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DIREITO EMPRESARIAL

Aula 1 e 2 – 30/07/18 e 06/08/18

Direito comercial no Brasil


No período do Brasil colonial, as relações jurídicas pautavam-se pela legislação de
Portugal, ou seja, as Ordenações Filipinas sob influência do Direito Canônico e do Direito
Romano. Com o advento da tomada de Portugal pelas tropas napoleônicas, a família real
refugiou-se no Brasil, dando-se a lei de abertura dos portos, incrementando a atividade
comercial com a criação da real junta de comércio, agricultura, fábricas e navegação e a criação
do Banco do Brasil, estimulando atividades produtivas da nação e promoção do capital com a
ajuda da Inglaterra, que fornecia a Portugal todos os produtos, promovendo o desenvolvimento
necessário para acomodar a família real.
Proclamada a independência, destaca-se a lei da boa razão, que autorizava invocar como
subsídio às questões mercantis as normas legais de direito estrangeiro como subsidiário do
direito lusitano. Até que viesse lei própria, o Brasil usava lei estrangeira subsidiária da lei
lusitana.
O jovem império exigiu o direito próprio consentâneo com seus interesses e
desenvolvimento. Diante disso, a real junta de comércio, agricultura, fábricas e navegação, após
uma série de tentativas de reformas frustradas face os interesses políticos e financeiros da época,
em 2002 foi promulgado o novo código civil, que adotou a teoria da empresa, que revogou
parcialmente o código comercial.

Autonomia e características do direito empresarial


O direito comercial é o direito de empresa responsável pela tutela da atividade empresarial,
abarcando uma série de outros institutos relacionados ao mercado, economia, concorrência e
consumo.
- É ramo autônomo do Direito, disposto no artigo 22, I da CF.
- Só a união pode legislar sobre direito comercial.

Características do Direito Empresarial


a) Cosmopolita
Criado e renovado constantemente pela dinâmica econômica mundial, razão pela qual a
legislação empresarial está repleta de leis e convenções internacionais.

b) Informalismo
As operações em massa, transações eletrônicas e globalizadas não admitem que o sistema tenha
formalismos e exigências excessivas, devendo acompanhar a dinâmica do mercado e da própria
autonomia.

c) Fragmentarismo
O direito empresarial é um complexo de leis, estando estas presentes no código civil, bem como
esparsas pelo ordenamento, acrescidas das convenções internacionais sobre diversos temas
mercantis.

d) Onerosidade
As relações empresariais não são gratuitas. O comércio, hoje liderado pela noção de empresa,
está voltado para a obtenção de lucro. As atividades empresariais devem ser, ao menos em tese,
lucrativas para aqueles que as desenvolvem.
Fontes do direito empresarial
 Diretas, primárias ou imediatas: cheque, duplicata, franquia, nota promissória, lei,
registro de empresas...
 Indiretas, segundarias ou mediatas: analogias, costumes e princípios gerais do direito
que servem para complementar o sistema normativo mercantil, cabe acrescentar que a
prova dos costumes comerciais faz-se através da certidão de registro na junta comercial.

Conceito de empresário
É o profissional que exerce atividade econômica organizada para produção ou circulação de
bens e serviços, através de produção ou distribuição.

Aula 3 – 13/08/18 - Direito Empresarial

Empresário x atos de comércio


Empresário não tem definição explícita, deve cumprir os requisitos e especificações, que são:

Atributos do empresário
1) Profissionalismo: devem ser obedecidas as seguintes considerações:
A- habitualidade: não há caráter esporádico. Há uma rotina estabelecida de acordo
com a atividade exercida.
B- pessoalidade: o empresário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar
empregados, os quais produzirão ou farão circular bens ou serviços.
C- monopólio das informações: são de inteiro conhecimento do empresário as
informações sobre os bens ou serviços que oferece ao mercado, bem como de informar
amplamente os consumidores e usuários.

