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1. O COMERCIANTE
1.1.O COMERCIANTE E O EMPRESÁRIO
2. O COMERCIANTE COMO PESSOA SINGULAR
3. O COMERCIANTE COMO PESSOA COLECTIVA
1. O COMERCIANTE
No nosso dia-a-dia é comum ver, pessoas a negociar produtos ou serviços quer dentro de um
estabelecimento comercial ou não. Portanto, seria correcto chamá-los de comerciantes?
O artigo 1º do código comercial dispõe que os actos de comércio podem ser praticados pelos
comerciantes e não comerciantes. Mas a maioria é praticado pelos comerciantes.
O legislador não se preocupou com a definição legal de comerciante e em vez disso preferiu
indicar quais são as categorias legais dos comerciantes.
1º as pessoas que, tendo capacidade para praticar actos de comércio, fazem deste profissão.
2º as sociedades comerciais.
Capacidade para prática do Comércio: Aqui se exige a capacidade de exercício seja igual à
capacidade comercial (art 67º do C.civil), por força do artigo 7º do C.Com. Deste modo, os
menores, os inabilitados, os interditos e as pessoas acidentalmente incapazes não podem
adquirir a qualidade de comerciante, a não ser nos seguintes casos:
Fazer do Comércio sua Profissão: para além da prática de actos comerciais, é necessário
que a pessoa em questão faça da prática desses actos de comércio a sua profissão. Exige-
se, pois, a prática regular, habitual e sistemática de actos de comércio, nota-se ainda que à
noção de profissão está subjacente a ideia de que quem exerce o comércio visa dele os
recursos que assegurem a sua subsistência, ou que para ela contribuem.
Exercer o comércio em Nome Próprio: Quer dizer que o exercício do comércio deve ser
pessoal, independente e autónomo (sem subordinação a ninguém). É o comerciante que
organiza os factores de produção em conformidade com os artigos 230º e 463º do código
comercial.
A expressão “comerciante” é a fórmula técnica correta para designar o sujeito que actua no
Direito comercial, com os atributos do art. 13º.
Países como Itália, Brasil e Alemanha, não adotam nas suas legislações o termo comerciante,
mas sim empresário, por entenderem que os empresário, são aqueles que têm seu negocio
organizado e legalizado, em contrapartida, consideram como comerciante aqueles que
desempenham actividades intelectuais ou manuais, como: os agricultores, pescadores, o
artista prático, etc.
Quanto a nós, o legislador nada dispõe sobre quem pode ser ou não ser empresário, portanto
na linguagem corrente, a expressão “comerciante” tem sido substituída por “empresário”,
locução prestigiada.
Comerciante como pessoa singular ou em nome individual é alguém que constitui uma
empresa da qual o próprio é o único titular. Por norma, estas empresas são mais direcionadas
para pequenos negócios, tendo um investimento reduzido e de baixo risco.
Neste tipo de empresa o nome comercial deverá ser constituído pelo nome civil completo ou
abreviado do comerciante e poderá incluir (ou não) uma expressão relacionada com a
actividade exercida. No caso do empresário ter obtido a empresa por sucessão, pode
acrescentar ao nome “sucessor” ou “herdeiro”. Exemplo: Rafaela Fortunato, Vendas de
Cosméticos; R.F, Vendas de Cosmético; R.F, Vendas de Comércio “Sucessora”.
Vantagens:
1. Simplicidade de Criação
Constituir e encerrar este tipo de empresa é simples e sem grandes burocracias ou papeladas.
Caso esteja no regime simplificado de tributação e não ultrapasse kz. 1.200.500,00 de volume
anual de negócios, o comerciante em nome individual pode usufruir da isenção de IVA, (art. 12
do CIVA).
Não é obrigatório capital social mínimo para iniciar a atividade como comerciante em nome
individual, dado que o empresário responde sempre pelas dívidas da empresa.
Desvantagens
Isto implica todo o património do comerciante (relacionado com a actividade ou bens pessoais
como casas, veículos ou terrenos) e do seu cônjuge, caso seja casado em regime de comunhão
de bens, ou se a divida foi usada em proveito comum do casal.
Como Constituir
As Sociedades Comerciais
Tem, a impossibilidade de o fazer por força da posição que ocupa nesse dado momento
podendo cessar se tal posição deixar de existir relativamente a pessoa que recaia a
proibição.Exemplo: Artigo 179 No. 5º da CRA. Nesta situação estão os magistrados que por
força da Constituição de modo geral e do seu estatuto não podem ser simultaneamente
magistrados e empresários comerciais. Outros casos de incompatibilidades em que o legislador
visou proteger a dignidade de certas profissões são:
No entanto ha sociedades que não visam o lucro mas adoptam um dos tipos previstos no
código e por isso sujeitas a este mesmo regime.
Se uma sociedade adopta um dos tipos previstos e permitidos para as sociedades comerciais,
aplica-se o C.Com independentemente de ser civil ou comercial.
Existem três casos que merecem ser considerados quanto a questão do âmbito do nº1 do art
13, São eles:
- as empresas públicas e,
- os agrupamentos de empresas.
1- Sociedades civis sob forma comercial: As sociedades civis sob forma comercial estão
sujeitas a matrícula, e sendo a matrícula um acto exigível aos comerciantes e as demais
entidades e no art 122º da lei nº 1/97 sobre simplificação e modernização dos registros predial,
comercial e notarial. Esta matricula abala o entendimento de que estas sociedades não são
comerciantes, estão apenas sujeitas por equiparação, como bem refere o nº 3 do art 1 da Lei
de Sociedades comerciais, ao regime das sociedades comerciais, sem que com isso lhe seja
genericamente aplicável o regime dos comerciantes. Ex: Escritório de Advogados.
2- Empresas Públicas: Não devem ser rigorosamente qualificadas como comerciantes, mas no
que respeita à sua capacidade jurídica e às normas aplicáveis aos seus actos, estão pela lei
equiparadas aos comerciantes. E uma dessas normas que lhes é aplicável é precisamente a 2
da parte do artigo 2 do C.Com, considerados e subjetivamente comerciais os actos por elas
praticadas. Exemplo: ELISAL, BDA, BODIVA, etc.
Em face disso se pode concluir que não ha-de ser por força da sua qualificação como
comerciante, mas antes pela sua equiparação expressamente consagrada na lei que as
Empresas públicas gozão do mesmo regime privado dos comerciantes, ressalvadas as
restricções referentes à finalidade do registo comercial e ao regime falimentar(artº59 lei das
empresas públicas). Sendo assim fica descartada a sua inclusão em qualquer dos números do
art 13 do C. Com.
3-Agrupamentos de Empresas (ACE): Pessoas colectivas cujo regime jurídico costa da lei 4/73,
e do D/L 430/73, de 25 de agosto, o objectivo legal desse agrupamento consiste em melhorar
as condições de exercício ou os resultados das actividades económicas das pessoas (singulares
ou colectivas) nelas agrupadas. Podem ter como fim acessório a realização e partilha de lucro,
mais nunca pode ser seu fim principal. Não são necessariamente comerciantes. Exemplos:
Atlas Group, Angoalissar, Nobel Group, Angorayan, Alimenta Angola, Newaco Group,
Africana Discount, Dimassaba, Selmata, Anseba.