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AO JUÍZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF

Processo Nº 00001331-11.2023

WINS TECNOLOGY LTDA., já devidamente qualificada nos autos do


processo em epígrafe, vem à presença deste juízo, por intermédio de seu
advogado devidamente constituído, procuração anexa, com endereço
profissional..., com fundamento nos art. 847 da CLT, apresentar
CONTESTAÇÃO

à reclamação trabalhista proposta por ANA LÍGIA SOUZA DUARTE, já


qualificada nos autos acima, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
aduzidos.

I - RESUMO DA INICIAL

A reclamante foi contratada no dia 22/02/2016 para exercer a função de


programadora de sistemas de software, onde criava aplicativos e desenvolvia
projetos solicitados pela empresa, a carga horária definida foi de segunda à
sexta das 13h00 às 21h20 (8 horas trabalhadas) e aos sábados das 08h00 às
12h00 (4 horas trabalhadas), totalizando 40 horas trabalhadas e 1 hora diária
de intervalo para descanso e refeição, onde a mesma recebia remuneração
salarial no valor e R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
A reclamante alega que, durante toda a vigência de seu contrato de
trabalho, só gozava de 20 minutos diários para descanso e refeição, onde os
40 minutos restantes eram suprimidos.
A mesma também alega que recebeu suas verbas rescisórias fora do
prazo legal e que não obteve baixa em sua CTPS, como também não recebeu
as guias para saque de FGTS afirmando que, apesar de ser depositado
integralmente, estava incorreto. Além disso, afirma que não recebeu o seguro
desemprego, que a reclama não comunicou os órgãos competentes referentes
à extinção contratual e finalizou suas alegações citando o recebimento de
comissão extra folha, onde ao cumprir as metas estabelecidas pela reclamada,
recebia valores à título de comissão.

II- DA PREJUDICIAL DO MÉRITO


II.I - DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL/PARCIAL
A Reclamante postulou em sua petição inicial, ajuizada em 06/11/2023,
parcelas que retroagem à data de sua admissão, que ocorreu em 22/02/2016.
Nos termos do art. 7º, XXIX da Constituição Federal e art. 11 da CLT
combinados com a súmula 308, I, do TST, o direito de ação quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho prescreve em relação as parcelas
postuladas anteriores aos últimos cinco anos contados da data do ajuizamento
da ação, ou seja, contados de 06/11/2023. Diante do exposto, requer a
extinção do processo, com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II do
CPC, quanto às parcelas postuladas anteriores a 06/11/2018.

IIl- DO MÉRITO

1- DA AUSÊNCIA DE COMISSÕES EXTRAFOLHA

a) AVISO PRÉVIO:

Em relação ao aviso prévio, alegamos que o mesmo foi devidamente


concedido à reclamante, respeitando o prazo estabelecido pela legislação
trabalhista em vigor. A comunicação da rescisão contratual foi realizada dentro
dos termos legais, assegurando à reclamante o período de antecedência
exigido por lei.

Destacamos que todos os valores pertinentes ao aviso prévio foram


integralmente pagos, conforme determina a legislação vigente. A quitação
ocorreu de maneira transparente e em consonância com os direitos da
reclamante, visando assegurar a observância dos preceitos legais que regem
essa modalidade de rescisão contratual.

Diante do exposto, reiteramos que a reclamada cumpriu rigorosamente com


suas obrigações no que tange ao aviso prévio, garantindo o pagamento
adequado e dentro dos prazos estabelecidos pela legislação trabalhista,
demonstrando zelo pelo cumprimento das normativas legais que regem as
relações laborais.

b) SALDO DE SALÁRIO:

A reclamada mantém um histórico consistente e inquestionável no que se


refere ao pagamento pontual do salário de seus funcionários, incluindo a
reclamante. Conforme estabelecido nos contratos individuais de trabalho e em
estrita conformidade com os prazos definidos pela legislação trabalhista, os
vencimentos foram efetuados de forma regular e no tempo devido.

