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5. Noção
Da leitura do art. 2º CCom emerge a ideia de que certos actos jurídicos, ou seja, certos
acontecimentos juridicamente relevantes são considerados como comerciais. No entanto, a
palavra “acto” deve ser tomada num sentido mais amplo de que o compreendido no seu
significado básico corrente – o da conduta humana –, pois aqui ela abrange:
a) Qualquer facto jurídico em sentido amplo, verificado na esfera das actividades mercantis e
ao qual sejam atribuídos efeitos jurídicos, designadamente:
- Factos jurídicos naturais ou involuntários;
- Factos jurídicos voluntários, isto é, actos jurídicos, quer lícitos, quer ilícitos;
- Negócios jurídicos voluntários, mormente de carácter bilateral ou contratos.
b) Tanto os factos jurídicos isolados ou ocasionais, que podem ser praticados, muitas vezes, por
comerciantes ou por não comerciantes, como os actos que fazem parte de uma actividade
comercial, ou seja, de uma massa, cadeia ou sucessão de actos jurídicos interligados pela
pertinência a uma mesma obrigação – e por visarem a prossecução de fins comuns, quer do fim
imediato ou objecto – exploração de um determinado tipo de negócio –, quer o fim mediato –
consecução de lucros.