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V.
Instrumentos jurídicos da atividade comercial
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Firma
A firma é identificadora do empresário no exercício da atividade económica – denominação
comercial do empresário, a firma permite identificar uma realidade subjacente. É obrigatória
de natureza nominativa (tem de ser composta por palavras). Ou são adotados pelos
empresários singulares ou coletivos. Seja empresário singular ou coletivo precisa de firma. É
denominação comercial do empresário (nome comercial).
Alem de identificar comerciantes a firma individualiza alguns não-comerciantes: as sociedade
civis de tipo comercial e os ACE com objeto civil e pode ainda individualizar empresários
individuais não comerciantes.
Alguns comerciantes são identificados por “denominação”. Na redação originária do artigo 19º
CCom, denominação contrapunha a firma pois designava as sociedade anónimas sendo
composta por expressões indicando essencialmente o respetivo objeto social e não constituída
por nomes de pessoas.
Em 1931, a redação do artigo passou a fazer equivaler firma e demoniçao. O RRNPC, diploma
que contém o atual regime retoma a distinção - Firma é o vocábulo preferido para designar o
signo individualizador de comerciantes e Denominação designa preferencialmente o sinal
identificador de não comerciantes.
O seu regime está patente no CSC, no RNPC (aprovado pelo DL 129/98) e no art. 18º, 1 - refere
que uma das obrigações é a adoção da firma. Trata-se de um sinal de natureza nominativo por
ter de se compor por palavras, não é figurativo como o caso da marca.
O nosso legislador adotou uma conceção subjetiva da forma por ela identificar o empresário,
mas pode ter caráter objetivo por identificar a empresa (ex. EUA).
Constituição da firma: o regime pode ser descrito em dois aspetos diferentes, o regime comum
com regras gerais de composição de qualquer firma e ainda regras especiais para a firma de
certos empresários, sejam estes singulares ou coletivos. Quanto ao comum, determina que
elas são constituídas por uma formação verbal, havendo aqui liberdade para o seu
estabelecimento. Há liberdade de composição da firma que se decompõe em 4 modelos
distintos:
o Subjetivas – composta pelo nome de 1 ou mais pessoas, neste caso, de sócios.
o Objetivas – alude ao tipo de atividade económica desenvolvida pelo empresário, sem
que haja menção aos seus sócios.
o Fantasiosas – não fazem menção nem aos sócios nem às atividades, a partir da firma
nem extraímos qual o tipo de atividade desenvolvida. (ex: ZON)
o Mistas – combinam os tipos de elementos objetivo e subjetivo ou ainda integrando
tipos fantasiosos. (ex. Pingo Doce Distribuição Alimentar)
Restrições de caráter geral previstas no art. 32º RNPC. RNPC- aprovado pelo DL 129/98). Art.
32º, nº4: das firmas e denominações não podem fazer parte as expressões aí referidas. O nº4
al.d). há um conjunto de firmas que naturalmente são proibidas (ex: que apelam ao consumo
de drogas).
A firma é um sinal de uso obrigatório, os empresários têm de a adotar (18º, 1 CCom.), mas as
consequências para o não acatamento são distintas.
Quanto aos comerciantes individuais, o incumprimento desta obrigação não acarreta outras
consequências que não sejam a exposição a uma coima e a impossibilidade do comerciante se
prevalecer do índice poderoso da sua qualidade de comerciante, aliás ele só se pode registar se
tiver firma pelo que não pode registar o inicio da atividade. Logo, se alguém que não criou a
firma praticar sistematicamente atos de comércio, ele permanece com o estatuto de
comerciante, mas não estando registado deixa de poder prevalecer uma importante presunção
da sua qualidade de comerciante que resulta do registo.
Quanto aos empresários individuais rege o art. 38º RNPC a constituição da firma, há uma
limitação à liberdade de composição pois o núcleo da firma tem de ser sempre o nome civil do
empresário, não pode haver uma firma fantasiosa para os empresários individuais (claro que
não se excluem as mistas). A firma de comerciante de comerciante individual tem de ser
composta pelo seu nome, completo ou abreviado, o necessário para a identificação da pessoa,
admitindo a lei que este seja antecedido de expressões correspondentes a títulos académicos,
profissionais, etc.. ou ainda que se adicione ao nome uma alcunha.
