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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Curso de Direito

Constituição das Sociedades Comerciais

Nampula, Agosto de 2022

1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Curso de Direito

Constituição das Sociedades Comerciais

Discentes:

Anamaria Jorge

Eva da Glória José

Feliz Fernando Singano

Juvêncio do Amaral Fernando

Mafalda Keren Isabel Patrício Cucurreia

Solange Maria José Vasco da Gama

A presente cadeira de Direito das


Sociedades Comerciais, é de
carácter avaliativo, do 3º. Ano
Turma única, leccionada pelo
Docente da Cadeira M.A. Alberto
Langa.

Nampula, Agosto de 2022

2
Índice
1. Constituição das Sociedades Comerciais.................................................................................6

1.2. Noção de Sociedades Comerciais.....................................................................................6

1.3. Objecto das Sociedades comerciais..................................................................................7

2. Natureza do Acto Constitutivo da Sociedade..........................................................................9

2.1. Teorias Anti-Contratualistas.................................................................................................10

2.2. Teorias Contratualistas....................................................................................................11

3. Formas e Alteração do Contrato de Sociedade......................................................................12

3.1. Noções Fundamentais.....................................................................................................12

3.2. Forma do Contrato de Sociedade....................................................................................13

3.3. Alteração do Contrato de Sociedade...............................................................................13

4. Invalidades do Contrato de Sociedade e Sociedades Irregulares...........................................14

4.1. Invalidade........................................................................................................................14

4.2. Invalidades do Contrato de Sociedade............................................................................14

4.3. Sociedades Irregulares....................................................................................................15

Conclusão......................................................................................................................................17

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................18

3
LISTA DE ABREVIATURA

Art.: Artigo.

C. C.: Código Civil.

Nº: Número.

Pg.: Página.

Vol.: Volume.

4
INTRODUÇÃO

O presente trabalho, vem abordar assuntos que dizem respeito á constituição fas sociedades
comerciais, tendo em vista a natureza do acto constitutivo, a Forma e alteração, bem como as
invalidades e as sociedades irregulares. Procuramos em grupo, conhecer as notas introdutórias e
fazer menção a respeito das noções fundamentais da matéria em questão sem deixar para trás a
matéria considerada relevante sobre o contrato de sociedade.

O grupo fez uso das suas capacidades tecnológicas e ensinamentos metodológicos, incluímos
tanto matérias feita por doutrinários, suas ideias e concepções sem deixar a parte o nosso
posicionamento como um grupo.

5
1. Constituição das Sociedades Comerciais
A constituição de uma sociedade comercial não se trata de um acto, mas sim de um processo
(conjunto de actos).

No acto constitutivo, podem constituir uma sociedade comercial, os requerentes, seus


representantes legais, isto é, o empresário comercial, pessoas singulares e pessoas colectivas 1 que
tenha capacidade empresarial, em concordância com o artigo nº. 13 conj. Com o art. 72 n º.1-3
do deccreto-lei nº. 1/2022 de 25 de maio.

O contrato social, é celebrado por documento escrito assinado por todos sócios, ou seus
representantes legais com assinatura notarialmente reconhecida por semelhança, é celebrado por
escritura pública se a realização do capital social for em espécie por transferência de bens
imóveis para titularidade da sociedade, isto, nos termos do artigo 66 do deccreto-lei nº. 1/2022 de
25 de maio.

1.1. Distinção de Sociedade, Associação e Fundação2

Sociedades são pessoas jurídicas de direito privado, formadas pela união de pessoas,
(universitas personarum), cuja finalidade é a obtenção de lucro (fim econômico).

Associações são pessoas jurídicas de direito privado, também formadas pela união de
pessoas, ( universitas personarum), mas sem fins lucrativos.

Fundações são pessoas jurídicas de direito privado, formadas através da dotação de um


patrimônio (universitas rerum), sem fins econômicos.

