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Nelson Aviz procura você, como advogado(a), afirmando que foi empregado da sociedade
empresária Alfa Ltda. na sede desta, localizada em Sete Lagoas/MG, de 17/12/2021 a
28/04/2022, tendo exercido, na prática, a função de técnico de informática. Nelson informa
que foi despedido por justa causa, apesar de não ter feito nada de errado, não recebendo
qualquer indenização, mas apenas o saldo salarial do último mês; que a empresa não
integrava, para fim algum, o saláriofamília que Nelson recebia; que trabalhava de segunda-
feira a sábado, das 20h às 5h, com intervalo de 20 minutos para refeição; que o local de
trabalho era de difícil acesso e não servido por transporte público regular, pelo que a empresa
fornecia o transporte para ir ao trabalho e voltar dele, de forma que Nelson demorava uma
hora no trajeto de ida e outra uma hora no de volta; que realizou exame médico na admissão;
que Nelson tem uma irmã que trabalha na mesma sociedade empresária, exercendo a função
de programadora de jogos digitais.
O trabalhador exibe cópias dos contracheques, nos quais há, na parte de crédito, salário de R$
1.200,00 e uma cota de salário-família; já na parte de descontos, há INSS, vale-transporte e
FGTS. Nelson ainda exibiu sua CTPS, na qual consta admissão em 17/12/2021 e saída em
28/04/2022, na função de auxiliar de serviços gerais; na parte de anotações gerais, há
anotação de que o empregado foi dispensado por justa causa em razão de conduta
inadequada. Em pesquisa pela Internet, você localiza a convenção coletiva da categoria de
Nelson, com os pisos normativos para todas as funções desempenhadas na sociedade
empresária Alfa, dentre elas os seguintes: auxiliar de serviços gerais: R$ 1.200,00; técnico em
informática: R$ 1.800,00; programador: R$ 3.500,00; e engenheiro de computação: R$
6.000,00.
Elabore a peça prático-profissional que melhor defenda os interesses de Nelson, sem usar
dados ou informações que não estejam no enunciado.
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para
dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA -- VARA DO TRABALHO
DE SETE LAGOAS/MG
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
I – MÉRITO
O reclamante foi demitido por justa causa e por esse motivo não recebeu as verbas
resilitórias. No entanto, a reclamada não apresentou elementos que comprove a má
conduta do trabalhador ou qualquer ato faltoso que justifique a demissão por justa
causa, e conforme dispões a súmula 212 do TST, o ônus de provar o término do
contrato de trabalho nessas hipóteses é do empregador. Não está presente no caso em
concreto, qualquer um dos atos faltosos elencados pelo artigo 482 da CLT, portanto, tal
reprimenda está em desacordo com as normas trabalhistas.
Diante o exposto, requer seja afastada a justa causa da demissão.
O reclamante cumpria a jornada de trabalho de segunda a sábado, das 20h às 5h. Porém,
nunca recebeu qualquer adicional por trabalhar em horário noturno. Conforme o art. 73,
§ 2º da CLT, é devido o adicional ao trabalhador que exercer a sua jornada de trabalho
entre as 22hr e 5h. Diante disso, requer a Vossa Excelência, que seja pago o valor
correspondente que o reclamante faz jus.
O reclamante trabalhava de segunda a sábado e fazia sua jornada das 20h até as 5h da
manhã do dia seguinte, cumprindo dessa forma uma jornada de 48h semanais. Contudo,
os artigos 58 e 64 da CLT estabelecem a duração do trabalho e determinam que as horas
trabalhadas não deve ser superior 8h diárias, 44h semanais, não podendo exceder as 220
mensais e que, o excedente deve ser pago de acordo com o artigo 59 da CLT, que é o
valor da hora normal acrescida de 50%. De acordo com o exposto, assiste direito ao
reclamante e requer que seja pagas as horas extras.
O reclamante não completava o tempo para descanso durante a sua jornada de trabalho,
onde tinha apenas 20 minutos para se alimentar e descansar. De acordo com o artigo 71
da CLT, em qualquer trabalho contínuo que exceda as sei horas diárias, o empregador
deve conceder ao trabalhador um período mínimo de uma hora, para que o empregado
possa se alimentar e recuperar as energias físicas e psíquicas. Nesse sentido, a
reclamada, agiu em desacordo com as normas estabelecidas pelo ordenamento jurídico
trabalhista. Assim, o reclamante requer que sejam pagas as horas que trabalhou durante
o período que deveria estar em repouso, em caráter de horas extraordinárias.
I.9 DA MULTA
A) FGTS
B) Multa de 40%
C) Férias proporcional
D) Aviso prévio proporcional
E) Décimo terceiro salário
II- PEDIDOS
m) a reversão de demissão com justa causa para demissão sem justa causa;
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e Data
Nome do Advogado
OAB/xxx - RJ