Particularidade do EIRL (Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada): nos termos
do art. 2º, nº3 do DL 129/98 se um empresário individual utilizar o EIRL tem de ter duas firmas,
uma em nome individual e outra igualmente constituída pelo seu nome com o aditamento de
“EIRL”. Porquê a exigência de uma coincidência mínima ou nuclear do nome civil com o nome
da firma? É fundamental que aos olhos de terceiros a firma não seja um sinal criador de
confusão de existência de pessoas diferentes quando só há um empresário. [Nos termos do
art. 2º, 3 DL do eirl se um empresário for titular do eirl, ele tem de ter duas firmas.]
Quanto aos empresários coletivos, assume relevância o caso das sociedades comerciais, as
regras de composição estão no CSC – remissão do art. 37º RNPC. A firma deve ser constituída
ou exclusivamente ou simultaneamente pelo nome dos socios, ou seja, a firma pode ser
constituida pelo nome de um sócio ou de todos os sócios. Não existe só um tipo de sociedade
comercial, e por isso há regras/regimes aplicáveis a cada especifica sociedade (art, 177º, 467º,
200º, 275º). Agrupamos estes quatro tipos em dois grupos:
Sociedades de pessoas: em nome coletivo (art. 177º) deve ser acompanhada pelo
aditamento final “Lda” em comandita (art. 467º) deve ser acompanhada pela expressão
“e/em comandita”. Sociedades por quotas: art. 200º: aditamento final “ Lda.”. Sociedades
Anónimas: art. 275º: aditamento final “S.A. “.
o Sociedades anónimas e por quotas – A firma das sociedades por quotas deve ser
formada, com ou sem sigla, ou pelo nome ou firma de todos ou alguns dos sócios, ou
denominação particular ou reunião de ambos esses elementos (firma mista). O que
dissemos acerca da firma de sociedades por quotas vale quase integralmente para a
firma de sociedades anonimas com o aditamento final de “S.A.” ou “Sociedade
anónima”.
Nas sociedades por quotas, temos o aditamento limitado, nas anónimas vemos S.A.
Uma sociedade pode ter de alterar o objeto da sociedade, pelo que precisam de
alterar os estatutos, o art. 200º, 2 e 3 CSC para as sociedades por quotas, 275º, 2 e 3
para as anónimas, que no caso da firma dessa sociedade figurar uma alusão ao
objeto da sociedade, só é possível alteração dos estatutos mediante previa alteração
da firma. Mais uma vez a finalidade da lei é a tutela do trafego jurídico. A firma deve
ser composta de modo a identificar o empresário ou o seu objeto e não a induzir o
público em erro, se um sócio sair da sociedade por morte ou exclusão ou por venda
das participações, o art. 32º RNPC o nome do sócio só continua a figurar se ele
autorizar, pois se não há prazo máximo de 1 ano para que se altere a firma.
Transmissão
Sendo as firmas sinais distintivos de sujeitos, poderia pensar-se serem intransmissíveis. Não é
todavia assim. Normalmente a firma distingue não apenas o comerciante mas também a(s)
respetiva(s) empresa(s), que liga este a esta(s). A firma pode ter considerável valor económico
e interessa ao titular poder realizar esse valor. A livre transmissibilidade das firmas sem
respetivas empresas daria azo a enganos no publico, assim a transmissão de uma dá-se
juntamente com a outra. 44º RRNPC – a transmissão entre vivos de firma obedece a 3
requisitos: a transmissão fazer-se com a do estabelecimento comercial que esta ligada; acordo
das partes por escrito e se necessário a autorização do titular do nome; o adquirente tem de
aditar à sua própria firma menção de sucessão e a firma adquirida. A transmissão pode dar-se
também por mortis causa. 44º nº3 RRNPC.
Marca
Marcas são signos suscetíveis de representação gráfica destinados sobretudo a distinguir certos
produtos idênticos ou afins. “produtos” são bens que resultam da atividade produtiva – bens
materiais ou corpóreos e bens imateriais e serviços. A marca é um sinal que identifica os
produtos de um empresário diferenciando-os de produtos idênticos ou afins mas podem
respeitar produtos ou serviços respeitantes a qualquer atividade económica. Pensamos
imediatamente nas ... marcas coletivas por terem como titular obrigatório uma pessoa coletiva,
ex. aguardente do Minho. Dentro das marcas notórias temos marcas de prestigio (242º e 243º)
que ultrapassam o local onde foram registadas – notoriedade pública de tal ordem que
marcam todos os produtos mesmo os que nada têm que ver com os produtos originários da
marca. Uma marca de direito é um sinal distintivo que ainda não foi registado.