1.2. Noção de Sociedades Comerciais


Há sociedade, quando duas ou mais pessoas se comprometem a pôr em comum determinados
bens ou serviços, para o exercicío de uma actividade económica ”que não seja de mera fruição”,
com o fim de repartirem entre si os lucros que obtenham, bem como as perdas que sofram numa

1
MENDES Flávio Mouta, Sociedades Comerciais, Lisboa
Https://www.sociedadescomerciais.pt/ pesquisa 19 de Agosto de 2022 11:02.
2
SIQUEIRA, Roberta (Prof), Teoria Geral do Direito Societário, Unidade 1, Brazil. pdf Pg. 7

6
proporção que são livres de fixar (se não se encontrar fixada outra, a proporção é a das
respectivas entradas).3

Sociedade Comercial, é um contrato mediante a qual, duas ou mais pessoas se obrigam a


prestar contribuição para o fundo social destinado ao exercício do comércio, com a intenção de
partilhar os lucros entre si.

Pode ser conceituada como sendo uma pessoa jurídica de direito privado não estatal, que tem
por objecto social a exploração de actividade comercial ou forma de sociedade por acções. 4

Esta deve ser entendida como aquela que tem por objecto a prática de actos de comércio e
que tenha adoptado um dos tipos previstos no artigo 67 do deccreto-lei nº. 1/2022 de 25 de maio
5
.

O principal elemento conceptual das Sociedades Comerciais é o objecto comercial, assim


pode-se dizer que será comercial a sociedade constituída segundo os tipos sociais existentes e
devendo ter por finalidade a prática de actos de comércio6.

1.3. Objecto das Sociedades comerciais


O objecto das sociedades comerciais, é o exercício de um ou mais actos de comércio, onde a
sociedade é que comercia e não os sócios.

É um elemento e menção obrigatório geral do contrato de sociedade, pacto social, estatutos


ou acto constitutivo que são comuns a todos tipos de sociedades comerciais. O objecto, deve ser
relativamente certo e determinado, devendo, para tal, recorrer-se a palavras e expressões
suficientemente concretas e precisas. Em conformidade com o artigo 75 nº.1-3 do deccreto-lei nº.
1/2022 de 25 de maio.

O que difere a sociedade comercial da sociedade civil, é o objecto e não a finalidade


(lucrativa, que actua em ambas), na sociedade comercial o objecto é a actividade empresárial que
para a prática deste carece de obter os requisitos necessários dentre eles, ser comerciante, isto é,

3
PRATA,Ana, DicionárioJurídico, Vol. 1, 5ª. Edição(actualizada e aumentada), Almedina, Lisboa, 2008. Pg. 1366-
1367
4
GRANZOTTO, Alexandre José, Direito Comercial(resumo) pdf Pg. 18
5
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 92.
6
Ídem Pg. 93.

7
praticante de actos comerciais, e na sociedade civil é apenas a execução de actos civis, como,
agricultura, os imóveis e prestação de serviços.7

Na determinação do objecto, ditam-se as actividades principais, secundárias ou auxiliares.


Onde são:

Actividades principais: as que exprimem o objecto essencial da sociedade. Por exemplo:


exploração de um restaurante ou construção civil e obras públicas ou ainda do objecto válido a
mencionar.

E são secundárias aquelas que estão subordinadas, dependentes ou subalternizada face uma
actividade principal. Por exemplo: se a actividade principal é a consturção civil e obras públicas,
então a actividade acessória pode ser dar arrendamento de imóveis a qual a própria sociedade
constrói.

E por fim actividades acessórias ou auxiliares: são aquelas que não estão indicadas no
contrato de sociedade, pacto social, estatutos ou acto constitutivo da sociedade, mas que são
necessárias ou convenientes à concretização, prossecução ou realização das actividades
principais e ou secundárias integrantes do objecto social.

Por exemplo: celebração de contratos com trabalhadores, prestadores de serviços,


fornecedores, bancos com vista à obtenção de crédito.

Exemplos de objecto de Sociedades Comerciais válidos:

- Restauração e conexos- exploração de restaurante, café, restaurantes, estabelecimentos de


bebidas, bares, takeaway, importação e exportação de produtos alimentares e equipamentos
industriais.

- Construção Civil- construção civil e obras públicas, manutenção e recuperação de edifícios,


aluguer de máquinas e equipamentos de obra.

