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Introdução

Numa época dominada pelos novos desafios económicos, e num ambiente


proporcionalmente competitivo e globalizado, mediante a intensificação da pressão
concorrencial, tornou-se imprescindível que as empresas delineassem estratégias, com o
objetivo de se destacarem. E foi nesse sentido que o legislador introduziu algumas
novidades no funcionamento das empresas nacionais. À semelhança do que já ocorria
noutros ordenamentos jurídicos, e por forma a acabar com disposições ultrapassadas,
alterou diversos aspetos do direito societário, promovendo, entre outros, a criação da
figura do secretário da sociedade comercial.

O presente trabalho debruça-se em torno da Empresa Comercial em


Moçambique, que serve de 2º trabalho na cadeira de Legislação Empresarial no curso
de Licenciatura em Administração Pública, 3º Ano. Em concernente a elaboração do
mesmo, usaram-se vários artigos publicados na internet, livros, e entre outros, no que
culminou a uma pesquisa bibliográfica.

Objetivos

Objetivo Geral

 Analisar o Impacto das Empresas Comerciais no Contexto Moçambicano

Objectivos Específicos

 Conceituar Empresa Comercial;


 Explicar significado de Empresário comercial;
 Identificar o empresário em nome individual ;
 Identificar o conceito objectivo e subjectivo da firma;
 Analisar os princípio informadores da firma;
 Compreender as vários tipos de Firma que existem na ordem jurídica
moçambicana;
 Caracterizar o estabelecimento Comercial no contexto moçambicano.
Conceito de Empresa

Araújo (2008), afirma que “as definições de empresa evidenciam o meio de


produção, a organização e repetições de atos de trabalhos alheios, com um fim comum o
de obter lucro, desta forma deve-se evidenciar de fato que o que caracteriza a empresa é
a forma como a atividade é destrinchada, e não o que de fato é exercido”.

Curtis e Diane (apud Fernandes, 2010) convergem com Araújo ao mencionar


que “empresa poderia ser definida por uma entidade que usa da obtenção de insumos e
os transforma em bens ou serviços para revenda”.

Enzo (apud Fernandes, 2010) destaca outro ponto, ao salientar que “o conceito
de empresa está mais além de ser apenas um lugar onde pessoas, organização e
ambiente se confrontam e interagem e entra em contradição com Araújo, ao dizer que a
empresa está no âmbito da economia como um sujeito que pensa de forma externa, por
se tratar de um meio organizado que vislumbra algo maior, no sistema económico-
social”.

Empresa Comercial

Araújo (2008), afirma que “Em todos os sistemas econômicos existem empresas
cuja função é produzir ou comercializar bens e serviços. A empresa nasceu de uma
divisão mais ou menos forçada do trabalho e de uma organização econômica em que
o indivíduo, geralmente, não consome tudo o que produz”.

Não é de hoje que ela realidade achacará do camponês grego da Antiguidade, a


tenda do artesão da Idade Média a manufatura real já eram formas de empresa. A
empresa moderna, no entanto, só nasceu com a Revolução Industrial.

O avanço da tecnologia, graças às aplicações dos progressos científicos a


produção, a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme
ampliação dos merca dos, forçou a substituição do tipo artesanal de produção e do
mercado consumidor, por sua vez, forçaram o surgimento de empresas mais
adequadas à nossa realidade.

Segundo Araújo (2008), afirma que “A empresa comercial é uma pessoa coletiva


cujo objetivo é realizar atos comerciais sujeitos ao direito comercial. A empresa
comercial possui caráter nominativo quando existe uma obrigação e a aplicação dessa
contribuição para atingir um objetivo econômico”.

As sociedades comerciais são a estrutura típica das empresas nas economias de


mercado, embora a empresa possa revestir outras formas jurídicas.

Nos termos do n.º 2, do artigo 82.º do com, as sociedades comerciais têm


necessariamente por objecto a prática de actos de comércio e as sociedades que tenham
por objecto a prática de actos de comércio devem revestir um dos tipos previstos no
Código.

