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mélia José Mário


Dadinha Melino Mário
Januário Ernesto
Lucilio Simão Jemusse
Pierino Raul
Sedux Francisco Wairesse

A Firma Comercial
(Licenciatura em Direito)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Carmélia José Mário
Dadinha Melino Mário
Januário Ernesto
Lucilio Simão Jemusse
Pierino Raul
Sedux Francsco Wairesse

A Firma Comercial

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de Direito


Comercial I a ser entregue ao Departamento de
Direito, sob orientação do Dr. Isaac Mepina

Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2022
Índice
Introdução....................................................................................................................................4

1. FIRMA COMERCIAL.............................................................................................................5

1.1. Noções básicas relacionados com tema............................................................................5

1.2. Sentido do conceito de firma............................................................................................5

 No conceito subjectivo.........................................................................................................5

1.3. Composição e Constituição da Firma...............................................................................6

1.3.1. Firmas dos Comerciantes em nome individual.............................................................7

1.3.2. Firmas das Sociedades Comerciais...............................................................................7

1.3.3. Sociedade em Comandita..............................................................................................7

1.3.4. Firma da Sociedade de Capital e Industrial...................................................................8

1.3.5. Firma das sociedades por quotas...................................................................................8

1.3.5.1. Firma das sociedades por quotas unipessoais............................................................8

1.3.5.2. Importância da Sociedade por Quotas.......................................................................8

1.3.6. Firma das sociedades anónimas....................................................................................9

1.4. Princípios gerais das firmas..............................................................................................9

1.4.1. Princípio da Verdade.................................................................................................9

1.4.2. Princípio da distintividade ou capacidade distintiva...................................................10

1.4.3. Princípio da novidade..............................................................................................10

1.4.4. Princípio da exclusividade.......................................................................................11

1.4.5. Princípio da Unidade...............................................................................................11

1.5. Formalização da firma.................................................................................................11

1.6. Transmissão das firmas...............................................................................................12

1.8. Caducidade de firma....................................................................................................12

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................14
4

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Direito Comercial I, faz um estudo relacionado com Firmas
comerciais, nele contempla aspectos importantíssimos, para o quotidiano, visto identifica um
determinado lugar que há realização de actividades comerciais. Importa referenciar que o
presente estudo apresentara no seu interior os seguintes aspectos: noções básicas relacionadas
com tema, sentidos do conceito de firma, composição, tipicidade ou espécies, princípios gerais,
formalidades, transmissão e caducidade de firmas.

Objectivos:

Objectivos gerais:

 O presente trabalho tem como objectivos gerais, contextualizar, dar a conhecer as várias
esferas das firmas comerciais, a sua importância na sua globalidade, assim como a sua
transmissão e caducidade.

Objectivos específicos:

 Definir o que é isso firma comercial;


 Qual é o objectivo das firmas comerciais;
 Quais são os requisito para considerar-se firma comerciante;
 Propor mecanismos de desenvolvimento das firmas.

Metodologia

A revista bibliográfica foi a metodologia usada para dar lugar o presente trabalho, o culminou
com a consulta de diversos manuais doutrinários que abordam sobre o tema e para dar o seu
enquadramento jurídico foi necessário o uso da lei comercial moçambicana, cujo mesmo gozo a
sua mancha gráfica na seguinte vertente: em primeiro lugar apresenta aspectos pré-textuais, de
seguida vem o corpo do trabalho e por fim vem os aspectos pós textuais.
5