- Automóveis- comércio, montagem, reparação, importação e exportação de veículos


automóveis e motorizados, de peças e acessórios do ramo automóvel, assistência técnica, aluguer
de veículos e arrendamento de bens imobiliários.
7
GRANZOTTO, Alexandre José, Direito Comercial(resumo) pdf Pg. 18

8
- Agricultura- exploração,produção, transformação e comercialização agrícola e animal em
geral.

- Outros- Serviços de enfermagem, serviços de assistência médica; comércio, importação e


exploração de material e equipamentos médicos e hospitalares; aluguer de equipamento médico e
hospitalar; prestação de serviços a empresas no âmbito turístico, nomeadamentea agências de
viagens e organização de eventos.

Não são válidas8: as indicações excessivamente genéricas ou vagas das actividades


prosseguidas pela sociedade, como por exemplo ”qualquer actividade não proibida por lei ou
qualquer actividade comercial ou industrial”.

Nem as indicações excessivamente longas ou extensas “que tornemo objecto da sociedade


tão amplo que, na prática, a converta numa estrutura abstrata”, apta a actuar qualquer fim.

2. Natureza do Acto Constitutivo da Sociedade


Sociedade é entendida, juridicamente em três sentidos:

-Negócio Jurídico- qualificado por lei como contrato, conforme artigo 980 C.C.;

-Relação Jurídica- nexo constituído por direitos e deveres entre sócios;

-Instituição- organização de elementos humanos, materiais e jurídicos dirigido à prossecução


da actividade social.9

A natureza do negócio jurídico gerador da relação e da instituição societária tem merecido


acesos debates doutrinários.

Existem assim teorias que discutem a natureza: nomeadamente, as anti-contratuais que


englobam a teoria do acto colectivo ou complexo, a teoria do acto corporatívo ou de fundação, a
teoria da instituição e a teoria eclética e as teorias contratuais que englobam a teoria do contrato
plurilateral e a teoria do contrato de fim comum e de organização.10

8
MENDES Flávio Mouta, Sociedades Comerciais, Lisboa
Https://www.sociedadescomerciais.pt/ pesquisa 19 de Agosto de 2022 11:02.
9
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg.100.
10
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 100-
104.

9
2.1. Teorias Anti-Contratualistas
São teorias que defendem que sociedades comerciais não são um contrato e defendem suas
ideias. Dentre os defensores destas teorias nomeadamente a teoria do acto colectivo ou
complexo, a teoria do acto corporativo ou fundação, a teoria da instituição e a teoria eclética.
Que são defendidas pelos professores Rocco, Feine, Mossa, Gaillard, Ripert, Soprano entre
outros.

2.1.1. Teoria do Acto Colectivo ou Complexo

Rocco e outros defensores, entendem que o negócio jurídico genérico da sociedade


comercial não pode ser qualificado como um contrato, uma vez que pra eles as declarações
negociais não são opostas, mas sim uma vontade unitária, por serem vontades paralelas e de
conteúdo idêntico11.

Portanto, a teoria do acto colectivo funcina pela união de várias vontades, são dirigidas
no mesmo sentido as quais ficariam visíveis individualmente, uma vez que as vontades não se
cruzam, o que é distinto do que acontece no contrato.

Já na teoria do acto complexo, o acto constitutivo seria um acto unilateral formado pela
união de vontades dirigidas à mesma finalidade, vontades estas que se fundem, perdendo sua
individualidade. 12

2.1.2. Teoria do Acto Corporativo ou de Fundação

Tem por defensores, Feine, Mossa entre outros, estes entendem que o acto criador das
sociedades não é, nem contrato, nem negócio jurídico, mas sim um acto de fundação (acto
unilateral), que embora vindo de várias pessoas, mas a declaração é havida como única e com
finalidade de criação de uma nova pessoa colectiva13.

2.1.3. Teoria da Instituição

11
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 101.
12
SIQUEIRA, Roberta (Prof), Teoria Geral do Direito Societário, Unidade 1, Brazil pdf Pg. 19
13
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 102.

