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Fundamentos de Direto Comercial – Princípios e Atos de Comércio

Grupo 1
Considerando as características técnicas do Direito comercial: celeridade, garantia, prova, segurança
e boa-fé, assim como os Princípios do Direito das Empresas: a) Princípio da esfera de liberdade; b)
Princípio da dinamicidade; c) Princípio do institucionalismo, responda fundamentadamente:
a) Como as características técnicas do Direito comercial se reconduzem a cada um dos princípios de
Direito das Empresas?
A característica técnica da celeridade, garantia e prova, reconduzem ao princípio dinâmico do Direito
comercial, o capital deve ser posto ao serviço da exploração da empresa, cujo fim em si mesmo, é a
reprodução de riquezas. A celeridade, porque os negócios devem celebrar-se com a máxima rapidez e
simplicidade de forma. A garantia, no aspeto da solidariedade dos devedores, as obrigações plurais são
solidárias, a solidariedade reforça o crédito, e o crédito gera crédito. No que respeita à prova, a
admissão de qualquer tipo de prova, pois quanto mais fácil for a prova, mais o negócio se celebra.

A característica da segurança e boa-fé reconduzem ao princípio do institucionalismo, a empresa é a


congregação de sujeitos internos e externos, todos são relevantes e devem ser valorizados. A segurança
porque o mundo comercial assim o exige, nomeadamente na formalização de certos negócios
celebrados em massa, transações e proteção do crédito. A boa-fé é fundamental para garantir a
confiança e a estabilidade do ambiente empresarial.

b) Analise cada um dos princípios de Direito das Empresas e explique como eles se articulam entre si
na composição da equação empresarial.
Os princípios do Direito das empresas articulam-se da seguinte forma:

Princípio da esfera de liberdade: procura garantir a autonomia das empresas na realização dos
negócios, desde que não violem a ordem pública e os bons costumes. Esse princípio está relacionado
com a dinamicidade (as empresas precisam de liberdade para inovar e adaptar-se às mudanças do
mercado) e com o institucionalismo (é necessário que existam instituições que garantam a legalidade
dos negócios e impeçam abusos. Neste princípio estão subjacentes as ideias de Livre Iniciativa e Livre
Concorrência, assim como o princípio do Não-Constrangimento, este dirigido ao Estado que não deve
constranger a iniciativa privada.

Princípio da dinamicidade: deve proporcionar um ambiente que permita à empresa uma rápida
adaptação às mudanças do mercado. Esse princípio está relacionado com a esfera de liberdade, pois a
liberdade empresarial é fundamental para a inovação e a adaptação, e com a segurança, pois a rapidez
na adaptação exige um ambiente seguro e confiável.

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Devemos ainda referir que não existe comércio sem dinamicidade, dando ênfase ao capital que está a
ser arriscado, e o qual, deve ser posto ao serviço da exploração da empresa.

Princípio do institucionalismo: garante a estabilidade do ambiente empresarial através de instituições


fortes e confiáveis. Esse princípio está relacionado com a esfera de liberdade, pois é necessário que
existam limites à liberdade empresarial para garantir a legalidade dos negócios, garantindo por sua vez
a estabilidade do ambiente empresarial.

Em resumo, os princípios do Direito das empresas são complementares e relacionam-se para garantir
um ambiente que permita a liberdade empresarial, a adaptação às mudanças do mercado, e a segurança
das relações comerciais e a sua estabilidade.

Grupo 2

O Direito Comercial português está fundado no regime dos atos de comércio, nos termos do art. 2.º
do Código Comercial. Nestes termos explique:

1. A vantagem substancial em se ter adotado o regime comercial com base nos atos de comércio;
Permite com maior rapidez e objetividade identificar os atos jurídicos do âmbito comercial, ou seja,
delimitar a incidência do Direito comercial. Autonomiza o Direito comercial em relação ao Direito
civil, qualifica os sujeitos como comerciantes e qualifica os atos acessórios de comércio, individualiza
o regime em si, delimitando a sua aplicação.

2. Se o regime objetivo de atos de comércio é absoluto, ou se foi relativizado por uma orientação
subjetiva, fundada nos atos praticados pelo comerciante, justificando a resposta;
O regime objetivo dos atos de comércio é o predominante, mas não é absoluto, foi relativizado por
uma orientação subjetiva, fundada nos atos praticados pelos comerciantes. São atos de comércio
objetivos, os especialmente regulados no Código Comercial, em razão do seu conteúdo ou
circunstâncias, independentemente da qualidade de quem os pratica. No entanto, esta objetividade é
complementada pela subjetividade de contratos e obrigações dos comerciantes, considerados
complementares dos negócios substanciais, que quando não forem de natureza exclusivamente civil,
devido à sua efetiva ligação à atividade, deverão ser igualmente classificados como atos comerciais.

3. Quem é comerciante, de acordo com o Código Comercial;

É considerado comerciante aquele que de dedica regularmente à atividade do comércio,


independentemente do tipo de empresa que possui ou da forma como exerce essa atividade. De acordo

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com o art. 13.º do Código Comercial, “São comerciantes: 1.º As pessoas, que, tendo a capacidade para
praticar atos de comércio, fazem deste profissão; 2.º As sociedades comerciais.”

Grupo 3

1. O que se entende por "empresa" no Direito Comercial?


No Direito comercial é designado por “empresa” a entidade que possui atividade empresarial,

independentemente da sua forma jurídica, sendo constituída por um ou mais sujeitos, isto é, sócio

único ou sócios agrupados. Distingue-se pela sua atividade económica, na qual são empregues fatores

de produção e processos produtivos para obter bens e/ou serviços específicos, e visa ainda, em

princípio a obtenção de lucros. Podemos concluir que a empresa no Direito comercial, é um sujeito de

Direito, seja este uma pessoa coletiva ou de sociedade. Tem sido entendido que o art. 230.º do Código

Comercial consagra a noção subjetiva da empresa como a “atividade empresarial”, ou seja, um

conjunto ou massa de atos entre si coordenados para a realização de um certo escopo, correspondente

a um certo ramo de vida económica.

2. Quais são as "empresas comerciais" referidas no art. 230.º do Código Comercial e porque as
atividades previstas no § 1 não são consideradas como comerciais?
São as empresas singulares, o comerciante em nome individual, e as empresas coletivas, as sociedades
comerciais, como a sociedade por quotas, unipessoal, anónima, em nome coletivo, em comandita.

As atividades previstas no § 1 não são comerciais porque são consideradas atividades marginais,
apenas se destinam à produção de riqueza, e não à sua reprodução.

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