2) Atividade
Empresa é uma atividade de produção de circulação de bens e serviços. É bom que se
ressalte que no Princípio de Preservação da Empresa, construído pelo moderno direito
Empresarial, valor básico prestigiado é o da conservação da atividade face aos
interesses que transcendem o dono do negócio ou da sociedade.

3) Econômica
Busca gerar lucro para quem a explora, podendo este ser o objetivo da produção a
circulação de bens ou serviços ou instrumento para alcançar outras finalidades. Ex: A
finalidade do empresário é ter lucro: Inauguração de loja de roupas de inverno no
shopping → modificações na cláusula para vender roupar de verão também;
McDonalds vendendo comida saudável também.

4) Organizada
Nela se encontram articulados pelo empresário os 4 fatores de produção: capital, mão
de obra, insumos (investimentos e estruturas) e tecnologia; havendo ausência de um
desses fatores, não há empresário.

5) Produção de bens ou serviços


É a fabricação de produtos ou mercadorias e prestação de serviços (regida como
atividade empresarial). Ex.: A Needs como marca de sobrestoque da Drogasil;

6) Circulação de bens ou serviços


É intermediar a prestação de serviços, indo buscar o bem no produtor para trazer no
autoconsumidor. Em suma, é a atividade de intermediação na cadeia de escoamento de
mercadorias. Ex.: é a figura do distribuidor, que também exerce atividade empresarial:
O GBarbosa, que, através do distribuidor, compra do Mundo Verde e abastece todo
mundo, dificultando a concorrência. Os mercadinhos menores se juntaram e
compraram de um só fornecedor, para comparar e abater os preços do GBarbosa.

7) Bens ou serviços
Bens são corpóreos, enquanto serviços não tem materialidade. A prestação de serviços
consiste numa obrigação de fazer. Cabe acrescentar que o comércio eletrônico, nas suas
várias manifestações, é atividade empresarial.

PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO

Em regra, os atos dos prepostos praticados no estabelecimento empresarial e relativos à


atividade econômica ali desenvolvida obrigam o empresário preponente. As informações
prestadas pelo funcionário terceirizado, bem como os compromissos por ele assumidos,
atendido ao pressupostos de lugar e objeto, criam obrigações para o empresário.
Obs¹.: os prepostos respondem pelos seus atos de que derivam obrigações do
empresário com terceiros. Se agiram com culpa, devem indenizar em regresso o
preponente titular da empresa. Se agiram com dolo, eles respondem também perante o
terceiro, solidariedade com o empresário.

Obs².: Está o preposto proibido de concorrer com o seu preponente. Quando o faz sem
autorização expressa responde por perda e danos. O empresário prejudicado tem
também direito de retenção até o limite dos lucros da operação econômica irregular de
seu preposto sobre os créditos deste. Ex.: desvio de clientela – o prejudicado tem
direito a receber danos emergentes e lucros cessantes.

Aula 4 – 20/08/18

Tipos de preposto
1) Gerente
é o funcionário com funções de chefia encarregado, possuindo poderes que podem ser
limitados por ato escrito do empresário. Para produzir efeitos perante terceiros, deve
estar registrado/arquivado na junta comercial ou comprovadamente informado aos
terceiros (ciência por escrito - AR, notificação...). Não havendo limitação expressa, o
agente responsabiliza o preponente em todos os seus atos e pode inclusive atuar juízo
pelas obrigações decorrentes do exercício de sua função.
Obs.: O gerente tem certas limitações também, pois há coisas que só competem ao
dono. Se não há limitação entre gerente e dono, o gerente pode assumir o lugar do
dono em juízo.