A empresa tem o compromisso de cumprir rigorosamente com todas as suas


obrigações financeiras, demonstrando responsabilidade e respeito para com
seus colaboradores. O pagamento regular e pontual dos salários é um dos
pilares fundamentais da relação empregatícia mantida entre a empresa ré e
seus empregados.

Diante disso, reiteramos que a reclamante sempre recebeu seu salário de


maneira tempestiva, refletindo o comprometimento da empresa com a
observância das normas legais e o respeito aos direitos trabalhistas.
c) FÉRIAS PROPORCIONAIS E SEUS RESPECTIVOS TERÇOS
CONSTITUCIONAIS:

No que concerne às férias proporcionais e seus terços constitucionais,


ressaltamos que a empresa ré procedeu com o pagamento desses direitos à
reclamante em conformidade com a legislação trabalhista vigente. Todos os
cálculos necessários para a correta liquidação dessas verbas foram
minuciosamente observados, assegurando que a reclamante recebesse os
valores devidos de maneira justa e em estrita observância às normativas legais
aplicáveis.

O pagamento das férias proporcionais e seus terços não apenas atendeu às


disposições legais, mas reflete o comprometimento da empresa ré em garantir
o pleno gozo dos direitos trabalhistas de seus colaboradores, proporcionando
uma remuneração condizente com o período aquisitivo de férias.

Desta forma, as férias proporcionais e seus respectivos terços constitucionais


foram quitados à reclamante de maneira integral e conforme preceitua a
legislação, atestando o compromisso da empresa com a observância
escrupulosa dos direitos trabalhistas.

d) DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO PROPORCIONAL:

Quanto ao décimo terceiro salário proporcional, destaca-se que a empresa ré


efetuou o correto cálculo e pagamento desse benefício à reclamante,
observando rigorosamente as disposições da legislação trabalhista aplicável. A
empresa, ao honrar o direito da reclamante ao décimo terceiro salário
proporcional, reafirma seu compromisso em garantir a integralidade dos direitos
assegurados aos seus colaboradores.

O cálculo preciso do décimo terceiro salário proporcional foi realizado,


proporcionando à reclamante o recebimento adequado dessa verba, em total
consonância com os parâmetros estabelecidos pela legislação vigente. A
empresa, ao proceder de acordo com os ditames legais, reafirma sua postura
transparente e comprometida com o cumprimento integral das obrigações
trabalhistas.

Dessa forma, o décimo terceiro salário proporcional foi devidamente calculado


e pago à reclamante, evidenciando a conformidade da empresa ré com as
normas legais e a garantia do direito da reclamante a esse benefício.

e) LIBERAÇÃO DAS GUIAS PARA SAQUE DO FGTS E SEGURO


DESEMPREGO:
Destacamos que a reclamada, zelando pelo cumprimento de suas obrigações
legais, forneceu à reclamante todas as guias necessárias para o saque do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e acesso ao seguro-
desemprego. O correto fornecimento desses documentos visou garantir à
reclamante o acesso facilitado aos seus direitos trabalhistas, assegurando,
assim, a conformidade com a legislação vigente.

As guias referentes ao FGTS foram disponibilizadas integralmente,


possibilitando que a reclamante efetuasse o saque do valor correspondente ao
seu período de trabalho. Da mesma forma, as guias para o seguro-desemprego
foram fornecidas, possibilitando à reclamante a requisição desse benefício,
conforme previsto na legislação trabalhista.

Ao assegurar o acesso às guias necessárias, a empresa reitera seu


compromisso com a transparência e o respeito aos direitos dos seus
colaboradores, propiciando-lhes meios eficazes para o exercício de seus
direitos previstos em lei.

f) MULTA DO ART. 467 da CLT:

Ressaltamos que a multa prevista no art. 467 da CLT não é devida no presente
caso, haja vista que todos os valores devidos à reclamante foram integralmente
pagos pela empresa ré. Não subsiste qualquer pendência financeira a ser
quitada, e todos os direitos trabalhistas pertinentes ao período de contrato
foram rigorosamente observados e honrados.

