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Introdução........................................................................................................................................2
1.2Objectivos gerais………………………………………………………………………………2
1.3.Objectivo específico…………………………………………………………………………..2
1.4. Metodologia..............................................................................................................................2
Recursos jurisdicionais....................................................................................................................3
Noção de recurso.............................................................................................................................3
Objecto do recurso...........................................................................................................................3
Os recursos jurisdicionais................................................................................................................3
Conceito...........................................................................................................................................3
Inadmissibilidade de recursos..........................................................................................................4
Recursos ordinários.........................................................................................................................6
Recursos Extraordinários.................................................................................................................6
Legitimidade....................................................................................................................................6
Interposição do recurso....................................................................................................................7
Legitimidade..................................................................................................................................11
Julgamento.....................................................................................................................................12
Conclusão......................................................................................................................................13
Referencia Bibliográfica................................................................................................................14
Introdução
Este presente capítulo apresentará ponto de vista relacionado com a temática em estudo,
concretamente, recursos jurisdicionais
No que tange a análise do tema em debate, teremos como foco e observância a doutrina e a
legislação moçambicana.
Assim, apresentamos as abordagens feitas, partindo dos conceitos menos complexos aos mais
complexos, numa ordem crescente, não só como forma de consolidar o saber gradualmente
adquirido mas também para desanuviar dúvidas na apreensão e na interpretação que advierem
desse saber.
1.4. Metodologia
No processo da elaboração do nosso trabalho recorreu se aos aspectos relevantes., que são
nomeadamente:
Consulta das leis; e
Manuais.
Recursos jurisdicionais
Noção de recurso
Os órgãos administrativos, no exercício das suas actividades, produzem actos jurídicos que os
particulares, bem como os próprios agentes administrativos, devem cumprir, ora, em virtude da
infabilidade da pessoa humana, por vezes, estes actos jurídicos violam as normas de Direito
Administrativo que lhes deram origem. Para frente a essas violações, existe um mecanismo de
reação que consiste no recurso, uma actividade através do qual o destinatário do acto ilegal pede
a ente de direito apreciar e tomar decisão sobre o caso1.
Objecto do recurso
O objecto do recurso incide sobre o acto recorrido, que é um acto administrativo definitivo e
executório practicado por um órgão da pessoa colectiva pública da qual a lei permite solicitar-se
a sua apreciação2.
Os recursos jurisdicionais
Conceito
Note-se que o processo administrativo não termina com a practica do acto administrativo
definitivo ou executório, pois a legalidade deste tipo de acto pode ser objecto de apreciação e,
consequente, pode ser objecto de discussão sobre a sua validade perante o Tribunal
Administrativo. Entretanto, as decisões jurisdicionais do Tribunal Administrativo e dos tribunais
administrativos proferidas no âmbito do processo executivo, podem dar lugar a recurso
jurisdicional (artigo 163 da lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro) 3. Ou seja, definimos os recursos
jurisdicionais, como sendo a impugnação das decisões do Tribunal Administrativo, tribunais
administrativos provinciais e Tribunal administrativo da cidade de Maputo em sede do processo
executivo
1
VAZ, Joaquim. Lições Preliminares De Direito Administrativo II, Maputo, Moçambique. pp. 20-21
2
VAZ, Joquim [ob cit, pp.22]
3
Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro.
artigo 70 “Todo cidadão pode impugnar os actos que violam os seus direitos estabelecidos na
constituição e nas demais leis, pelo que esse direito é salvaguardado nos tribunais.
Bem, tal como havíamos dito, nos recursos jurisdicionais, os tribunais reagem sobre a legalidade
dos actos administrativos, desde que o interessado tenha legitimidade para interpor o recurso
administrativo, é também, necessário que esse recurso seja interposto dentro do prazo previsto
por lei. Nesta optica, a nível do Tribunal Administrativo, não se trata de algum julgamento do
órgão que practicou o acto ou a pessoa colectiva que pertence a esse órgão, pois oque interessa
nesse momento é a legalidade do acto administrativo e não do comportamento das pessoas.