2) Contabilista
É o responsável pela escrituração dos livros do empresário. Só nas grandes empresas
costuma ser empregado; nas demais, normalmente, é prestador de serviços.
Obs¹.: a função do gerente é facultativa, enquanto a do contabilista é obrigatória,
salvo se não houver nenhuma localidade.
Obs².: qualquer pessoa pode trabalhar como gerente, mas apenas os regularmente
inscritos no órgão profissional podem trabalhar como contabilista.
Nome Empresarial

Natureza e espécies
É aquele com o qual se apresenta o empresário, seja pessoa física ou jurídica, nas
relações de fundo econômico (onerosidade). Ex.: Unit – Sociedade de Educação Tiradentes
Ltda.; Vale – Vale do Rio Doce Ltda.
O Direito de empresa contempla duas espécies de nome empresarial: firma e denominação,
que se distinguem em 2 planos: quanto à estrutura e quanto à função.
a) Quanto à estrutura: a firma só pode ter por base nome civil dos sócios da sociedade
empresarial, e o núcleo do nome empresarial dessa espécie será sempre um ou mais
nomes civis. Ex.: Souza e Lima Ltda.; Fontes e Filhas Ltda.
Razão social + nome = firma
b) Quanto à denominação: pode designar o objeto da empresa e pode ter por base nome
civil ou qualquer outra expressão linguística. Ex.: Companhia Brasileira de
Abastecimento (Extra); Farmácias Pague Menos Ltda.; Sociedade de Educação
Tiradentes Ltda.
Razão social + expressão linguística = denominação

Obs.: o representante legal da sociedade empresária, ao se obrigar juridicamente


quando adota firma, deve assinar o respectivo instrumento não com seu nome civil,
mas com o empresarial. Já o representante legal em sociedade empresária que gire sob
a denominação para obrigar sociedade deve lançar sua assinatura civil sob o nome
empresarial dela.

Formação e registro do nome empresarial


1) Sociedade em nome individual
Só está autorizado a adotar firma baseado naturalmente em seu nome civil. Poderá ou
não abrevia-lo na composição do nome empresarial e poderá, se desejar, agregar o ramo
de atividade a que se dedica.

2) Sociedade em nome coletivo


Está autorizado apenas a adotar firma social, que pode ter por base o nome de um,
alguns ou todos os seus sócios por extenso ou abreviadamente, de acordo com a vontade
de seus titulares. Se acaso não constar o nome de todos os sócios, é obrigatória a
utilização da partícula “& Cia”.

Aula 5 – 27/08/18
3) Sociedade em comandita simples (hibrida ou mista)
Possui dois tipos de sócios:

 Comanditado: ilimitado. Também só pode compor nome empresarial através


da firma da qual conste nome civil de sócios comanditados. O nome civil do
sócio comanditado pode ser usado por extenso ou abreviadamente, podendo-se
agregar o ramo de negócio explorado pela sociedade.
 Comanditário: limitado (só faz aquilo que o comanditado manda). Os sócios
comanditários não podem ter seus nomes aproveitados na formação do nome
empresarial, posto que não tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações da
sociedade. Será OBRIGATÓRIA a utilização da matrícula “e companhia” por
extenso ou abreviadamente para fazer referência aos sócios dessa categoria.
Ex.: João Fernandes → comanditado
Letícia Lima → comanditária → João Fernandes, Carla Veiga e
companhia
Carla Veiga → comanditada

Obs.: a mesma regra não se aplica a escritórios de advocacia, pois são regidos pelo
Estatuto da OAB tem como principio a não onerosidade, e sim a especialidade.

4) Sociedade em conta por participação


Por sua natureza, secreta, está proibida de adotar nome empresarial que denuncie sua
existência.
- Não é ilegal.

5) Sociedade limitada
Pode ter firma ou denominação:
Se tiver firma, o nome dos sócios e a partícula “e companhia (& Cia)” sempre que
omitir onome de algum, não podendo jamais deixar de adotar a expressão “Ltda.”
(limitada) sob pena de responsabilização ilimitada dos administradores que fizerem uso
do nome empresarial. Podem ou não colocar o ramo da atividade que exploram. Ex.:
Escariz (Paulo Escariz & Cia Ltda.)

