino em serviço para vigilância da exposição ao benzeno
(cursos e atividades que aprofundem o conhecimento relacionado a exposi-
ção ao benzeno), Pesquisa sobre a exposição ocupacional ao benzeno, Vigi-
lância em rede da exposição nos processo e ambiente de trabalho (utilização
do roteiro mencionado anteriormente que contém 156 questões), Prevenção
da exposição ocupacional ao benzeno (campanhas preventivas). Participação
dos trabalhadores (envolver colaboradores e sindicatos nas ações da vigilân-
cia), Bases epidemiológicas da intervenção e a Integração entre as Vigilâncias
Ambiental e Sanitária (MOURA-CORREA et al., 2014).

No Brasil, haviam 39450 colaboradores dos PRCs em 2012, sendo que a re-
gião que apresenta maior parte deles é a Sudeste. Já em relação aos locais de
trabalho, 2323 estão na Bahia, 2823 no Paraná, 3125 no Rio Grande do Sul, 2230
no Rio de Janeiro, 2157 em Santa Catarina e 9057 em São Paulo (MOURA-COR-
REA et al., 2014).

Conforme a VISAT, os dados analisados parcialmente induzem a conclusão


de uma exposição de caráter contínuo, visto que, não há medidas de controle
das fontes emissoras do vapor dos combustíveis. Além disso, a falta de trei-
namento, realização de exames e do uso de EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual) faz com que a situação seja mais grave. Alguns dos fatores que não
estão relacionados ao agente ocupacional são assaltos e agressões (MOURA-
-CORREA et al., 2014).

Por fim, além das ações tomadas pela VISAT, faz-se necessário, entre outras
ações, aderir medidas de controle e continuar os métodos educativos aos téc-
nicos (MOURA-CORREA et al., 2014).
36

6. Softwares para Medição dos Agentes Químicos

A utilização da tecnologia para o monitoramento da exposição do cola-


borador aos agentes químicos facilita a análise dos dados, visto que, há
casos que são necessários o uso da estatística.

Há algumas planilhas que possibilitam os cálculos sem o uso de calculado-


ra e isso facilita muito a análise. A mais conhecida no Brasil é o IHStat disponi-
bilizada pela AIHA que calcula os parâmetros estatísticos como o LSCLE,95% e
fornece resultados graficamente (FUNDACENTRO, 2018).

O material Toxicologia ocupacional (BUSCHINELLI, 2020) apresenta uma


relação de ferramentas contidas na base de dados ChemSafetyPro que pos-
sibilitam a obtenção estimada da concentração de alguns agentes que faci-
litam na tomada de decisão em relação a necessidade de realizar a avaliação
quantitativa no ambiente de trabalho. O Quadro 4 contém o link para acesso
as ferramentas, os agentes que tem a possibilidade de estimativa da concen-
tração utilizando o mecanismo e os que não tem.
37
Quadro 4 – Ferramentas para Estimar a Concentração de Agentes

Fonte: BUSCHINELLI (2020)


38

7. Medidas Preventivas e Corretivas

A s principais medidas adotadas para reduzir a exposição as substâncias


químicas são os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), alguns

exemplos são ilustrados na Figura 5. São utilizados Creme Protetor que evi-

tam queimaduras, capuz, protetor facial e óculos para que os efeitos dos pro-

dutos químicos não a atinjam o rosto dos colaboradores, as luvas de proteção

para que não haja contato direto das mãos com os agentes químicos, másca-

ra que evita a inalação de produtos químicos, avental que faz com que a parte

da frente do corpo fique protegida e as botas, perneiras e calças protegem

dos pés ao quadril dos colaboradores.


39
Figura 5: Proteção de Agentes Químicos com EPI’s

Creme Protetor Capuz Para Ar Protetor Facial


CA 35338 Comprimido CA 41961
Marca: Nutriex CA 27480 Marca: Steelflex
Marca: 3M

Óculos Luvas de borracha Máscara com dois


CA 14992 CA 40189 filtros
Fonte: DANNY Marca: DANNY CA 33596
Fonte: Alltec

Avental Botas Perneiras


CA 37728 CA 28104 CA 14750
Marca: Maicol Marca: Fujiwara Marca: Sayro
40

Macacão Calça anti-chama


Isolean - IC105S LS CA 30977
CA 39761 Marca: Guardian Dx
DUPONT
Fonte: SUPEREPI (2020)

Outros meios de prevenções, envolvem desde alimentação adequada até


Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), como ambiente com ventilação,
seja natural ou por meio de exaustores. A implementação de palestras e trei-
namentos a respeito dos riscos e do uso de EPI’s também é eficiente (ANALY-
TICS BRASIL, 2018).
41

Referências

ABTLP. Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos. Dis-


ponível em: < http://www.abtlp.org.br/index.php/produtos-perigosos/fispq/>.
Acesso em: 20 Mar. 2020.

ANALYTICS BRASIL. Prevenção contra riscos químicos. Disponível em: ht-


tps://www.analyticsbrasil.com.br/blog/como-evitar-riscos-por-agentes-quimi-
cos/. Acesso em: 18 Mai. 2020.

