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SALÁRIOS - PRAZO DE PAGAMENTO

 
MENSALISTAS
 
O pagamento do salário mensal deve ser efetuado o mais tardar até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido, salvo
critério mais favorável previsto em documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional.
 
Empregado Doméstico
 
 O empregador doméstico tem até dia 07 do mês subsequente para pagar os salários do mês anterior ao empregado
doméstico.
 
QUINZENA LISTAS E SEMANALISTAS
 
Quando tratar-se de pagamento estipulado por quinzena ou semana, deve ser efetuado até o 5º (quinto) dia após o
vencimento.
 
CONTAGEM DOS DIAS
 
Para efeito de determinar o prazo de pagamento dos salários, deve ser considerado na contagem dos dias o sábado,
excluindo o domingo e feriado, inclusive o municipal.
 
PAGAMENTO
 
O pagamento de salário deve ser efetuado: 

contra-recibo, assinado pelo empregado, em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, se
esta não for possível, a seu rogo (em dinheiro);
em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste.

Sistema Bancário
 
O empregador que utilizar o sistema bancário para o pagamento dos salários, os valores deverão estar à disposição do
empregado, o mais tardar, até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente ao do vencimento.
 
Por Meio de Cheque
 
Se o pagamento for efetuado por meio de cheque, deve ser assegurado ao empregado: 

horário que permita o desconto imediato do cheque;


transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija a sua utilização.

PENALIDADES
 
Constatada a inobservância das disposições mencionadas neste trabalho, caberá ao Fiscal do Trabalho a lavratura de
auto de infração.
 
O empregador se sujeitará à multa administrativa de 160 UFIR por trabalhador prejudicado.
 
ATRASO NO PAGAMENTO - CONSEQUÊNCIAS AO EMPREGADOR
 
O atraso reiterado no pagamento dos salários aliado a outras irregularidades como a falta de recolhimento de FGTS,
por exemplo, pode ser motivo de justa em favor do empregado, ou seja, pode gerar direito ao empregado de pleitear a
rescisão indireta do contrato de trabalho, conforme entendimento jurisprudencial e de acordo com os motivos previstos
no
art. 483 da CLT.
 
JURISPRUDÊNCIAS
 
EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIO. INDEVIDA. Os
efeitos indenizatórios decorrentes da responsabilidade civil prevista nos artigos 186 e 927 do Código Civil carecem de
requisitos especiais, sem os quais não se aflora a obrigação de reparar o suposto dano. São eles: existência do ato,
omissivo ou comissivo, violador do direito de outrem; o resultado danoso para a vítima e o nexo causal entre o ato ou
omissão e o resultado. Ausente qualquer um desses requisitos não se há que falar na responsabilização do empregador.
Sabe-se também que a Constituição da República passou a tutelar expressamente a esfera moral das pessoas, mas não
se pode permitir a banalização deste direito de natureza constitucional, razão porque pleito em que o fundamento se
baseia no atraso de pagamento de salário, sem alegação e demonstração de violação de qualquer direito da
personalidade, deve ser prontamente rejeitado. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0000139-11.2014.5.03.0047 RO; Data
de Publicação: 09/12/2015; Disponibilização: 07/12/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 316; Órgão Julgador: Nona
Turma; Relator: Joao Bosco Pinto Lara; Revisor: Monica Sette Lopes).
 
DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DE COMISSÕES. DEVER DE INDENIZAR. O atraso reiterado do
pagamento de verbas salariais causa transtornos e insegurança no empregado, por isso que enseja o dever de indenizar
em razão de danos morais sofridos. Isso porque a carência de verba alimentar importa em constrangimento (dano) à
sobrevivência do trabalhador ou à sustentação das obrigações civis decorrentes da reprodução da força de trabalho.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0012239-48.2014.5.03.0095 (RO); Disponibilização: 14/09/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud,
Página 302; Órgão Julgador: Setima Turma; Relator: Convocado Eduardo Aurelio P. Ferri).
 
DANO MORAL. RECOLHIMENTO FUNDIÁRIOS. ATRASO NO PAGAMENTO. A responsabilidade civil do
empregador tem por fundamento os artigos 7º, XXVII, da Constituição Federal, e 186 c/c 927 do Código Civil,
segundo os quais é imprescindível a ocorrência simultânea de três requisitos, assim entendidos a prática do ato ilícito,
materializada por sua conduta dolosa ou culposa, o dano propriamente dito ao empregado e o nexo de causalidade
entre o ato ilícito e o dano. Ainda que, no presente caso concreto, não tenha sido efetuado o depósito tempestivo dos
depósitos fundiários a que fazia jus o reclamante, isso, por si só, não é capaz de acarretar-lhe lesão à honra, à
liberdade, à saúde, tampouco causar sofrimento emocional ou dor psicológica passível de reparação, porque são fatos
que repercutem apenas na esfera patrimonial do empregado. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010143-49.2015.5.03.0152
(RO); Disponibilização: 31/08/2015, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 185; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator:
Milton V.Thibau de Almeida).
 
