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TRABALHADOR RURAL - CONTRATO POR PEQUENO PRAZO

A Lei 11.718/2008 que acrescentou o art. 14-A a


Lei nº 5.889/73, criou o contrato de trabalhador rural por pequeno
prazo.
 
Empregado rural é toda a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não
eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.
 
Com base neste novo artigo, o produtor rural (pessoa física) poderá realizar contratação de trabalhador rural, por
pequeno prazo, para o exercício de atividades de natureza temporária.
 
DO PRAZO DO CONTRATO
 
O contrato de trabalho rural por pequeno prazo não poderá ser celebrado por mais de 2 (dois) meses dentro do prazo
de 1 (um) ano.
 
Embora a
Lei 11.718/2008 não se manifesta a respeito, entendemos que o produtor rural poderá efetivar mais de um
contrato por ano com o mesmo trabalhador, desde que obedeça ao prazo máximo de 2 meses no período de um ano.
 
Exemplo
 
O produtor rural contrata um empregado por prazo determinado para a realização do plantio de feijão no período de
04.02.2021 a 04.03.2021 (30 dias). Findo o prazo, o contrato é rescindido normalmente.
 
Quando da época da colheita do feijão, o produtor rural contrata o empregado novamente por mais 30 (trinta) dias,
sendo o contrato celebrado no período de 28.04.2021 a 27.05.2021. Findo este prazo, o contrato é rescindido
normalmente.
 
Assim, o empregador rural não poderá contratar o mesmo empregado novamente no mesmo ano, uma vez que o prazo
máximo de 2 (meses) dentro do período resta esgotado.
 
Se o empregador recontratar o mesmo empregado no referido ano, o contrato automaticamente passa a ser por tempo
indeterminado.
 
DA FILIAÇÃO DO EMPREGADO JUNTO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
 
A filiação e a inscrição do trabalhador junto à Previdência Social decorre, automaticamente, da sua inclusão, pelo
empregador, na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
- GFIP, cabendo à Previdência Social instituir mecanismo que permita a sua identificação.
 
A não inclusão do empregado na GFIP pressupõe a inexistência de contratação na forma prevista por esta lei, sem
prejuízo de comprovação, por qualquer meio admitido em direito, da existência de relação jurídica diversa.
 
DA FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO
 
O contrato de trabalho por pequeno prazo deverá ser formalizado, além da inclusão do trabalhador na GFIP, mediante:
 
I - a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS Digital) e em Livro ou Ficha de Registro de
Empregados;
II - contrato escrito, em 2 (duas) vias, uma para cada parte, onde conste, no mínimo:
a) expressa autorização em acordo coletivo ou convenção coletiva;
b) identificação do produtor rural e do imóvel rural onde o trabalho será realizado e indicação da respectiva
matrícula;
c) identificação do trabalhador, com indicação do respectivo Número de Inscrição do Trabalhador - NIT.
 
A contratação de trabalhador rural por pequeno prazo só poderá ser realizada por produtor rural pessoa física,
proprietário ou não, que explore diretamente atividade agro econômica.
 
DO DESCONTO DE INSS DO TRABALHADOR RURAL - CONTRATO POR PEQUENO PRAZO
 
A contribuição do segurado trabalhador rural contratado para prestar serviço nos termos do  art. 14-A da
Lei nº
5.889/73, não obedece aos percentuais variáveis constante na
tabela de INSS.
 
Isto porque o § 5º do art. 14-A da referida lei, dispõe que é de 8% o desconto da contribuição previdenciária do
empregado, respeitado o limite máximo de contribuição, conforme tabela do INSS.
 
Significa dizer que, independente da remuneração paga ao empregado rural, o desconto de INSS será sempre de 8%,
limitada ao desconto máximo previsto na tabela de INSS, ou seja, embora o cálculo da contribuição previdenciária não
obedeça aos percentuais de
7,5% a 14%, o valor máximo de desconto fica limitado ao teto previsto na tabela.
 
O recolhimento da contribuição previdenciária far-se-á nos termos da legislação da Previdência Social.
 
Exemplo
 
Empregado contratado por 2 (dois) meses, percebendo uma remuneração mensal de R$3.500,00, terá um desconto de
INSS no valor de R$280,00 (R$3.500,00 x 8%) por mês.
 
Nota: Se este empregado rural fosse contratado por prazo normal (indeterminado) que não o previsto no art. 14-A da
citada lei, o desconto do INSS seria com base no
desconto progressivo da tabela (7,5% a 14%), resultando num
desconto de R$ 341,29 (R$ 3.500,00 x 9,751%).
 
DOS DEMAIS DIREITOS TRABALHISTAS
 
Ao trabalhador rural contratado por pequeno prazo é assegurado, além de remuneração equivalente à do trabalhador
rural permanente, os demais direitos de natureza trabalhista.
 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS deverá ser recolhido e poderá ser levantado nos termos da Lei
8.036/90.
 
Para maiores detalhes, acesse o tópico
Trabalho Rural.
 
Base legal:
Lei nº 5.889/73
Lei 11.718/2008 e os citados no texto. 
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