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INTITUTO SUPERIOR DE CIENCIA SOCIAS E

RELAÇÕES INTERNACIONAIS (CIS)

TRABALHO

DOCENTE

_________________________

LUANDA/2024 Dr. Manuel Martelo


INTITUTO SUPERIOR DE CIENCIA SOCIAS E
RELAÇÕES INTERNACIONAIS (CIS)

TEMA

ACTOS DE COMÉRCIO
INTEGRANTES DO GRUPO

1. Bernardo Panda
2. Catarina Da Cruz Gomes
3. Rosa Santana
4. Marlene Cabaça
5. Evaristo Pacheco
INTRODUÇÃO
As relações comercias entre varias pessoas , físicas ou coletivas tem acontecido por
vias de varias formas que chamamos de actos de comércio. Tal com numa relação
jurídico-comercial e necessário identificar as partes se são comerciantes ou não ,
também devemos verificar que tipo de acto se trata para melhor compreendemos quais
vão ser as obrigações das partes mediante a este facto jurídico.
ACTOS DE COMÉRCIO

Nos termos do art. 2º do código comercial Angolano (Noção de actos de comércio) , são
considerados actos de comércio todos aqueles que se achem especialmente regulados na
presente lei e demais legislações complementares e , além deles, todos os contratos e
obrigações dos comerciantes que não forem de natureza exclusivamente civil , se o
contrário do próprio acto não resultar.

Do ponto vista doutrinal , a Professora Dr. Sofia Vale no seu manual Guia Pratico de
Direito comercial II Edição , define actos de comércio como acções ou transações
realizadas no contexto das actividades comercias como a compra e venda de bens e
prestação de serviço contratos comercias , esse actos podem envolver empresas ou
empreendedores individuais ou outras entidades comercias. E ainda A doutrina há muito
sedimentada tem vindo a enunciar os critérios normativos para a qualificação de um
acto de comércio. Para tanto, uma parte da doutrina, mais tradicional, invoca três
critérios para aferir da comercialidade de um acto: (i) a finalidade especulativa do acto
(isto é, a existência de escopo lucrativo), (ii) a interposição nas trocas ou circulação de
riqueza, e ainda (iii) a existência de uma empresa.

Vale (2016,p. 16) A finalidade especulativa resulta do entendimento segundo o qual o


acto praticado com finalidade lucrativa (ou especulativa) será, por norma, um acto de
comércio. Existe, todavia, um conjunto de actos que, apesar de serem praticados com a
finalidade especulativa, por razões de política legislativa não são qualificados como
comerciais. Assim sucede, por exemplo, com os actos que advêm da actividade agrícola,
artesanal ou praticados pelos profissionais liberais.

A interposição nas trocas indiciar a existência de um acto de comércio, o facto é que o


CCom também considera comerciais certos actos que não assentam na interposição nas
trocas. É o que sucede na fiança mercantil, no penhor, nalgum tipo de compras (não
dirigidas para a revenda) e de vendas (quando a aquisição não tiver sido feita para
venda)5. Esta circunstância demonstra como este critério de qualificação de um acto de
comércio é meramente indicativo, havendo, portanto, que verificar, na situação
concreta, se estamos perante um acto de comércio ou não.

Interessa também considerar o disposto no art. 230.º do CCom que tem como epígrafe
“Das empresas”. Alguns autores advogam que a referência a empresas aí prevista deve
ser entendida como referindo-se a empresários ou comerciantes . Deste modo, as
empresas seriam pessoas singulares ou colectivas, que se propusessem praticar os actos
de comércio enumerados no referido artigo. Outros autores entendem porém que a
palavra empresas se reporta a séries ou sequências de actos comerciais (objectivos);
enquanto os demais actos regulados no CCom são considerados isoladamente (são
mercantis, mesmo que praticados ocasionalmente), os previstos no art. 230.º do CCom
são comerciais porque praticados em série, em repetição orgânica.
São “actos de comércio os factos jurídicos voluntários especialmente regulados em lei
comercial e os que, realizados por comerciantes respeitem as condições previstas no
final do art. 2.º do CCom”8. Vale, pois, uma qualificação objectiva (actos de comércio
objectivos) para aqueles actos que, pela sua natureza, sejam especialmente regulados
pela legislação comercial, e uma qualificação subjectiva (actos de comércio
subjectivos), para aqueles actos cuja qualificação como comerciais lhes advém do facto
facto de serem praticados por comerciantes (excepto se revestirem natureza puramente
civil). (VALE apud CAUTINHO 2016, P . 16).

