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Laissez faire,
laissez passer !!!!
DIREITO COMERCIAL
Universidade Autónoma de Lisboa
Ano lectivo 2005/2006
Bibliografia :
Direito Comercial – Dra. Ana Roque
Direito Comercial e Direito da Empresa – Dr. M. J. A. Pupo Correia
Concepção subjectivista
A primeira concepção que surgiu a definir o objecto e o âmbito do
direito comercial, foi a concepção subjectivista, defendida no
Código Comercial de 1833 de Ferreira Borges.
No sistema subjectivista
Parte-se da noção de comerciante para a noção de acto de
comércio, pois só são comerciais os actos praticados por
comerciantes e no exercício do seu comércio, pelo que não se
admitem actos comerciais isolados ou avulsos, sobretudo de não
comerciantes.
Concepção objectivista
A concepção objectivista, é a concepção defendida no Código
Comercial de 1888 de Veiga Beirão, ainda hoje vigente em boa
parte, como revelam os seus artigos 1° e 2° 1ª parte, bem como a
sua sistemática: todo o Livro II é dedicado aos actos de comércio
objectivos (Dos contratos Especiais do Comércio).
Concepção objectivista
Segundo a concepção objectivista, o direito comercial é o ramo de
direito que rege os actos de comércio, sejam ou não comerciantes
as pessoas que os pratiquem.
No sistema objectivista,
Parte-se da noção de acto de comércio para a de comerciante.
São também considerados como comerciais os actos ocasionais,
mesmo que não praticados por comerciantes desde que pertençam
a um dos tipos de actos regulados na lei comercial.
Vejamos o que diz o art. 1° do Código Comercial
Art. 1° C. Com.
Âmbito da lei comercial
mas ...
- os actos,
mas também
- os factos jurídicos
e ainda,
- as actividades mercantis exercidas por comerciantes.
que inclui...
Exemplo:
o decurso do tempo ...
Exemplo:
a reclamação do dono das mercadorias por danos sofridos
durante o transporte, (art. 385°/2 C. Com.)
Exemplo:
uso ilegal de firma (art. 62° RNPC)
Exemplo:
compra e venda (art. 463° C. Com.)
Exemplo:
negócios cambiários, (art. 484° C. Com)
A expressão “actos de comércio” abrange também ...
Exemplo:
o aceite de uma única letra, ou uma só compra para revenda
Actividades
Definidas como sendo sucessões ou séries de actos com um
objectivo comum e mais ou menos duradouras, como as actividades
empresariais. (art. 230° C. Com.)
Simplicidade de formas
A forma exigida para a celebração de certas operações comerciais
é, em regra, comparativamente, mais simples do que a exigida
para os correspondentes actos civis.
Exemplo:
enquanto que um empréstimo entre particulares de quantia superior
a 20 000 € só é válido se for celebrado por escritura pública
(contrato de mútuo, art. 1143° CC), já o empréstimo comercial não
está sujeito a forma especial, seja qual for o seu valor
Facilidade de provas
O regime comercial é substancialmente menos exigente em matéria
de provas;
Exemplo:
o empréstimo comercial admite todo o tipo de provas
Reforço do crédito
Nem o art. 2°, nem o art. 230° do C. Com. nos permitem detectar
um conceito material de acto de comércio, uma definição que
indique qual a matéria comercial.
OBJECTIVOS E SUBJECTIVOS
Tendo por base a 1ª parte do enunciado normativo do art. 2° do
Código Comercial, ... podemos dizer que...
Teoria do acessório,
Correntes doutrinárias:
Agora pergunta-se...
em função de ...
e em função de
exemplos:
SUBSTANCIAIS E FORMAIS
Substanciais
Serão substanciais os actos de comércio que se apresentam como
normais, imbuídos de habitualidade.
Formais
Os actos formais são, actos de comércio previstos na lei comercial,
mas passíveis de utilização em contexto não comercial.
CAUSAIS E ABSTRACTOS
Causais
São actos de comércio causais os que a lei comercial regula para
assegurar que é atingido um determinado objectivo em total
segurança jurídica.
Exemplo:
a instituição do gerente comercial, como forma de representação
reconhecida de um comerciante por outrém (art. 248°)
Abstractos
Consideram-se actos abstractos os que são destinados à realização
de um conjunto de objectivos cuja origem é ou pode ser
indeterminada
Exemplo:
A letra é um acto de comércio abstracto, uma vez que pode ter sido
originada por um conjunto diversificado de causas.(Lei Uniforme
das letras e livranças)
PUROS E MISTOS
Trata-se de uma distinção que se reveste de importante significado
prático.
Puros
Acto de comércio puro é aquele que é comercial relativamente a
todas as partes nele intervenientes.
Exemplo:
É o que acontece quando dois comerciantes compram e vendem
entre si, no âmbito do seu comércio.
Exemplo:
“A” produtora de automóveis, vende, no quadro de um contrato de
concessão comercial, x automóveis ao seu concessionário ”B” – a
venda é acto de comércio e a compra é também comercial
(art. 463°/1)
Mistos
Designa-se misto o acto de comércio que apenas é comercial
relativamente a algum ou alguns dos sujeitos, sendo civil
relativamente ao outro ou outros intervenientes.
Exemplos :
e...
P° da onerosidade
Os actos de comércio são sempre remunerados, salvo estipulação
expressa em contrário.
Quanto à forma
P° da liberdade ou da consensualidade
Princípio simplificador dos actos (art. 219° CC), com especial
relevância no direito comercial, por razões da celeridade das
relações mercantis.
