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Beatriz Gabriel

Fernando Machirica
Hilário M. J. H. Viriatio
Rosa Alberto
Rui Samuel Muanota

Actos de Comercio
(Licenciatura em Direito)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Beatriz Gabriel
Fernando Machirica
Hilário M. J. H. Viriatio
Rosa Alberto
Rui Samuel Muanota

Actos de Comercio

(Licenciatura Em Direito)

Trabalho de pesquisa em grupo a ser


apresentado no Departamento de Direito,
na cadeira de Direito Comercial, para
efeitos de avaliação, orientado pelo Dr:
Isac Mepina.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2022
Índice
Introdução..........................................................................................................................2

Objectivos..........................................................................................................................2

Gerais:............................................................................................................................2

Específicos:....................................................................................................................2

Metodologia.......................................................................................................................2

1. OS ACTOS DE COMÉRCIO....................................................................................3

1.1. Preliminares........................................................................................................3

1.2. Conceito de Actos de Comércio.........................................................................3

1.3. Comerciante........................................................................................................4

1.4. Características de Actos de Comércio................................................................4

1.5. Classificação.......................................................................................................5

1.5.1. Divisão dos actos comerciais.......................................................................5

1.6. Os Actos de Comércio em Moçambique: (Código Comercial de Moçambique)


5

1.6.1. Regime dos actos de comércio unilaterais...................................................6

1.6.2. Classificação dos actos de comércio...........................................................6

1.6.3. Actos de comércio absoluto e por conexão ou acessórios...........................6

1.7. Teoria Acessória Sobre Actos De Comércio..................................................7

1.8. O Acto e Comércio: Como Critério Para a Aplicação de Normas de Direito


Comercial.......................................................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Bibliografia........................................................................................................................9
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Introdução
O presente trabalho tem como tema os actos de comércio, desta feita, iremos em
princípio dar o conceito de modo geral e fazer a repartição dos actos pois estes podem
ser subjectivos e objectivos.

Ainda diante do trabalho iremos desenvolver sobre a classificação dos actos de


comércio assim como as características.

Partindo do pretexto quanto a localização, o trabalho foi realizado tendo em conta as


normas do ordenamento jurídico moçambicano.

Objectivos
Gerais:
 Explicar sobre os actos de comércio
Específicos:
 Dar o conceito de actos de comércio
 Classificar e caracterizar os actos comerciais
 Inserir os actos comerciais no ordenamento jurídico moçambicano

Metodologia
Para uma correcta execução do trabalho de pesquisa, utilizar-se-á a pesquisa
Qualitativa, pela necessidade de obter mais informação disponível. Daí que a realização
da pesquisa basear-se-á no método teórico uma vez que irá se fazer a revisão
bibliográfica e documental, para a busca das teorias importantes acerca do tema, e Para
a elaboração do trabalho em alusão, serão consultados os manuais de metodologia de
pesquisa científica.
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1. OS ACTOS DE COMÉRCIO
1.1. Preliminares
Não há possibilidade de se definir, a priori, todos os actos de comércio, devido ao
dinamismo das relações económicas.

É todo o acto praticado habitualmente com o objectivo de lucro, para circulação e


intermediação de bens e serviços. É ato jurídico. É composto de 2 (dois) elementos:
Causa e motivo.

Os que estiverem regulados no Código Comercial e em outras leis em razão dos


Interesses do comércio: actos objectivos;

E os que forem praticados por comerciantes – actos subjectivos, presumindo-se que o


são no exercício ou em ligação com o seu comércio; presunção esta que será elidível
pela demonstração: ou de que o acto é de natureza exclusivamente civil, não poder ser
praticado em relação com o comércio; ou de que do próprio acto resulta que é alheio à
actividade comercial de quem o praticou.

1.2. Conceito de Actos de Comércio


Assim, basicamente, podemos conceituar actos de comércio como uma intermediação
na circulação de bens, com o fim de lucro. O exemplo típico de actos de comércio é a
compra destinada à revenda por melhor preço. O conceito anterior não abrange todos os
actos de comércio em seu sentido amplo. Para abrangê-los, o ilustre jurista Carvalho de
Mendonça propôs a seguinte classificação:

 Actos de comércio por natureza ou profissionais:

São aqueles em que há intermediação, com o fim de lucro. É o conceito anteriormente


apresentado. Exemplo: a compra ou troca de coisas para a revenda lucrativa.