Araújo (2008), afirma que “Empresa comercial é aquela que tem como
actividade prática de actos de interposição de trocas ou seja, o empresário comercial
devera se organizar para aquisição de mercadorias com a sua posterior venda com a
realização de lucro que deve advir da diferença entre o preço de compra e de vendas”.

Uma empresa comercial é qualquer tipo de operação envolvida no fornecimento


de bens ou serviços com o resultado previsto de obtenção de lucro. Sua natureza ampla
permite que o termo seja aplicado a qualquer tipo de empresa ou firma voltada para a
geração de receita com a venda de produtos de qualquer tipo. Os termos empresa , firma
e empreendimento comercial são frequentemente usados alternadamente.

Segundo Art 3 do CCom de Moçambique, “Considera-se empresa comercial


toda a organização de factores de produção para o exercício de uma actividade
económica destinada à produção, para troca sistemática e vantajosa, designadamente”:

 Actividade industrial dirigida à produção de bens ou serviço;


 Da actividade de intermediação na circulação de bens;
 Da actividade agrícola e piscatória;
 Das actividades bancárias e seguradora;
 Das actividades auxiliares das precedentes.

Empresário Comercial

Segundo Coelho (2009, p. 127), afirma que “no atual momento histórico, o
direito comercial reencontra sua justificação não na tutela do comerciante, mas na tutela
do crédito e da circulação de bens ou serviços, vale dizer, não são protegidos os agentes
que exercem atividades econômicas empresariais, mas a torrente de suas relações”.
“Diz-se que estamos sistema subjetivo moderno, porquanto a concepção passa a
ser centrada em um sujeito, o empresário (que é aquele que exerce atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços para o mercado)”
(Coelho, 2009, p. 127)

Na empresa (atividade) há uma organização dos fatores da produção (capital,


trabalho, terra e tecnologia). O empresário é quem se apropria e organiza esses fatores
da produção, para o exercício da atividade econômica no mercado. É nessa organização
que se insere o empresário, como protagonista da atividade, como responsável.

O empresário é a figura central da empresa, estando sujeito a um regime jurídico


próprio (direito comercial) daí a necessidade de ser criteriosamente estudado.

Art (966, CC), afirma que:

“Na verdade, a distinção é muito mais ideológica do que científica ou


jurídica. O empresário distingue-se do antigo comerciante em que este
último era impregnado de objetivos egoístas, individualistas.
Atualmente, a consciência da importância da empresa como atividade
organizada, destinada à circulação de bens ou serviços, criou no
empresário a consciência de que representa um papel na sociedade,
embora ainda persiga o lucro. Empresário é definido na lei como o
profissional exercente de “atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços” (CC, art. 966).

Das definições Coelho e do art 966 CC, pode-se observar que há uma ligação
muito forte entre as definições de Empresário comercial sendo esta principalmente no
que concerne na relevância que a dá na empresa comercial.

De acordo com o Art 03 do CC de Moçambique “Considera-se empresário quem


exerce, profissional e habitualmente, actividade empresarial. São empresários:

 O empresário individual; e
 A sociedade empresaria.

Na mesma perspectiva o CC de Moçambique no Art 02, afirma que “


empresários comerciais são”:
 As pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por
intermédio de comerciais exercem uma empresa comercial;
 As sociedades comerciais.

Requisitos de acesso à qualidade de empresário comercial

Personalidade Jurídica

Segundo José (2009, p. 99), afirma que “Quanto a este requisito, não há aqui a
considerar quaisquer especialidades face ao regime geral do Direito Civil. Assim, além
de assumir a personalidade jurídica das pessoas singulares, a lei comercial atribui-a às
sociedades comerciais e às sociedades civis em forma comercial”

Capacidade empresarial

Segundo José (2009, p. 99), enfatiza que “A capacidade jurídica constitui a


medida dos direitos e obrigações de que uma pessoa é susceptível de ser sujeito e que a
doutrina distingue entre a capacidade de gozo e a capacidade de exercício. Do artigo
14º, resultam restrições à capacidade comercial sem fim lucrativo e de Direito Público”.

