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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO TRABALHO DE

LIMEIRA-SP

IDENTIFICAÇÃO

LUIGI ANACLETO TORREZAN, brasileiro, solteiro, consultor empresarial, inscrito no


CPF sob o n.º 137.580.137-63, CTPS sob n.º 4142582, endereço Avenida Pavão, n.º
355, Moema, São Paulo — SP, 04516-010, vem, por meio de seu procurador abaixo
assinado, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de GUSTAVO TANK BERGSTROM SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 50.544.434/0001-20 e na
OAB sob o n.º 48149, situada na Rua Presidente Roosevelt, n.º 808, ap. 22, Centro,
Limeira, SP — 13.480-060, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS
DEMONSTRATIVOS DE CÁLCULOS E VALOR DA CAUSA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Reclamante foi contratado pela reclamada em 1º de junho de 2022 para


desempenhar a função de recepcionista no escritório GUSTAVO TANK BERGSTROM
SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA, localizado na cidade de Limeira-SP.
Ressalta-se que, desde o início do contrato, o reclamante nunca foi devidamente
registrado, contrariando as disposições legais previstas na Consolidação das Leis do
Trabalho — CLT.

Destaca-se que, durante todo o contrato de trabalho, o Reclamante recebeu


seu salário em dinheiro, sem a devida comprovação, caracterizando prática
inadequada e ilegal por parte da reclamada. Mais ainda, em 1º de janeiro de 2023,
LUIGI TORREZAN

houve um aumento salarial acordado entre as partes, no valor de R$ 2.000,00 mensais;


entretanto, a reclamada não efetuou o pagamento corretamente, causando prejuízos
ao reclamante.

No que tange à jornada de trabalho, o Reclamante cumpriu uma carga horária


semanal de 40 horas, de segunda a sexta-feira, das 9:00 às 18:00 horas, com uma
hora de intervalo intrajornada. No entanto, a Reclamada não respeitou a jornada de
trabalho do Reclamante e frequentemente exigia que ele realizasse horas extras, além
do horário estabelecido no contrato de trabalho. Essas horas extras eram realizadas
sem a devida compensação ou pagamento adicional, violando assim as normas
previstas na legislação trabalhista.

O Reclamante sempre se mostrou comprometido e disponível para atender às


demandas da empresa, porém, essa postura foi explorada pela reclamada, que
abusava de sua boa vontade ao exigir que ele permanecesse trabalhando após o
horário normal. Essa situação gerava um desgaste físico e emocional exagerado,
prejudicando sua saúde e sua vida pessoal.

Além disso, vale ressaltar que a Reclamada não fornecia um ambiente de


trabalho adequado, com pausas para descanso e alimentação. O Reclamante muitas
vezes era obrigado a realizar suas refeições de forma rápida e pouco saudável, sem o
devido tempo para descansar e recuperar suas energias.

Diante dessas circunstâncias, é evidente a violação dos direitos trabalhistas


do Reclamante pela Reclamada. As horas extras não remuneradas, o desprezo à
jornada de trabalho estabelecida e a ausência de condições adequadas de trabalho
configuram um ambiente laboral insalubre e desproporcional.

Dessa forma, o Reclamante exige o reconhecimento dessas irregularidades e a


devida reparação pelos danos causados. É justo e necessário que a Reclamada seja
responsabilizada pelos prejuízos e pelos impactos negativos que essa conduta
inadequada gerou em sua vida pessoal e profissional.

O Reclamante busca, portanto, uma indenização pelo tempo de trabalho além


da jornada contratual, bem como compensação por danos morais e materiais. É

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fundamental que se faça justiça e que sejam garantidos os direitos fundamentais do


trabalhador, assegurando um ambiente de trabalho digno e respeitoso.

FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A Reclamada, ao não cumprir com suas obrigações trabalhistas, violou


diversos dispositivos legais previstos na CLT, bem como princípios fundamentais do
direito do trabalho.

Com relação à ausência de registro em carteira, a reclamada descumpriu o


artigo 29 da CLT, que estabelece a obrigatoriedade de todas as empresas em registrar
seus empregados desde o momento da admissão. A falta de registro acarreta diversos
prejuízos ao reclamante, como a falta de prova documental de suas atividades,
impossibilidade de acessar benefícios previdenciários e trabalhistas, entre outros.

Quanto às horas extras não remuneradas, a reclamada infringiu o artigo 4º da


CLT, que afirma que as horas extras devem ser remuneradas com acréscimo mínimo de
50% sobre a hora normal de trabalho. Além disso, o não pagamento das horas extras
viola o princípio da irredutibilidade salarial, garantido pelo artigo 7º, VI, da Constituição
Federal, que estabelece que é vedada a redução salarial, salvo acordo ou convenção
coletiva de trabalho.

