Você está na página 1de 9

PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA

DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, desempregado, filho
de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 202, residente e domiciliado na Rua Sete de
Setembro, casa 18 – Manaus Amazonas – CEP 999. Trabalhou na fábrica de componentes
eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua Leonardo Malcher, 7.070 – Manaus – Amazonas – CEP
210, de 10.10.2012 a 02.07.2014, oportunidade na qual foi dispensado sem justa causa e recebeu,
corretamente, sua indenização; a empresa possui 220 empregados; é portador de deficiência e
soube que, após a sua dispensa, não houve contratação de um substituto em condição semelhante;
seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, estava ocorrendo um
problema na plataforma institucional, daí porque a ex-empregadora acordou com os empregados
que o conteúdo de trabalho seria enviado ao e-mail particular de cada um, desde que pudesse fazer
o monitoramento; que, em razão disso, o empregador teve acesso a diversos escritos e fotos
particulares do depoente, inclusive conteúdo que ele não desejava expor a terceiros; durante o
contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical e confederativa, mesmo não sendo
sindicalizado; teve a CTPS assinada como assistente de estoque, mas, em parte do horário de
trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe determinava que
ele fizesse pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades
estranhas ao seu mister de assistente de estoque; trabalhava de 2ª a 6ª feira das 8h às 16h45min,
com intervalo de 45 minutos para refeição, e aos sábados das 8h às 12h, sem intervalo.
Você, contratado como advogado deverá apresentar a medida processual adequada à defesa dos
interesses de Heitor, sem criar dados ou fatos não informados.

Resposta Sugerida pela professora:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/ DOUTO JUIZO DO TRABALHO DA
... VARA DO TRABALHO DE MANAUS AMAZONAS
Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, desempregado, portador da identidade nº559, inscrito no
CPF nº 202, CTPS..., PIS..., filho de Isaura Santos, residente e domiciliado na Rua Sete de
Setembro, casa 18, Manaus-Amazonas, CEP 999, vem por intermédio de seu advogado abixo
assinado, procuração em anexo, com endereço profissional no endereço completo, onde recebe
intimaçoes e notificaçoes, propor Reclamação Trabalhista com Tutela Provisoria de Urgência de
Natureza Antecipada com fulcro nos artigos 839 da CLT, artigo, 840 da CLT artigo 840 §1 da CLT,
artigo 300 do CPC, artigo 300 §1º e §2º do CPC e artigo 303 do CPC, em face da Fábrica de
Componetes Eletrônicos., incrito no CNPJ nº, situada na rua Leonardo Malcher, nº 7.070, Manaus-
Amazonas, CEP 210, pelas razoes a seguir expostas:

Da Justiça Gratuita
O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar comas despesas do processo,
sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família.
Dessa forma se enquadra nas condições para a concessão do benefício da assistência judiciária
fundamentada no art. 790 §3º da CLT, art. 790 A da CLT, art. 14 da lei 5584/70 e art 14 parágrafo
1º da lei 5584/70.
Por fim, requer desde já, o benefício da assistência judiciária.

Da Tramitação Preferencial
O reclamante é portador de deficiência física, razão pela qual, nos termos do artigo 9º, VII da Lei
13.146/2015 faz jus a
tramitação preferencial do feito em todos os atos e diligências, sendo o que se requer.

Da Tutela Provisória de Urgência de Natureza Antecipada


O reclamante foi dispensado sem justa causa sem que outro trabalhador com deficiência para
ocupar a sua vaga onde a empresa possui 220 empregados.
Sabe-se que o reclamante nao poderia ter sido dispensado sem antes outro trabalhador com
deficiência tivesse sido contratado, conforme artigo 93§1º da lei 8.213/91, pois a reclamada possui
mais de 100 empregados, a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente
poderá ocorrer apos a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

da previdência social, encontrando-se presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela


provisória de urgência de natureza antecipada, prevista nos artigos 300 do CPC, artigo 300 §1º e
§2º do CPC, artigo 303 do CPC.
Dessa forma requer a reintegração liminarmente do reclamante, sem a ouvida da parte contraria.