6) Sociedade anônima
Só pode adotar denominação em que deve constar referência ao objeto social desde a
entrada em vigor do Código Civil de 2002. Deve conter no nome societário a locução
“sociedade anônima (S/A)” ou “companhia” sendo também autorizado o emprego de
nomes civis de pessoas que fundaram a companhia ou concorrem para o seu bom êxito.
Ex.: Extra – Companhia Brasileira de Abastecimento; Petróleo Brasileiro S/A;

7) Sociedade Comandita por Ações


A sociedade comandita por ação pode adotar firma ou denominação. No caso de firma,
pode aproveitar apenas o nome civil por extenso ou abreviado dos sócios diretores ou
administradores que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Na
denominação, exige-se referência ao objeto social. Adotando firma ou denominação,
será obrigatória a expressão “comandita por ações”. Se fundado o nome civil de um ou
mais acionistas com responsabilidade ilimitada, é obrigatória a expressão “e
companhia”.
Ex.:
Ricardo Maia → ilimitados/comanditados
Leticia Lima → ilimitados/comanditados → Ricardo Maia, Leticia Lima &
cia
Mariana Dória → limitado comandita por
ações
Obs.: Por fim, o microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao
seu nome essas condições: ME (Microempresa) ou EPP (Empresa de Pequeno Porte)

Alteração do nome empresarial

Casos de alteração vinculada ou obrigatória


1) Saída, Retirada, Exclusão ou Morte de sócio cujo nome civil constava no nome
social. Enquanto não houver a retirada, o sócio continua respondendo.
2) Alteração da categoria de sócio, quanto a sua responsabilidade pelas obrigações sociais,
se o nome civil dele integrava o empresarial. Ex.: o sócio era comanditado e passa a
ser comanditário.

3) Alienação do estabelecimento por ato entre vivos


O nome empresarial não pode ser alienado na venda do estabelecimento empresarial por
ato entre vivos. Se previsto no contrato adquirente, pode usar o nome do alienante
precedido do seu com a qualificação do sucessor.

4) Transformação
É a mudança de tipo societário. Ex.: Norcon S/A → Norcon Rossi S/A

5) Lesão a direito de outro empresário sob pena de alteração coercitiva e


responsabilização com perdas e danos.

Proteção do nome empresarial

Existe para proteger dois diferentes interesses do empresário: proteção da clientela e


proteção do crédito.

Obs.: O titular do nome empresarial tem direito a exclusividade de uso, podendo impedir que
outro empresário se identifique com nome idêntico ou semelhante que possa causar confusão
entre consumidores ou no meio empresarial. Em caso de semelhança ou identidade de nomes, o
empresário que anteriormente haja feito uso dele, terá direito de obrigar o outro a acrescer ao
seu nome distintivos suficientes, alterando-o totalmente, inclusive se não houver outra forma de
distingui-los com segurança.

Obs.: Departamento Nacional de Registro de Comércio recomenda que as juntas comerciais


levem em conta a composição total do nome. Sendo idênticos os homógrafos e semelhantes os
homófonos.

Aula 6 – 03/09/18

Personalização da sociedade empresarial

1) Titularidade Negocial
Quando a sociedade empresarial realiza negócios jurídicos .... Necessariamente pela
ação de seu representante legal, é ela, pessoa jurídica de direito autônomo personalizado
que assume um dos polos da relação negocial. Ex.: Rede Globo S/A, quando compra
direitos autorais de Série, é pelo conselho de diretoria, que também pertence aos
irmãos Marinho; Toyolex e Toyota; SBT comprou “Pantanal” da massa falida.

2) Titularidade Processual
A pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo, tendo capacidade para ser
parte processual, sendo sujeito de direito autônomo. A ação referente a negócio da
sociedade deve ser endereçada a contra pessoa jurídica, e não aos seus sócios ou
representantes legais. Ex.: em um processo contra a Oi, a Oi é o polo passivo.

3) Responsabilidade patrimonial
A sociedade terá patrimônio próprio separado do patrimônio dos sócios, pois sendo
sujeito de direito personalizado autônomo, a pessoa jurídica responderá com seu
patrimônio pelas obrigações que assumir.
Exceção: sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita, aos comanditados;
primeiro vai para a sociedade, e depois para os sócios.

