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PETIÇÃO INICIAL

Pedro, brasileiro, solteiro, procurou o seu escritório de advocacia noticiando que


trabalhava há 11 meses para a concessionária de energia elétrica “Luminus”, no
cargo de técnico em manutenção de redes elétricas, tendo sido dispensado por
justa causa em razão de supostas faltas injustificadas. Pedro informou, ainda, o
seguinte:

a) Recebia salário de R$788,00;

b) Faltou ao trabalho para cumprir exigências do Serviço Militar obrigatório;

c) Jamais recebeu qualquer tipo de adicional;

d) Antes de ser dispensado, foi muito perseguido por seu gerente, o Sr. Carlos,
que o acusava de ser “vagabundo” e “preguiçoso” na frente de seus colegas de
trabalho.

Na condição de advogado, ajuíze a medida cabível para a defesa de seu cliente.


AO JUÍZO AO QUAL COUBER POR DISTRIBUIÇÃO

Pedro (sobrenome), brasileiro, solteiro, (profissão), RG nº (número),


CPF nº (número),CTPS nº (número), PIS nº (número) residente e domiciliado na
rua (endereço completo, com CEP), através de seu advogado, (nome do
advogado), inscrito na OAB sob o nº (número), com endereço profissional à
(endereço completo com CEP), vem, com as honras de estilo, com fundamento
no art. 840 da CLT ajuizar, através do procedimento (nome do procedimento)

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de Luminus, (tipo societário) inscrita no CNPJ sob o nº (número), com


endereço na (endereço completo, CEP), tendo em conta os motivos de fato e de
direito a seguir alinhados.

I – DOS FATOS

O Reclamante trabalhou há 11 meses para a concessionária de


energia elétrica LUMINUS, na função de técnico em manutenção de redes
elétricas, na qual recebia um salário de R$788,00 (setecentos e oitenta e oito
reais) mensais.

Todavia, o Reclamante foi dispensado sob a alegação de justa causa


por faltas supostamente injustificadas, mesmo tendo faltado o trabalho para
cumprir exigências do Serviço Militar Obrigatório, sendo, portanto, justificadas.
Ademais, insta informar que o Reclamante jamais recebeu qualquer
tipo de adicional e foi muito perseguido por seu gerente, o Sr. Carlos, que o
acusava de ser “vagabundo” e “preguiçoso” na frente de seus colegas de
trabalho.

II – DO DIREITO

a) DO RECEBIMENTO ABAIXO DO SALÁRIO MÍNIMO

Com base no art. 76 da Consolidação das Leis Trabalhistas, o salário


mínimo é a contraprestação mínima devida que deve ser paga diretamente pelo
empregador e ainda deve suprir as necessidades normais de alimentação,
habitação, vestuário, higiene e transporte do trabalhador.

Ocorre que o Reclamante recebia um salário mensal de apenas


R$788,00 (setecentos e oitenta e oito reais), este inferior ao mínimo legal, o que
viola diretamente o art. 7º, inciso IV da Constituição Federal, artigo este que
estabelece o direito do trabalhador do recebimento do mínimo estipulado em lei.

Desta forma, a Reclamada deve pagar ao Reclamante a diferença


salarial de todo o período da vigência do pacto laboral.

b) DO ADICIONAL PERICULOSIDADE

O trabalho realizado pelo reclamante estava ligado ao manejo de


energia elétrica, o que, de acordo com o artigo 193, inciso I da CLT, em
consonância com o art. 7º, inciso XXIII, da Constituição Federal, é considerado
trabalho perigoso, implicando riscos a vida do trabalhador, tendo o mesmo o
direito de receber adicional de periculosidade correspondente a 30%(trinta por
cento) sobre o salário, mesmo que sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

Dessa maneira, percebe-se que o empregado trabalhou de


maneira irregular por 11meses, e por isso a Reclamada deverá pagar ao
Reclamante o montante de R$ (valor), a título de adicional periculosidade.

Acrescenta-se ainda que a súmula 132 do TST prescreve que o


adicional periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de
indenização e de horas extras.
c) DA DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA

A Reclamada dispensou o Reclamante sob a alegação de justa


causa, por ter este faltado, supostamente, de maneira injustificada. Ocorre que
o Reclamado não compareceu no trabalho por ter comparecido, no mesmo dia,
no serviço militar obrigatório, o que não gera prejuízo ao trabalho, como está
disposto no artigo 473, inciso IV da CLT.
Ressalte-se que o art. 7, inciso I, da Constituição Federal veda a
demissão arbitrária ou sem justa causa, cabendo, inclusive, indenização
compensatória.
Logo a demissão ocorreu sem justa causa, gerando a necessidade
do pagamento de verbas rescisórias e remuneratórias relativas à rescisão do
contrato de trabalho.

d) DO FGTS + MULTA DE 40%

Conforme estabelece o art. 18, §1º, da Lei 8036/90, quando o


empregado é demitido sem justa causa, o empregador fica obrigado a depositar,
na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por
cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante
a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos
respectivos juros.

Sendo assim, reconhecendo-se que não houve justa causa na


demissão do Reclamante, deve a Reclamada depositar em favor deste o
montante de R$ (valor), devidamente atualizados e acrescidos de juros.

e) DO DANO MORAL

Conforme narrado, durante o contrato de trabalho ocorreram


episódios onde o gerente da empresa menosprezou o Reclamante, o chamando
de “vagabundo” e “preguiçoso”, no próprio local de trabalho, maculando a sua
moral em seu ambiente laboral.

Certamente o gerente, como preposto da Reclamada, praticou ato


lesivo à honra e boa fama do Reclamado, motivo suficiente para pleitear
indenização de danos morais com fundamento no art. 483, alínea e, da CLT c/c
os artigos186 e 927 do Código Civil.

Diante disso, deve-se reconhecer a existência de dano moral na


relação de emprego, condenando-se a Reclamada ao pagamento do montante
de R$ (valor).
III – DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto requer, presentes os pressupostos necessários,


pede e requer o Reclamante:

a) A notificação da Reclamada, para comparecer à audiência de


julgamento (art. 841 da CLT);
b) A TOTAL PROCEDÊNCIA dos pedidos para condenar a
Reclamada nas seguintes verbas trabalhistas e indenização, conforme
demonstrativo de cálculo apresentado em anexo:
Diferença salarial....................R$(valor)
Adicional Periculosidade........R$(valor)
FGTS + Multa de 40%............R$(valor)
Dano Moral..............................R$(valor)
c) A condenação da Reclamada em custas processuais e honorários
de sucumbência, no importe de 15% sobre o valor da condenação.
d) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos
em direito, especialmente pelo depoimento pessoal da parte contrária, oitiva das
testemunhas, juntada de novos documentos e outras provas que se fizerem
necessárias para o deslinde da demanda.

Dá-se à causa o valor de R$ (valor)

Estes são os termos em que pede deferimento.

(Local), (data)

(nome do advogado)

(número da inscrição na OAB)

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