Agrupando algumas espécies de marcas por critérios temos:
Tendo em conta a natureza das atividades: marcas de indústria, de comercio, de agricultura e
de serviços (setor terciário ex. bancos, seguradoras, transportadoras)
Tendo em conta os elementos componentes: marcas nominativas (constituídas por palavras),
figurativas (constituídas por desenhos), marcas constituídas por letras, números, cores, marcas
mistas (juntam vários elementos), auditivas (constituídas por sons), tridimensionais ou de
forma (com 3 dimensões ou volume), simples – 222º, 223º nº1 b) e)
Tendo em conta os titulares dos sinais as marcas podem pertencer a: empresários (sujeitos de
empresas no sentido objetivo) como a não empresários. Tradicionalmente as leis da maior
parte dos países permitia a titularidade de marcas individuais registadas somente a
empresários, hoje é diferente. CPI 224º 225º 226º
Ao lado das marcas individuais encontramos as marcas coletivas (que não pertencem
normalmente a sujeitos empresários). Não significa isto, porém, que a propriedade destas
marcas seja coletiva ou de uma pluralidade de sujeitos. Na verdade, cada marca coletiva
pertence a um só sujeito. Outra nota caracterizadora destas marcas é que são usadas para bens
produzidos, por norma, por diversos e autónomos sujeitos. CPI, artigo 228º e ss. divide marcas
coletivas em marcas de associação (pertencem a associações e podem ser usadas pelos
respetivos associados) e em marcas de garantia ou certificação (pessoas coletivas que
controlam a existência de determinada qualidade em produtos e estabelecem normas técnicas
a que eles ficam sujeitos)
O CPI de 1995 havia introduzido a ideia de “marcas de base” - marca que identifica a origem
comercial ou industrial de uma série de produtos ou serviços produzidos por uma empresa de
atividades múltiplas ou por grupo de empresas 177º. Todavia marca base só poderia ser usada
quando acompanhada pela marca específica relativa a cada produto ou serviço 179º Esta
parelha marca base/marca especifica remete para a tradicional marca geral/marca especial – a
marca geral distingue todos os produtos de uma empresa e a marca especial distingue
produtos de determinados tipo. Contudo, não há coincidência perfeita entre as duas. Tem-se
entendido que a marca especial pode ser usada desacompanhada da marca geral e vice-versa e
levanta-se o problema em relação a empresas de atividades múltiplas quer quanto a grupos de
empresas.
a) Pode uma sociedade de grupo obter o registo de marca para bens produzidos por uma
sociedade de grupo? 225º Pode.
b) Podem diversas sociedades do grupo ser co-titulares de uma marca? Podem.
c) Sendo uma sociedade de grupo titular de uma marca, a que titulo pode esta see usada
por outras sociedades de grupo? Atraves de licenças – 32º, 264º - ou outros acordos
(inclusive informais).
Nenhuma destas respostas exige que se conceba o grupo de empresas como uma empresa.
Quanto ao regime de proteção é necessário distinguir entre marcas registadas e não registadas,
de facto ou livres – 224º 1 - marcas notórias e marcas de prestígio, mesmo quando não
registadas gozam de proteção especial – 241ºe 242º
Marca notórias (art. 241º) : há modalidade particular que é a de prestigio (art. 242º e 243º
C.Prop. Industrial), tem uma notoriedade que ultrapassa o estado onde foi registada.
qualidade seriam tão-só reflexamente protegidas). Cedo esta conceção foi posta em questão,
pois a marca é muitas vezes um sinal anonimo, sem qualquer menção ao titular ou a empresa e
a mesma pode ser usada por varias empresas de grupo, ou titulares de licença, ect. Esta
conceção tradicional falhar claramente nas marcas coletivas de certificação (230º CPI) bem
como em casos em que é legítimo dois ou mais sujeitos não ligados usarem a mesma marca
para produtos idênticos ou semelhantes – 243º (o titular da primeira registada marca autorize)
267º.
Assim a função de indicação da origem é parte da função da marca – nem sempre presente - e
não a função essencial.