1. FIRMA COMERCIAL
1.1. Noções básicas relacionados com tema
A firma é o nome comercial dos comerciantes, o sinal que os individualiza ou os identifica,
todavia o professor Coutinho de Abreu reporta tal noção como insuficiente porque além de
identificar comerciantes a firma individualiza não comerciantes.
De outra maneira alguns comerciantes são individualizados não por uma firma, mas por uma
denominação. E numa distinção diferente da tradicional a firma seria o vocábulo preferido para
designar o signo individualizador de comerciantes e a denominação designaria preferencialmente
o sinal identificador de não comerciantes, podendo nalguns casos ser composto por nomes de
pessoas.
1.2. Sentido do conceito de firma
O Conceito pode ser entendido em dois sentidos sendo objectivo e subjectivo, como se descreve:
 Conceito objectivo:
Firma é um sinal distintivo do estabelecimento comercial. Assim ela pode ser constituída
livremente e transmitida com o próprio estabelecimento comercial, havendo ou acordo expresso.
Consubstanciando o sinal de distinção de estabelecimento, a tutela do mesmo.
Por outro lado, o empresário só poderá (e deverá) utilizar, na sua actividade comercial, o
respectivo nome civil, que, como por direito de personalidade será insusceptível de transmissão
com o estabelecimento. Para além disso, não impedindo a lei civil a homonímia nenhum
comerciante poderá opor-se a que outrem com o nome idêntico utilize também em actividade
mercantil concorrente.
 No conceito subjectivo
A firma é um sinal que pretende distinguir o empresar comercial em si dos demais, o seu
nome comercial ao lado do seu nome civil, tratando que o empresário comercial seja uma pessoa
singular, isto é o sinal que ele vai usar no exercicio da empresa comercial, donde resulta que
tratando do empresario ser uma pessoa singular a firma deve ser constituida com base no seu
nome civil, e por isso em principio é intrasmissivel, neste sentido a sua transmissibilidade
implicaria a transmissao do nome civil que como tal constitui a priopria firma. O nome que ele
usa no exercício da sua empresa é o nome comercial do comerciante. Daí que, em relação ao
comerciante individual, nesta concepção a firma deva ser formada a partir do seu nome civil e,
em princípio, intransmissível.
Todavia na generalidade dos sistemas jurídicos que adoptem este conceito permite por
motivos pragmáticos conservação da clientela pelo adquirente do estabelecimento, evitar a
pulverização dogoodwil que em certas condições a firma seja também transmitida. Assim como
6

o nome identifica a pessoa na sua individualidade civil e o pseudónimo distingue na sua


individualidade artística ou moral, a firma identifica o comerciante na sua individualidade
económica.
A admissão da alienabilidade da firma em conjunto com o estabelecimento não é por completo
inconciliável com o referido conceito subjectivo. Repare-se, antes de mais, em que a firma é o
sinal distintivo do comerciante enquanto titular de certa empresa não respeitando tanto à pessoa
física do comerciante sendo vista sobretudo como identificadora de um sujeito que é o expoente
ou o titular de uma dada organização.
Firma está relacionada com o estatuto de comerciante. Considera-se a firma o nome comercial do
comerciante, sinal que os identifica ou individualiza também o faz para alguns não comerciantes
sociedades civis não comerciais.
O art. 18º do Código Comercial, está relacionado com o estatuto de comerciante.
Considera-se a firma o nome comercial do comerciante, sinal que os identifica ou individualiza
também o faz para alguns não comerciantes sociedades civis não comerciais. 1 Este conclui que o
nosso ordenamento jurídico consagra o sentido subjectivo da firma, isto a firma é sinal destintivo
do empresário comercial e de uso comercial.
À primeira o legislador parece adoptar uma posição eclética, na verdade a firma é um sinal
distintivo do estabelecimento mas este pertence ao um sujeito proprietário do estabelecimento
que como tal põe constituir a firma a partir do seu nome civil e cede-la condições impostas por
lei.
1.3. Composição e Constituição da Firma
Consoante os casos a firma pode ser formada com o nome de uma ou mais pessoas, desiganada
firma nome, ou pode ser constituída com expressões relativas a cada tipo de actividade que
exerce ou pretende exercer.
Também pode ser formada conforme os casos por um ou vários nomes de pessoas completos ou
abreviados (firma nome), por uma expressão alusiva ao comércio exercido na empresa, (firma
denominação ou simplesmente denominação) designada por firma objecto pelo professor
Nogueira Serens.
Em todo o caso a firma terá de consistir sempre num sinal nominativo e nunca
emblemático, sempre uma expressão verbal com exclusão de qualquer elemento figurativo.
Firma consoante os casos, pode ser formada com o nome de uma ou mais pessoas (firma-nome),
com uma expressão relativa ao ramo de actividade, aditada ou não de elementos de fantasia

1
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 86 – (altera alguns
artigos do Código Comercial de Moçambique - Decreto-Lei nº 2/2005 de 27 de Dezembro de 2005)
7

(firma-denominação ou simplesmente denominação), ou englobar uns e outros desses elementos


(firma mista).
Nos termos artigo 21 do código comercial a firma deve ser redigida obrigatoriamente em Língua
oficial ou mediante a junção da tradução oficial quando se trata de adopção de firmas em outras
línguas.
1.3.1. Firmas dos Comerciantes em nome individual
A firma do comerciante individual tem de ser composta pelo seu nome, completo ou abreviado,
não podendo reduzir-se a um só vocábulo nome do seu titular acrescido ou não pela referência ao
objecto de comércio nele exercido e pelo aditamento Estabelecimento de individual de
Responsabilidade Limitada ou EIR.