Inadmissibilidade de recursos
Nos termos estabelecidos pelo artigo 164 nº 1 da LPAC4, não é admissível recurso:
4
Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro
5
ANDRADE, José Carlos Vieira de – A Justiça Administrativa, 13.ª ed., Coimbra, Almedina, 2014, pp. 398
dar provimento ao recurso, vai substituir a decisão impugnada por aquela que entenda ser
adequada. Por sua vez, nos recursos cassatórios ou rescidentes o tribunal ad quem limita-se a
verificar a legalidade da decisão recorrida e, em caso de procedência, a cassá-la, ou seja, a
proceder à sua revogação ou rescisão, remetendo posteriormente o processo ao tribunal
competente, em regra, ao tribunal a quo, para nova decisão. Realce-se que a prática processual
portuguesa, que se confirma também no processo contencioso administrativo, vai no sentido de
os recursos serem, em regra, substitutivos.
VIEIRA DE ANDRADE ensina que esta classificação que se funda na existência ou inexistência
dos poderes dispositivos do tribunal superior, não se identifica, apesar de algumas correlações
fortes, com a que distingue entre os recursos de reexame e os recursos de reponderação ou de
revisão que respeita ao alcance desses poderes. Advoga a este respeito o autor que “É certo que,
no recurso de cassação, como o tribunal visa apenas verificar o cumprimento da lei pelo tribunal
a qual, não poderá, pelo menos em regra, senão rever ou reponderar a decisão recorrida com base
na prova, nos factos e no direito existentes à data em foi proferida. Mas, já no caso do recurso
substitutivo, tanto pode entender-se que o tribunal de recurso julga de novo o mérito da causa
devendo, então poder fazer um reexame da questão, isto é, da relação jurídica controvertida,
eventualmente com base em novas provas e atendendo às alterações de facto e de direito que
tenham ocorrido até à decisão do recurso, como se limita a reponderar a decisão tomada, na
exacta medida em que foi impugnada”.
AROSO DE ALMEIDA e CARLOS CADILHA 6, defendem que tem legitimidade para recorrer
de uma decisão jurisdicional, em primeiro lugar, ‘quem nela tenha ficado vencido,
subentendendo-se que se trata de quem tenha figurado no processo como parte principal.
Considerando-se partes no processo os autores ou réus originários, ainda que intervenham em
coligação, o que inclui os contra-interessados, e, bem assim, os que tenham intervindo,
defendendo um interesse igual ao do autor ou do réu, a título de intervenção espontânea ou de
intervenção provocada. Salientam os autores que “O chamado que não tenha intervindo no
processo, mas relativamente ao qual a sentença faça caso julgado, dispõe igualmente de
legitimidade para recorrer da decisão desfavorável, por ser, apesar de revel, directamente
6
ALMEIDA, Mário Aroso de e CADILHA, Carlos Alberto Fernandes. Comentário ao Código de Processo nos
Tribunais Administrativos, 3.ª ed. revista, Coimbra, Almedina, 2010, p. 917
prejudicado pela decisão. Assim, no que concerne ao conceito de parte vencida, poderemos
afirmar que é aquela a quem a decisão causa prejuízo e, deste modo, a parte relativamente à qual
a decisão se mostra desfavorável, independentemente de, sendo réu, ter ou não deduzido
oposição.
Ordinários; e
Extraordinários.
Recursos ordinários
Os recursos ordinários segundo prevê o artigo 676 nº2 do código de processo civil 7 são: a
apelação, a revista, o agravo e o recurso para o plenário do Tribunal Supremo.
Recursos Extraordinários
Segundo a disposição citada acima são recursos Extraordinários, a revisão, a oposição de
terceiros e a suspensão da execução e anulação de sentenças manifestamente injustas e ilegais.
Legitimidade
Nos termos previstos pelo artigo 165 da LPAC8, podem recorrer a parte ou interveniente no
processo que fique vencido, a pessoa directa e efectivamente prejudicada pela decisão judicial
impugnada e o Ministério Publico. Entretanto, em caso de recurso contencioso, tem ainda
legitimidade para impugnar a decisão final de aproveitamento o recorrente que tenha ficado
7
Código de processo civil
8
Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro
vencido relativamente a fundamento cuja providência pudesse assegurar tutela mais eficaz dos
direitos ou interesses lesados pelo acto recorrido.