Classificação das sociedades empresariais

1) Quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais


Se dividem em 3:
1.1) Sociedade ilimitada
Todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais.
1.2) Sociedade mista
Uma parte dos sócios tem responsabilidade limitada e outra parte tem
responsabilidade ilimitada, que é o caso das sociedades em comandita simples e
por ações, e em nome coletivo.
1.3) Sociedade limitada
Todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais.

2) Quanto ao regime de constituição e dissolução


2.1) Sociedades Contratuais
Seu ato constitutivo e regulamentar é o contrato social, só precisando registrar na junta
comercial. Lembrando que 1° contrato deve ter assinatura de advogado.

2.2) Sociedades Institucionais


Seu ato regulamentar não é o contrato social, e sim o Estatuto Social, devendo ter CPN.

3) Quanto às condições de alienação da participação societária


3.1) Sociedades de Pessoas
Os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranhos no quadro associativo.
3.2) Sociedades de capital
Em relação as quais vige o princípio da livre circulabilidade da participação societária.
Ou seja, é livre a entrada e saída, pois não existe o comprometimento de capital.
Natureza do ato constitutivo da sociedade contratual
A sociedade empresária nasce do acordo de vontades de seus sócios, que será concretizado em
contrato social ou estatuto nos quais serão definidas as normas disciplinadoras da vida
societária.

Regime jurídico dos sócios na sociedade contratual


1) Deveres dos sócios
Participar da formação do capital social e das perdas sociais até o limite da
correspondente responsabilidade subsidiária, de acordo com o tipo societário das
demais circunstâncias juridicamente relevantes.

2) Direitos dos sócios


2.1)Participação nos resultados sociais
Os lucros gerados pela sociedade em função pelo que for deliberado pela maioria
societária, observadas eventuais disposições contratuais pertinentes, terão uma das
seguintes destinações: Capitalização, Constituição de fundo de reserva ou
Distribuição entre os Sócios. Cabe ressaltar que deve inexistir débito
previdenciário na sociedade por expressa disposição legal. Ex.: a UNIT, que, à
época, financiou o Fies dos alunos matriculados enquanto eles não tinham acesso
ao mesmo ainda.

2.2)Administração da Sociedade
É assegurado a todos os sócios o direito de participação nas deliberações sociais a
qualquer tempo.

2.3)Fiscalização da administração
Seja através do exame de livros, documentos e do estado de caixa da sociedade.
Seja pela prestação de contas aos sócios pelos administradores, na forma prevista
contratualmente, ou no término do exercício social. Ex.: os sócios tem acesso aos
documentos da empresa para fins de fiscalização.

2.4)Direito de Retirada
O sócio pode retirar-se da sociedade, dissolvendo-a parcialmente, tendo, então,
direito de receber do patrimônio líquido da sociedade a parte equivalente à sua
quota do capital social. Cabe acrescentar que nas sociedades de prazo
indeterminado (REGRA GERAL), o sócio pode retirar-se sem necessidade de
motivação (não precisa justificar), e nas contratadas com prazo determinado,
somente se houver justa causa comprovatória em juízo.
E se quiser sair antes do prazo determinado? Justa causa! Umas das hipóteses de
exclusão do sócio.

Hipóteses de exclusão do sócio


1) Mora da integralização
Quando o sócio deixa de integralizar a quota por ele subscrita, os demais sócios poderão
optar pela exclusão deste do quadro associativo.

2) Justa causa
Violação ou falta de cumprimento das obrigações sociais ( ver deveres dos sócios).