As marcas destinam-se a distinguir os produtos através de mensagens. Assim como qualquer
signo, as marcas comunicam ideias por intermediário de mensagens – comunicam, no mínimo,
que os produtos assinalados com a marca são individualizados e distintos de outros bens da
mesma espécie.
Será a função distintiva a única função jurídica das marcas?
242º nº1 – Vemos uma proteção acrescida das marcas de prestigio. Esta proteção rompe o
principio da especialidade, não se limitado a prevenir ou impedir risco de confusão. Falamos
agora de uma tutela direta e autónoma da função atrativa ou publicitária excecional das
marcas de prestigio. Estas marcas tornam-se símbolos de excelência e são conhecidas por parte
significativa do publico interessado.
Marcas de prestigio é um fenómeno qualitativo e não quantitativo. Não é necessário que sejam
marcas de grande notoriedade nem em te ser super-notorias). Para serem de prestigio, as
marcas alem de notórias, hão-de ter boa reputação assente na boa qualidade de produtos
respetivos e eventualmente na singularidade e originalidade dos signos.
A proteção especial de marcas de prestigio é concedida sempre que o uso da marca posterior
procure tirar partido indevido do caracter distintivo ou de prestigio da marca, ou possa
prejudica-lo. Não haverá aproveitamento ilícito se o titular da marca consentir com o registo.
Outra questão: tem as marcas também uma função de garantia de qualidade direta e
autonomamente tutelada pelo direito? Tradicionalmente a resposta é negativa. Não é uma
função autónoma mas derivada da função distintiva, de indicação da origem.
“Nós respondemos afirmativamente.” Por um lado não se como se pode negar uma função
autónoma de garantia relativamente as marcas coletivas de certificação – 230º e 231º 1, a). Por
outro lado, agora em relação a marcas individuais há que ter em conta a al. b) do nº 2 do 269ª
– são ilícitas as diminuições de qualidade suscetíveis de induzir o publico em erro, isto é,
deteriorações qualitativas sensíveis e ocultas ou não declaradas ao publico. Assim, também as
marcas individuais cumprem função de garantia e qualidade autonomizavel da função
distintiva.
Não se conclua que a tutela dos interesses do consumidor e objetivo principal da legislação
sobre marcas. O direito de marcas serve primordialmente os interesses do respetivo titular.
constitutivo. O que não quer dizer que no entanto, desde que marca ultrapasse forma
necessária ao produto já pode ser. A marca é um sinal extrínseco ao próprio produto.
o Marcas usuais (223º, 1, g) – expressões que são de uso corrente e que não
podem ser utilizadas para designar uma marca, ex. “super”.
Todos estes conceitos são abstratos mas a operação de determinar se os princípios são
observados é uma operação casuística.
Há marcas tão fortes que se acabam por tornar na própria designação do produto. Art. 269º,
nº2, al. a: fenómeno da vulgarização da marca. Quando marca se torna na designação do
produto a marca caduca. A caducidade não é automática, é preciso ser proposta no tribunal. A
marca é um monopólio muito importante nas sociedades de consumo.
Nada impede que use marca que não está registada. No entanto, isso não impede terceiro de
copiar.
REGISTO
Titular de marca registada é proprietário de um bem imaterial que é a marca. Para que se
constitua um direito de propriedade sob uma marca é preciso que a mesma seja registada (no
INPI) – 224º do CPI. O processo normal de registo é regulado pelos arts. 233º, ss.
No registo de marca não basta fotografia, mas tem de haver uma descrição especificada.
Quanto mais complexa for a marca mais complexas são as especificações. Como qualquer
proprietário pode usar, fruir e abusar. Pode fazer tudo o que pode fazer com qualquer bem:
usar nos seus produtos, na sua correspondência, incluir os designativos marca registada,
onerar a marca, transmitir a marca, contrato de licença de marca (permite a outros explorar).
Tem todos os poderes de um proprietário mas estes poderes não são absolutos:
2. Ambito territorial – registo de marca é eficaz em todo o território nacional (Art. 4º,
nº1).
Registo: O art. 224º define que o direito à marca implica um registo é constitutivo. Há
varios tipos de registo:
Tem direito de prioridade para o registo o quem primeiro apresentar regularmente o respetivo
pedido (art. 11º).