O art. 2º CCom, ao exigir capacidade para a prática de actos de comércio,


pretende referir-se à capacidade jurídica de exercício, tanto mais que alude ao carácter
profissional do empresário comercial, o que pressupõe uma prática habitual de actos
geradores, mediadores ou lextintivos de direitos e obrigações.

Exercício profissional do empresário comercial

José (2009, p. 99), afirma que “Pressupõe e concretiza-se através da prática de


actos de comércio. Mas não qualquer prática: só a prática em termos de profissão”:

 Não basta a prática de actos de comércio isolados ou ocasionais: para se


adquirir a qualidade de comerciante é indispensável a prática regular,
habitual, sistemática, de actos de comércio;
 Não basta a prática, mesmo que habitual de quaisquer actos de comércio:
nem todos estes actos têm a mesma potencialidade de atribuir a quem os
pratique a qualidade de comerciante;
 É indispensável para que haja profissionalidade que o indivíduo pratique
os actos de comércio de forma a exercer como modo de vida uma das
actividades económicas que a lei enquadra no âmbito do direito
mercantil;

Obrigações dos empresários comerciais

Segundo Sanches (2010, p. 13) afirma que “Os empresários individuais e as


sociedades empresárias, têm, basicamente, três obrigações fundamentais, para que suas
atividades sejam legalmente”:

 Dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial;


 Dever de escrituração dos livros empresariais obrigatórios;
 Dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado
econômico da empresa.

De acordo com Art 967 do Código Civil afirma que “os empresários estão
sujeitos a seguintes obrigações”:

 Registar-se na junta comercial;


 Fazer a sua escritura contábil;
 Levantar demonstrações contábeis periódicas.

Sanches e Art 967 do Código Civil apresentam uma semelhança nas suas
definições em termos de conteúdos, principalmente no que concerne na relevância que a
das obrigações dos empresários comerciais , isto é, divergindo daqui que o Código
Comercial de Moçambique enfatiza no seu Art 19.

De acordo O Art 19 do CCom, enumera “as obrigações de dos empresários


comerciais o que nós pode fazer concluir que para além destas, outras obrigações que
como tal são gerais”. Assim constituem as obrigações do empresário comerciais os
seguintes:

 Adoptar uma firma;


 Escriturar em ordem uniforme as operações ligadas ao exercício da sua
empresa;
 Fazer escrever na entidade competentes os actos sujeitos ao registro
comercial;
 Prestar as contas.
Embora assim o pareça, não se pode considerar que os deveres profissionais do
comerciante se esgotam neste artigo. Verdade é que este artigo tem a particular
relevância de definir o estatuto jurídico-comercial da profissão de empresário comercial.

Relativamente a essas obrigações, os pequenos empresários cujo as qualificações


deve ser feita com base em critérios, fixados por leis, podem ser despensados em parte
ou no todo delas.

Firma

Segundo Coutinho (2006, p. 27), afirma que “A firma é o nome comercial dos
comerciantes, o sinal que os individualiza ou os identifica, todavia o professor Coutinho
de Abreu reporta tal noção como insuficiente porque além de identificar comerciantes a
firma individualiza não comerciantes”.

“E numa distinção diferente da tradicional a firma seria o vocábulo preferido


para designar o signo individualizador de comerciantes e a denominação designaria
preferencialmente o sinal identificador de não comerciantes, podendo nalguns casos ser
composta por nomes de pessoas” (Coutinho, 2006, p. 27).

Segundo Dantas (et al, 2002), afirma que “firma é tida como um agente que
toma decisões de produção e de tamanho da planta, motivada por uma lógica
maximizadora, visando obter a maior lucratividade no âmbito das opções tecnológicas
existentes”.

Segundo Menezes (2007, p. 34), enfatiza que “Firmas são organizações que
produzem e vendem bens e serviços que contratam e utilizam factores de produção que
podem ser classificados em primários e secundários. Segundo essa teoria a firma
trabalham com o lado da oferta do Mercado, ou seja com os produtos que vão oferecer
aos consumidores, como bens e serviços produzidos”.