10
Aqui, Gaillard e Ripert, a semelhança dos outros, negam que o acto de constituição seja o
acto de constituição seja um contrato, mas sim uma instituição, a qual os direitos e interesses dos
sócios a subordinam com a prossecução de uma finalidade social.14

O acto constitutivo seria aquele que daria origem a uma instituição,possuindo menor
importância a vontade dos sócios. Assim a vontade dos sócios não é determinante na vida da
sociedade, quantoà função a ser exercida. Com isto, queremos dizer que o interesse social
prevalece sobre o interesse individual.15

2.2. Teorias Contratualistas


Esta teoria, vem defender que as sociedades comerciais são um contrato uma vez que as
partes celebram um contrato de sociedade, no entanto, diferenciado por ser plurilateral, para
consumação dum fim unitário como sabido e como princípio do direito comercial que é o lucro
mas nesta realidade é diferenciado, uma vez que o fim (lucro) é repartido entre as partes.

2.2.1. Teoria do Contrato Plurilateral

Defendida por Túlio Ascarelli, que inspirado no Código Civil italiano de 1942, defende que o
contrato de Sociedade é um contrato com mais do que duas partes, ao que não deve ser bilateral,
mas sim plurilateral, embora cada um manifeste sua vontade, o fim é comum.16

Com isto, queremos dizer, que o contrato de sociedade comercial, não é um contrato
bilateral, e as obrigações dos sócios são independentes. Este acto constitutivo das sociedades é
um contrato, mas um contrato plurilateral.

2.2.2. Teoria do Contrato de Fim Comum e de Organização

Esta teoria tem por defensores dentre outros, Sena e Hueck, e perfilhada por Ferrer e Brito
Correia, entende que o acto é sim um contrato, porém diferente dos comuns, pela natureza, pois
neste, mesmo sendo contraditórias as vontades dos sócios tem fim unitário (lucro a repartir entre
os sócios), que resulta da criação de uma organização de elementos humanos, materiais e
jurídicos (empresa). 17

14
Ídem Pg. 102.
15
SIQUEIRA, Roberta (Prof), Teoria Geral do Direito Societário, Unidade 1, Brazil pdf Pg. 23
16
Ídem Pg. 104.
17
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 105.

11
Onde esta é a mais elaborada. E acordada pelo grupo, a teoria contratualista.

2.2.3. Teoria Eclética

Esta corrente, tem por defensor Soprano, que conciliou as teses contratualistas e anti-
contratualistas, defendendo que o acto constitutivo da sociedade é um contrato para os sócios e
um negócio jurídico unilateral para com terceiros à sociedade.18

3. Formas e Alteração do Contrato de Sociedade

3.1. Noções Fundamentais


Contrato de Sociedade de acordo com os termos enunciados no artigo 980, do Código Civil,
é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
exercício em comum de certa actividade económica, que não seja de mera fruição, a fim de
repartirem os lucros resultantes dessa actividade.19

Assim, este divide-se em três tipos a ser citados: Contratos unilaterais, bilaterais e
multilaterais20.

Contratos unilaterais, são aqueles em que há apenas uma só declaração de vontade ou várias
declarações mas paralelas formando um só grupo. Segundo Prof. Mota Pinto, Dr. Alberto Langa
e Dra. Guilhermina Moisés Langa.

Contratos Bilaterais, aqueles celebrados entre duas pessoas que geram obrigações para ambos
os contratantes. Por exemplo: o contrato de compra e venda.

Contratos multilaterais contêm mais de duas manifestações de vontade, há várias partes em


que cada sócio é uma parte.

3.2. Forma do Contrato de Sociedade


O Contrato de Sociedade Comercial não se encontra sujeito a forma especial, excepto a que
for exigida pela natureza dos bens com que os sócios entrem para a sociedade.21

18
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 103.
19
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 93.
20
Ídem Pg. 98-99
21
PRATA,Ana, DicionárioJurídico, Vol. 1, 5ª. Edição(actualizada e aumentada), Almedina, Lisboa, 2008. Pg.
1367.