O registo é então fundamental porque tem natureza constitutiva mas isto não significa que a
marca de facto, isto é, usada mas não registada não tenha algum valor jurídico. A lei chama
marca livre (quando não registada). Art. 227º): durante 6 meses o proprietário de marca de
facto tem com prioridade o poder de registar a sua marca ainda que terceiro tenha registado
antes.
A marca, tal como os outros sinais distintivos, é livremente transmissível (art. 262º):
onerosa ou gratuitamente; inter-vivos ou mortis causa; definitivamente ou temporariamente
(ex: contrato de licença por determinado período ou numa área geográfica).
• 265º ss).
• Caducidade: art. 269º. A caducidade de uma marca pode ocorrer por 3 motivos:
a. Falta de uso (nº1): não foi objeto de uso sério durante 5 anos consecutivos salvo com
justo motivo. Para efeitos da lei será o mesmo se o titular não usar a marca ou usar a
marca mas não seriamente, p.ex. faz comercialização não séria de produto, apenas
para manter a marca.
c. Uso enganoso da marca (nº2, al. b): induzir publico em erro sobre natureza, etc. É uma
espécie de projeção de princípio da verdade mas por causa supervivente ao registo. Se
em momento posterior a registo passa a haver desconformidade total entre marca e
características do produto há um uso enganoso da mesma.
No inicio da matéria definimos que além de firma e marca, são também sinais distintivos do
comercio:
2. Logótipo (art. 304º-A ss): é um sinal distintivo que serve para identificar qualquer tipo
de sujeito jurídico que preste serviços ou comercialize produtos (no fundo que esteja
no mercado) para identificar esse sujeito jurídico e/ou a respetiva organização (p.ex.
um dos estabelecimentos deve sujeito) devendo ser constituído por elementos de
representação gráfica (art. 304º-A). Este é sinal politivante ou multifuncional:
- Tem alguma matriz subjetiva a partir do momento que pode ser adequado a distinguir
uma entidade que preste serviços ou comercialize produtos (nº2) - não é
necessariamente entidade comercial mas distingue-se da Firma porque é sinal
facultativo e pode ser composto com mais liberdade do que a firma.
- Pode ter uma matriz objetiva porque o art. 304º-A, nº2 nos diz que pode ser utilizado
em estabelecimentos anúncios ou impressos (a lei faculta esta segunda vertente: em
vez de identificar o empresario pode servir para identificar o estabelecimento desse
empresário). É um sinal que dá continuidade a um sinal revogado chamado nome e
insígnia do estabelecimento (especificamente concebido para identificar as unidades e
Estes são os sinais típicos, mas agora iremos ver os atípicos: sinais que não estão tutelados ou
regulados na lei portuguesa mas não deixam de ser sinais de comercio de relevo crescente
Nome de domínio: sinal nominativo constituído por direção ou endereço eletrónico, numérico
ou alfanumérico que serve para identificar computadores na rede e aceder a sítios nessa rede.
Ex: WWW é no fundo uma rede de computadores ligados e o que permite isto é o endereço
eletrónico do qual tem de fazer parte o nome de domínio. Os nomes de domínio são
constituídos por pontos diferentes: 1º constituídos por nome de titular; há ainda designação de
pais ao qual esta associado esse nome de domínio (p.ex. .pt; con). O nome de domínio acaba
por ser sinal distintivo do comercio atípico porque não esta consagrado na lei. Estas regras do
nome de domínio é um regime jurídico embrionário feitas pela fundação pelo que ainda não
tem estatuto de regras legais. Art. 1303º CC: só há casos de propriedade sobre bens
incorpóreos nos casos em que a lei o disser- apesar de não ter regime legal é um sinal
importante que no futuro acabara por canabalizar todos os outros sinais. Hoje é difícil existir
empresas com alguma dimensão que não tem ou serviços ou publicidade na internet e para
isso tem nome de domínio. O que hoje se verifica muitas vezes é utilização de nome de
domínio como forma indireta de fazer concorrência a empresas estabelecidas. É possível que
este sinal quando deixe de ser apenas nominativo substitua a marca. Nas regras de registo de
nome de domínio existem princípios muito parecidos (da verdade, eficácia distintiva, etc)
embora não tenha regulação legal. A gestão de nome de domínio compete a uma entidade: já
foram reguladas pela fundação para ciência computacional, no entanto, atualmente é pela
entidade internacional é CFMS. Isso não significa que depois atribua a titular o uso exclusivo.