Segundo Penrose (1980, p. 67), é a primeira autora a conceber uma análise da


firma centrada em suas capacitações. Para ela, a “firma é tanto uma organização
administrativa quanto uma coleção de recursos produtivos”.
Segundo Miguel (2007, p. 85), afirma que “firma é um sinal distintivo do
comerciante o nome que ele usa no exercício da sua empresa: é o nome comercial do
comerciante. Daí que, em relação ao comerciante individual, nesta concepção, a firma
deva ser formada, a partir do seu nome civil e, em princípio intransmissível”.

Menezes, Penrose apresentam uma semelhança nas suas definições em termos de


conteúdos, principalmente no que concerne na relevância que a firma dá na empresa
comercial. Dantas, apresenta um conceito vago e refere-se a firma apenas como parte
integrante de ou seja como um agente que toma decisão, perante uma empresa
comercial.

Das definições Miguel e Coutinho, pode-se observar que há uma ligação muito
forte entre Firma sendo esta nome comercial do comerciante e que vai de acordo com o
conceito trazido pelo nosso legislador nos termos do artigo 20 e 21 do Código
Comercial em Moçambique.

Constituição da Firma

Segundo Miguel (2007, p. 89), afirma que “a firma consoante os casos, pode ser
formada com o nome de uma ou mais pessoas (firma-nome), com uma expressão
relativa ao ramo de actividade, aditada ou não de elementos de fantasia (firma-
denominação ou simplesmente denominação), ou englobar uns e outros desses
elementos (firma mista)”.

Sinais distintivos das diversas pessoas colectivas:

 Firma do empresário comercial Pequeno empresário (artigo 27.º do


CCom): Tem de ser composta pelo seu nome completo ou abreviado para
identificação, não podendo colocar em regra a abreviação de um só
vocábulo; pode ter expressões ou siglas; pode aditar uma alcunha ou
expressão alusiva à actividade comercia;
 Firma do Pequeno Empresário, Pessoa Singular (artigo 28.º CCom):A
Firma do empresário comercial, pessoa singular, pode conter o
aditamento “Empresário Individual” ou, abreviadamente “PE”;
 Firma das sociedades em nome colectivo (artigo 29.º CCom): A firma do
empresário comercial, pessoa singular, deve conter o aditamento
“Sociedade em Nome Colectivo” ou, abreviadamente “SNC”. Aquele
que, não sendo sócio, consentir que o seu nome ou firma figure na firma
de sociedade em nome colectivo responde solidariamente com os sócios
pelas obrigações sociais.

Estabelecimento comercial

De acordo com o Art 1197, do código civil, enfatiza “O estabelecimento


Comercial como local Aberto ao público, onde o comerciante faz transações com os
clientes”.

Rubens Requião (op. cit- p.198), afirma que “Estabelecimento Comercial, como
uma “bizarra figura jurídica, que é formada de bens que, unidos, dão em seu conjunto
nascimento a um novo bem” , que tem desafiado a argúcia dos juristas em inseri-la nas
categorias jurídicas tradicionais, ressaltando ainda que alguns (como Jean Escarra)
afirmam não estar esclarecida a sua verdadeira natureza jurídica”.

Segundo José (2009, p. 162), afirma que “o Estabelecimento comercial é o


conjunto de elementos do comerciante que estão organizados pelo comerciante para
exercer a sua actividade comercial, de produção ou circulação de bens ou prestação de
serviços”.

Carvalho (2000, p. 22), afirma que “estabelecimento designa o complexo de


meios idôneos materiais e imateriais pelos quais o comerciante explora determinada
espécie de comércio”.

Coelho (2000, p. 91), conceitua o estabelecimento empresarial como “o conjunto


de bens que o empresário reúne para exploração de sua atividade econômica”

Oscar Barreto Filho define o estabelecimento como o “complexo de bens,


materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a
exploração da atividade mercantil”.

Estes conceitos guardam certa correspondência com o artigo 2.555 do Código


Civil italiano e com o artigo 1.142 do Código Civil de 2002, o qual se inspirou no
conceito italiano e declara que estabelecimento é “todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.
O Art 1197 do Código Civil Brasil e e Rubens apresentm definições diferente
em relação ao estabelecimento comercial. José e Carvalho. José e Carvalho apresentam
um conceito meio complexo e referem a Estabelecimento Comercial como sendo
conjunto de elementos onde os comerciantes exercem suas actividades”.