O pagamento pontual e completo dos valores devidos à reclamante evidencia o


comprometimento da empresa ré em cumprir suas obrigações legais, bem
como em respeitar os direitos trabalhistas assegurados pela legislação vigente.

Diante desse contexto, não há razão para a aplicação da multa prevista no


mencionado dispositivo legal, uma vez que não há qualquer valor ou verba
inadimplente em relação à reclamante, reforçando a lisura e a regularidade das
obrigações trabalhistas cumpridas pela empresa.

g) MULTA DO ART. 477 da CLT:

Cumpre esclarecer que a rescisão do contrato de trabalho da reclamante foi


efetuada em estrita conformidade com a legislação vigente. Todos os
procedimentos legais foram observados, incluindo a entrega de todos os
documentos pertinentes ao término do vínculo empregatício, assegurando à
reclamante o pleno exercício de seus direitos e a correta liquidação de suas
verbas rescisórias.

Assim sendo, a multa prevista no art. 477 da CLT não se aplica ao presente
caso, uma vez que a rescisão contratual foi realizada em conformidade com a
legislação vigente. Não há qualquer omissão ou irregularidade na
documentação entregue à reclamante no momento da rescisão, afastando,
dessa forma, a incidência da referida penalidade.

O respeito aos trâmites legais na rescisão do contrato de trabalho é uma


constante na conduta da empresa ré, que busca sempre agir de maneira ética
e em estrita observância às normas trabalhistas, promovendo, assim, a
legalidade e a justiça nas relações laborais.

2- DA INEXISTÊNCIA DA SUPRESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA

Cabe ressaltar que a reclamante não apresentou provas substanciais que


comprovem a supressão do intervalo intrajornada durante seu período de
trabalho na empresa ré. A empresa, por sua vez, respeitou rigorosamente os
intervalos estabelecidos por lei, assegurando, assim, o cumprimento adequado
da jornada de trabalho e o respeito aos direitos dos seus funcionários.

A ausência de elementos probatórios que sustentem a alegação da reclamante


quanto à supressão do intervalo intrajornada demonstra a robustez do
cumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa. Ademais, a política
interna da ré sempre teve como foco o respeito às normas trabalhistas,
incluindo a concessão regular dos intervalos previstos em lei.

Dessa forma, reiteramos que a empresa ré respeitou integralmente os


intervalos intrajornada, cumprindo com seu compromisso de proporcionar um
ambiente de trabalho que atenda às normas legais e resguarde os direitos dos
colaboradores.

3- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Considerando que todos os seus pedidos serão julgados improcedentes,


a Reclamante deverá ser condenada no pagamento de honorários advocatícios
de sucumbência, que deverão ser fixados no percentual de 5% a 15% sobre o
valor da causa, nos termos do art. 791-A, CLT. Isso, ainda que beneficiária da
justiça gratuita (art. 791- A, § 4.º, CLT).

III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, a reclamada requer:

a. Seja acolhida a preliminar de mérito referente a inépcia da inicial.


b. seja acolhida a prescrição quinquenal arguida, e extinto o processo com
resolução de mérito em relação aos pedidos anteriores a 06/11/2018.
c. E, no mérito, sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos da
inicial, pelas razões expostas acima, condenando o(a) reclamante ao
pagamento das custas processuais.
d. Na eventualidade de ocorrer alguma condenação da reclamada, que
sejam compensados os valores já pagos ao reclamante;
e. Condenação do(a) reclamante no pagamento de honorários
advocatícios, nos termos do art. 791-A da CLT;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial prova documental e testemunhal.

Nestes termos, espera deferimento.

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