EMENTA - RESCISÃO INDIRETA - MORA SALARIAL. O descumprimento das obrigações do contrato por parte
do empregador, de modo a configurar a hipótese do artigo 483, "d", da CLT, autorizando o empregado a rescindir o
contrato, deve ser revestido de gravidade bastante a tornar impossível a manutenção do vínculo. O atraso no
pagamento do valor dos salários, por poucos dias, nos últimos meses do contrato de trabalho não pode ser considerado
como falta grave o suficiente para autorizar a rescisão indireta do contrato. É certo que há no Direito do Trabalho o
princípio da continuidade do emprego, objetivando a segurança econômica do trabalhador e sua incorporação no
organismo empresarial. Por força deste mesmo princípio, as normas laborais facilitam a manutenção do contrato,
apesar das nulidades ou descumprimentos constatados pelo empregador ou, até mesmo pelo empregado, autorizando
sejam relevadas pequenas infrações suscetíveis de reparação, sem abalar a fidúcia que deve existir entre as partes.
Processo 00037-2006-011-03-00-9 RO. Juíza Relatora EMÍLIA FACCHINI. Belo Horizonte, 20 de novembro de
2006.
 
EMENTA: RESCISÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE DEPÓSITOS DO FGTS. CONSTANTE ATRASO NO
PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. O descumprimento das obrigações contratuais por parte do empregador, para fins
do que preceitua o art. 483, "d" da CLT, deve ter gravidade suficiente a ponto de tornar impossível a manutenção do
vínculo, já que este se rege pelo princípio da continuidade. A ruptura do contrato de trabalho só deve ser declarada
quando não houver outra alternativa ao empregado. Isoladamente considerado, o atraso " ou mesmo ausência " de
depósitos do FGTS não se presta a respaldar o pleito de rescisão indireta, eis que o empregado só teria direito ao saque
no momento da rescisão por dispensa sem justa causa. Ou seja, o valor vertido ao FGTS não beneficia de imediato o
trabalhador, que não pode alegar como causa da ruptura oblíqua, o prejuízo pelo suposto atraso no recolhimento.
Porém, o reiterado atraso no pagamento dos salários " sobretudo quando aliado a outras irregularidades " autoriza a
rescisão indireta do contrato, a teor do art. 483, "d" da CLT. Processo 01485-2005-112-03-00-3 RO. Relator Ricardo
Antônio Mohallem. Belo Horizonte, 03 de abril de 2006.
 
ACÓRDÃO - DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. NÃO CONFIGURAÇÃO. A violação
de direitos trabalhistas, assim entendido o atraso no pagamento de salários, por não afetar diretamente a personalidade
ou a honra, não enseja a caracterização de dano moral. Não esqueçamos que, para a espécie, já existe sanção própria,
qual seja: a rescisão indireta do contrato de trabalho, com o pagamento de todos os consectários legais. Além disso,
não é crível que uma empresa, respeitada no mercado, incorra intencionalmente nessa infração. Os transtornos
pessoais que afligem os empregados nessa situação, podem decorrer de uma última tentativa dessa empregadora, no
sentido da manutenção de seus contratos de emprego, embora se saiba que a consequência mais frequente desse
reiterado inadimplemento geralmente acabe redundando em ato extremo, como ocorreu neste caso: dispensar boa parte
de seus empregados, neles incluído o autor. PROCESSO TRT 15ª REGIÃO Nº 19901/2003-RO-7. Juíza Relatora
OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI. Decisão N° 007157/2004.
 
EMENTA: ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. PAGAMENTO DE SALÁRIOS. Nos termos do artigo 273, inciso I, do
CPC, subsidiariamente aplicado ao Processo do Trabalho (artigo 769/CLT), a antecipação da tutela justifica-se em
razão de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Na hipótese vertente, o objeto da ação (e
condenação) é o pagamento dos salários em atraso, o que, tratando-se de ente público, não acarreta "receio de dano
irreparável ou de difícil reparação", uma vez que os valores serão quitados em eventual execução, com o acréscimo de
juros e correção monetária, resumindo-se toda a questão no tão questionado "tempo do processo".  Processo 01929-
2005-053-03-00-8 RO Relator Convocado Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto. Belo Horizonte, 12 de dezembro de
2006.
 
EMENTA - ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. COMPROVAÇÃO. As datas das assinaturas lançadas nos
holerites são imprestáveis como prova da data de recebimento de salários quando estes são diretamente depositados na
conta corrente do trabalhador. Se houve atrasos, deveria ter-se ativado a reclamante em juntar seus extratos bancários
que comprovariam, sem sombra de dúvidas, suas alegações. Assim, não tendo a autora comprovado o direito que
persegue, correta a r. sentença em indeferir o pleito, à luz do disposto nos artigos 818 da CLT e 333, I do CPC.
PROCESSO TRT 15ª REGIÃO Nº 01766-2003-015-15-00-0 RO. Relator LUIZ CARLOS DE ARAÚJO.
 
Base legal: Art. 459 § único,
464, 465,
501 da CLT;
Lei nº 7.855/89;
Instrução Normativa SRT/MTb nº 01/89 e os citados no texto;
Art. 35 da Lei Complementar 150/2015 e os citados no texto.

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