VIEIRA DE ANDRADE9 ensina que também se considera vencido para efeito de recurso o autor
que, apesar de ter obtido a anulação peticionada, não viu reconhecida pela sentença anulatória
uma causa de invalidade que impeça ou limite a possibilidade de renovação do acto ou da norma
anulado10, tal como se admite um recurso parcial da sentença anulatória, se a procedência nessa
parte em que se recorre da sentença for suficiente para excluir ou limitar tal renovação, podendo-
se, desta forma, recorrer apenas da parte da sentença que anulou o acto com fundamento em
vícios de conteúdo.
Com efeito, o Ministério Público tem legitimidade para a interposição do recurso se a decisão
tiver sido proferida com violação de disposições ou princípios constitucionais ou legais, ou seja,
sempre que esteja em causa o superior interesse da defesa da legalidade
Interposição do recurso
Os recursos das decisões jurisdicionais dos tribunais administrativos provinciais e do Tribunal
Administrativo da cidade de Maputo interpõe-se, directamente ou sob o registo do correio, junto
da primeira secção do Tribunal Administrativo por meio do requerimento que inclua ou junte a
respectiva alegacão do recorrente e no qual se indica a espécie do recurso interposto. Podem os
mesmos ser apresentados na secretaria do tribunal administrativo de província onde tem
escritório ou domicílio do recorrente.
9
ANDRADE, José Carlos Vieira de, op. cit., pp. 407-408
10
Por exemplo, se, tendo sido invocados vícios formais e vícios de conteúdo, o acto tiver sido anulado pelo tribunal
apenas com base nos vícios formais, em termos que não impeçam a Administração de praticar novo acto, com o
mesmo conteúdo, embora expurgado dos vícios declarados – e o mesmo vale para as normas, apesar de a lei se lhes
não referir expressamente”.
11
Artigo 166, nº 1,2,3 e 4 da Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro
Com relação ao prazo de interposição dos recursos, importa nos realçar que é de trinta dias,
contados da notificação da decisão (artigo 167 da LPAC). São citados todos recorridos para
apresentar alegacões no prazo de trinta dias (artigo 168 da LPAC).
Quanto aos autos, a jurisdição competente mantem ou reformula a decisão sobre o pedido
cumulativo, em conformidade com o julgado no pedido principal (artigo 173 da LPAC).
12
Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro
Recursos com fundamento na exposição de acórdãos
No processo de recurso com fundamento em exposição de acórdãos rege-se pelas normas
específicas do recurso contencioso em devidas adaptações. No que concerne aos pressupostos,
cabe nos realçar, que há lugar a recurso com fundamento em exposição de acórdãos de qualquer
formação de julgamento que em relação ao mesmo fundamento de direito e na ausência de
alteração substancial da regulamentação jurídica partilhem solução oposta a de acórdãos de outra
formação, pelo que, se considera recorrido nesta secção, a parte beneficiária do acórdão recorrido
(artigo 175 conjugado com o artigo 176 da Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro).
O requerimento pode não incluir as alegações e antes vir delas acompanhadas. Não obstante, o
busílis da questão é o de saber como proceder perante um requerimento de interposição de
recurso que não inclui as respectivas alegações nem vem delas acompanhado na data em que é
apresentado em tribunal, sendo que nessa data está ainda em curso o prazo de que a parte dispõe
para recorrer. Conforme refere a autora, há dois entendimentos: Há quem entenda que perante
uma situação destas se está perante uma situação em que o recorrente não exprimiu de forma
eficaz a sua intenção de recorrer, o que conduz à imediata deserção do recurso interposto, pelo
13
RIBEIRO, Helena – A nova justiça administrativa (trabalhos e conclusões do seminário comemorativo do 1.º
ano de vigência da reforma do contencioso administrativo), Coimbra, Coimbra Editora, 2006, pp.202-203
que, a secção deverá fazer o processo imediatamente concluso ao juiz a fim de o mesmo declarar
deserto o recurso.
Recurso de revisão
Tal, como havíamos dito numa das abordagens, o recurso de revisão é um recurso ordinário, pelo
que este segue o regime jurídico dos artigos 180 e seguintes da (Lei nº 7/2014 de 28 de
fevereiro).
