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EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DO TRABALHO DA __ VARA DO TRIBUNAL DA


COMARCA DO RIO DE JANEIRO

RENATA ALENCAR, auxiliar de serviços gerais, XXXX, XXXX,


portador de carteira de identidade nº XXXX e inscrito no CPF sob o nº XXXX,
residente na XXX, por seu advogado XXXX infra assinados, com escritório
estabelecido na XXXX, CEP XXXX, local onde deverão receber futuras
notificações e intimações, vem propor a presente;

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de ZENGA LTDA, inscrita no CNPJ nº XXXX, com


endereço em Campinas - SP, CEP: XXXX, com respaldo nos seguintes
fundamentos fáticos e jurídicos:
DO CONTRATO DE TRABALHO

A Reclamante foi admitida pela Reclamada, por tempo de


serviço determinado de 30 dias a partir do dia 15/04/2021, para prestação de
serviços tutelados pelo Regime da Consolidação das Leis do Trabalho, cumprir
jornada diária de nove horas de trabalho, de segunda-feira à sexta, para
mediante remuneração mensal receber o correspondente a R$ 1.400,00 (mil e
quatrocentos reais), tendo como função, serviços gerais.

A Reclamante teve seu contrato individual de trabalho


rescindido, mas até a presente data não houve o pagamento das verbas
rescisórias e baixa na CTPS, pelo que assim, ficam ainda pendentes de
pagamento, como vários de seus direitos trabalhistas, faz jus a reclamante ao
pagamento da multa correspondente ao salário mensal do autor, pela
inobservância do prazo estampado no artigo 477 da CLT para a quitação das
verbas rescisórias;

“Art. 477 – É assegurado a todo empregado,


não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando
não haja ele dado motivo para cessação das
relações de trabalho, o direto de haver do
empregador uma indenização, paga na base
da maior remuneração que tenha percebido
na mesma empresa”.
Durante todo o contrato de trabalho desenvolveu jornada de
trabalho de forma continua, subordinada e pessoal.

Ora, estamos diante de um empregado contratado para exercer


auxiliar de serviços gerais à Reclamada, o que por si só demonstra a
continuidade, pessoalidade e subordinação quanto aos serviços prestados.

Conforme restará demonstrado no curso dessa lide a relação


jurídica existente entre as partes preenche todos os requisitos exigidos para a
caracterização de um vínculo empregatício, estampados nos artigos 2º e 3º da
Consolidação das Leis Trabalhistas, os quais, a título de lustração,
transcreveremos:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa,


individual ou coletiva, que, assumindo os
riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de
serviço.

Art. 3º - Considera-se empregado toda


pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.

Vejamos:
Onerosidade: O trabalho subordinado exercido pela obreira sempre
foi realizado mediante uma contraprestação salarial predeterminada e fixa no
valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais). Torna-se inegável, portanto, a
natureza salarial das verbas percebidas.

Habitualidade: A reclamante sempre esteve submetida ao


cumprimento de carga horária estipulada, unilateralmente, pela reclamada,
trabalhando de 09:00 às 18:00h de segunda à sexta.

Pessoalidade: É de simples percepção que a função da reclamante


envolvia uma relação de confiança. A obreira tem como função auxiliar de
serviços gerais para reclamada, impossível a aceitação de que o mesmo
poderia se fazer substituir.

Subordinação: O vínculo de subordinação jurídica entre a obreira e a


reclamada é flagrante. O serviço era exercido sob a fiscalização, controle e
ordens hierárquicas emanadas desta última, em decorrência de seu poder de
direção, de comando.

Dito isso, não paira dúvidas de que a reclamada não pagou seus valores
rescisórios da reclamante.

REGULARIZAÇÃO DA CTPS

Trata-se de Reclamação Trabalhista movida em face de ZENGA LTDA.


Ocorre
que ate o presente momento, a CTPS permanece retida pelo empregador.
Como ficou perfeitamente demonstrado, o direito do requente fica
caracterizado pelo descumprimento notório a clara legal da efetiva
anotação na CTPS do trabalhador.