CLASSIFICAÇÃO DOS ACTOS DE COMÉRCIO

Os atos comerciais podem ser classificados de diversas formas, dependendo do critério


utilizado. Alguns critérios comuns de classificação dos atos comerciais incluem:

 Quanto à forma: Atos comerciais podem ser classificados como escritos ou


verbais, dependendo se são formalizados por escrito ou não.

 Quanto ao objeto: Podem ser classificados de acordo com o tipo de transação


comercial realizada, tais como compra e venda, prestação de serviços,
transporte de mercadorias, entre outros.

 Quanto aos envolvidos: Podem ser classificados de acordo com as partes


envolvidas na transação, como atos comerciais entre empresas, entre empresas e
consumidores, ou entre empresas e o governo. Essas são algumas das formas de
classificação dos atos comerciais, e cada uma pode ser útil para diferentes
propósitos dentro do contexto do direito comercial.

TIPOS DE ACTOS DE COMÉRCIO

Actos de comércio objectivos São, desde logo, atos especialmente previstos no código
comercial.

São também atos de comércio objetivos por se encontrarem especialmente previstos no


código comercial , nomeadamente:
– o contrato de compra e venda comercial (arts. 463.º a 476.º);
– a fiança comercial (art. 101º);
– o contrato de mandato comercial (arts. 231.º a 247.º);
– o contrato de conta corrente (arts. 344.º a 350.º);
– o contrato de transporte (arts. 366.º a 393.º);
– o contrato de empréstimo comercial (arts. 394.º a 396.º);
– o penhor comercial ou penhor mercantil (arts. 397.º a 402.º);
– o contrato de depósito comercial (arts. 403.º a 407.º);
– o contrato de reporte (arts. 477.º a 479.º);
– o contrato de escambo ou troca comercial (art. 480.º);
– o contrato de aluguer comercial (arts. 481.º e 482.º);

ACTOS DE COMÉRCIO SUBJECTIVOS

Por sua vez, os atos de comércio subjetivos são todos os factos jurídicos voluntários
(atos) praticados pelos comerciantes exceto:

 os atos que forem de natureza exclusivamente civil como, por exemplo: o


casamento, o testamento ou a perfilhação
 os atos que:
a) não tendo uma natureza exclusivamente civil
b) resulte do respetivo conteúdo e circunstâncias que não estão conexionados
com o comércio do respetivo sujeito (cfr. 2ª parte do art. 2.º)

EXEMPLO : Por exemplo, um trabalhador de uma sociedade comercial (por


exemplo, sociedade por quotas, sociedade unipessoal por quotas ou sociedade anónima
[SA]), ao conduzir um veículo da propriedade desta, provoca com culpa um acidente de
viação do qual resultam danos patrimoniais e não patrimoniais (cfr. arts. 503.º e 500.º
do Código Civil).

Resolução : Ora, para a sociedade comercial (que, nos termos do art. 13.º, n.º 2, é
um comerciante) esse facto gerador de responsabilidade civil extracontratual objetiva
(independente de culpa) é um ato:
– que não tem natureza exclusivamente civil e de cujo conteúdo e circunstâncias resulta
claramente a sua conexão com o comércio desta.

ACTOS DE COMÉRCIO AUTÓNOMOS

Os atos de comércio autónomos, atos de comércio por natureza ou atos de comércio


absolutos são todos aqueles que são qualificados como comerciais por si mesmos,
independentemente da sua ligação com outros atos ou atividades comerciais

Por exemplo, a venda de um automóvel por parte de uma sociedade comercial que
explora um stand de automóveis é um ato de comércio autónomo, absoluto ou por
natureza (art. 463.º, n.º 3).