Do Contrato de Trabalho
O reclamante foi admitido em ... para exercer a função de ... com salario de ...

Da Reintegração
O reclamante foi dispensado sem justa causa sem que outro trabalhador com deficiência para
ocupar a sua vaga onde a empresa possui 220 empregados.
Sabe-se que o reclamante não poderia ter sido dispensado sem antes outro trabalhador com
deficiência tivesse sido contratado, conforme artigo 93§1º da lei 8.213/91 e lei 13.146/2015, pois a
reclamada possui mais de 100 empregados, a dispensa imotivada em contrato por prazo
indeterminado somente poderá ocorrer apos a contratação de outro trabalhador com deficiência ou
beneficiário reabilitado da previdência social.
Dessa forma requer a reintegração do reclamante e o pagamento de salários e vantagens do
período de afastamento correspondente no valor de R$...

Do intervalo Intrajornada
O reclamante trabalhava de segunda a sexta feira, das 8h às 16:45, com intervalo de 45minutos.
Sabe-se que o empregado que trabalha mais de 6 horas faz jus a um intervalo de no mínimo uma
hora, conforme artigo 71 da CLT e artigo 71§4º, o qual não foi respeitado pelo reclamante.
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do período suprimido, ou
seja, 15 minutos, com acréscimo de 50% no valor de R$...

Dano Extrapatrimonial/Dano Moral


O reclamante tinha seu e-mail pessoal monitorado pela empresa porque, na admissão estava
ocorrendo um problema na plataforma institucional, em razão disso, o empregador teve acesso a
diversos escritos e fotos particulares do reclamante, repassando a terceiros, inclusive conteúdo
íntimo que ele não desejava expor.
Sabe-se que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas devendo
ser reparada por dano extrapatrimonial, sendo assegurado o direito a indenização por danos morais
decorrente de sua violação conforme artigo 5º X da CF/88, artigo 186cc artigo 187 do CC, artigo
927 CC, artigo 223 A da CLT artigo 223 B da CLT e artigo 223 C da CLT, tendo em vista que no
caso em tela o reclamante teve sua intimidade violada.
Diante do exposto requer o pagamento do pagamento de indenização por danos morais decorrente
da violação a intimidade no valor de R$...

Da Devolução do desconto da contribuição sindical


Durante todo o contrato, o reclamante sofreu descontos a titulo de contribuição sindical, mesmo não
tendo autorizado previa e expressamente tal desconto.
A contribuição sindical esta condicionada à autorização previa e expressa do empregado, conforme
artigo 578 da CLT e artigo 579 da CLT, onde no presente caso não houve autorização do
reclamante.
Diante do exposto requer a condenação da reclamada ao pagamento dos valores descontados do
reclamante a titulo de contribuição sindical no curso do contrato de trabalho no valor de R$...

Acumulo de Função
O reclamante teve sua CTPS assinada como assistente de estoque, mas, em parte do horário de
trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe determinava que
ele fizesse pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades
estranhas às funções de assistente de estoque.
Com base nos artigos 13 da lei 6.615/78 e artigo 8º da lei 3.207/57, que se aplicam analogicamente
ao caso em tela, é devido um acréscimo salarial em razão do acúmulo de função, posto que
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

demandem maior grau de qualificação ou maior responsabilidade, compatíveis com função melhor
remunerada, recebendo um PLUS salarial.
Diante do exposto, requer um plus salarial pelo acumulo de função com repercussoes no aviso
previo, decimo terceiro salario, ferias mais um terço constitucional, FGTS mais 40%, RSR valor de
R$ ..

Por fim requer a retificação da CTPS para constar o seu real salario, nos termos do artigo 29§1º da
CLT.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
Requer honorários advocatícios sucumbenciais de até 15%, conforme art. 791-A da CLT.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer
a) O beneficio da justiça gratuita;
b) Tramitação preferencial do feito;
c) A concessão da tutela provisória de urgência de natureza antecipada, reintegrando liminarmente
o reclamante;
d) A reintegração e o pagamento de salários e vantagens do período de afastamento no valor de
R$...
e) O pagamento do intervalo intrajornada suprimido, ou seja, 15 minutos, com acréscimo de 50%
no valor de R$...
f) O pagamento de danos morais decorrente da violação a intimidade no valor de R$...
g) A devolução dos valores descontados do reclamante a titulo de contribuição sindical no valor de
R$...
h) O pagamento do PLUS salarial pelo acumulo de função no valor de R$....
i) O pagamento dos honorários advocatícios, no importe de 15% no valor de R$...

DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Requer que seja citada/intimada a parte contraria para querendo apresentar defesa sob pena de
revelia e confissão.
Requer que sejam julgados procedentes todos os pedidos da reclamatória trabalhista.
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidos: prova documental, testemunhal,
pericial e depoimento pessoal.
Dá-se a causa o valor de R$...
Nestes termos
Pede deferimento
Local e data
Advogado
OAB nº...

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A. procura você, como advogado(a), afirmando
que Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou
reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo,
determinado e com indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá,
sob o número 1000/2018. Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por
dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo
diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano
odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário
utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os
empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito
adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Relata que,
no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade
empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do
empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma que foi
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria
dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a anulação do pedido
de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama
que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar
os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor.

Esse procedimento caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer
o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário. Por fim, formulou um pedido
de adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. Joana juntou, com a
petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de
doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa
na admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de
2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus
colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que
a anterior prorrogou-se automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que informava a
todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os
dias ao fim do expediente. A ex-empregadora entregou a você o pedido de demissão escrito de
próprio punho pela autora e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um
pedido de demissão. Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos
interesses de seu cliente.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho/Douto Juízo do Trabalho da 80ª Vara do Trabalho
de Cuiabá
Processo n: 1000/2018.
Sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A, já qualificada nos autos, vem por intermédio de
seu advogado abaixo assinado, com procuração em anexo e endereço profissional onde recebe
notificações e intimações apresentar CONTESTAÇÃO com fulcro no artigo 844 da CLT, artigo 847
da CLT e artigo 847, paragrafo único da CLT, em face da reclamatória trabalhista movida por Joana
da Silva, também já qualificada nos autos, e o faz nas razões seguintes:

DA PRELIMINAR DA INÉPCIA DA INICIAL


A reclamante pleiteia adicional de periculosidade, porém nada consta em seus pedidos.
Sabe-se que quando existe causa de pedir sem pedido, identifica-se o pleito como inepto, haja vista
em que a reclamante requereu em seu fundamento adicional de periculosidade, porém não postulou
em seus pedidos, restando presente a inépcia da inicial, nos termos do artigo 330 do CPC/2015,
artigo 330, inciso I, do CPC, artigo 330, § 1º, inciso I e IV do CPC, artigo 337, inciso IV do CPC/2015.
Dessa forma, requer que seja acatada a preliminar de inépcia da inicial, extinguindo o processo sem
resolução de mérito, conforme artigo 485, inciso I do CPC/2015.

DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante foi admitida em 10/05/2008, encerrando seu contrato de trabalho em 29/09/2018 e
ajuizando ação em 15/10/2018.
Sabe-se que no direito do trabalho aplica-se a prescrição quinquenal estando prescritos os créditos
anteriores aos últimos cinco anos da data do ajuizamento da ação, ou seja, estando prescritos os
créditos anteriores a 15/10/2013. Conforme artigo 7 º, inciso XXIX, da CRFB/88, artigo 11, inciso I,
da CLT, Súmula 308, inciso I, do TST.
Dessa forma, requer que seja declarada a prescrição quinquenal, extinguindo o processo com
resolução do mérito. Conforme artigo 487 do CPC, artigo 487, inciso II do CPC.