Esta conduta é indispensável para viabilizar as demais anotações de


vínculos posteriores e permitir o acesso a benefícios sociais dali
provenientes, caracterizando igualmente o RISCO DA DEMORA.
Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, o empregador tem a
responsabilidade de realizar as anotações e disponibilizar a CTPS ao
empregado imediatamente após o termino do vinculo empregatício, in
verbis:
“Art. 29. O empregador terá o prazo de
5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS,
em relação aos trabalhadores que
admitir, a data de admissão, a
remuneração e as condições especiais, se
houver, facultada a adoção de sistema
manual, mecânico ou eletrônico,
conforme instruções a
serem expedidas pelo Ministério da
Economia. [G.N]
(...)
§3º - A falta de cumprimento pelo
empregador do disposto neste artigo
acarretará a lavratura do auto de
infração, pelo Fiscal do Trabalho, que
deverá, de ofício, comunicar a falta de
anotação ao órgão competente, para o
fim de instaurar o
processo de anotação. [G.N]
(...)
§8º O trabalhador deverá ter acesso
às informações da sua CTPS no prazo
de até 48 (quarenta e oito) horas a
partir de sua anotação. [G.N]
Assim, devida a anotação imediata da CTPS, conforme p precedente do TST:
RECURSO ORDINÁRIO. DANO MORAL.
NÃO ANOTAÇÃO CTPS. A não anotação
da CTPS do empregado implica na
sonegação de direitos
elementares do empregado que
produzem dano moral tanto pelo
aspecto econômico já que impede o
acesso a bens essenciais à subsistência,
bem como pela intensa sujeição a que
se submete o trabalhador sem uma
rede social que o proteja (FGTS,
seguro-desemprego, previdência
social) (TRT-1, 0100601-
17.2017.5.01.0082 - DEJT 2019-10-
30, Rel. ANA MARIA SOARES DE
MORAES, julgado em 22/10/2019)

Da mesma forma deve ser procedimento para imediata liberação da CTPS,


uma que se trata de documento pessoal e de propriedade do requerente,
não podendo ser utilizada como moeda de troca pela empresa para qualquer
fim. Assim, por irregular a não anotação e retenção, REQUER A
REGULARIZAÇÃO DAS ANOTAÇÕES na CTPS bem como a sua IMEDIATA
LIBERAÇÃO.

FGTS E MULTA COMPENSATÓRIA

A Reclamada reconhecida a relação de emprego, a reclamante requer


a condenação da reclamada ao pagamento do FGTS.

Saliente-se ainda, que a Reclamante foi despedido sem justa causa,


logo, assiste-lhe direito ao recebimento da multa compensatória de 40%
(quarenta por cento).

DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

No momento da dispensa, a Reclamada não pagou ao Reclamante


as verbas rescisórias até o momento, férias, salário, 13° salário, FGTS, seguro
desemprego e aviso prévio.

A MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Diante das irregularidades a reclamante é credor da multa do


artigo 467 da CLT, equivalente a 50% do valor das verbas incontroversas, caso
essas não sejam pagas na audiência inicial.

DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS


Os recolhimentos previdenciários incidentes sobre o crédito
judicialmente deferido deverão ser integralmente suportados pela ré, tendo
em vista a condição de ora a que o empregado não deu causa, com fulcro no
artigo 33, parágrafo 5º da Lei 8.212/91.

DOS PEDIDOS

Face ao exposto, a reclamante requer:

1. O reconhecimento do vínculo empregatício no período de 30 dias, com a


consequente anotação da CTPS da reclamante na função de entregador;
2. O pagamento das verbas rescisórias pela Reclamada, referente às férias não
recebidas, férias, salário, 13° salario, FGTS, seguro desemprego e aviso prévio
indenizado não pago;
3. O recolhimento dos depósitos previdenciários e fundiários, devendo estes
serem acrescidos de juros de mora de 1% ao mês, atualização monetária e
multa de 40%, conforme determina a lei nº. 8.036/90; tudo sob pena de
execução direta, nos termos da lei, cujos valores serão apurados através de
liquidação da sentença;
4. O pagamento da multa prevista nos artigos 467 e 477 da CLT;
5. Pagamento do valor referente aos honorários advocatícios na ordem de 20%
sobre o valor da condenação bem como dos honorários contratuais R$ XXXX
O valor de cada pedido deverá ser apurado através de
liquidação de sentença, oportunamente acrescidos de juros e atualização
monetária e demais despesas processuais.
Pretende provar o alegado por todos os meios de provas
admitidos em direito, mormente documental, documental suplementar,
depoimento pessoal e testemunhal.

Atribui-se à causa, para fins de alçada, o valor de XXXXX.

Nestes termos
Pede deferimento
Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2021

XXXX
OAB/RJ – XXX

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