Sociedades contratuais menores (OAB)


A sociedade em nome coletivo e a sociedade em comandita simples apresentam as seguintes
características em comum:

 São sociedades de pessoas, pela qual a cessão das quotas sociais está condicionada à
concordância dos demais sócios.
 Adotam firma na composição do respectivo nome empresarial, ou seja, tem que constar
o nome dos sócios, observando as condições.
 Somente o nome civil de sócio de responsabilidade poderá fazer parte da firma (teoria
da aparência).
 Somente sócio de responsabilidade ilimitada poderá administrar a sociedade.
 Somente pessoa física pode ser sócia com responsabilidade ilimitada, já que se a pessoa
jurídica for sócia, poderá entrar em falência, automaticamente, entrando no patrimônio
pessoal, pelo o princípio da continuidade do negócio.

Aula 7 – 10/09/18
Tipos
1) Sociedade de nome coletivo
Todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, podendo qualquer
um deles ser nomeado administrador da sociedade e ter seu nome civil aproveitado na
composição do nome empresarial.

Obs.: Havendo falecimento do sócio, se o contrato social na dispuser a respeito,


opera-se a liquidação das quotas do falecido [No direito privado, o que não é proibido
é permitido, ou seja, só pode entrar se no contrato dispuser]. Para que os sucessores
do sócio morto venham a ingressar na sociedade mesmo contra a vontade dos demais
sócios, é indispensável no contrato social cláusula expressa que o autorize.

2) Sociedade em comandita simples (híbrida ou mista)


Existem 2 tipos de sócios:
a) Comanditados: tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais.
Podem ser administradores e o nome empresarial da sociedade só poderá valer-
se de seus nomes civis (não pode ser pessoa jurídica).
b) Comanditários: respondem limitadamente pelas obrigações sociais. Podem ser
pessoas físicas ou jurídicas, não podendo praticar ato de gestão da sociedade.
No entanto, nada os impede de receber poderes especiais de procurador na
realização de determinados negócios.

Obs.: ambos os sócios tem direito de participar da distribuição dos lucros


proporcionalmente às suas quotas, tomar parte das deliberações sociais e
fiscalizar a administração da sociedade.

Obs.: morrendo o sócio comanditado, dá-se a dissolução parcial da sociedade


a menos que o contrato social da sociedade expressamente estipule o ingresso
dos sucessores. Caso faleça comanditário, a sociedade em princípio não se
dissolve, continuando com os sucessores aos quais cabe indicar um
representante. Cabe ressaltar que apenas se previsto de modo expresso no
contrato os sobreviventes poderão liquidar as quotas do comanditário
falecidos.

3) Sociedade de conta em participação


É outra sociedade despersonalizada de natureza secreta, não assumindo em seu nome
nenhuma obrigação, pois o contrato que deu origem à conjugação de esforços não pode
ser registrado no órgão do registro de empresas, devendo ser feito o registro do ato
constitutivo da sociedade de conta em participação no registro de títulos e documentos
para melhor resguardo dos interesses dos contratantes, não havendo, portanto, nenhum
nome empresarial.

Tipos de sócios

1) Ostensivos
Respondem ilimitadamente pelas obrigações que em nome próprio assumirem pelo
desenvolvimento do empreendimento comum. Falindo o sócio ostensivo, a conta em
participação deve ser liquidada. Sempre respondem ilimitadamente.

2) Participantes
Não respondem senão perante de sócios ostensivos, na forma que houver sido pactuado,
ou seja, limitada ou ilimitadamente, conforme o contrato. Não mantêm qualquer relação
jurídica com os credores por obrigações decorrentes do empreendimento comum,
devendo os ditos credores demandar os sócios ostensivos, os quais em regresso, nas
condições do contrato, poderão voltar-se contra os participantes, não podendo estes
demandar os devedores da sociedade. Falindo o participante, os direitos decorrentes do
contrato de sociedade em conta de participação podem integrar à massa, segundo às
regras dos contratos bilaterais.