1.3.2. Firmas das Sociedades Comerciais


A firma das saciedades em nome colectivo deve conter o aditamento “sociedade em nome
colectivo ou abreviatura SNC”. Sociedades em Nome colectivo –a firma deve ser composta pelo
nome (completo ou abreviado) ou firma de todos os sócios, ou pelo nome (completo ou
abreviado) ou firma de um deles, com o aditamento abreviado ou por extenso “e companhia” ou
qualquer outro que indique a existência de outros sócios. Como exemplo “José Augusto, António
Manuel e Sobrinhos”. Por analogia deve admitir-se que estas sociedades adoptem firma mista.
Todavia o professor Coutinho de Abreu e Raul Ventura admitem também por analogia com a
inclusão de siglas iniciais de expressões de fantasia ou composições.2

1.3.3. Sociedade em Comandita


As firmas das sociedades em comandita simples deve conter o aditamento “ sociedade em
comandita” ou abreviatura SC, as firmas das sociedades em comandita por acçoes deve conter
aditamento “ sociedade em comandita por acçoes ou abreviadamente SCA. 3Sociedade em
Comandita - em regra deverá ser composta pelo nome ou firma de pelo menos um sócio
comanditado e o aditamento “em Comandita” ou “& comandita”, “em comandita por acções” ou
“comandita por acções”.
A firma das sociedades em comandita simples deve conter o aditamento "Sociedade
em Comandita" ou, abreviadamente, "SC"; a firma das sociedades em comandita por acções
deve conter o aditamento "Sociedade em Comandita por Acções" ou, abreviadamente, "SCA".
Código Comercial - Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril artigo 30.

1.3.4. Firma da Sociedade de Capital e Industrial


2
9 Ferrer Correia, Coutinho de Abreu E Pupo Correia
3
Artigo 30 do dec.lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 30
Menezes Cordeiro, Manual de Direito Comercial, Vol. 1, Almedina, 2007, 2.ª Edição P 340
8

Aquela em que um ou mais sócios concorrem unicamente com o seu trabalho, actividade ou
indústria, cabendo unicamente ao sócio capitalista a responsabilidade pelas obrigações sociais e
o direito de figurar na firma, que é vedado ao sócio de indústria. A firma das sociedades de
capital e indústria deve conter, o aditamento "Sociedade de Capital e
Indústria", ou, abreviadamente, "SCI". Código Comercial - Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril –
artigo 31º.

1.3.5. Firma das sociedades por quotas


A sociedade por quotas é uma forma jurídica de empresa, com responsabilidade limitada,
constituída por dois ou mais sócios, cujo capital social da empresa está dividido por quotas. Uma
sociedade por quotas também pode ser unipessoal, quando é constituída por apenas um sócio,
que detém a totalidade do capital social. A firma das sociedades por quotas deve conter o
aditamento "Limitada" ou, abreviadamente, "Lda.". Código Comercial - Dec. Lei nº 2/2009 de
24 de Abril – artigo 32º.
O nome da sociedade deve ser formada, com ou sem sigla, pelo nome de um ou todos os sócios,
por denominação particular ou por ambos, acrescido obrigatoriamente pela expressão ‘Limitada’
ou ‘Lda.’. Deve ser administrada e representada por um ou mais gerentes, pessoas singulares
com capacidade jurídica plena. Quem gere a sociedade tem direito a salário, estipulado pelos
sócios.
O montante do capital social - dinheiro que os sócios investem na sociedade - é fixado de
forma livre no contrato de sociedade por quotas, correspondendo à soma das quotas de todos os
sócios, que poderão ter ou não o mesmo valor entre si (não poderá ser inferior a um euro por
cada quota). Em termos de responsabilidade perante os credores, apenas o património da
sociedade responde pelas dívidas contraídas durante a actividade.  Não existe, assim, obrigação
legal dos sócios liquidarem dívidas da sociedade com o seu património pessoal.