ARPONE, R. M. et al. Riscos Ocupacionais Químicos No Conhecimento De


Cirurgiõesdentistas. Colloquium Vitae, v. 4, n. 1, p. 38–52, 2012.

BERNARD, A. & LAUWERYS, R. General principIes of biologycal monitoring


of exposure to organic chemicals. In: A.C.8. Muting . 8t Louis, 1984.

BUSCHINELLI, José Tarcísio Penteado. Toxicologia ocupacional. Funda-


centro, 2020.

CARVALHO, Albertinho. Guia técnico sobre estratégia de amostragem e


interpretação de resultados de avaliações quantitativas dos agentes quí-
micos em ambientes de trabalho. Fundacentro, 2018.

DA SILVA, M. A.; GIUNTINI, P. B.; MENEGUIN, S. H. A percepção dos profis-


sionais da saúde frente à exposição a riscos químicos. Revista brasileira de
enfermagem, v. 50, n. 4, p. 591–598, 1997.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora


01. Disponível em: < https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-01-atualizada-2020.pdf>. Acesso em: 4 Mai. 2020.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora


04. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-04.pdf>. Acesso em: 20 Mar. 2020.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora


42
05. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-05.pdf>. Acesso em: 20 Mar. 2020.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora


09. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-05.pdf>. Acesso em: 20 Mar. 2020.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora


09 (NOVO TEXTO). Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf>. Acesso em: 04 Mai. 2020.

Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentado-


ra 15. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf>. Acesso em: 20 Mar. 2020.

eSocial. Conheça o eSocial. Disponível em: < https://portal.esocial.gov.br/


institucional/conheca-o>. Acesso em: 25 Mai 2020.

FUNDACENTRO. Acordo e Legislação sobre o Benzeno 10 anos. Disponível


em: <https://www.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/28/Benzeno-10anos.
pdf>. Acesso em: 08 Abr. 2020

FUNDACENTRO. NHO-08. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/


biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publicacao/detalhe/2013/3/nho-
-0-coleta-de-material-particulado-solido-suspenso-no-ar-de-ambientes-de-
-trabalho>. Acesso em: 07 Abr. 2020.

MAGEM. EPIs. Disponível em: <https://www.superepi.com.br/>. Acesso em:


02 Abr. 2020.

LEIDEL, N. A.; BUSCH, K. A.; LYNCH, J. A. Occupational Exposure Sam-


pling Strategy Manual. National Institute for Occupational Safety and Health
(NIOSH), EUA, 1977. Disponível em: <http://www.cdc.gov/niosh/docs/77-173/>.
Acesso em: 04 Mai. 2020.

MACHADO, J. M. H. et al. Alternativas e processos de vigilância em saúde do


trabalhador relacionados à exposição ao benzeno no Brasil. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 8, n. 4, p. 913–921, 2003.
43
MAGALHÃES, A. F. A.; CALDAS, E. D. Occupational exposure and poisoning
by chemical products in the Federal District. Revista brasileira de enferma-
gem, v. 72, n. Suppl 1, p. 32–40, 2019.

MOURA-CORREA, M. J. et al. Exposição ao benzeno em postos de revenda


de combustíveis no Brasil: Rede de vigilância em saúde do trabalhador (VI-
SAT). Ciencia e Saude Coletiva, v. 19, n. 12, p. 4637–4648, 2014.

MULHAUSEN, J. AIHA Multilingüee IHSTAT, 2013, v.235. AIHA. Disponível


em: <https://www.aiha.org/get-involved/VolunteerGroups/Documents/EASC-
-IHSTAT-V235.xls>. Acesso em: 04 Mai. 2020.

PLATO, N. et al. Exposure to Particles and Nitrogen Dioxide Among Workers


in the Stockholm Underground Train System. Safety and Health at Work, v.
10, n. 3, p. 377–383, 1 set. 2019.

PRATES, G. A. et al. Engenharia de Segurança e Medidas de Controle de um


Laboratório de Vacina Viral Veterinária - Estudo de Caso. Revista Brasileira de
Engenharia de Biossistemas, v. 7, n. 3, p. 148, 2013.

SILVA, L.; SILVA, L. S. DA; VALENTE, G. S. C. Riscos químicos hospitalares e


gerenciamento dos agravos à saúde do trabalhador de enfermagem. Revista
de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 0, n. 0, p. 21–24, 5 abr. 2012.
44

Colaboradora

Larissa Brambila Estevo


É bolsista de Iniciação Tecnológica do CNPq pelo projeto Desenvolvimento
do Smart PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Cursando o
3° ano de Engenharia de Produção com ênfase em Software na Universidade
Estadual de Maringá – UEM.

Orientador: Eng.-Dr. Edwin Vladimir Cardoza Galdamez. Coorientadora: En-


ga.-Dra.Gislaine Camila Lapasini Leal.

Contato: <lbrambila280@gmail.com> Redes Sociais: Linkedin, Facebook,


Instagram

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2442629629566542

Você também pode gostar