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Quelimane
2023
Antónia Francisco da Costa Mudubai
Dércio José Salato
Isabel Afonso Augusto Picardo
Manecas Manuel Adolfo Marrove
Nólmica Lemos Albino
Pereira Pereira Ramudala
Richad António Manuel
Quelimane
2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
2. Registo comercial como obrigação do empresário ................................................................. 4
2.1 Breve contextualização ..................................................................................................... 4
2.2 Organização do registo comercial .................................................................................... 5
2.2.1 Competência territorial das conservatórias do registo comercial .............................. 6
2.2.2 Os suportes de registo ................................................................................................ 6
2.2.3 Formas de registo ...................................................................................................... 7
2.2.4 Registos provisórios e definitivos ............................................................................. 8
2.3 Os princípios norteadores do registo comercial ............................................................... 8
2.3.1 Princípio da obrigatoriedade ...................................................................................... 8
2.3.2 Princípio da instância................................................................................................. 9
2.3.3 Princípio da legitimidade ........................................................................................... 9
2.3.4 Princípio da legalidade .............................................................................................. 9
2.3.5 Princípio da prioridade ............................................................................................ 10
2.3.6 Princípio da eficácia ................................................................................................ 10
2.3.7 Princípio da oponibilidade a terceiros ..................................................................... 10
2.3.8 Princípio da publicidade .......................................................................................... 10
2.4 Factos sujeitos a registo .................................................................................................. 11
3. Conclusão ............................................................................................................................. 14
4. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 15
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1. Introdução
O presente trabalho de pesquisa, com o tema Registo como Obrigação do
Empresário, busca analisar, no escopo do Direito Comercial, o rol das obrigações à que, por
força da lei, com enfoque ao Código Comercial, os empresários se encontram vinculados no
exercício da actividade comercial.
Não obstante a análise do quadro legal que disciplina a matéria em estudo, o trabalho é
igualmente realizado à luz das análises apresentadas por doutrinadores como Manuel
Guilherme Júnior (2013), no seu Manual de Direito Comercial Moçambicanos, Vol. I, que
advoga, em tópicos específicos, sobre as obrigações dos empresários, com especial relevo, ao
que aqui é debruçado, sobre o registo como obrigação especial do empresário.
Mais ainda, a mesma CRM, no n.º 1 e 3 do artigo 99, estabelece, entre outros, o sector
privado como proprietário dos meios de produção, cuja gestão pertence a pessoas singulares
ou colectivas privadas. O Estado, neste esteio, promove e apoia a participação activa do
empresariado nacional no quadro de desenvolvimento e consolidação da economia do pais,
criando incentivos destinados a proporcionar o crescimento do empresariado nacional em todo
o país, conforme se extrai do disposto no artigo 107 da CRM.
De acordo com Guilherme Júnior (2013, p. 81), “o registo comercial tem por fim
publicar os actos que compreendem a descrição e identificação do empresário e todos os actos
relevantes que como tal a lei só qualifica e por isso sujeito a registo”. Nos termos do disposto
no n.º 1 do artigo 36 do Código Comercial, conjugado com a alínea a) do artigo 1 do
Regulamento do Registo de Entidades Legais, o registo empresarial destina-se a dar
publicidade à situação jurídica do empresário e da sua actividade empresarial, tendo por
finalidade a segurança jurídica e a produção de efeitos perante terceiros. Ainda, a alínea b) do
artigo 1 do Regulamento do Registo de Entidades Legais, determina que o registo em causa
visa verificar a admissibilidade das firmas e denominações, bem como garantir a sua
protecção a nível nacional.
anexação, em locais onde não existam conservatórias privativas, com outras conservatórias do
registo civil, predial e automóvel e notário, conforme se extrai do disposto no n.º 2 do artigo 9
do Regulamento do Registo de Entidades Legais.
Deste modo, é competente para a matrícula das empresas comerciais e outras entidades
legais e, bem assim, para o registo dos factos correlativos qualquer conservatória de registo
das entidades legais, nos termos do artigo 10 do Regulamento do Registo de Entidades
Legais. Esta competência é alargada quando tratar-se de entidades legais estrangeiras com
sede no território nacional, que tenha por objecto qualquer ramo de actividade em
Moçambique (artigo 11).