DO MÉRITO
DO DANO EXTRAPATRIMONIAL/DANO MORAL
A reclamante requereu o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença
profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia.
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

Tal pleito não merece prosperar, tendo em vista que a reclamante alegou ser vítima de doença
profissional porque o mobiliário da empresa, não respeitava as normas de ergonomia, porém, juntou
os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral com o diagnóstico de doença degenerativa,
restando claro que doença degenerativa não é considerada doença profissional nem doença do
trabalho, na forma do artigo 20, § 1º, alínea “a”, da Lei nº 8.213/91, artigo 186 do CC, artigo 187 do
CC, artigo 927 do CC, artigo 223-B da CLT, com isso, não fazendo jus ao pedido de pagamento de
dano moral.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DO PLANO ODONTOLÓGICO
A reclamante requereu que o plano odontológico, fornecido gratuitamente pela reclamada,
integrasse para todos os fins, como salário utilidade.
Tal pleito não merece prosperar, tendo em vista em que a reclamante requereu que o plano
odontológico, fornecido gratuitamente pela reclamada integrasse como salário utilidade, todavia, o
plano odontológico não caracteriza salário utilidade por expressa vedação legal, na forma do Art.
458, § 2º, inciso IV e § 5º, da CLT, portanto não poderá ser integrado ao salário.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DA CESTA BÁSICA
A reclamante afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os
empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito
adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018.
Tal pleito não merece prosperar, em vista que a reclamante alega direito adquirido no tocante a
cesta básica mensal fornecida pela reclamada nos últimos dois anos, e suprimida a partir de 1º de
agosto de 2018, postulando o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018, entretanto,
a convenção coletiva vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, não entabulada nova convenção
desde então, com isso, resta claro que a convenção coletiva findou em julho de 2018, fazendo com
que a reclamante não tenha direito ao seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018,
pois a convenção coletiva não possui ultratividade, conforme artigo 614, § 3º, da CLT.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DO TEMPO A DISPOSIÇÃO
A reclamante alega que permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da
sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição
do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu.
Tal pleito não merece prosperar, tendo em vista que a reclamante alega que permanecia duas vezes
na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto
ecumênico, requerendo assim como hora extra, porém, a participação voluntária do empregado em
práticas religiosas dentro da empresa não caracteriza tempo à disposição, por explícita vedação
legal, na forma do Art. 4º, § 2º, inciso I da CLT.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DO PEDIDO DE DEMISSÃO
A reclamante Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão,pois, se não o fizesse, a
sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado.
Assim, requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma
dispensa sem justa causa.
Tal pleito não merece prosperar, tendo em vista que a reclamante alega que foi coagida moralmente
a pedir demissão, e se não o fizesse, a reclamada alegaria dispensa por justa causa, entretanto,
cabe a reclamante provar o alegado vício de consentimento pertencente a mesma, conforme artigo
818, inciso I, da CLT e do Art. 373, inciso I, do CPC/15.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DO ACÚMULO DE FUNÇÃO
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

A reclamante alega que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do
contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5
empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de
garçom, pelo que ela requereu o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário.
Tal pleito não merece prosperar, tendo em vista que a reclamante alega que foi contratada como
cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-
los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor, porém, é notório que a
atividade desempenhada pela reclamante era compatível com a sua condição pessoal e
profissional, conforme artigo 456, parágrafo único, da CLT.
Dessa forma requer que seja julgado improcedente o referido pleito.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Requer honorários advocatícios sucumbenciais no percentual de até 15%, conforme artigo 791-A
da CLT.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Requer que seja acatada a preliminar de Inépcia da petição inicial, extinguindo o processo sem
resolução do mérito. Requer que seja declarada a prescrição quinquenal, extinguindo o processo
com resolução do mérito. E no mérito, que sejam julgados improcedentes todos os pedidos da
reclamatória trabalhista. Em caso de eventual condenação que se proceda com a compensação e
dedução. Protesta provar por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente prova
documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado OAB nº...