1.3.5.1. Firma das sociedades por quotas unipessoais


A firma das sociedades por quotas unipessoais deve conter o aditamento "Sociedade Unipessoal
Limitada" ou, abreviadamente, "Sociedade Unipessoal Lda". Código Comercial - Dec. Lei nº
2/2009 de 24 de Abril – artigo 33.
1.3.5.2. Importância da Sociedade por Quotas
Este tipo de sociedade apresenta algumas vantagens, salientamos as seguintes:

 Não há limite de capital social, pois é estabelecido livremente;


 Responsabilidade limitada ao capital social, ou seja, apenas o património da
sociedade responde perante os credores pelas dívidas da mesma;
9

 Maior investimento e conhecimento, pois tem dois ou mais sócios.

1.3.6. Firma das sociedades anónimas


Sociedade Anónima, S.A, é uma natureza jurídica na qual a participação e a responsabilidade dos
sócios (accionistas) são definidas pela quantidade de acções que possuem.
Uma das características é que o património pessoal do accionista fica separado do património da
empresa.
A firma das sociedades anónimas deve conter o aditamento "Sociedade Anónima"ou,
abreviadamente, "SA". Código Comercial - Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril – artigo 34º
Segundo o código comercial no seu artigo 26, apresenta também a composição da firma dos
empresários comerciais que se descreve:

 Pelo nome civil, completo ou abreviado, consoante se torne necessário para a perfeita
identificação da sua pessoa podendo aditar-lhe alcunha;
 Pelo nome ou firma de um, alguns ou todos os sócios ou associados;
 Por designação de fantasia;
 Por expressões alusivas a actividades comercial desenvolvidas ou a desenvolver.

1.4. Princípios gerais das firmas


Os princípios relativos a firma, constituem os limites dentro dos quais o empresário comercial de
agir n processo de constituição da firma. Encontram-se consagrados no Código Comercial, são
nomeadamente, o princípio de verdade, novidade e da exclusividade.

1.4.1. Princípio da Verdade


A firma deve corresponder à situação real do comerciante a quem pertence, não podendo conter
elementos susceptíveis de a falsear ou de provocar confusão, quer quanto à identidade do
comerciante em nome individual e ao objecto do seu comércio, quer, no tocante às sociedades,
quanto à identificação dos sócios, ao tipo e natureza da sociedade, à (s) actividade (s) objecto do
seu comércio e outros aspectos a ele relativos.4
De acordo com este princípio a firma deve espelhar a realidade a que se reporta, não induzindo
em erro para com os seus clientes ou ao público em geral.
Segundo Ferrer Correia este princípio significa que a firma deverá corresponder à situação real a
que respeita não podendo conter elementos susceptíveis de a falsear ou de provocar confusão,
quer quanto à identidade do empresário (tratando-se de comerciante em nome individua) quer

4
Dec. Lei nº 2/2009 de 24 de Abril (BR nº 016, I Série, 3º Supl. de 24 de Abril de 2009, pág. 30
10

quanto à identidade dos sócios (tratando-se de uma empresa colectiva), quer ainda quanto à
natureza da sociedade e à índole ou ao âmbito do próprio estabelecimento.
Menezes Cordeiro acrescenta ao já referido que a firma não deve induzir em erro sobre a
pertença a algum grupo “hoje as sociedades estão muitas vezes interligadas; a pertença a um
grupo mesmo quando tenham objectos diferentes é um factor relevante sobre que não podem ser
enganados os consumidores”.5
De outra forma Carlos Olavo escreve que o princípio da verdade da firma é formulado
simultaneamente em termos positivos (os elementos devem ser verdadeiros) e em termos
negativos (devem não induzir em erro). Na primeira vertente o princípio da verdade exige, por
exemplo que a firma seja constituída pelo nome de um ou mais sócios da sociedade quando
firma nome. Na vertente negativa este princípio postula que a firma não seja enganosa. 6

1.4.2. Princípio da distintividade ou capacidade distintiva


A firma deve possuir distintividade, esta não se limita a ser uma designação genérica. As firmas
de denominação por quotas das Sociedades comerciais, das Empresas Públicas e das
cooperativas, devem dar a conhecer o respectivo objecto, sob pena de incapacidade distintiva, a
referência ao objecto não se basta com designações genéricas (como sociedade de seguros) nem
com vocábulos de uso corrente ou de proveniência.