No entanto, há que referir que após o registo na Conservatória de Registo das Entidades
Legais, ocorre, nos termos do artigo 4 do Regulamento do Licenciamento da Actividade
Comercial, aprovado pelo decreto n.º 34/2013, de 2 de Agosto, o licenciamento da actividade
por órgãos competentes para o efeito, como sejam:
a) Ministro que superintende a área do comércio: autoriza o licenciamento das
representações comerciais estrangeiras;
b) Director Executivo do BAÚ: autorizar o licenciamento do exercício do comércio a
grosso, comércio a retalho, de prestação de serviços e o registo de operadores de
comércio externo e emissão de cartão de operador de comércio externo;
c) Administrador Distrital: autoriza o licenciamento do exercício do comércio a retalho e
de prestação de serviços por parte de micro e pequenas empresas, onde não existam os
Balcões de Atendimento Único.
totalmente realizado constituirá a pasta eletrónica da sociedade. Com estes documentos físicos
cria-se uma pasta digital de cada entidade, de onde se poderão emitir certidões a partir de
qualquer conservatória, independentemente da sua sede social.
A cada ficha da entidade comercial está associada uma pasta (ver artigo 45 do
Regulamento do Registo de Entidades Legais). Os documentos e a requisição de registo em
impresso oficial que fundamentam cada pedido de registo são digitalizados numa destas fases:
no final da apresentação e no final dos pedidos de registo por depósito; na elaboração e
confirmação do registo.
As matrículas provisórias por natureza são aquelas cuja abertura é determinada por
inscrições provisórias, com excepção da sua conversão em definitivas se, na vigência da
inscrição provisória que lhe deu causa, for definitivamente registado qualquer facto que lhes
respeite, nos termos do artigo 57 do Regulamento de Registo de Entidades Legais.
Por seu turno, as inscrições são provisórias por natureza (por disposição legal só possa
ser requerida como provisória) ou por dúvidas (quando tendo sido requerida como definitiva,
suscite dúvidas ao Conservador), nos termos do artigo 72 e seguintes do Regulamento de
Registo de Entidades Legais.
O ato sujeito a registo e não registado tem uma eficácia mais reduzida, a eficácia entre
as partes e consequentemente a inoponibilidade a terceiros. Se a sociedade começar a
funcionar antes do registo teremos uma sociedade irregular ou sociedade em formação.
São ainda sujeitos a registo, nos termos do artigo 5 do Regulamento que temos vindo a
citar, as acções e decisões seguintes:
a) as acções que tenham como fim, principal ou acessório, declarar, fazer reconhecer,
constituir, modificar ou extinguir qualquer dos direitos referidos nos artigos anteriores
ou a reforma, a declaração de nulidade ou a anulação de um registo ou do seu
cancelamento;
b) as acções de declaração de nulidade ou anulação do acto constitutivo das entidades
legais;
c) as acções de declaração de nulidade ou anulação de deliberações sociais e as
providências cautelares de suspensão destas;
d) as providências cautelares não especificadas requeridas com referência às acções
mencionadas nas alíneas anteriores;
e) as decisões finais, com trânsito em julgado, proferidas nas acções e procedimentos
cautelares referidos nas alíneas anteriores;
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3. Conclusão
O registo comercial revela-se de suma importância pela publicidade que dá aos actos
sujeitos a registo pelo empresário, pois publicitam-se as actividades do empresário comercial
para o conhecimento de quem com ele contrata, bem como do público em geral.
Neste trabalho, foi possível destacar sobre quem recai a competência de registar tais
actos, que constituem obrigação do empresário, bem assim das formas do seu registo, quer
estes sejam provisórios ou definitivos, ainda por transcrição ou depósito.
Em resultado da pesquisa, fica claro que estão sujeitos a registo os actos constitutivos,
modificativos e extintivos das empresas, com enfoque àqueles que a Lei de Registo das
Entidades Legais e seu regulamento já determinam para o seu registo, bem assim outros actos
e factos previstos em lei especial.
4. Referências Bibliográficas
Guilherme Júnior, M. (2013). Manual de Direito Comercial Moçambicano. Vol. I. Maputo:
Escolar Editora.
Seabra Lopes, J. de (2009). Direito dos Registos e do Notariado. 5.ª ed. Coimbra: Ed.
Almedina.