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Débora Pimenta trabalhou como auxiliar de coveiro na sociedade empresária Morada Eterna Ltda.,
de 30/03/2018 a 07/01/2019, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo, por último, o
salário de R$ 1.250,00 mensais, conforme anotado na CTPS. Em razão disso, ela ajuizou
reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da 90ª Vara
do Trabalho de Teresina/PI, recebendo o número 0050000- 80.2019.5.22.0090. Débora formulou
vários pedidos, que assim foram julgados: o juízo declarou a incompetência material da Justiça do
Trabalho para apreciar o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado; foi reconhecido
que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para
refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento
de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais
verbas salariais; não foi reconhecido o salário oficioso de mais R$ 2.000,00 alegado na petição
inicial, já que o julgador entendeu não haver prova de qualquer pagamento “por fora”; foi deferido o
pagamento de horas extras pelos feriados, conforme requerido pela trabalhadora na inicial, que
pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”, sendo rejeitada a preliminar suscitada
na defesa contra a forma desse pedido; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano
moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima,
conforme laudos médicos juntados aos autos; foi indeferido o pagamento de adicional noturno, já
que a autora não comprovou que houvesse enterro, ou preparação para tal fim, no período
compreendido entre 22 e 5 horas; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período
trabalhado, sendo que, na instrução, o magistrado indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas
pela sociedade empresária, que seriam ouvidas para provar que ela entregava o valor da passagem
em espécie diariamente à trabalhadora; foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro,
como requerido na exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta
reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham CID
(Classificação Internacional de Doenças); foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica
mensal, porque sua entrega era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de
janeiro de 2017 a janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

estipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, prorrogada no tempo;
foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da
liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados
improcedentes.
Diante disso, na condição de advogado da ré, redija a peça prático-profissional para a defesa dos
interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural
que comprometesse sua integridade.

RESPOSTA SUGERIDA PELA PROFESSORA:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/DOUTO JUÍZO DO TRABALHO DA
90ª VARA DO TRABALHO DE TERESINA/PI
Processo nº 0050000- 80.2019.5.22.0090 e Vara de origem 90ª vara do trabalho de Teresina/PI
Recorrente: Morada Eterna Ltda
Recorrido: Débora Pimenta
Morada Eterna Ltda, já qualificada nos autos, vem por intermédio de seu advogado abaixo assinado,
com procuração nos autos, interpor RECURSO ORDINÁRIO, com fulcro no art. 893 II, da CLT e art.
895 I da CLT, face da sentença proferida na reclamatória trabalhista movida por DÉBORA PIMENTA
em face da MORADA ETERNA, também já qualificada nos autos e o faz nas razões seguintes:
Preenchidos todos os pressupostos extrínsecos: Tempestividade, o recurso foi interposto dentro do
prazo legal, (no octídeo legal); Preparo, custas e depósito recursal devidamente recolhidos e
efetuados em guias próprias. O recurso é adequado, o ato é recorrível e existe regularidade formal
de representação, com advogado com procuração nos autos.
Atendidos os pressupostos intrínsecos: legitimidade, capacidade e interesse.

Atendidos todos os pressupostos de admissibilidade recursal, conheça o recurso e remeta os autos


para o TRT.
Intime-se a parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões, conforme art. 900 da CLT.
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local e data
Advogado
OAB nº...
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO EGRÉGIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...REGIÃO
Processo nº 0050000- 80.2019.5.22.0090 e 90ª Vara de origem de Teresina/PI.
Recorrente: Morada Eterna Ltda
Recorrido: Débora Pimenta
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ...REGIÃO
Colenda Turma,

Das Razões do Recurso:


Atendidos os pressupostos de admissibilidade recursal. A sentença de mérito merece ser
reformada, pelas razões que passa a expor:
DAS PRELIMINARES
DA NULIDADE PROCESSUAL POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
O juiz deferiu o pagamento de vale-transporte em todo o período de trabalho da recorrida.
Ocorre que, na instrução o juiz indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas pela empresa, ora
recorrente, que comprovariam que a empresa entregava o valor da passagem em espécie
diariamente à trabalhadora. Observa-se que houve violação do princípio do contraditório e ampla
defesa, causando prejuízo ao recorrente, no termo artigo 5º, LV, CRFB/88, artigo 369 do CPC e
artigo 794 da CLT, vez que suas testemunhas não foram ouvidas pelo juiz.
Dessa forma, requer que seja acatada a preliminar, remetendo os autos à vara de origem, para que
seja reaberta a instrução processual e que haja a oitiva das testemunhas

REITERAÇÃO DA PRELIMINAR DE INÉPCIA EM RELAÇÃO AOS FERIADOS


PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

O magistrado deferiu o pagamento de horas extras pelos feriados, conforme foi requerido pela
trabalhadora em sua inicial, extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”, sendo rejeitada a
preliminar suscitada na defesa contra a forma desse pedido.
Sendo assim, motivo pelo qual reitera a preliminar de inépcia da inicial, porque não foram
identificados os feriados trabalhados, ou seja, por ter sido feito o pedido de feriados de forma
genérica no pedido, conforme artigo 330, inciso I, da CPC, artigo 330, § 1º, inciso II do CPC, artigo
840 da CLT, artigo 840, § 1º da CLT.
Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a inépcia da inicial, com a
consequente extinção do feito sem resolução do mérito, conforme o artigo 485, inciso I do CPC.