1.4.3. Princípio da novidade


Marca a prioridade da firma já registada ou licenciada procurando evitar surgir outra firma
com a mesma denominação da existente. É aferida no âmbito da exclusividade, podendo haver
firmas semelhantes se tiver âmbito de exclusividade diferente, a racio legis, é não haver firmas
iguais. O juízo de confundabilidade (fundamentação de recurso) tem que ser de fundamentação
global, tem que atender aos elementos fundamentais da firma. É o nome da firma que o juízo de
valor tem-se de fundamentar.
Deste princípio não resulta que não deva haver elementos comuns entre a nova firma e a
anterior para que aquela se revista de novidade. E parece-nos que o facto de duas firmas
conterem elementos comuns não prejudicará, à partida, que terceiros identifiquem os
comerciantes com quem pretendam entrar em relações negociais. A única coisa a impor é que
estes elementos comuns não sejam os prevalentes, isto é, os mais adequados a perdurar na
memória do público, a impressionar. O que aqui se exige é que analisadas, cada uma
globalmente não sejam confundíveis.

5
Menezes Cordeiro, Manual de Direito Comercial, Vol. 1, Almedina, 2007, 2.ª Edição P 340 e 341
6
Artigo 26 do deccreto citado
11

Para esta análise da inconfundibilidade deve-se verificar como salienta Ferrer Correia
“com referência à diligência normal do homem médio se uma firma pode ser confundida com
outra se uma pessoa tinha em mente o nome de uma firma e poderia dirigir-se a esta, poderá ser
induzida em erro pela semelhança do nome e dirigir-se, portanto, a outra firma.7
Carlos Olavo prescreve que este princípio impõe que a firma de cada comerciante seja distinta da
dos outros comerciantes assegurando assim a respectiva função individualizadora que consiste
em distinguir o comerciante no exercício do seu comércio dos demais comerciantes. Permitindo
assim a fácil identificação por terceiros dos comerciantes com os quais se relacionam.
As firmas completamente distintas são, pois, aquelas que não são idênticas nem por tal forma
semelhantes que possam induzir em confusão ou erro sobre a realidade que visam individualizar.
Por isso haverá possibilidade de confusão sempre que um sinal possa ser tomado por outro ou na
possibilidade de o público criar uma ideia de que existe relação entre essas realidades. Falamos
aqui no caso de relação de grupo entre duas sociedades que poderá levar terceiros a supor que a
sociedade menor “ou sociedade filha” tem um suporte financeiro devido a uma relação com uma
entidade com poder económico de grande relevo.8
1.4.4. Princípio da exclusividade
A firma goza dum âmbito territorial de protecção, não é necessariamente o âmbito nacional. No
comerciante individual, se ele usar o seu nome, o âmbito de protecção é correspondente
territorial da conservatória de registos de entidades legais onde está registado. Se ele aditar ao
nome uma expressão distintiva já pode ser reconhecida extensão em todo o território nacional.
1.4.5. Princípio da Unidade
Segundo este princípio o comerciante só poderia girar sob uma única firma. Este princípio não
está expressamente consagrado na lei tal como estão os princípios da verdade e da novidade, mas
tem acolhimento doutrinal.
1.5. Formalização da firma
O Estado em relação às firmas garante a tutela administrativa (essencialmente), por isso é
necessário que as pessoas tenham um certificado da firma ou de denominação. Em todo
o processo administrativo necessário para a firma, este certificado é o elemento estratégico
essencial, em termos de direito para se poder iniciar os trâmites necessários para a constituição
de firma ou sociedade.

7
Ferrer Correia, Lições de direito Comercial, vol 1, Universidade de Coimbra, 1973, P. 280 e 281
8
Artigo 20 do codigo cormercial moçambiccano
12

O certificado serve para atestar que os requisitos estão preenchidos, é deste certificado que
depende tudo, escritura pública, elementos destinados à constituição de pessoas colectivas de
responsabilidade limitada.

A firma está sempre ligada ao estabelecimento (tendência real); a firma liga-se ao comerciante·
(tendência pessoal). A firma surge à partida com o nome comercial, designação usada pelo
comerciante no exercício do seu comércio. A firma deve ser registada na Conservatória de
registo de Entidades Legais.
1.6. Transmissão das firmas
Tal como outro direito, o código comercial faz menção no seu artigo 36 a transmissão das firmas
que se descreve: Pode ser transmitida em entre vivos, assim como sucedendo sócios ora falecidos
de uma empresa comercial, continuando gerido normalmente usando mesmo nome e sendo
mesma firma comercial, quando para tal seja autorizado, diante de uma declaração aditada de
sucessão.
1.7. Anulação da firma
A firma é anulável quando na respectiva composição se tenham violado direitos de terceiros, A
anulação da firma deve ser feita em acção judicial intentada pelo interessado no prazo de quatro
anos a contar da data da publicação, O direito de pedir a anulação da firma registada de má fé
não prescreve, a declaração da nulidade da firma deve ser registada e publicada.

