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CONTESTAÇÃO
I- DOS FATOS
Por fim, aduziu que tinha, em parte da jornada, funções similares às de digitador, razão
pela qual requere intervalo de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados. Pelas mesmas
razões o Reclamante pleiteia receber um plus salarial de 30%, alegando acúmulo de função de
auxiliar de escritório e digitador.
Em relação ao tema de hora extra, o Reclamante não foi capaz de definir de forma certa e
objetiva o motivo que deveria ganhar, uma vez que a jornada de trabalho estava
completamente regular com as 8 (oito) horas diárias de trabalho e 1 (uma) hora para intervalo
para repouso ou alimentação.
Pelo exposto, resta claro, a toda evidência, que o pedido deduzido na inicial não é certo.
Assim, diante da evidente inépcia da inicial, impõem-se a extinção do feito sem julgamento do
mérito, como preconiza o Art. 485, I, c/c Art. 330, I e §1º, II, ambos do CPC, c/c Art. 769, CLT.
III- DO MÉRITO
Não faz jus ao pedido, pois esse fato de apenas digitar dados e compará-los não
caracteriza acúmulo de função, já que era função do Reclamante registrar os dados coletados
para que seja possível a comparação com anos anteriores, seja em planilhas, agenda e/ou
programas diversos, como consta no contrato de trabalho do autor e de acordo com Art. 456,
parágrafo único, da CLT.
Sabe-se que a indenização se encontra à luz dos ditames dos arts. 186 e 927, ambos do CC.
Neste sentido, faz-se necessário mencionar o Sílvio De Salvo Venosa:
Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. Sua atuação
e dentro dos direitos da personalidade. Nesse campo o prejuízo transita pelo imponderável, daí
porque aumentam dificuldades de se estabelecer ajusta recompensa pelo dano. E muitas
situações, cuida-se de indenizar o inefável. Não é também qualquer dissabor comezinho da
vida que pode acarretar indenização. [ ... ]
Por tanto, com efeito, a situação fática, descrita na inicial, nem de longe representa
qualquer forma de dano ao Autor, pois não há qualquer prova mínima de ofensa efetiva à
honra, à moral ou imagem da parte prejudicada, como in casu. Os danos ventilados nos fatos
da inicial não passam de conjecturas.
Não fosse isso o suficiente, afirma-se que a dor moral, decorrente da ofensa aos
direitos da personalidade, conquanto subjetiva, deve ser diferenciada do mero aborrecimento.
Isso qualquer um está sujeito a suportar. Apenas o ato de exercer função a qual foi expressa
claramente no contrato de trabalho não é suficiente para se enquadrar nos artigos
mencionados e assim, consequentemente, gerar indenização.
Por fim, entende-se que os transtornos levantados na inicial não passam de meros
aborrecimentos. E esses, vem como quaisquer chateações do dia a dia, desavenças ou
insatisfação pessoal são fatos corriqueiros e NÃO podem ensejar indenização por danos
morais. Afinal, faz parte da vida cotidiana, com seus incômodos normais.
Neste prisma, percebe-se a não configuração dos danos morais e, portanto, requer a
improcedência de pedido.
O Reclamante sequer soube defender seu direito no que se refere a transcrever os reais
salários, alegando que o mesmo não o fez, ficando claro a criação de situação irreal.
4. DA HORA EXTRA
O labor do Reclamante era de 2ª a 6ª feira das 8h às 17h, com intervalo de uma hora para
refeição. Dessa maneira o pedido de horas extras é indevido haja vista que a jornada não
excede o módulo constitucional, conforme art. 7º, XIII da CF e art. 58 da CLT, já que o horário
de trabalho é de 8 horas por dia, com pausa de almoço de 1 hora, cumprindo assim a jornada
regular e não possibilitando o pagamento de horas extras.
No que tange as verbas rescisórias, falta com verdade o Reclamante, alegando que as
verbas rescisórias e indenizatórias (aviso prévio, saldo de salário, 13º salário, férias
proporcionais + 1/3 constitucional, FGTS + 40%) foram pagas incorretamente observando o
acúmulo de função, intervalo intrajornada e horas extras, pedidos em questão considerados
inválidos como demostrado no presente processo com provas fundamentadas e anexas.
Por consequência das inverdades narradas, onde o Reclamante requer todos os seus
pedidos sobre direitos não devidos ou já quitados anteriormente, a mesma deverá ser
condenada a Litigância de Má-Fé com a devida aplicação de multa.
Não são devidas as multas referidas, vez que a rescisão fora realizada conforme os ditames
da lei e ao seu tempo, provado ainda que o pagamento foi realizado de maneira correta, como
consta em provas anexas, além de que a presente peça contestatória torna controversas todas
as verbas requeridas na petição inicial, motivo pelo qual requer o seu total indeferimento.
Observando a Lei 13.467/2017, nos termos do art. 791, A, da CLT, veja que caso à parte
vencida seja beneficiária da Justiça gratuita e não tenha condições de arcar com as obrigações
decorrentes da sucumbência, ou não tenha créditos trabalhistas a receber no âmbito da justiça
do trabalho, os honorários advocatícios poderão ser cobrados pela parte vencedora no prazo
de até dois anos do trânsito em julgado, desde que nesse período a parte vencedora comprove
que a parte vencida perdeu a condição de beneficiária da Justiça gratuita.
Desta forma, requer que seja arbitrado honorários sucumbenciais em favor do patrono da
Reclamada no importe de 15%, ou quantum Vossa Excelência achar necessários, sobre o valor
da causa, visto a total improcedência dos pedidos da inicial.
Alternativamente, caso vossa excelência entenda ser devido alguma verba ao Reclamante,
que seja arbitrado honorários sobre o valor dos pedidos indeferidos da inicial.
IV- DOS PEDIDOS
ADVOGADO
OAB nº ...