12
Não domina neste campo o princípio da autonomia da vontade ou da liberdade contratual: as
partes não podem, ao constituir uma sociedade comercial, modelar como bem entendam o
organismo que pretendam criar, antes têm de se ajustar a um tipo que a lei enumera. De modo
idêntico ao que passa noutros domiínios do direito, o legislador, por razoões de ordem pública
sancionou o princípio de Númerus Clausus ou da Tipicidade art. 1306 do Código Civil.22

Este contrato, pode existir duas das seguintes formas:

- Documento particular assinado e com reconhecimento notarial dos sócios;

- Escritura pública, nos termos do vertido no artigo 74 n º.1-2 do deccreto-lei nº. 1/2022 de 25 de
maio.23

3.3. Alteração do Contrato de Sociedade


A alteração de contrato carece do acordo unânime dos sócios, a menos que o próprio contrato
dispense.24

São alterações contratuais que necessitam de UNANIMIDADE as seguintes:

a) Alteração do objecto social;


b) Secção de cotas sociais de sociedade de pessoas;
c) Transformação das sociedades, salvo previsão contratual, sendo assegurado aos
discordantes o direito de retirada;
d) Prorrogação do prazo de duração da sociedade;
e) Dissolução consensual parcial;
f) Temas determinados por cláusula previstas no contrato social.25

O contratos de sociedade pode ser alterado a todo tempo por unanimidade, escrita e assinada,
com reconhecimento notarial, pelos sócios em concordância com o art. 180 do deccreto-lei nº.
1/2022 de 25 de maio.

22
CORREIA, A. Ferrer, Lições de Direito Comercial- sociedades comerciais doutrina geral, Vol. II, Coimbra
1968. Pg. 14.
23
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 105.
24
PRATA, Ana, DicionárioJurídico, Vol. 1, 5ª. Edição (actualizada e aumentada), Almedina, Lisboa, 2008. Pg.
1367.
25
GRANZOTTO, Alexandre José, Direito Comercial(resumo) pdf Pg. 19

13
Tratando-se de uma alteração que envolva bens e imóveis, tal deverá ser por escritura
pública.

No caso de alteração referente a cláusula relactiva ao capital social, tal não pode ocorrer sem
que o anteriormente substituído tenha sido realizado.26

4. Invalidades do Contrato de Sociedade e Sociedades Irregulares

4.1. Invalidade
A invalidade do acto jurídico ao qual faltam ou em que são irregulares elementos internos
essencias, o que determina a sua insusceptibilidade para produzir os efeitos jurídicos para que
tendia.

Consoante a gravidade do vício que afecta o acto, assim pode ser inexistente, nulo ou
anulável, conforme, por outro lado o vício atinge integralmente o acto, ou não, a respectiva
invalidade será total ou parcial.27

4.2. Invalidades do Contrato de Sociedade


Para esta questão, o legislador remete-nos as regras gerais do negócio jurídico, com as
necessárias adaptações, principalmente com relação as consequências diversas, de acordo com a
citação em concreto, tal como estatuem os números 1-5 do deccreto-lei nº. 1/2022 de 25 de
maio.28

4.3. Sociedades Irregulares


Sociedade irregular ou sociedade imperfeita é uma expressão que traduz uma situação
societária não totalmente conforme com a sociedade comercial perfeita. 29

São aquelas que apesar de preencher os requisitos próprios dos comerciantes


(profissionalidade, habitualidade, intuito lucrativo) existem informalmente, sem o registro
adequado nas juntas comerciais.30

26
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg 106.
27
PRATA,Ana, DicionárioJurídico, Vol. 1, 5ª. Edição(actualizada e aumentada), Almedina, Lisboa, 2008. Pg. 815.
28
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 107.
29
MENDES Flávio Mouta, Sociedades Comerciais, Lisboa
Https://www.sociedadescomerciais.pt/ pesquisa 19 de Agosto de 2022 11:02.
30
GRANZOTTO, Alexandre José, Direito Comercial(resumo) pdf Pg. 27

14
Estas podem ser tidas por irregulares e consequentemente, verem declarado nulo o
contrato de sociedade, quando falte nele o número legal de membros, a firma, sede, objecto e
capital social, entre outros elementos sociais, previstos no artigo 99 do Código Comercial.