Das definições de Oscar, Coelho e Art 2555 do código civil italiano, observa-se
que há ligação muito forte em relação ao estabelecimento comercial que vai de acordo
com o plasmado no Código Civil de Moçambique no Art 42.

Face a esta situação, de acordo com o CCom de Moçambique no Art 42, afirma
que “o Código Comercial protege o estabelecimento empresarial como o complexo de
bens e direitos organizados para o exercício eficiente da actividade empresarial, por
empresário individual ou sociedade empresarial. Pressupõe: .

 Um titular: ele é um conjunto de meios predestinados por um


empresário, titular de um determinado direito sobre ele, para exercer a
sua actividade;
 Um acervo patrimonial: engloba um conjunto de bens e direitos, das
mais variadas categorias e naturezas, que têm em comum a afectação à
finalidade coerente a que o comerciante os destina;
 Um conjunto de pessoas: pode reduzir-se à pessoa do empresário o seu
suporte humano, nas formas mais embrionárias da estrutura empresarial;
 É uma organização: os seus elementos não são meramente reunidos, mas
sim entre si conjugados, interrelacionados, hierarquizados, segundo as
suas específicas naturezas e funções específicas, para que do seu
conjunto possa emergir um resultado global: a actividade mercantil
visada;
 Organização funcional: a sua estrutura e configuração e a sua identidade
advêm-lhe de um determinado objecto, que é uma actividade de um
determinado ramo da economia.

Elementos de Estabelecimento Comercial

 Elementos corpóreos: Nesta categoria devem considerar-se as


mercadorias que são bens móveis destinados a ser vendidos,
compreendendo as matérias-primas, os produtos semi-acabados e os
produtos acabados.
 Elementos incorpóreos: Aqui deve-se considerar os direitos, resultantes
de contrato ou outras fontes, que dizem respeito à vida do
estabelecimento: o direito ao arrendamento; direitos reais de gozo, etc.
 Clientela: O nosso ordenamento consagra o direito à clientela, direito do
estabelecimento, abrangendo a clientela certa e clientela potencial, pode
ser deferido por acções de concorrência desleal que tutelam elementos
gerais da empresa.
 Aviamento: A capacidade lucrativa da empresa, a aptidão para gerar
lucros resultantes do conjunto de factores nela reunidos.

Sociedades Comerciais

De acordo com o artigo 980º do Código Civil (CC) o contrato de sociedade


“aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para
o exercício em comum de uma atividade económica, que não seja de mera fruição, a fim
de repartirem os lucros resultantes dessa atividade”.

“Designam-se então sociedades comerciais as que tenham por objeto a prática de


atos de comércio e adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por
quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou de sociedade em
comandita por ações” (artigo 1º n.º 2 Código das Sociedades Comerciais (CSC)).

Praticando atos de comércio, poder-se-ão designar comerciantes (artigo 13º 2§


Código Comercial (CCom)) e, como tal, estão vinculadas a um conjunto específico de
direitos e obrigações (artigos 15º, 18º, 396º e 400º do CCom, conjugados com os artigos
1691º n.º 1 alínea d) e 1695º do CC).

Martins (1997, p 186) conceitua sociedade comercial como sendo “a entidade


resultante de um acordo de duas ou mais pessoas, que se comprometeram a reunir
capitais e trabalho para a realização de operações com fim lucrativa”.

Sociedades é um contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam a contribuir


com bens e serviços para o exercício comum de certa actividades económica, que não
seja de mera fruição a fim de repartirem os resultados dessa actividade.

De acordo com o Art 66, do CCom , estabelece que “A sociedade empresarial é


aquela em que uma ou mais pessoas se constituem, nos termos do presente Código, e se
obrigam a contribuir com dinheiro, bens ou serviços, para o exercício da actividade
empresarial e a partilha, entre si, dos resultados”.

Tipos de sociedades Comerciais

As sociedades comerciais estão divididas em sociedades de pessoas, sociedades


de capital e sociedades mistas.