 Actos de comércio por dependência ou conexão:

São aqueles em que não há intermediação, mas o comerciante os pratica em virtude de


sua profissão. Exemplo: a compra de balcões ou vitrinas para o estabelecimento
comercial. O comerciante não compra esses objectos para revende-los. Balcões ou
vitrinas são instalações necessárias ao exercício de sua profissão. Por isso, estes actos
são considerados actos de comércio por dependência ou conexão, porque estão
directamente ligados à actividade do comerciante.
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 Actos de comércio por força ou autoridade da lei:

São aqueles em que a própria lei é quem declara sua natureza de ato de comércio,
independentemente de ser praticado ou não por comerciante. Exemplo: operações com
letras de câmbio, cheques, notas promissórias, seguros etc. são considerados actos de
comércio por força ou autoridade da lei.

1.3. Comerciante
Comerciante é a pessoa que tem como profissão a prática habitual e por conta própria
dos actos de comércio. O comerciante é, portanto, o profissional que obtém lucros
servindo como intermediário entre a pessoa que produz a mercadoria e aquela que a
consome. Os actos que ele pratica, no exercício de sua profissão, são denominados actos
de comércio. Agora vamos procurar entender melhor os elementos desta definição pelo
exemplo seguinte: Paulo praticou um ato de comércio ao vender seu relógio a um
amigo. Entretanto, com base apenas neste fato, não podemos afirmar que Paulo é
comerciante, pois esta venda pode ser ocasional, esporádica, não caracterizando a
profissão de Paulo. E comerciante, como vimos na definição, é a pessoa que faz da
prática habitual dos actos de comércio sua profissão. Por sua vez, devemos entender
como profissão a actividade económica que desempenhamos para obter nossos meios de
subsistência. Vejamos agora outro exemplo: Orlando é empregado de uma loja de
calçados, onde ganha a vida realizando, habitualmente, a venda de inúmeros pares de
sapato. Neste caso, podemos afirmar que Orlando é comerciante? Não, porque ele não
pratica actos de comércio por conta própria, mas sim em nome do dono da loja. Orlando
é comerciário, ou seja, empregado que trabalha no comércio. O dono da loja, este sim é
comerciante, porque sua profissão consiste na prática habitual e por conta própria de
actos do comércio: no caso, a venda de calçados, por um preço superior ao da compra
(lucro).

1.4. Características de Actos de Comércio:


 São actos de intermediação mercantil;
 Visam lucros para os agentes que os realizam;
 São praticados habitualmente;
 São realizados em função da profissão.
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1.5. Classificação:

A existência dos actos de comércio é anterior à dos comerciantes pois para ser
comerciante é indispensável a prática profissional dos actos de comércio e estes existem
sem que os que o praticam possam ser considerados comerciantes.

1.5.1. Divisão dos actos comerciais


 Actos de Comércio por Natureza
Decorrem da acção de um comerciante. São praticados pelo comerciante
no exercício de sua profissão. São actos de intermediação praticados com
habitualidade e com finalidade de lucro.
Enquadram-se nesta classificação:
 A Compra e venda de bem móvel ou semovente para sua
revenda, por atacado/varejo, industrializado ou não ou para
alugar o seu uso;
 Operações de câmbio, banco e corretagem
 as empresas de fábricas, de comissões, de depósitos, de
expedição, de consignação e transporte de mercadorias;
 Os seguros, fretamentos e riscos;
 Quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo comércio,
armação e expedição de navios.

 Actos de Comércio Absolutos


Actos de Comércio Absolutos são reputados comerciais por disposição
legal; são actos comerciais mesmo quando praticados por um não-
comerciante, portanto, submetem-se às regras do Direito Comercial.

1.6. Os Actos de Comércio em Moçambique: (Código Comercial de


Moçambique)

Artigo 4 (Actos de comércio)


1. São considerados actos de comércio:
a) os actos especialmente regulados na lei em atenção às necessidades da empresa
comercial, designadamente os previstos neste Código, e os actos análogos;
b) Os actos praticados no exercício de uma empresa comercial.
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2. Os actos praticados por um empresário comercial consideram-se tê-lo sido no


exercício da respectiva empresa, se deles e das circunstâncias que rodearam a sua
prática não resultar o contrário.