Importa referir que é irregular a sociedade em que esteja em conflito com a lei comercial,
que esteja ela ou não em funcionamento.

Há que sublinhar que enquanto irregular, a sociedade não terá personalidade juridica e
por conseguinte os sócios respondem solidaria e ilimitadamente entre si ou lhe é aplicada o
regime das sociedades civis, nos termos do artigo 100 do Código Comercial.31

Nestas sociedades há o problema do ínicio da actividade comercial antes do registo.


Porque devido ao tempo que leva pra estabelecer, as sociedades arrancam com as actividade
económicas antes mesmo de terem concluído o processo de constituição, o trás problemas,
sobretudo no campo da responsabilidade.32

4.3.1. Modalidades de Sociedades irregulares

Existem quatro modalidades de sociedades irregulares: Sociedades aparentes, Sociedades


sem forma legal, Sociedades sem registo e Sociedades sem publicação.

Sociedades Aparentes- quando há uma aparência externa de acordo de vontades, não


havendo nem contrato de sociedade, nem um simples projecto, nem tão pouco qualquer intenção
genuína das partes em se associar.

Sociedades Sem Forma Legal- são aquelas em que as partes celebram ou se preparam
para celebrar um autêntico contrato de sociedade, mas sem a forma legal exigida. Aqui temos
negócio institutivo, mas sem forma legal.33

Sociedades sem registo- aqui, há a questão da transitoriedade, isto é, momento entre a


celebração do contrato com a forma legalmente exigida e o registo. É um regime benévolo para
os que não participam no negócio, pois já beneficiam da regra de ouro do capitalismo (lucro).

31
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique, 2021 pdf. Pg. 108.
32
NUNES, Pedro Caetano, Direito das Sociedades, Nova lisboa, 2017/2018. Pdf Pg. 42
33
NUNES, Pedro Caetano, Direito das Sociedades, Nova lisboa, 2017/2018. Pdf Pg. 42

15
Defende-se a seguinte solução nesta modalidade: antes do registo respondem apenas os sócios,
depois do registo apenas responde a sociedade.34

Se os sócios iniciam as actividades antes do registo da sociedade, aplicam-se às relações


estabelecidas entre eles e com terceiros as disposições sobre sociedades civis. Podemos conferir
no nº. 2 do artigo 100 do Código Comercial.

Sociedade sem Publicação- uma sociedade cujo contrato observa a forma exigida e foi
registrado, mas não foi publicado, tem personalidade jurídica plena, pelo que o problema que se
coloca é apenas ao nível da oponibilidade perante terceiros. Não serão oponíveis a terceiros pela
sociedades salvo se, não havendo publicação de actos para os quais a mesma é necessária, a
sociedade prove o seu registro e o conhecimento do mesmo pelo terceiro.35

34
NUNES, Pedro Caetano, Direito das Sociedades, Nova lisboa, 2017/2018 pdf Pg. 43
35
Ídem Pg. 43- 44

16
CONCLUSÃO

17
BIBLIOGRAFIA
LANGA, Alberto et LANGA, Guilhermina; Direito Comercial- Breve Sintese, Moçambique,
2021 pdf.

GRANZOTTO, Alexandre José, Direito Comercial(resumo) pdf

PRATA,Ana, DicionárioJurídico, Vol. 1, 5ª. Edição(actualizada e aumentada), Almedina,


Lisboa, 2008.

CORREIA, A. Ferrer, Lições de Direito Comercial- sociedades comerciais doutrina geral, Vol.
II, Coimbra 1968

SIQUEIRA, Roberta (Prof), Teoria Geral do Direito Societário, Unidade 1, Brazil pdf

NUNES, Pedro Caetano, Direito das Sociedades, Nova lisboa, 2017/2018 pdf

LEGISLAÇÃO

Código civil

REPÚBLICA DE MOçAMBIQUE, I Serie número 99, in Boletim, deccreto-lei nº. 1/2022 de 25


de maio.

ENDEREÇO ELECTRÔNICO

MENDES Flávio Mouta, Sociedades Comerciais, Lisboa


Https://www.sociedadescomerciais.pt/

18

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