Aula 8 - 17/09/2018

Desconsideração da personalidade jurídica

Provada a fraude, no caso concreto, o juiz desconsidera a personalidade jurídica da


sociedade, a ignora e determina que seja atingido diretamente o patrimônio pessoal dos sócios
envolvidos. De forma ilimitada, até que sejam adimplidas as obrigações assumidas com
terceiros. Cabe acrescentar que o judiciário afasta a autonomia patrimonial da sociedade e a
regra da limitação da responsabilidade dos sócios sempre que a fraude por eles praticada não
gere prejuízo a terceiros.
A grande vantagem dessa teoria é que sua aplicação é pontual. Demonstrada a fraude a
desconsideração da personalidade jurídica concorrerá apenas sobre os atos ilícitos praticados.
Não será dissolvida ou extinta a empresa, nem se declarará inválido seu ato constitutivo, pois
todos os atos por ela praticados antes e depois do ilícito permanecem válidos
A teoria apenas ignora a personalidade da empresa e sua independência patrimonial.
Naquela situação de fraude em particular atingindo sem limites e de forma direta os bens
pessoais dos sócios. Para outros fins, a sociedade continua válida por personalidade distinta de
seus membros, bem como patrimônio próprio, resguardando-se todos os interesses que a
circulam, como os dos demais sócios não envolvidos na fraude, os trabalhadores da empresa, do
fisco pela arrecadação e da própria coletividade, , pela produção de bens ou prestações e
serviços úteis.

Aula 9 – 24/09/2018

Estabelecimento empresarial
É a reunião dos bens necessários ao desenvolvimento da atividade econômica. Quando
organizados racionalmente, face os bens serem de natureza variada, haverá um aumento do
seu valor, enquanto estiverem reunidos, dando-se a esta circunstância o nome de aviamento.
Ex.: o prédio da UNIT vinculado a todo o seu equipamento e estrutura, e ao seu nome
conceituado, de credibilidade no mercado; são coisas que agregam valor ao imóvel (a UNIT
com todos os seus bens vale mais do que sem eles).
Obs.: o patrimônio do empresário resume-se ao estabelecimento empresarial. Todo
estabelecimento empresarial integra o patrimônio de seu titular. No entanto, os bens de
propriedade do empresário, cuja exploração não se relaciona com o desenvolvimento da
atividade econômica, integra o seu patrimônio; porém, não o empresarial.

Alienação do estabelecimento comercial

Contrato de alienação deve ser celebrado por escrito para que possa ser arquivado na
junta comercial e publicado pela imprensa oficial. Enquanto não providenciadas estas
formalidades, a alienação não produzirá efeitos perante terceiros.
Obs.: para que o empresário venda o estabelecimento, deve haver anuência de seus credores,
que pode ser expressa ou tácita, decorrendo esta última modalidade o silêncio do credor da
notificação da alienação que o devedor lhe deve endereçar. Se não forem observados tais
procedimentos, o empresário terá sua falência decretada, e vindo a falir, a alienação será
considerada ineficaz perante a massa falida, podendo o estabelecimento empresarial ser
reivindicado das mãos de seu adquirente.
Obs.: o passivo regularmente escriturado (registrado nos livros) do alienante transcreve-se ao
adquirente do estabelecimento, continuando o alienante a ser responsável por este passivo
durante 1 ano. Assim sendo, o adquirente será sucessor do alienante, podendo os credores
deste demandar àquele para cobrança de seus créditos. A cláusula de não transferência do
passivo não libera o adquirente, que poderá ser demandado pelo credor, cabendo-lhe direito
de regresso contra o alienante. O credor do alienante somente perde o direito de cobrar o
crédito do adquirente do estabelecimento se expressamente renunciou ao direito quando anuiu
com o contrato.
Obs.: O adquirente não responde pelas obrigações do alienante se adquiriu o estabelecimento
empresarial mediante lance dado em leilão judicial, promovido em processo de recuperação
judicial por falência. Ex.: Varig.

II Unidade

Obs.: O alienante não poderá nos 5 anos subsequentes à transferência reestabelecer-se em


idêntico ramo de atividade empresarial concorrendo com o adquirente, salvo se devidamente
autorizado em contrato.
Direito de propriedade industrial (PROVA)

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