Ex: O reconhecimento da força probatória prevalente aos livros dos corretores (art. 98°
C. Com.).)
P° da solidariedade passiva
O Código Comercial não segue a preferência civilista pela
responsabilidade conjunta (art. 516° CC), estabelecendo o regime
regra da responsabilidade solidária no âmbito das obrigações
comerciais (art.100° C.Com.). [filipe1] Comentário: Art.º 100.º -
Regra da solidariedade nas obrigações
comerciais
Nas obrigações comerciais os co-
Mas, ... obrigados são solidários, salva
estipulação contrária.
§ único. Esta disposição não é
Esta regra destina-se aos comerciantes, pelo que, nos actos de extensiva aos não comerciantes quanto
aos contratos que, em relação a estes,
comércio unilaterais, não se aplica o regime de responsabilidade não constituírem actos comerciais.
Excepto ...
prescrição presuntiva
Vigora a prescrição presuntiva no prazo de dois anos, para a
prescrição dos créditos dos comerciantes (art. 317°/b) C.C.) pelas
suas vendas a não comerciantes, (ou sendo comerciantes, adquiram os bens
para uso privado)
Quanto a juros
Juros moratórios
quando indemnizam pelo prejuízo decorrente de atraso do
devedor.
Títulos de crédito
Título de crédito
É um documento escrito e subscrito, nominativo, à ordem ou ao
portador (quanto à forma de transmissão), que contém uma ordem ou uma
promessa de pagamento de uma soma em dinheiro ou quantidade
de mercadorias, com vencimento determinável e com vocação de
circulabilidade
Noção de crédito
O crédito consiste numa dilação entre uma prestação e a
contraprestação respectiva
Instrumental
Só há lugar ao crédito quando se verifica deferimento temporal
entre a entrega de uma coisa e o respectivo pagamento. ou ...
Essencial
Nos contratos de empréstimo, o crédito é a razão de ser do negócio
Incorporação ou legitimação
Característica que se manifesta pelo facto do título de crédito ter de
ser detido pelo sujeito que pretende accionar o direito nele contido,
seja em termos de mero exercício, ou para proceder à sua
transmissão.
Literalidade
É a forma própria de expressão do direito constante de cada título
de crédito e invocável pelo seu legítimo titular.
Circulabilidade
Característica inerente à sua própria razão de ser, ou seja, a
faculdade de poderem circular no mercado, como factor de
realização da dinâmica económica assente na credibilidade
conferida pelo Direito.
Autonomia
A autonomia dos títulos de crédito tem duas vertentes....
Letra de câmbio
A letra de câmbio é o título de crédito mediante o qual...
a si – sacador/tomador...
a saber...
a saber...
Livrança
Livrança
É um título de crédito pelo qual ...
Cheque
Cheque
É uma ordem de pagamento à vista, devendo ser pago no momento
da sua apresentação ao banco sacado, descontando-se o
respectivo valor, do depósito do sacador ou emitente do cheque em
causa.
Dos Comerciantes
Art.º 13.º - Quem é comerciante ?
Categorias
Pessoas
Art.º 13.º
Quem é comerciante ?
São comerciantes:
3 Requisitos :
3. – Capacidade comercial
Personalidade jurídica
Susceptibilidade de ser sujeito de direitos e obrigações
(arts. 66° e 67° CC)
Capacidade
Art.º 7.º
Art.º 18.º
Obrigações especiais dos comerciantes
- um titular
- um património afecto a uma dada finalidade
- pode englobar a actividade de várias pessoas
- sustente uma actividade que se quer lucrativa
- elementos corpóreos
o Imóvel onde funciona o estabelecimento, as mercadorias, a
maquinaria, o dinheiro ... e ...
- elementos incorpóreos
os direitos inerentes, a clientela e o aviamento
E.I.R.L
Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada
1. elemento pessoal
Duas ou mais pessoas. É o principio da pluripessoalidade.
O CSC fere este principio porque há dois tipos de sociedades que
são unipessoais – art.º 488º CSC, as S.A e o art.º 270º-A,
sociedade por quotas unipessoal.
O art.º 7º/2 do CSC também diz que o n.º mínimo de elementos são
dois. As sociedades unipessoais, são, portanto, uma excepção.
2. Elemento patrimonial.
Este instrumento engloba as entradas e os serviços dos sócios de
industria. Nem as sociedades por quotas nem as S.A permitem
sócios de industria – art.º 277º CSC.
3. Elemento imediato ou finalístico.
A actividade económica que não de mera fruição (exclui a
compropriedade)
5. o tipo
uma sociedade tem de adoptar um dos quatro tipos.
A sociedade civil pode fazê-lo mas não é obrigada a fazê-lo.
As sociedades comerciais terão de adoptá-lo porque senão não são
sociedade comercial. têm de ter por objecto a prática de actos de
comércio (art.º 1º/2 do CSC).
O art.º 13º do C. Comercial demonstra que as sociedades são
comerciantes natas. Não necessitam de praticar actos de comércio
para serem comerciais. Basta que no seu objecto esteja escrita a
prática de actos comerciais.
o objecto contratual,
ou seja, o que está inscrito no contrato de sociedade;
o objecto de exercício,
ou seja, é o que resulta da actividade da sociedade.
O objecto contratual pode ser mais lato que o objecto de
exercício.
6. elemento organizativo
o art.º 980º do C. Civil já está em conflito com a realidade do art.º
5º do CSC. As sociedades já podem ser constituídas por fusão,
transformação, cisão, diploma legal, pelo art.º 488º e 270º-A do
CSC.
- da sociedade;
- dos sócios;
- dos trabalhadores
3. Afecto – associatis