Martins (1997, p. 219) conceitua as sociedades de pessoas como sendo “aquelas


em que a pessoa do sócio tem papel preponderante, não apenas na constituição Como
durante a vida da Pessoa jurídica”.

De acordo com o Art 67 da CCom, estabelece que “A sociedade empresarial,


independentemente do seu objecto, só pode constituir-se de acordo com um dos
seguintes tipos:

 Sociedade em nome colectivo de responsabilidade limitada;


 Sociedade por quota;
 Sociedade anónima; e
 Sociedade por acções simplificada.

Sociedades em nome coletivo

De acordo com O artigo 262 da Ccom, afirma que “Na sociedade em nome
colectivo de responsabilidade limitada o sócio não responde subsidiariamente, em
relação à sociedade, pelas obrigações sociais, limitando assim, a sua responsabilidade ao
património social”.

A firma da sociedade em nome colectivo prevista no n.º 1 do artigo anterior deve


conter o aditamento “Sociedade em Nome Colectivo Limitada” ou, abreviadamente,
“SNCL”.

Sociedades por quotas

As Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada devem ser detidas por


um mínimo de dois sócios e um máximo de trinta, excepto as Sociedades Unipessoais
por Quotas que podem ser constituídas por um único sócio, que por sua vez deve ser
pessoa singular.

De acordo com o Art 281 da Ccom, enfatiza que “Na sociedade por quota o
capital é representado por quotas e os sócios são solidariamente responsáveis pela
realização do capital social nos termos prescritos neste Capítulo”

 A quota não pode ser incorporada em título negociável.


 O sócio apenas é obrigado a outras prestações quando a lei ou o contrato
de sociedade assim o estabeleçam.

Sociedades anónimas

A Sociedade Anónima (SA), mais usualmente adoptada por grandes empresas,


caracteriza-se essencialmente por ter uma estrutura orgânica mais complexa, e por
conferir um grau de maleabilidade do capital social, na medida em que a transmissão
das acções não está sujeita a forma especial.

Sociedades por ações simplificadas

A sociedade em comandita por ações é o resultado da combinação da sociedade


em comandita simples com a sociedade anónima.

Conforme Almeida (1998, p 149): "Mantem, tal como na sociedade em


comandita simples, duas espécies de sócios comanditado e comanditário dividindo todo
o seu capital social em ações, como se tratasse de sociedade anônima”.

Conclusão

Com o término do trabalho, conclui-se que a empresa comercial é uma pessoa


coletiva cujo objetivo é realizar atos comerciais sujeitos ao direito comercial. A empresa
comercial possui caráter nominativo quando existe uma obrigação e a aplicação dessa
contribuição para atingir um objetivo econômico.

O empresário comercial é designado, no exercício da sua empresa, sob um nome


comercial, que constitui a sua firma, e com ele deve assinar os documentos àquela
respectivos.

O Decreto-lei n.º 1/2022, de 25 de Maio que aprovou o Código Comercial


Moçambicano, faculta aos indivíduos e sociedades, nacionais e estrangeiros, a
possibilidade de estabelecimento em Moçambique, sob uma de seis formas: (i)
Sociedade em Nome Colectivo; (ii) Sociedade em Comandita; (iii) Sociedade de Capital
e Indústria; (iv) Sociedade por Quotas; (v) Sociedade Unipessoal por Quotas e (vi)
Sociedade Anónima.

Referência bibliográfica

1. Penrose, E.T. (1980). The theory of the growth of the firm, John Wiley. New
York
2. Miguel J.A. (2007). Direito Comercial. Lisboa
3. Coelho, F. U. (2009). Curso de direito comercial. Lisboa
4. José, I.A. (2009). Direito Comercial. Maputo
5. Sanches, C. R. (2010). Obrigações do Empresário Conteúdo Jurídico. Brasília
6. Carvalho, M. (2000). Tratado de direito comercial brasileiro. Brasil
7. Moçambique. (2002). Decreto-Lei n.º 1/2022 de 25 de Maio. Maputo
8. Martin, F. (1997). Curso de direito comercial. Rio de Janeiro

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