1.8. Caducidade de firma


 As firmas comerciais caduca usando os seguintes critérios, que a baixo se descreve:
 Com o termo do prazo contratual;
 Por dissolução da pessoa colectiva;
 Pelo não exercício da empresa por período superior a quatro anos.

Importa referenciar que empresário comercial deve, no primeiro trimestre de cada ano, fazer a
prova da continuidade do exercício da empresa perante a entidade competente para o registo da
firma.
1.9. Declaração de caducidade da firma
A caducidade da firma é declarada pela entidade competente para o registo a requerimento dos
interessados, Do pedido de caducidade é notificado o titular do registo para responder, no prazo
de um mês Decorrido esse prazo, a entidade competente para o registo decide, no prazo de
quinze dias, Da declaração de caducidade cabe recurso para o tribunal, A declaração de
caducidade do direito à firma é registada oficiosamente e deve ser publicadaConclusão
13

Conclusão
Chegado a este capítulo concluímos que, quando se fala de firma trata-se de uma
designação que refere ao um nome comercial, cujo seu conhecimento é de extrema importância
no seio da comunidade, pôs ajuda identificar ou localizar em locais onde há pratica de actividade
comerciais, o termo firma pode ser entendido em dois sentido sendo subjectivo assim como
objectivo. Em sentido objectivo entende-se firma como sendo um sinal distintivo do
estabelecimento comercial enquanto o sentido subjectivo entende como sendo firma é um sinal
distintivo do próprio comerciante.
Em termos de composição das firmas as firmas podem ser formada conforme os casos
por um ou vários nomes de pessoas completos, como por exemplo na cidade de Lichinga pode-se
encontrar as seguintes firmas Socin Ltd, Salum Comercial, Aginur Comerciar. Como ilustram os
exemplos acima referenciados a primeira firma é composta por sócios irmãos que ambos
possuem apelido Socin, a segunda e terceira são firmas que tem nomes dos proprietários da
própria firma.
Para a sua criação segue diversos princípios orientadores tais como: princípio da verdade,
principio da qucapacidade distintiva, principio da novidade, da exclusividade e novidade, as
fimas também são susceptíveis em serem anuladas observando o seguinte critério quando na
respectiva composição se tenham violado direitos de terceiros, devendo ser feita em acção
judicial intentada pelo interessado no prazo de quatro anos a contar da data da publicação, a
anulação da firma registada de má fé não prescreve, a declaração da nulidade da firma deve ser
registada e publicada. As firmas também caducam na seguinte vertente, com o termo do prazo
contratual, por dissolução da pessoa colectiva, pelo não exercício da empresa por período
superior a quatro anos.
14

Referencias Bibliográficas
Doutrina:

1. Coutinho de Abreu, Jorge Manuel, Curso de Direito Comercial vol. 1, Almedina,


Coimbra, 2006;
2. Ferrer Correia, A., Lições de Direito Comercial, vol. 1, Edição Policopiada, Universidade
de Coimbra, 1973;
3. Menezes Cordeiro, António, Manual de Direito Comercial, vol. 1, Almedina, Coimbra,
2007
4. Nogueira Serens, Manuel Couceiro, A Monopolização da Concorrência e a (Re-)
Emergência da Tutela da Marca, Almedina, Coimbra, 2007
5. Nogueira Serens, Manuel Couceiro, O Direito da Firma das Sociedades Comerciais
Nogueira Serens, Manuel Couceiro, Firma e Língua Portuguesa (Parecer), Separata da
Revista de Notariado de 1994 /1-3
6. Olavo, Carlos, Propriedade Industrial, vol. 1, Almedina, Coimbra, 2004
7. Pinto coelho, José Gabriel, Lições de Direito Comercial, Vol. 1, Edição de Autor, Lisboa,
1966 Pupo Correia, Miguel, Direito Comercial, Direito da Empresa, Ediforum, Lisboa,
2007.

Base Legal

8. Constituição da República de Moçambique de 2018. Boletim da República nº1/2018 de


12 de Junho, serie I, 2º Suplemento. Maputo
9. Decreto-lei nº 2/2009 de 24 de Abril. que aprova Código Comercial.BR nº 016, I Série,
3º Supl. de 24 de Abril de 2009

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