1.6.1. Regime dos actos de comércio unilaterais (Artigo 5)

Embora o acto seja mercantil só com relação a uma das partes, será regulado pelas
disposições da lei comercial quanto a todos os contratantes, salvas as que só forem
aplicáveis àquele ou àqueles por cujo respeito o acto é mercantil, ficando, porém, todos
sujeitos à jurisdição comercial.

1.6.2. Classificação dos actos de comércio


Actos de Comércio subjectivos e objectivos

 Acto de comércio: é aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao


exercício de sua actividade, e aquele considerado como tal pela lei, em
cada ordenamento jurídico.
 São actos de comércio objectivos, os que são regulados na lei
comercial, em razão do seu conteúdo ou circunstâncias.
 São actos de comércio subjectivos, aqueles que a lei atribui
comercialidade pela circunstância de serem tais actos conexos com a
actividade comercial dos seus autores.

1.6.3. Actos de comércio absoluto e por conexão ou acessórios


Os actos de comércio absolutos ou por natureza são comerciais devido à sua natureza
intrínseca, que radica do próprio comércio, na vida mercantil. São actos gerados e
tipificados pelas necessidades da vida comercial.

1.6.3.1. Espécies de Actos dentro desta categoria:


 Uns, – que são a maior parte – são actos absolutos em virtude de serem
os actos caracterizadores, típicos, essencialmente integrantes daquelas
actividades que tornam o objectivo material do Direito Comercial;
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 Outros são actos absolutos em razão da sua forma, ou do objecto sobre o


qual incidem.
 Os actos de comércio por conexão ou acessórios são comerciais apenas
em virtude da sua especial ligação a um acto de comércio absoluto ou a
uma actividade qualificada de comercial.

1.6.4. Actos Simultaneamente Regulados na Lei Civil e na Lei Comercial:


em princípio, estes actos serão civis; no entanto, serão comerciais quando neles se
verificarem aquelas características específicas que a lei comercial estabelece como
atributivas da comercialidade.

1.7. Teoria Acessória Sobre Actos De Comércio


Partindo da constatação de que certos actos, civis pelas suas características, podem
tornar-se comerciais por serem praticados em ambiente comercial. Segundo a teoria do
acessório, são actos de comércio acessórios os actos praticados por um comerciante no
exercício do seu comércio, e além disso, os actos ligados a um acto de comércio
absoluto.
Assim, para esta teoria há duas categorias de actos de comércio: os que estão ligados à
actividade comercial de um comerciante; e, os que adquirem comercialidade por terem
relação com o de um acto de comércio por natureza.

1.8. O Acto e Comércio: Como Critério Para a Aplicação de Normas de


Direito Comercial
Modernamente, o acto de comércio já não é critério dominante para a aplicação de
normas de Direito Comercial considera se a empresa como centro de comercialidade,
deslocando os critérios subjectivos (qualidade de comerciante) e objectivo (prática de
actos de comércio) como determinantes para a aplicação de normas de Direito
Comercial. A doutrina actual centraliza toda a problemática do Direito Comercial
moderno no conceito de actividade económica.
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Conclusão
Feito o trabalho concluímos que Um acto de comércio é uma aquisição a título oneroso
(isto é, que deve ser paga) de um bem móvel ou de um direito sobre o mesmo, que se
realiza com vista a lucrar com a respectiva alienação. Este lucro pode ser obtido a partir
do mesmo estado em que tenha sido adquirido o bem móvel ou depois de o ter provido
de outra forma tendo assim aumentado ou reduzido o seu valor.
O acto de comércio é um acto jurídico que permite distinguir os casos que pertencem ao
direito comercial daqueles que se encontram sob a alçada do direito civil.
O conceito de acto de comércio funciona por exclusão: não se tratando de um acto de
comércio, é regido pelo direito civil. Caso contrário, é da competência do direito
comercial. Existem, contudo, actos mistos ou unilaterais, que são comerciais em relação
a uma das partes e civis em relação à outra.
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Bibliografia
Código comercial moçambicano
Universidade Apolitécnica. Guia de estude de direito comercia I

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