Quando se mostre, por sentença criminal transitada em julgado, que foi proferida por
prevaricação, concussão, peita, suborno ou corrupção do relator ou de algum juízes que
na decisão intervieram;
Quando se apresente sentença já transitada que tenha verificado a falsidade de documento
ou acto judicial, de depoimento ou das declarações de peritos que possam, em qualquer
dos casos ter determinado a decisão a rever; a falsidade de documento ou acto judicial
não é, todavia, fundamento de revisão, se a matéria tiver sido discutida no processo em
que foi proferida a decisão a rever;
Quando se apresente documento de que a parte não tivesse conhecimento, ou de que não
tivesse podido fazer uso, no processo em que foi proferida a decisão a rever e que, por si
só, seja suficiente para modificar a decisão em sentido mais favorável à parte vencida;
Quando tenha sido declarada nula ou anulada, por sentença já transitada, a confissão,
desistência ou transacção em que a decisão se fundasse;
Quando seja nula a confissão, desistência ou transacção, por violação dos poderes dos
mandatários judiciais ou dos representantes das pessoas colectivas, sociedades, incapazes
e ausentes sob reserva dos casos em que a sentença foi notificada pessoalmente ao
mandante e ele não recorrer no prazo legal;
Quando, tendo corrido a acção e a execução à revelia, por falta absoluta de intervenção
do réu, se mostre que faltou a sua citação ou é nula a citação feita; e
Quando seja contrária a outra que constitua caso julgado para as partes, formado
anteriormente.
Legitimidade
Tem legitimidade para pedir a revisão, aqueles contra quem tenha sido ou esteja em vias de ser
executada a decisão de rever, os que tenham ou, com legitimidade, pudessem ter recorrido do
acto sobre o qual recaiu a decisão do Ministério Publico. O requerimento deve ser elaborado com
os requisitos e os duplicados exigidos para a petição de recurso contencioso do acto
administrativo e instruído com certidão de teor de decisão a rever e com os demais documentos
necessários a justificação do pedido. (artigo 183 e 184).
Julgamento
Julgada de novo a questão, é mantida ou revogada a decisão judicial impugnada, entretanto, da
decisão cabem os recursos de que fosse susceptivel a decisão judicial impugnada. (artigo 186 da
lei supracitada).
Conclusão
Terminado o trabalho, o grupo chegou a conclusão de que, o estudo da temática recursos
jurisdicionais foi muito importante, tanto que é, verdade que através desta temática, conseguimos
assimilar o conceito dos recursos jurisdicionais, bem como estabelecer a sua classificação a nível
doutrinal bem como jurídico.
Importa-nos, também realçar que o estudo desta temática, permitiu nos aperfeiçoar, o nosso
conhecimento em outras matérias, tal como é o caso, das matérias relativas a impugnação,
recurso contencioso, hierárquico e entre outras.
A nível doutrinal os recursos jurisdicionais podem ser: substitutivos dos recursos cassatórios ou
rescindentes. Entretanto a nível jurídico os recursos jurisdicionais são: Os recursos ordinários e
Extraordinários.
Os recursos ordinários são: a apelação, a revista, o agravo e o recurso para o plenário do Tribunal
Supremo.
Quanto a nos, cabe nos frisar ainda, que para a interposição deste recurso é necessário que
interessado tenha legitimidade para interpor o recurso administrativo, é também, necessário que
esse recurso seja interposto dentro do prazo previsto por lei.
Referencia Bibliográfica
VAZ, Joaquim. Lições Preliminares De Direito Administrativo II, Maputo, Moçambique;
ANDRADE, José Carlos Vieira de – A Justiça Administrativa, 13.ª ed., Coimbra, Almedina,
2014;
ALMEIDA, Mário Aroso de e CADILHA, Carlos Alberto Fernandes. Comentário ao Código
de Processo nos Tribunais Administrativos, 3.ª ed. revista, Coimbra, Almedina, 2010;
RIBEIRO, Helena – A nova justiça administrativa (trabalhos e conclusões do seminário
comemorativo do 1.º ano de vigência da reforma do contencioso administrativo), Coimbra,
Coimbra Editora.
Legislações
Lei nº 7/2014 de 28 de fevereiro (Lei de Processo Administrativo Contencioso); e
Código de processo civil.