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EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DO TRABALHO DA __ VARA DO TRIBUNAL DA COMARCA DO RIO


DE JANEIRO

ANALICE LIMA, XXXX, XXXX, analista júnior de TI, portador de carteira de


identidade nº XXXX e inscrito no CPF sob o nº XXXX, residente na XXX, por seu advogado infra
assinados, com escritório estabelecido na XXXX, CEP XXXX, local onde deverão receber futuras
notificações e intimações, vem propor a presente;

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de ABC LTDA, inscrita no CNPJ nº XXXX, com endereço em Cabo


Frio - RJ, CEP: XXXX, com respaldo nos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos:

DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

A Lei 9.958/00 incidiu em grosseira inconstitucionalidade ao ter determinado


que todos os litígios deveriam ser submetidos previamente às Comissões de Conciliação
Prévia, pois subtrai da apreciação do Judiciário as lesões a direitos, o que é vedado pelo artigo
5º, XXXII da CRFB.

Isto posto, afirma a Reclamante o seu desejo de ver a sua pretensão


apreciada por esta justiça especializada, entendendo ser seu direito constitucionalmente
resguardado.
DA ADMISSÃO, FUNÇÃO, DISPENSA E REMUNERAÇÃO.

A reclamante foi admitida pela reclamada em 10/03/2020, para exercer a


função de analista júnior, percebendo salário mensal no valor de R$ 4.800,00 (quatro mil e
oitocentos reais), vindo a ser dispensado, sem justa causa, em 15/06/2021.

DA NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATICIO - PREENCHIMENTO


DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 2° e 3° CLT.

A reclamante apesar de ter sido contratado no dia 10/03/2020 até dia


15/06/2021, faz jus a reclamante ao pagamento da multa correspondente ao salário mensal
do autor, pela inobservância do prazo estampado no artigo 477 da CLT para a quitação das
verbas rescisórias;

“Art. 477 – É assegurado a todo empregado, não


existindo prazo estipulado para a terminação do
respectivo contrato, e quando não haja ele dado
motivo para cessação das relações de trabalho, o
direto de haver do empregador uma indenização,
paga na base da maior remuneração que tenha
percebido na mesma empresa”.

Durante todo o contrato de trabalho desenvolveu jornada de trabalho de


forma continua, subordinada e pessoal.

Ora, estamos diante de um empregado contratado para exercer de analista


júnior de TI com o fim de t projeta, planeja, configura e administra redes de computadores à
Reclamada, o que por si só demonstra a continuidade, pessoalidade e subordinação quanto
aos serviços prestados.

Conforme restará demonstrado no curso dessa lide a relação jurídica


existente entre as partes preenche todos os requisitos exigidos para a caracterização de um
vínculo empregatício, estampados nos artigos 2º e 3º da Consolidação das Leis Trabalhistas,
os quais, a título de lustração, transcreveremos:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa,


individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.

Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física


que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.

Vejamos:
Onerosidade: O trabalho subordinado exercido pela obreira sempre foi realizado
mediante uma contraprestação salarial predeterminada e fixa no valor de R$ 4.800,00 (quatro
mil e oitocentos reais). Torna-se inegável, portanto, a natureza salarial das verbas percebidas.

Habitualidade: A reclamante sempre esteve submetido ao cumprimento de carga


horária estipulada, unilateralmente, pela reclamada, trabalhando de 08:00 às 17:00h de
segunda à sexta, por ser responsável por projetar, planejar, configura e administra redes de
computadores da reclamada.

Pessoalidade: É de simples percepção que a função da reclamante envolvia uma


relação de confiança. A obreira projeta, planeja, configura e administra redes de
computadores da reclamada, impossível a aceitação de que o mesmo poderia se fazer
substituir.

Subordinação: O vínculo de subordinação jurídica entre a obreira e a reclamada é


flagrante. O serviço era exercido sob a fiscalização, controle e ordens hierárquicas emanadas
desta última, em decorrência de seu poder de direção, de comando.
Dito isso, não paira dúvidas de que a reclamada não pagou seus valores rescisórios
da reclamante.

FGTS E MULTA COMPENSATÓRIA

A Reclamada reconhecida a relação de emprego, a reclamante requer a


condenação da reclamada ao pagamento do FGTS.

Saliente-se ainda, que a Reclamante foi despedido sem justa causa, logo,
assiste-lhe direito ao recebimento da multa compensatória de 40% (quarenta por cento).

DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

No momento da dispensa, a Reclamada não pagou ao Reclamante as verbas


rescisórias até o momento, férias, salário, 13° salário, FGTS, seguro desemprego e aviso
prévio.

A MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Diante das irregularidades a reclamante é credor da multa do artigo 467 da


CLT, equivalente a 50% do valor das verbas incontroversas, caso essas não sejam pagas na
audiência inicial.

DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS

Os recolhimentos previdenciários incidentes sobre o crédito judicialmente deferido


deverão ser integralmente suportados pela ré, tendo em vista a condição de ora a que o
empregado não deu causa, com fulcro no artigo 33, parágrafo 5º da Lei 8.212/91.

DOS PEDIDOS

Face ao exposto, a reclamante requer:


1. O reconhecimento do vínculo empregatício no período de 10/03/2020, a 15/06/2021, com a
consequente anotação da CTPS da reclamante na função de entregador;
2. O pagamento das verbas rescisórias pela Reclamada, referente às férias não recebidas, férias,
salário (R$ 73.920,00 mil (setenta e três mil e novecentos e vinte)), 13° salário (R$ 6 mil (seis
mil reais)), FGTS, seguro desemprego e aviso prévio indenizado não pago;
3. O recolhimento dos depósitos previdenciários e fundiários, devendo estes serem acrescidos
de juros de mora de 1% ao mês, atualização monetária e multa de 40%, conforme determina
a lei nº. 8.036/90; tudo sob pena de execução direta, nos termos da lei, cujos valores serão
apurados através de liquidação da sentença;
4. O pagamento da multa prevista nos artigos 467 e 477 da CLT;
5. Pagamento do valor referente aos honorários advocatícios na ordem de 20% sobre o valor da
condenação bem como dos honorários contratuais R$ 5.958,36 (cinco mil e novecentos e
cinquenta e oito reais e trinta e seis centavos)

O valor de cada pedido deverá ser apurado através de liquidação de


sentença, oportunamente acrescidos de juros e atualização monetária e demais despesas
processuais.

Pretende provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em


direito, mormente documental, documental suplementar, depoimento pessoal e
testemunhal.

Atribui-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$ 85.878,36 (oitenta e


cinco mil e oitocentos e setenta e oito reais e trinta e seis centavos).

Nestes termos
Pede deferimento
Rio de Janeiro, 29 de agosto de 2021

XXXX
OAB/RJ – XXX

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