No aspecto da falta de pausas para descanso e alimentação, a reclamada


descumpriu o artigo 71 da CLT, que estabelece a obrigatoriedade de intervalo mínimo
de uma hora para jornadas superiores a seis horas diárias. A privação desses
intervalos, além de afetar a saúde e bem-estar do trabalhador, também viola o
princípio da dignidade humana, consagrado no artigo 1º, III, da Constituição Federal.

No que diz respeito ao aumento salarial não pago corretamente, a Reclamada


violou o princípio da boa-fé objetiva, previsto no artigo 422 do Código Civil. O acordo
firmado entre as partes gerou expectativas legítimas no Reclamante, que foram
frustradas com o não cumprimento pelo empregador.

Diante do exposto, fica evidente a conduta ilícita da Reclamada, que


desrespeitou os direitos trabalhistas do reclamante de forma sistemática e reiterada. A

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reclamada, ao agir de forma contrária à legislação trabalhista e aos princípios


fundamentais do direito do trabalho, causou danos ao reclamante, tanto de ordem
material como moral.

CONCLUSÃO E REQUERIMENTOS

Diante dos fatos e fundamentos expostos, o Reclamante requer a Vossa


Excelência:

a. O reconhecimento da relação de emprego entre Reclamante e Reclamada, com


a devida anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), com a
função de recepcionista;
b. O pagamento das horas extras laboradas, que ultrapassaram a jornada
contratual, com acréscimo mínimo de 50% sobre o valor da hora normal;
c. A condenação da Reclamada ao pagamento das diferenças salariais referentes
ao aumento acordado em janeiro de 2023, que não foram pagas corretamente
ao Reclamante;
d. A condenação da Reclamada:
i. ao pagamento de indenização por danos morais, devido aos prejuízos
físicos e emocionais causados ao reclamante em decorrência das
irregularidades cometidas pela reclamada;
ii. ao pagamento de indenização por danos materiais, resultantes dos
prejuízos financeiros sofridos pelo reclamante em decorrência das
práticas ilegais da reclamada;
iii. ao pagamento de todas as verbas rescisórias devidas, tais como aviso
prévio, férias proporcionais e 13º salário proporcional;
iv. ao pagamento das multas previstas na legislação trabalhista, pela não
efetivação do registro em carteira e pela falta de pagamento das horas
extras;
v. ao ressarcimento de todas as despesas processuais e honorários
advocatícios;
e. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a documental,
testemunhal e pericial, a fim de comprovar os fatos narrados na presente
reclamação trabalhista;

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f. A intimação da reclamada para comparecer à audiência de conciliação,


instrução e julgamento sob pena de revelia e confissão ficta.

DEMONSTRATIVOS DE CÁLCULOS E VALOR DA CAUSA

SALDO DE SALÁRIO

O Reclamante foi demitido em 14 de junho de 2023, portanto, tem direito a


14/30 do salário de R$ 2.000,00 (já que o salário foi aumentado para R$ 2.000,00 em
1º de janeiro de 2023).

14/30 de R$ 2.000,00 = R$ 933,33

AVISO PRÉVIO

O valor é equivalente a um mês de salário, ou seja, R$ 2.000,00.

FÉRIAS PROPORCIONAIS + ⅓

Considerando que ele foi demitido em junho, tem direito a 6/12 de férias.

6/12 de R$ 2.000,00 = R$ 1.000,00

ADICIONAL DE ⅓ SOBRE AS FÉRIAS PROPORCIONAIS

⅓ de R$ 1.000,00 = R$ 333,33

13º SALÁRIO PROPORCIONAL DE 2023

Considerando 6/12, pois trabalhou até junho.

6/12 de R$ 2.000,00 = R$ 1.000,00

FGTS (8%)

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Será 8% sobre cada salário mensal. Como ele recebeu R$ 1.750,00 por 7
meses (junho a dezembro de 2022) e R$ 2.000,00 por 5 meses e meio (janeiro a
metade de junho de 2023).

(R$ 1.750,00 x 7 + R$ 2.000,00 x 5.5) x 0.08 = R$ 1.302,00

FGTS SOBRE O 13º

(R$ 1.750,00 + R$ 1.000,00) x 0.08 = R$ 220,00

MULTA FGTS (40%)

40% sobre o valor total do FGTS acumulado.

0,4 x (R$ 1.302,00 + R$ 220,00) = R$ 608,80

REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS

Indenização de R$ 5.548,00 por danos e situações de natureza negativa


gerada pela ação e omissão injusta e ilícita de seu antigo Empregador durante sua
relação de emprego.

Dá-se à causa o valor de R$ 12.945,46 (doze mil e novecentos e quarenta e cinco


reais e quarenta e seis centavos).

Nestes termos, pede deferimento.

Limeira, São Paulo, 8 de setembro de 2023.

ADVOGADO(A)

OAB/UF n.º _

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