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B - Os actos de Comércio
5. Noção
Da leitura do art. 2º CCom emerge a ideia de que certos actos jurídicos, ou seja, certos acontecimentos juridicamente relevantes são
considerados como comerciais. No entanto, a palavra “acto” deve ser tomada num sentido mais amplo de que o compreendido no seu
significado básico corrente – o da conduta humana –, pois aqui ela abrange:
a) Qualquer facto jurídico em sentido amplo, verificado na esfera das actividades mercantis e ao qual sejam atribuídos efeitos jurídicos,
designadamente:
- Factos jurídicos naturais ou involuntários;
- Factos jurídicos voluntários, isto é, actos jurídicos, quer lícitos, quer ilícitos;
- Negócios jurídicos voluntários, mormente de carácter bilateral ou contratos.
b) Tanto os factos jurídicos isolados ou ocasionais, que podem ser praticados, muitas vezes, por comerciantes ou por não comerciantes,
como os actos que fazem parte de uma actividade comercial, ou seja, de uma massa, cadeia ou sucessão de actos jurídicos interligados pela
pertinência a uma mesma obrigação – e por visarem a prossecução de fins comuns, quer do fim imediato ou objecto – exploração de um
determinado tipo de negócio –, quer o fim mediato – consecução de lucros.
Noção de comerciante
20. Forma
O princípio da consensualidade ou liberdade de forma (art. 219º CC) é por vezes aplicado de forma mais extensa no âmbito do direito
comercial: aqui o intuito de promover as relações mercantis, protegendo o crédito e a boa fé, leva a promover a simplicidade da forma.
23. A firma
O comércio é executado sob uma designação nominativa, que constitui a firma. Há, porém, no direito comparado duas concepções diversas
de firma:
Para o conceito objectivo, a firma é um sinal distintivo do estabelecimento comercial. Daí decorrem, como corolários, a possibilidade de tal
designação ser composta livremente e ser transmitida com o estabelecimento, independentemente de acordo expresso.
Para o conceito subjectivo, a firma é um sinal distintivo do comerciante – o nome que ele usa no exercício da sua empresa: é o nome
comercial do comerciante. Daí que, em relação ao comerciante individual, nesta concepção, a firma deva ser formada, a partir do seu nome
civil e, em princípio intransmissível.
O art. 18º CCom[2], está relacionado com o estatuto de comerciante. Considera-se a firma o nome comercial do comerciante, sinal que os
identifica ou individualiza também o faz para alguns não comerciantes – sociedades civis não comerciais.