DO MÉRITO
Reiteração de preliminar de inépcia em relação aos feriados No mérito reitera a preliminar de inépcia
em relação aos feriados arguida na contestação e reiterada na preliminar recursal
DO INTERVALO INTRAJORNADA
A recorrida laborava de segunda a sexta-feira, das 10h às 16 horas, com intervalo de 10minutos
para refeição. O juiz deferiu o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do
intervalo desrespeitado e reflexo nas demais verbas salarias.
Equivoca-se o juízo, tendo em vista quando a jornada de trabalho não exceder 6 horas diárias , é
obrigatório a concessão de intervalo intrajornada de 15 minutos , conforme artigo 71,§ 1º da CLT,
artigo 71, § 4º da CLT, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada, implica o
pagamento de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre
o valor da remuneração hora norma de trabalho, não tendo que se falar em reflexos.
Dessa forma, a sentença deve ser reformada, dando provimento ao presente apelo neste tópico.

DO DANO MORAL/DANO EXTRAPATRIMONIAL


O juiz deferiu indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral por acidente do trabalho em razão
de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados aos
autos.
Equivoca-se o juízo, tendo em vista que doença degenerativa não é considerada doença do
trabalho, conforme artigo 20, §1º, “a”, da Lei 8.213/91, não fazendo jus a indenização.
Dessa forma, a sentença deve ser reformada, dando provimento ao presente apelo neste tópico.

DA DEVOLUÇÃO DESCONTO
Foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na exordial, de 5 dias de
faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta reconheceu que a empresa se negou a
aceitar os atestados porque não continham CID (Classificação Internacional de Doenças).
Equivoca-se o juízo, quanto à devolução dos descontos em dobro, uma vez que não existe previsão
legal para devolução em dobro dos descontos efetuados na CLT, e ainda consoante previsto artigo
5º inciso II da CRFB/88.
Dessa forma, a sentença deve ser reformada, dando provimento ao presente apelo neste tópico.

DA CESTA BÁSICA MENSAL


O juiz deferiu o pagamento correspondente a uma cesta básica mensal, porque sua entrega era
prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2017 a janeiro de 2018)e,
que, uma vez não houve estipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi automaticamente
prorrogada no tempo.
Equivoca-se o juízo, uma vez que a norma coletiva não tem ultratividade, conforme o artigo 614, §
3º da CLT, artigo 614 da CLT e também a norma coletiva não vigorava quando a recorrida foi
admitida.
Dessa forma, a sentença deve ser reformada, dando provimento ao presente apelo neste tópico.

DA REDUÇÃO DOS HONORÁRIOS


Foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da
liquidação.
PROFESSOR: SCHAMKYPOU BEZERRA
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO

Equivoca-se o juízo, conforme o artigo 791-A, da CLT, o limite legal estabelecido é de 15%, e não
de 20%, motivo pelo qual deve ser reduzido.
Dessa forma, a sentença deve ser reformada, dando provimento ao presente apelo neste tópico.

DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Requer que sejam acatadas as preliminares recursais de nulidade processual por cerceamento do
direito de defesa, remetendo o processo para vara de origem, para que seja realizada a abertura
da instrução processual para oitiva das testemunhas; e a preliminar de inépcia da inicial, extinguindo
o processo sem resolução do mérito, e no mérito que seja reformada a sentença, dando provimento
ao presente apelo. Requer que seja dado conhecimento/ seguimento e provimento ao presente
recurso.
Nestes Termos
Pede Deferimento
Local e data
Advogado OAB nº...

Você também pode gostar