TEORIA ACESSÓRIO

No direito comercial, a teoria do acessório segue o mesmo princípio fundamental,


estabelecendo que um contrato acessório, como por exemplo uma garantia ou fiança,
está condicionado à existência e validade de um contrato principal, como um contrato
de compra e venda ou de prestação de serviços. Isso significa que a validade e eficácia
do contrato acessório estão intrinsecamente ligadas à validade do contrato principal.
Portanto, se o contrato principal for considerado inválido, o contrato acessório também
poderá ser invalidado. Essa teoria busca garantir a coerência e a dependência entre os
diferentes elementos contratuais no contexto das transações comerciais.

Flávio Mouta Mendes diz que Também podemos chamar atos de comércio por conexão
são todos aqueles que são comerciais apenas porque estão ligados ou em conexão com
atos comerciais.

São actos acessórios nomeadamente :

 a fiança comercial (cfr art. 101.º). Com efeito, a fiança é qualificada como
comercial se se destinar a garantir uma dívida comercial, isto é, uma dívida
emergente de um ato de comércio (autónomo, absoluto ou por natureza);

 o mandato comercial. O mandato é qualificado como comercial quando uma


pessoa fica encarregue de praticar um ou mais atos de comércio por conta de
outrem (em nome desse outrem [com poderes de representação] ou em nome
próprio [sem poderes de representação]) (cfr. art. 231.º);

 empréstimo comercial. O contrato de empréstimo é comercial se a coisa (por ex:


dinheiro) cedida for destinada a qualquer ato mercantil (cfr. art. 394.º);

 penhor comercial. O penhor é comercial se se destinar a garantir uma dívida
comercial, isto é, uma dívida emergente de ato de comércio (cfr. art. 397.º);

 depósito comercial. O depósito é comercial se os bens depositados,


nomeadamente géneros e mercadorias, forem destinados a qualquer ato de
comércio (art. 403.º) (por exemplo, destinados para venda cfr. art. 463.º, n.º 3).

ESPECÍES DOS ACTOS DE COMÉRCIO

Os atos de comércio são fontes de obrigações (dívidas ou débitos), ou seja, são factos
jurídicos geradores de dívidas; factos jurídicos dos quais resulta a constituição de
dívidas.

 Ora, de acordo com a sua natureza, os atos de comércio podem ser


nomeadamente:

 contratos (a maioria dos atos de comércio são contratos);


 negócios jurídicos unilaterais (por exemplo: prestação de aval numa livrança
ou numa letra de câmbio ;
– factos geradores de responsabilidade civil extracontratual, delitual ou
aquiliana:
1) por factos ilícitos culposos (dolo ou negligência),
2) pelo risco (responsabilidade civil objetiva, isto é, independentemente
de culpa), ou ainda,
3) responsabilidade civil por factos lícitos danosos
CONCLUSÃO

A qualificação dos atos (que na sua maioria são contratos) como atos de comércio é
relevante para vários efeitos; com efeito, permite:
qualificar as dívidas emergentes desses atos como dívidas comerciais, sujeitando-as: ao
respetivo regime jurídico especial comum (por exemplo: juros comerciais; regime
supletivo de responsabilidade solidária no caso de haver dois ou mais devedores) e em
alguns casos (isto é, para algumas dívidas comerciais), a prazos de prescrição mais
reduzidos .
Por outro lado qualificar como comerciais os actos que sejam acessórios dos atos
comerciais autónomos, absolutos ou por natureza; e ainda, qualificar certos sujeitos de
Direito como comerciantes, nomeadamente: as sociedades comerciais, que são aquelas
que têm por objeto a prática de atos de comércio objetivos; e os comerciantes em nome
individual, que são as pessoas singulares, que tendo capacidade de exercício para
praticar atos de comércio, fazem deste profissão
REFENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Guia pratico de direito do trabalho sofia vale II edição

Código comercial Lei de 28 de Junho de 1888

https://www.sociedadescomerciais.pt/atos-de-comercio/

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